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3-4 INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA NORMA JURÍDICA (analogia; equidade; etc)

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DIREITO DO TRABALHO
Prof. Antero Arantes Martins
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
• NORMA JURÍDICA. Noções
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Norma jurídica. Noções.
• Filosofia da norma jurídica. Trabalha com o
conceito de que direito é norma, fato e valor. A
valoração só com lógica dialética.
• As questões da filosofia do direito são:
• 1) O que é direito? A parte da filosofia que
responde esta questão é chamada de
ONTOLOGIA JURÍDICA, (ONTO = essência,
LOGOS = estudo). A busca de uma definição da
norma que seja universal. (ontologia da norma).
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Norma jurídica. Noções.
• 2) Como se conhece o direito? A parte da filosofia que
responde esta questão é chamada de EPISTEMOLOGIA
JURÍDICA (EPISTEMO = Conhecimento). O direito é o
ordenamento e portanto, o objeto de estudo da ciência do
Direito. A epistemologia jurídica é dividida em:
– Teoria da ciência jurídica (objeto de estudo, método de ciência e tipo
de ciência jurídica);
– Gnosiologia jurídica, que é a forma pela qual se sistematiza o
direito.
• 3) Qual o fundamento do direito? A parte da filosofia que
responde esta questão é chamada de AXIOLOGIA
JURÍDICA, (AXIO = valor, LOGOS = estudo). É o estudo
dos valores do direito, tais como justiça, conveniência,
utilidade, etc.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Norma jurídica. Noções.
• Ontologia, portanto, será aqui utilizada como
definição da norma.
• Gênese da norma jurídica.
• O ser humano é eminentemente social. Existe norma
jurídica sempre que houve alteridade, ou seja, sempre
que houver a presença de duas ou mais pessoas. A norma
jurídica surge com a alteridade, e tem por finalidade
colocar em ordem as relações sociais.
• A norma jurídica surge do poder, que é a inteligência
governante. O poder tem que sopesar FATOS e
VALORES para elaborar a norma:
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Norma jurídica. Noções.
– FATOS: Os fatos que podem ser objeto da norma são os
comportamentos humanos ou então uma outra norma que
merece ser modificada ou revogada.
– VALORES: Os valores podem ser bons ou maus (Tanto o justo
como o injusto são valores).
• O poder tem que sopesar fatos e valores ao
produzir a norma para que esta tenha vigência e
eficácia.
• Eficácia está relacionada à adesão da norma, ou
seja, à correspondência de seu comando com o
comportamento social.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Norma jurídica. Noções.
• Divisão do mundo quanto aos objetos:
• 1º Grupo – Objetos ideais = não tem existência nem no
espaço nem no tempo, mas tem existência intra-mental. São
neutros ao valor. Não estão na experiência sensível. São
intelegíveis. Ex: a pirâmide de Kelsen, que só existe em
nossa mente.
• 2º Grupo – Objetos naturais = estão no espaço e no tempo.
São neutros ao valor (porque não são feitos pelo homem, e,
portanto, não são compreendidos mas apenas explicados).
Estão na experiência sensível.
• O homem só pode explicar pela causa e pelo efeito, mas, não
pode compreender.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Norma jurídica. Noções.
• 3º Grupo – Objetos culturais = estão no espaço e no tempo. Estão
na experiência sensível. (ver, sentir, etc) e são valiosos positiva ou
negativamente porque podem ser compreendidos.
• É a natureza transformada pelo homem (mala, caneta, etc). A
qualidade dos objetos culturais é dada por alguém, com
bipolaridade (positivo, negativo).
• Ex: Norma – a natureza (comportamento humano) transformada
pelo homem. É valorada positiva ou negativamente.
• A norma jurídica em si é um objeto cultural egológico. Existe no
espaço e no tempo. É alterável, revogável e substituível. Tem
conflito no espaço e no temo. Poder ser lidas. Logo, está na
experiência do sensível e é valiosa positiva ou negativamente
(justa ou injusta). Portanto, é um objeto cultural.
• Todo objeto cultural é a transformação de um objeto natural pelo
homem.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Norma jurídica. Noções.
• No caso da norma o objeto natural é a conduta humana,
a qual está em interferência intersubjetiva, ou seja,
através de alguém competente. É feita através de
valores.
• Norma jurídica tem como substrato a conduta humana
em interferência intersubjetiva e como sentido o fato de
ser referida a valores.
• “Direito é a conduta humana em interferência
intersubjetiva referida a valores”. Portanto direito não é
norma, mas é estudado através da norma.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Norma jurídica. Noções.
• Fechamento:
• Norma jurídica é produto de Poder;
• O Poder deve levar em conta fatos e valores, sob pena de
termos norma legítima, vigente, mas, não eficaz;
• Estas valores podem ser universais (imutáveis) ou temporais
(relativos a um local, a um tempo etc);
• A norma é um produto cultural, ou seja, versa sobre um
produto natural (conduta humana) e o altera.
• A norma não pode alterar outros produtos naturais
(movimento do sol, ruído dos animais etc).
• A norma, portanto, tem como substrato a conduta humana e
seu sentido está relacionado à referência aos valores.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
• INTERPRETAÇÃO DA NORMA 
JURÍDICA
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Introdução.
• A norma jurídica, como produto cultural (e não natural), demanda
uma análise na busca de seu significado.
• Tal como acontece com desenhos, quadros, esculturas, também
acontece com os textos escritos. As palavras são símbolos que,
reunidos, formam um resultado cujo significado precisa ser
descoberto.
• E porque deve conter elevado grau de generalidade, a fim de
alcançar múltiplas relações sociais, as normas jurídicas demandam
a necessidade de fixação de seu conteúdo.
• Para isto é necessário, inicialmente, fixar as regras gerais que
orientarão esta atividade. Estas regras gerais são os postulados
hermenêuticos.
• Os postulados hermenêuticos constitucionais tem por finalidade
orientar a interpretação da norma jurídica infraconstitucional à luz
da Constituição Federal.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Introdução.
• A atividade do intérprete é uma atividade humana, posto que a
própria ciência jurídica é humana e não exata.
• A interpretação não é, portanto, algo exato que produz sempre o
mesmo resultado.
• A própria escolha dos postulados hermenêuticos e a priorização do
(s) método (s) de interpretação é subjetiva, ou seja, não pode ser
dissociada do sujeito que realiza a interpretação, sua história de
vida, seus valores e sua visão de mundo.
• No Brasil há uma tendência a dizer que a interpretação deve ser
objetiva, matemática, posto que o direito é a norma e a norma é
exata.
• Esta é uma equivocada visão da teoria pura do direito de Kelsen,
pois o próprio autor admitia que, embora direito fosse norma, a
interpretação da norma depende das escolhas aqui mencionadas.
• A própria afirmação no sentido de que não se pode atribuir valor à
norma já é, em si mesma, uma escolha.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Introdução.
• O objetivo desta introdução é mostrar que a Lei não é
inexorável e nem tem sentido único.
• Como produto cultural, a lei não pode alterar a natureza
das coisas.
• A Lei não pode ter significado diverso das verdades (ou
assertivas) que fundamentam a própria ciência jurídica
(Princípios gerais do direito) e nem o ramo específico
onde será aplicada (Princípios específicos do direito do
trabalho).
• Ademais, deve ser interpretada à luz dos preceitos
constitucionais que delimitam o poder de atuação do
legislador ordinário.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
• Conceito: Interpretar a norma é atribuir-lhe
um significado, medindo-lhe a exata
extensão e a possibilidade de sua aplicação
no caso concreto.
• Consiste em buscar a razão de ser da norma,
no sentido de existência, da sua utilidade
social, no seu caráter de justiça.
• Fundamental para que o operador do direito
não se transforme em mero “leitor” da
norma.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Classificações.• Quanto ao intérprete;
– Autêntica;
– Doutrinária;
– Jurisprudencial;
• Quanto à forma;
– Gramatical;
– Lógico;
– Sistemático;
– Teleológico;
– Histórico-evolutivo;
• Quanto ao efeito;
– Declarativa;
– Extensiva;
– Restritiva
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Intérprete.
• Autêntica: Consiste na interpretação da
norma feita pelo próprio legislador. É
encontrada, comumente na própria lei, na
exposição de motivos da Lei, nos anais da
casa legislativa que registram os debates
políticos sobre a norma e em outras leis que
a ela se referem.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Intérprete.
• Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou
expresso, correspondente à relação de emprego.
• Itens 44 a 46 da exposição de motivos:
– “44. ...o deliberado propósito de se reconhecer a
correspondência e equivalência entre a ‘relação de emprego’ e
o ‘contrato de trabalho’, para os efeitos da legislação social, ...
– 45. ... Admitido, como fundamento de contrato, o acordo tácito,
é lógico que a ‘relação de emprego’ constitui o ato jurídico
suficiente para provocar a objetivação das medidas tutelares ...
– 46. O conceito firmado na consolidação é tanto mais justo e
relevante quanto é o que se evidencia em face de contratos
formalmente nulos ou substancialmente contrários à ordem
pública dos preceitos da legislação de proteção”
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Intérprete.
• Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo,
embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria,
estiverem sob a direção, controle ou administração de
outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica, serão, para os
efeitos da relação de emprego, solidariamente
responsáveis a empresa principal e cada uma das
subordinadas.
– Há solidariedade ativa e passiva ou apenas passiva?
– Item 52 da exposição de motivos: “... Inseriu a
definição de empregador, que integra o conceito
definitivo da relação de emprego, acompanhando-a da
noção legal de empregadora única dada pela Lei 435
de 17/05/1937...”
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Intérprete.
• Doutrinária: Consiste na interpretação da
norma feita pela “opinio juris”, que decorre
da pesquisa científica, sem o compromisso
de solucionar uma hipótese concreta.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Intérprete.
• Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma
delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer
outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego,
solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
– Há solidariedade ativa e passiva ou apenas passiva?
– “A revogada Lei 435, de 17 de maio de 1937 dispunha que (...).
No parágrafo único a mesma lei dispunha que ‘..., a não ser
para o fim único de se considerarem todas elas com um mesmo
empregador’. Neste ponto a lei fixava a solidariedade ativa.
– Este parágrafo que estabelecia a solidariedade ativa foi
revogado. A CLT (art. 2, § 2º) manteve (...) a solidaridade
passiva.
– Discutível é a concepção do grupo econômico como
empregador único, afirmada por parte da doutrina mas ainda
sem base legal”
– (Nascimento, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho –
Saraiva – 23ª Edição, p. 687)
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Intérprete.
• Jurisprudencial: Realizada pelos Tribunais
(envolve todos os profissionais da área
jurídica, ou seja, os advogados, o Ministério
Público e os Magistrados). Nascerá a
jurisprudência baseada na fundamentação de
cada um destes profissionais. Tem por
objetivo a solução de hipóteses concretas
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Intérprete.
• Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma
delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou
administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer
outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego,
solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.
– Há solidariedade ativa e passiva ou apenas
passiva?
– Nº 129 CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO
ECONÔMICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
– A prestação de serviços a mais de uma empresa do
mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de
trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um
contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Gramatical: o método é o básico, mera análise sintática
da construção gramatical.
• A norma jurídica é uma figura de linguagem com sujeitos
interlocutores e objeto.
– Interlocutor ativo: Emissor da norma.
– Interlocutor passivo: Destinatário da norma.
– Objeto: Conteúdo da norma.
• Consiste na verificação da construção gramatical e
análise sintática do texto.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias
e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários
e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho
• O acordo também deve ser coletivo ou pode ser
individual?
– Pode ser individual. Se o adjetivo “coletiva” se
referisse também ao sujeito “acordo”, então teria que
ser colocado no plural e no masculino: “coletivos”
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Ocorre que nem sempre o legislador prima pela boa
técnica redacional.
• Assim, a mera interpretação gramatical nos leva a
dilemas insuperáveis para determinar o exato alcance da
norma jurídica.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência,
para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando
transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio .
• “Domicílio”: O lugar onde o cidadão tem a sua
residência permanente.
• Dilema:
– Se não transfere o domicílio, não é transferência segundo o
“caput” supra transcrito.
– Se transfere o domicílio a transferência é definitiva e não tem
direito ao adicional do parágrafo terceiro do mesmo artigo.
– Quanto o adicional será devido?
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Art. 495 - Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo empregado, fica o
empregador obrigado a readmiti-lo no serviço e a pagar-lhe os salários a que teria direito
no período da suspensão.
• Reintegração pressupõe o retorno ao posto de trabalho com o
pagamento dos salários e demais vantagens contratuais desde a
ilegal dispensa. Retorno ao “status quo”.
• Readmissão considera o período entre a dispensa e o retorno como
suspensão do contrato de trabalho.
• É readmissão ou reintegração?
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Evidente que o exame gramatical do texto
normativo é o primeiro passo para o
trabalho de interpretar.
• Claro está, porém, que a busca do sentido
exato da norma não passa pelo mero exame
gramatical do texto normativo, sendo
necessárias outras técnicas de hermenêutica.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Lógica: Consiste no uso do raciocínio
indutivo e dedutivo, através de proposições
lógicas, como, por exemplo, “se, então”,
“inclusão e exclusão”, “silogismo”
(Premissa maior, premissa menor e
conclusão).
• É algo que fazemos inconscientemente,
porque a mente rejeita conclusões que sejam
logicamente contrárias entre si.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Art. 3º - Considera-se empregado toda
pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.
(Premissa maior)
• João é pessoa física que trabalha de forma
subordinada a empregador de forma não
eventual, pessoal e mediante salário
(premissa menor).
• Logo, João é empregado (conclusão).
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Nº 331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
LEGALIDADE
• I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços,
salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de
03.01.1974).
• ...
• III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação
de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de
conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a
pessoalidade e a subordinação direta.
• Quando forma vínculo de emprego com o tomador de serviços
conforme previsão do inciso I?
• Quando for em atividade-fim, porque não forma em atividade-
meio (exclusão).
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.
• Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para
todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente
pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas
que receber.
• Se gorjeta não se confunde com salário, sendo espécie
diversa de remuneração. (Art. 457).
• Se o contrato de trabalho tem como elemento de
onerosidade o salário e não a remuneração (art. 3º)
• Então, a gorjeta não compõe o elemento de onerosidade
do contrato de trabalho.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Sistemática: Consiste na análise da norma em
face à sua posição dentro do sistema jurídico
como um todo e, ainda, buscar o sentido do
dispositivo onde está inserido. O parágrafo guarda
relação com o “caput” do artigo, o artigo, com a
seção, a seção com o Título, o Título com o Livro
e o Livro com o Código.
• Um dispositivo de Lei não pode ser examinado
sem o seu referencial, sob pena de perder (o
intérprete), a noção da estrutura organizacional do
ordenamento jurídico.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• CF: Art. 7º, XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
trabalho;
• A leitura isolada deste inciso pode fazer crer ao intérprete
que devem ser reconhecidas todas as convenções
coletivas e todos os acordos coletivos de trabalho.
Façamos a leitura com o “caput”.
• CF: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
• ...
• XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
• Percebe-se que o reconhecimento das Convenções e
Acordos Coletivos é um direito dos trabalhadores e não
dos empregadores e quando visem a melhoria de sua
condição social.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• CLT: Art. 651 § 3º- Em se tratando de empregador que
promova realização de atividades fora do lugar do
contrato de trabalho, é assegurado ao empregado
apresentar reclamação no foro da celebração do contrato
ou no da prestação dos respectivos serviços.
• A Leitura deste dispositivo isoladamente pode fazer crer
que toda vez que o empregado realizar trabalho em
localidade diversa do contrato tem este o direito de optar
por interpor a ação no local da prestação de serviços ou
no local de trabalho. Vamos ler o art. 651, § 3º em
conjunto com o seu “caput”.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada
pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao
empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
• § 3º- Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora
do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos
respectivos serviços.
• Vê-se, portanto, que a regra é no sentido de que a
reclamação será proposta no local da prestação de
serviços mesmo que tenha sido contratado em outro
local. Como interpretar o § 3º em relação ao “caput”?
• A opção ocorre apenas quando o empregador promover
atividades fora do seu local, ou seja, ao empregador
itinerante. (Circo, por exemplo).
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Teleológica: Também chamada de finalística, consiste
em buscar a “mens legis” da norma e protege três
sentidos básicos
– “ratio leges” - razão da lei
– “vis leges” - sentido da lei
– “ocasio leges” - época da lei.
• O art. 5º da L.I.N.D.B. determina ao intérprete que se
faça a seguinte pergunta: Por que a norma existe?
• Art. 5° - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins
sociais a que ela se dirige e às exigências do bem
comum.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
• II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;
• A quem esta norma protege?
• A mim protege a sociedade e não a administração
pública. Aliás, protege a sociedade da
administração pública, preservando o Princípio da
Impessoalidade
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Histórica-evolutiva: O sistema histórico-evolutivo, parte
da premissa de que a norma tem vida própria, tem força
expansiva, pelo qual é possível ao interprete atribuir-lhe
um sentido novo, de acordo com a sociedade atual, no
momento da aplicação da norma.
• Consiste em analisar qual era a sociedade ao tempo em
que a norma foi promulgada e verificar se tais condições
continuam as mesmas ou foram alteradas.
• Fundamental na aplicação da teoria tridimensional de
Miguel Reale (Fato-valor-norma), ou seja, verificar se o
fato ainda existe e, em caso afirmativo, qual é o seu valor
atual.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:
• f) embriaguez habitual ou em serviço;
• A interpretação meramente gramatical nos leva à
conclusão que a expressão “ou”, que é disjuntiva,
permite a dispensa por justa causa do empregado que é
ébrio contumaz mesmo fora do serviço.
• Historicamente a embriaguez habitual era vista como
desvio de caráter.
• Atualmente, sabe-se, é doença.
• Ninguém pode ser dispensado, e muito menos por justa
causa, porque é doente.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Forma.
• CF: Art. 7º, IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz
de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
• A interpretação gramatical da parte em destaque (a que, aliás, foi
feita pelo STF na Súmula vinculante nº 04) nos leva à conclusão
de que nenhum benefício pode ser calculado sobre o saláriomínimo.
• Sabe-se, porém, que historicamente (em 1.988) o país vivia
período de alta inflação e, para proteger-se da corrosão da moeda,
contratos civis, comerciais, etc eram celebrados em salário
mínimo.
• Para evitar a corrosão da moeda ainda maior, o governo não
aumentava o salário mínimo, prejudicando os trabalhadores.
• Esta, portanto, é uma norma de proteção aos trabalhadores (como,
aliás, está no “caput’ - sistemática) e não para seu prejuízo.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Conflito.
• Por vezes a aplicação dos diversos métodos de
interpretação nos leva a resultados interpretativos
diferentes.
• Nestas ocasiões, no Direito do Trabalho,
especificamente, há que se aplicar o Princípio “in dubio
pro operario”.
• Nos demais ramos do Direito (e também no Direito do
Trabalho), o intérprete deve valer-se de uma base teórica
sólida, consistente em Princípios Gerais e específicos do
direito e equidade, sobre os quais trataremos adiante.
Michel Sampar Ceribelli - 22185679899
Interpretação da norma jurídica. Extensão.
• Declarativa: quando a sua interpretação for suficiente em si
mesma para o entendimento.
• Restritiva: quando a interpretação diminuir o alcance da norma, ou
seja, quando o texto disser mais do que seu objetivo. Ocorre com
os contratos benéficos, as cláusulas penais, e as normas de exceção
em geral.
• Extensiva: quando a interpretação ampliar o alcance da forma,
quando o texto disser menos do que seu objetivo. Ocorre com a
análise de dispositivos que versem sobre direitos humanos
fundamentais e direitos constitucionais fundamentais, por
exemplo.
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DIREITO DO TRABALHO
Prof. Antero Arantes Martins
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Interpretação da norma jurídica. Conceito.
• PARTE 1
• INTEGRAÇÃO DA NORMA 
JURÍDICA
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Integração da norma jurídica
• É pressuposto de funcionamento do ordenamento
jurídico que este seja integral, sob pena de, em
determinadas hipóteses, o Poder Judiciário deixar
de julgar conflitos sob a alegação de ausência de
norma que corresponda à hipótese fática em
discussão, o que acarretaria insegurança jurídica.
É um dogma, já que, sabemos, o ordenamento
jurídico não é completo.
• Existem lacunas.
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Integração da norma jurídica
• Carlos Henrique Bezzerra Leite invoca as lições de
Maria Helena Diniz sobre as espécies de lacunas:
– Normativa: quando houver ausência de norma sobre
determinado caso;
– Ontológica: se houver norma, mas ela não
corresponder aos fatos sociais contemporâneos. É o
que ocorre quando o grande desenvolvimento das
relações sociais e o progresso acarretarem o
ancilosamento da norma positiva;
– Axiológica: ausência de norma justa. Neste caso,
existe um preceito normativo, mas se for aplicado,
sua solução será insatisfatória ou injusta.
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Integração da norma jurídica
• LINDB: Art. 4° - Quando a lei for omissa, o juiz
decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e
os princípios gerais de direito.
• CLT: Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça
do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela
jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros
princípios e normas gerais de direito, principalmente do
direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e
costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira
que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça
sobre o interesse público.
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Integração da norma jurídica
• Podemos, então, dizer que na ausência de norma
(lacuna) haverá integração (preenchimento) pelos
seguintes métodos:
– Princípios (?)
– Analogia;
– Costumes;
– Jurisprudência
– Eqüidade;
– Direito comparado;
• Sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou
particular prevaleça sobre o interesse público.
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Integração da norma jurídica. Princípios.
• Já estudamos que os Princípios são “as verdades
fundantes de uma ciência” e, portanto, são fontes
primárias do direito, quer na interpretação das
normas postas, quer na integração do
ordenamento como um todo.
• Pode-se, inclusive, negar vigência à norma posta
com fundamento em Princípio já que, se são
colidentes e o princípio é uma verdade
fundamental, a norma não pode prevalecer.
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Integração da norma jurídica. Princípios.
• Art. 463 - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda
corrente do País.
• Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com
inobservância deste artigo considera-se como não feito.
• Empregado que confessadamente recebeu os
salários em moeda estrangeira, sem que tenha
tido nenhum prejuízo com este procedimento,
pode postular em Juízo a repetição dos
pagamentos com base no parágrafo único?
• Evidentemente que não. Princípio da Justiça
Distributiva e do não enriquecimento sem causa.
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Integração da norma jurídica. Analogia.
• Consiste em verificar que não há norma
específica para a hipótese em estudo e buscar, no
ordenamento jurídico, norma que trate de matéria
semelhante.
• A similitude que se busca não está apenas nas
condições fáticas que envolvem as situações,
mas, notadamente, nas condições valorativas que
levaram o legislador a regrar determinada
situação e que devem ser as mesmas a regrar a
situação ora examinada.
• Buscar a “ratio leges” da norma jurídica.
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Integração da norma jurídica. Analogia.
• Tema repetitivo 6: (IRR 190-53.2015.5.03.0090)
• RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - DONA DA OBRA -
APLICAÇÃO DA OJ 191 DA SbDI-1 LIMITADA À PESSOA
FÍSICA OU MICRO E PEQUENAS EMPRESAS":
• ...
• IV) Exceto ente público da Administração Direta e Indireta, se
houver inadimplemento das obrigações trabalhistas contraídas por
empreiteiro que contratar, sem idoneidade econômico-financeira,
o dono da obra responderá subsidiariamente por tais obrigações,
em face de aplicação analógica do art. 455 da CLT e culpa in
eligendo (decidido por maioria, vencido o Exmo. Ministro Márcio
Eurico Vitral Amaro);
• Mesma “ratio leges”, qual seja, responsabilidade pela culpa “in
eligendo”.
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Integração da norma jurídica. Usos e costumes.
• Consiste na prática reiterada de uma certa conduta em
determinada comunidade com a consciência de sua
obrigatoriedade, ou seja, embora não exista norma
jurídica que obrigue àquela conduta, acredita-se no
inconsciente coletivo que tal conduta é obrigatória.
• Exemplos:
– Terça-feira de carnaval = feriado.
– Concessão de adiantamento salário de 40% do salário no dia
20 de cada mês (vale).
– Manifestação do inconformismo contra decisão interlocutória
proferida por Juiz do trabalho através da expressão “protesto”.
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Integração da norma jurídica. Equidade.
• Equidade consiste no sentimento de justiça.
• Cuidado! Há diferença entre julgamento “com” equidade e “por”
equidade.
• Julgamento com equidade: Temperar o rigor da Lei abstrata
adaptando-a ao caso concreto. O Juiz sempre deve julgar com
equidade. Ex: Avaliar a gravidade da falta grave em casos de
dispensa por justa causa, equiparação salarial para o empregador
que faz mais do que o paradigma...
• Julgamento por equidade: Aplicar o sentimento de Justiça do
julgador ao caso em concreto. O Juiz só pode julgar por equidade
quando for expressamente autorizado por lei.
– Ex: Ausência de norma (integração, estamos estudando agora);
– Rito Sumaríssimo (Art. 852-I, § 1º, CLT).
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Integração da norma jurídica. Jurisprudência.
• O Brasil é país de “civil law” e não de “common
law”. De regra, os julgamentos são proferidos
com fundamento na Lei e a função dos Tribunais
é interpretar a regra jurídica existente.
• Quando seinterpreta a regra jurídica não se cria
norma. Apenas se declara a sua extensão,
conforme estudados em aula anterior.
• Entretanto, existem situações em que os
Tribunais se vêem obrigados a julgar conflitos
não regrados pela norma jurídica.
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Integração da norma jurídica. Equidade.
• No caso de ausência de norma, a jurisprudência
pode criar soluções e, em caso de repetição,
Súmulas e Orientações Jurisprudenciais que
sirvam de parâmetro para o julgamento.
• A este fenômeno dá-se o nome de “ativismo
judiciário”.
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Integração da norma jurídica. Equidade.
• O tema é altamente polêmico, na medida em que,
de regra, o juiz é aplicador do direito e não
criador do direito.
• Em que hipóteses e quais serão os limites do
“ativismo judiciário”?
• Quando se julgará criando a norma e quando se
julgará improcedente por falta de amparo legal?
• Não existem parâmetros fixados, nem na
jurisprudência, nem na doutrina.
• O dado relevante a ser examinado, neste caso, é o
valor do fato que está sendo questionado.
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Integração da norma jurídica. Equidade.
• Ex: Direitos decorrentes das relações
homoafetivas.
• A jurisprudência foi responsável por grandes
avanços no ordenamento jurídico e seus
posicionamentos incorporados, posteriormente,
no mesmo.
• Outros exemplos:
– Direitos do consumidor;
– Relação de união estável;
– Estabilidade de emprego à gestante, etc.
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Integração da norma jurídica. Equidade.
• As Súmulas vinculantes do STF são de
aplicabilidade obrigatória, assim como os
julgamentos em ADI’s, ADC1s e temas de
repercussão geral.
• O julgamento de IRR (incidente de recursos
repetitivos) e IRDR (incidente de resolução de
demandas repetitivas) também são de
observância obrigatória.
• E as demais Súmulas e OJ’s (TST e TRT’s)?
Discutível.
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Integração da norma jurídica
• Na minha interpretação as súmulas do TST e as decisões do
Tribunal Pleno dos TRT’s também são de cumprimento
obrigatório conforme CPC:
– Art. 489. § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, 
seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
• VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente 
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em 
julgamento ou a superação do entendimento.
– Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
• I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de 
constitucionalidade;
• II - os enunciados de súmula vinculante;
• III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de 
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial 
repetitivos;
• IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria 
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
• V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem 
vinculados.
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• APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO
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Introdução. Aplicação da Lei no tempo
• Grande dúvida que está afligindo os operadores do
direito refere-se à aplicação da Lei no tempo.
• Dúvida comum: Com a entrada em vigor da reforma
trabalhista, esta legislação será aplicada imediatamente?
• Num primeiro momento a resposta parece simples.
Entretanto, o tema é complexo.
• Na hipótese em que uma nova lei regula o tema de forma
diferente da lei anterior (como acontece, agora, com a
reforma trabalhista), seja em decorrência da ab-rogação
(revogação total da lei anterior) ou pela derrogação
(revogação parcial da lei anterior) , é natural que surjam
conflitos da aplicação da lei no tempo.
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Introdução. Aplicação da Lei no tempo
• Começamos dividindo a questão para temas de
direito material e temas de direito processual.
• Para os temas de direito material, a aplicação tem
por fundamento o art. 5º, XXXVI da Constituição
Federal e o art. 6º da LINDB.
• A regra, neste caso, é de irretroatividade da Lei.
• Vejamos o teor destes dispositivos:
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Introdução. Aplicação da Lei no tempo
• CF: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
• [...]
• XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;
• LINDB: Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada
• § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao
tempo em que se efetuou.
• § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por
êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo,
ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
• § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não
caiba recurso.
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Introdução. Aplicação da Lei no tempo
Direito
Material
Ato velho
Lei velha
Ato novo
Lei nova
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Introdução. Aplicação da Lei no tempo
• Sendo assim, por exemplo, um contrato que teve
vigência inteiramente anterior à entrada em vigor da Lei
13.467/2017.
• Em virtude deste contrato, o trabalhador postulou em
Juízo equiparação salarial com paradigma, preenchendo
todos os requisitos da lei vigente à época. Entretanto,
paradigma e paragonado trabalhavam em
estabelecimentos diferentes.
• Esta condição não era óbice à equiparação. Logo, o
empregador não poderá invocar este fato para justificar a
disparidade salarial entre os dois trabalhadores, ainda que
esta matéria venha a ser discutida numa ação proposta
depois da vigência de Lei nova.
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Introdução. Aplicação da Lei no tempo
• A isto se dá o nome da “ultratividade da Lei”, ou seja, a Lei, ainda
que revogada, continua a produzir efeitos para regular as relações
jurídicas consolidades ao tempo de sua vigência.
• Entratanto, nas chamadas relações continuativas, ou seja, de trato
sucessivo (como ocorre com o contrato de trabalho), a dúvida
surge para os eventos futuros a se concretizarem, portanto, na
vigência da nova Lei, mas em contratos pretéritos, ou seja,
firmados na vigência da antiga Lei.
• É assente na doutrina o entendimento no sentido de que a lei nova
não atinge os efeitos futuros e pendentes de um contrato firmado
sobre a lei velha.
• Entretanto, a referência ali parecia a ser em contrato instantâneo e
não continuado. Em outras palavras, o contrato já havia sido
firmado, mas, seu cumprimento estava projetado para o futuro.
Neste caso parece claro que o cumprimento deve ser feito nos
moldes da Lei vigente ao tempo que o contrato foi firmado.
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Introdução. Aplicação da Lei no tempo
• Nas relações continuativas, entretanto, a questão é diversa.
• Vamos imagirnar um contrato celebrado em 2016 e que, em 2.020
o empregador precisa conceder férias ao empregado, direito este
adquirido no período aquisitivo de 2018/2019.
• Note-se que o direito às férias foi inteiramente adquirido na
vigência da Lei nova.
• Indaga-se: A concessão deverá obedecer a Lei nova (em até 3
períodos, com um deles de no mínimo 14 dias) ou a Lei vigente ao
tempo da celebração do contrato (em até duas vezes, um deles de
no mínimo 10 dias)?
• Embora a concessão de férias seja tema de direito material e o
contrato tenha sido firmado na vigência da Lei velha, o direito às
férias 2018/2019 é evento futuro que não estava “adquirido” pelo
trabalhador e somente foi constituído na vigência da Lei nova,
parecendo razoável concluir que a concessão destedireito deve
ser regrada pela lei nova.
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Introdução. Aplicação da Lei no tempo
• Em matéria de direito processual, entretanto, a regra é
um tanto diferente e está no art. 14 do CPC:
– CPC: Art. 14. A norma processual não retroagirá e será
aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os
atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada.
• Daí se vê que a Lei entra em vigor imediatamente e
alcança os processos em curso com exceção daqueles:
– Já concluídos;
– Já iniciados e pendentes de conclusão.
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Aplicação da Lei no tempo. IN 41/TST
Dispõe sobre a aplicação das normas processuais da 
Consolidação das Leis do Trabalho alteradas pela 
Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 .
• Art. 1º A aplicação das normas processuais
previstas na Consolidação das Leis do Trabalho,
alteradas pela Lei nº 13.467, de 13 de julho de
2017 , com eficácia a partir de 11 de novembro de
2017, é imediata, sem atingir, no entanto,
situações pretéritas iniciadas ou consolidadas sob
a égide da lei revogada.
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Introdução. Aplicação da Lei no tempo
Direito
Processual
Ato concluído
Ato já iniciado
Lei velha
Ato a iniciar
Lei nova
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Aplicação da Lei no tempo. IN 41/TST
• Exemplos:
• Art. 2º O fluxo da prescrição intercorrente conta-se a
partir do descumprimento da determinação judicial a
que alude o § 1º do art. 11-A da CLT , desde que feita
após 11 de novembro de 2017 ( Lei nº 13.467/2017 ).
• Art. 11. A exceção de incompetência territorial,
disciplinada no art. 800 da CLT , é imediatamente
aplicável aos processos trabalhistas em curso, desde
que o recebimento da notificação seja posterior a 11
de novembro de 2017 ( Lei 13.467/2017 ).
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