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A psicopatologia, de forma geral, pode ser definida como o conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano. Sendo assim, trabalha de forma (DALGALARRONDO, 2018). Campbell (1986), define psicopatologia, como um ramo da ciência que trata da natureza essencial do transtorno mental, dessa forma, visa esse adoecimento, levando em conta suas causas, as mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação (DALAGALARRONDO, 2018). Sendo assim, tem boa parte de suas raízes, em uma tradição médica, com os alienistas do passado (cujo foco de estudo era o adoecimento de forma mais “dura” e não tão humana) e na tradição humanista e universitária (psicologia, filosofia...) que enxergaram na psicopatologia um reconhecimento muito rico das dimensões humanas, mesmo que não por completo (DALAGALARRONDO, 2018). Embora nem todo estudo psicopatológico atual siga a rigor uma “ciência dura”, a psicopatologia visa o conhecimento baseado na ciência, sendo assim, de acordo com Dalgalarrondo (2018), não utiliza: critérios de valor, dogmas ou verdades a priori. Não se julga de forma nenhuma moralmente aquilo que se estuda deve-se rejeitar qualquer tipo de dogma e qualquer verdade pronta, seja ela religiosa, filosófica, psicológica ou biológica o conhecimento está permanentemente sujeito a revisões, críticas e reformulações. Os manuais diagnósticos como o DSM-IV e o CID-10, vivem em constante revisão, justamente por não aceitarem verdades a priori, busca-se um debate científico e público constante de todos os seus postulados, noções e verdades encontradas (DALAGALARRONDO, 2018). O homossexualismo (o sufixo -ismo usado para denominar doenças), era uma categoria do DSM, e em 1990, após revisões foi finalmente retirado do manual diagnóstico. O que prova a necessidade de uma revisão constante. Uma área da ciência que busca o que Dalgalarrondo(2018) postula como: ompreender bservar dentificar De acordo com Dalgalarrondo (2018), a psicopatologia, inclui uma variedade de fenômenos humanos associados a vivências, estados mentais e padrões comportamentais, que envolvem 2 pontos centrais: Que são as vivências das pessoas com transtornos mentais de forma muito própria e genuína, que não são apenas “exageros” do normal. o mundo da doença mental não é totalmente estranho ao mundo das experiências psicológicas “normais”. Que por um lado, temos a especificidade psicológica desses adoecimentos, por exemplo: a ansiedade muito forte e patológica diante de uma apresentação na frente de uma plateia, não é apenas um exagero da ansiedade “normal”, bem como a psicologia do “normal” postula que essas psicopatologias não são diferentes de várias experiências que pessoas que não possuem “transtornos mentais” experimentam. Apesar de trabalhar com questões muito próprias da neurologia, psicologia e medicina, a psicopatologia não deve ser confundida com elas. Assim, pode-se dizer, que é uma ciência autônoma, e não um prolongamento de outras (DALGALARRONDO, 2018). Karl Jaspers (1883-1969), um dos principais autores da psicopatologia moderna, afirma que é uma ciência básica, que serve de auxílio à psiquiatria e à psicologia sendo um conhecimento aplicado a uma prática (DALGALARRONDO, 2018). Em todo indivíduo, oculta-se algo que não se consegue conhecer, pois a ciência requer um pensamento conceitual sistemático, que cristaliza e o limita, no conhecimento do ser. Embora o objeto de estudo seja o ser humano, a ciência psicopatológica é uma das abordagens possíveis do ser humano, mas não é a única (DALGALARRONDO, 2018). Ou seja, jamais se pode compreender e explicar tudo o que existe em um indivíduo por meio de conceitos psicopatológicos, o ser transcende o patológico. De acordo com Dalgalarrondo (2018), embora sejam pessoais, singulares, os conteúdos dos sintomas são extraídos ou constituídos pelos temas centrais da existência humana. De acordo com o referido autor, esses temas representam um substrato fundamental na constituição da experiência psicopatológica Quando se estudam os sintomas psicopatológicos, dois aspectos básicos devem ser enfocados, de acordo com Dalgalarrondo (2018): É a estrutura básica da psicopatologia, relativamente semelhante nos diversos pacientes e nas diversas sociedades (“alucinação”, “delírio”, “ideia obsessiva”, “fobia”, etc.). Descreve como os diferentes sintomas da psicopatologia em questão se formam e se estruturam EX: A alucinação é comum na esquizofrenia. É aquilo que preenche a forma (o conteúdo de culpa, religioso, de perseguição, de um delírio, de uma alucinação ou de uma ideia obsessiva, por exemplo).Isto é, o que constitui esse sintoma, como: a história de vida do indivíduo, sua cultura, as manifestações sociais etc... EX: O conteúdo da alucinação na esquizofrenia (o que ele escuta, o que vê etc...) Se na esquizofrenia, alucinações são um sintoma, esta é a forma da patologia, pois é um sintoma mais geral e comum a quase todos os pacientes, em quase todas as culturas e sociedades. Porém, quando falamos do conteúdo dessa alucinação, tratamos de algo pessoal, que envolve a história do indivíduo com esquizofrenia, essa história, vai preencher como os sintomas vão se desenrolar; EX: O que ele escuta durante uma alucinação auditiva, é o , a alucinação em si, é a Classicamente, distinguem-se três tipos de fenômenos humanos para a psicopatologia (DALAGALARRONDO, 2018): fenômenos psicológicos, daquilo que é o normal. De modo geral, todo ou quase todo ser humano sente medo de um animal perigoso, ansiedade perante desafios, o desejo por uma pessoa amada, etc. o psicológico e o psicopatológico se sobrepõem, o ser humano comum experimenta, mas que apenas em parte são semelhantes aos vivenciados pela pessoa com transtorno mental, como tristeza profunda. Específicos da psicopatologia DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed Editora, 2018.
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