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@leticiarbarbosa Imaginologia Veterinária Técnicas de Varredura Introdução - a ultrassonografia, inicialmente utilizada apenas para fins obstétricos, se desenvolveu muito rapidamente e hoje é um método de diagnóstico bastante consolidado na Medicina Veterinária; - as técnicas de varredura, porém, é muito recente. Equipamentos ultrassonográficos - o exame deve ser realizado com aparelhos em modo B e com transdutores de frequências variáveis de acordo com o tamanho do animal e objetivo. Pequeno porte Grande porte Transdutor 6-18 MHz 3,5-5 MHz Profundidade 12-8 cm 18-12 cm Técnica ultrassonográfica para o abdômen - ampla tricotomia; - aplicar grande quantidade de gel para um bom contato entre a superfície do transdutor e o local a ser avaliado (há aparelhos que podem aquecer o gel, o que garante ao paciente um maior conforto, além de ser um diferencial importante); - geralmente não são utilizados meios químicos para conter o paciente durante o exame. Quando necessário, promove-se a sedação ou até mesmo anestesia; - jejum de 4 a 24 horas facilita na avaliação. O tempo de jejum necessário varia com o objetivo do exame (estruturas mais próximas do estômago e do intestino demandam maior tempo); - realizar o exame ultrassonográfico logo após um enema prejudica a visualização de alguns órgãos, devido a quantidade de gás presente no trato intestinal; - o animal deve ser submetido ao exame ultrassonográfico, de preferência, antes de qualquer outro exame diagnóstico e, se possível, jejum de pelo menos 4 horas; - se algum tipo de contraste radiográfico tiver sido administrado, devem-se esperar várias horas. Os contrastes com bário, por exemplo, atenuam a penetração das ondas sonoras. Orientação da imagem e posição do paciente - deve ser realizado de forma sistemática; - alguns ultrassonografistas sugerem a direção em sentido horário ou anti-horário, contanto que nenhuma estrutura fique sem avaliação; - o animal deve ser colocado em decúbito dorsal, do lado direito do examinador, com a cabeça cranial e paralelamente ao equipamento, além de sua região caudal próxima ao braço do ultrassonografista; - imagens longitudinais: lado direito do monitor é a região caudal, e o lado esquerdo é a região cranial; - imagens transversais: lado direito do monitor são as margens laterais dos órgãos abdominais do lado esquerdo do paciente, e o lado esquerdo do monitor são as margens mediais dos órgãos do lado direito. Protocolo de varredura de exame - para cada órgão, avaliar em planos transversal, dorsal e longitudinal. Fígado: - transdutor deve ser colocado em região xifoide, na linha média; @leticiarbarbosa - pequena pressão sobre o abdômen e angulação cranial de aproximadamente 45o; - pressão depende do porte e condições de cada animal. Estômago: - posição subxifoide, inclinando o transdutor cranial e lateralmente à esquerda do paciente, com angulação aproximada de 45o; - quando o estômago está repleto, a formação de vários tipos de artefatos é muito comum, o que pode dificultar na avaliação hepática; - com o esvaziamento gástrico, é possível observar uma imagem semelhante a uma flor. Duodeno: - acompanha-se a parede gástrica até o piloro, segue-se com o transdutor em direção ao duodeno. Pâncreas: - adjacente as imagens do piloro e duodeno, localiza-se o pâncreas; - sua identificação será dificultada se houver presença de gás ou conteúdo alimentar nos primeiros segmentos intestinais e no estômago. Baço: - tomar como referência a cicatriz umbilical e o rebordo costal esquerdo, colocando o transdutor na área entre esses pontos externos; - também pode-se tomar como referência interna a imagem do rim esquerdo; - aplicar suave pressão no abdome e movimentar o transdutor com pequena angulação cranial, objetivando identificar o final da silhueta do baço; - voltando com o transdutor, é possível observar a região do hilo. Rim direito: - colocar transdutor caudal ao último ou penúltimo arco costal, lateralmente à direita e com angulação dorsocranial; - manter pressão considerável na região; - é possível observar seus contornos, regiões cortical, medular e pelve renal. Rim esquerdo: - colocar transdutor caudalmente ao último arco costal, lateralmente à esquerda, com angulação cranial e dorsolateral esquerda; - manter suave pressão até obter a melhor imagem; - tem como janela acústica o baço, tomando esse órgão como referência. Adrenais: Imagem demonstrando estômago normal e vazio em felino. Fonte: Atlas de Diagnóstico por Imagem, 2018. Baço normal de cão. Hilo representado pela estrutura tubular anecogênica. Fonte: Atlas de Diagnóstico por Imagem, 2018. @leticiarbarbosa - colocar transdutor nos mesmos pontos de obtenção da imagem renal; - obter imagem do rim esquerdo e deslizar o transdutor em direção cranial até estar somente com a imagem de sua margem cranial; - nessa região, pressiona-se de forma suave o transdutor em direção à linha média, até encontrar a aorta abdominal. Observa-se então a imagem da adrenal esquerda; - para a adrenal direita, obtém-se o plano longitudinal do rim direito, até visualizar sua margem cranial; - nesse ponto, inclina-se o transdutor até encontrar a veia cava caudal. A adrenal direita encontra-se entre a margem cranial do rim direito e a veia cava caudal. Bexiga: - posicionar transdutor na porção abdominal caudal e sobre o maior eixo do paciente; - movimentar o transdutor na direção cranial e caudal possibilita a visualização da margem cranial e do colo vesical. Avaliação ultrassonográfica - um estudo sistemático pode diminuir o índice de falhas que dependem do examinador; - a avaliação da cavidade abdominal deve seguir de maneira sistemática, apontando informações como contornos, formato, margens, superfícies, ecogenicidade, ecotextura e arquitetura vascular. Referências CARVALHO, C. F. Ultrassonografia em Pequenos Animais. São Paulo: Roca, 2019. ATLAS de Diagnóstico por Imagem. Belo Horizonte: FEP MVZ, 2018. Bexiga normal de cão. Fonte: Atlas de Diagnóstico por Imagem, 2018.
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