Caso 8A

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Universidade Estácio de Sá
Faculdade de Medicina – M1
Anatomia
Bruno S. Herszage (Complementação)
Caso 8A
Fratura Supra-condílea do fêmur
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Apresentação do caso:
• Paciente feminino, 70 anos, foi admitido no hospital
• Relatou aparecimento de impotência funcional e dor em membro inferior direito, após queda de própria altura
• Após investigação radiológica, diagnosticou-se fratura supra-condílea do fêmur
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Origens, inserções e ações da musculatura fixada ao fêmur:
Segundo as seguintes regiões:
• Região glútea
• Região anterior da coxa
• Região medial da coxa
• Região posterior superficial da perna
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Região glútea:
• Músculo Tensor da Fáscia Lata:
 Origem:
 - EIAS e parte anterior do lábio externo da crista ilíaca
 Inserção:
 - Tendão do músculo psoas maior, corpo do fêmur e trato íliotibial
 Ação:
 - Abdução, rotação medial e flexão da coxa
 - Manutenção da extensão do joelho 
 
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Região glútea:
• Músculo Glúteo Máximo:
 Origem:
 - Ílio posterior à linha glútea posterior
 - Face dorsal do sacro e do cóccix
 - Ligamento sacrotuberal
 Inserção:
 - Maioria das fibras termina no trato iliotibial e algumas se inserem na tuberosidade glútea do fêmur
 Ação:
 - É o principal extensor da coxa, fixando-a
 - Com sua inserção distal fixa, é um extensor da pelve
 - Rotação lateral da coxa 
 
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Região glútea:
• Músculo Glúteo Médio:
 Origem:
 - Face externa do ílio entre as linhas glúteas posterior e anterior
 Inserção:
 - Face lateral do trocanter maior do fêmur
 Ação:
 - Abdução e rotação medial da coxa
 - Estabilização da pelve 
 
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Região glútea:
• Músculo Glúteo Mínimo:
 Origem:
 - Face externa do ílio entre as linhas glúteas anterior e inferior
 Inserção:
 - Face anterior do trocanter maior do fêmur
 Ação:
 - Fibras anteriores: rotação medial da coxa
 - No mais, semelhante às ações do m. Glúteo médio
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• Músculo Quadrado femoral:
 Origem:
 - Borda lateral da tuberosidade esquiática
 Inserção:
 - Tubérculo quadrado na crista intertrocantérica e abaixo dela
 Ação:
 - Rotação lateral da coxa
 - Estabilização da cabeça do fêmur no acetábulo
Região glútea:
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Região glútea:
• Músculo Gêmeo superior: 
 Origem:
 - Espinha esquiática
 Inserção:
 - Face medial do trocanter maior do fêmur
 Ação:
 - Rotação lateral da coxa estendida e abdução quando fletida
 - Estabilização da articulação do quadril
• Músculo Gêmeo inferior:
 Origem:
 - Tuberosidade esquiática
 Inserção:
 - Face medial do trocanter maior do fêmur
 Origem:
 - As mesmas do m. Gêmeo superior
Inferior
Superior
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Região glútea:
• Músculo piriforme:
 Origem:
 - Face anterior do sacro e ligamento sacrotuberal
 Inserção:
 - Borda superior do trocanter maior do fêmur
 Ação:
 - Rotação lateral da coxa quando ela está estendida e e abdução quando ela está fletida
 - Estabilização da articulação do quadril
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Região glútea:
• Músculo obturador interno:
 Origem:
 - Face pélvica da membrana obturatória e ossos adjacentes
 Inserção:
 - Face medial do trocanter maior do fêmur
 Ação:
 - Rotação lateral da coxa quando ela está estendida e abdução quando a mesma está fletida
 - Estabilização da articulação do quadril
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Região anterior da coxa
 • Músculo Psoas maior: 
 Origem:
 - Laterais das vértebras T12-L5, nos discos entre elas e nos processos tranversos das vértebras lombares
 Inserção:
 - Trocanter menor do fêmur
 Ação:
 - Flexão da coxa na articulação do quadril e estabilização dessa articulação
 - Ativo na posição de pé, é um músculo postural ao controlar o desvio do tronco
• Músculo Íliopsoas = m. psoas menor + m. psoas menor + m. ilíaco
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 • Músculo Psoas menor: 
 Origem:
 - Laterais das vértebras T12-L1 e disco intervertebral
 Inserção:
 - Linha pectínea
 Ação:
 - Flexão da coxa na articulação do quadril e estabilização dessa articulação
Região anterior da coxa
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Região anterior da coxa
 • Músculo Ilíaco: 
 Origem:
 - Fossa ilíaca, crista ilíaca, asa do sacro e ligamentos sacroilíacos anteriores
 Inserção:
 - Trocanter menor do fêmur e corpo do fêmur
 Ação:
 - Flexão da coxa na articulação do quadril e estabilização dessa articulação
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Região anterior da coxa
• Músculo Quadríceps femoral = m. Vasto lateral+ m. Vasto intermédio + m. Vasto medial + m. Reto femoral
 • Músculo vasto lateral: 
 Origem:
 - Trocanter maior e lábio lateral da linha áspera do fêmur
 • Músculo vasto intermédio:
 Origem:
 - Faces lateral e anterior do corpo do fêmur
 • Músculo vasto medial:
 Origem:
 - Linha intertrocantérica e lábio medial da linha áspera do fêmur
Medial
Intermédio
Lateral
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Região anterior da coxa
 • Músculo reto femoral: 
 Origem:
 - EIAI e ílio superior ao acetábulo
 Inserção do m. quadríceps femoral:
 - Base patelar e à tuberosidade da tíbia através do ligamento patelar
 Ação do m. quadríceps femoral:
 - Extensão da perna na articulação do joelho
 - Estabilização da articulação do quadril e auxílio ao m. ilíopsoas na flexão da coxa, por parte do m. reto femoral
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Região anterior da coxa
 • Músculo Sartório: 
 Origem:
 - EIAS e parte superior da incisura esquiática maior
 Inserção:
 - Parte superior da face medial da tíbia
 Ação:
 - Na posição de cócoras: Flexão, abdução e rotação lateral da coxa na articulação do quadril e flexão da perna na articulação do joelho
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Região anterior da coxa
 • Músculo pectíneo: 
 Origem:
 - Ramo superior do púbis
 Inserção:
 - Linha pectínea
 Ação:
 - Adução, flexão e rotação medial da coxa
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Região medial da coxa
 • Músculo adutor magno: 
 Origem:
 - Ramo inferior do osso púbis e ramo do ísquio (fração adutora)
 Inserção:
 - Tuberosidade glútea, linha áspera medial e linha supracondilar (fração adutora)
 Ação:
 - Adução da coxa
 - Flexão da coxa pela sua fração adutora
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Região medial da coxa
 • Músculo adutor longo: 
 Origem:
 - Corpo do púbis, abaixo da crista púbica
 Inserção:
 - Terço médio da linha áspera do fêmur
 Ação:
 - Adução da coxa
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Região medial da coxa
 • Músculo adutor curto: 
 Origem:
 - Corpo e ramo inferior do púbis
 Inserção:
 - Linha pectínea e parte proximal da linha áspera do fêmur
 Ação:
 - Adução da coxa e flexão em alguns graus
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Região medial da coxa
 • Músculo obturador externo: 
 Origem:
 - Bordas do forame obturatório e membrana obturatória
 Inserção:
 - Fossa trocantérica do fêmur
 Ação:
 - Rotação lateral da coxa
 - Estabilização da cabeça do fêmur no acetábulo
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Região medial da coxa
 • Músculo grácil: 
 Origem:
 - Corpo e ramo inferior do púbis
 Inserção:
 - Parte superior da face medial da tíbia
 Ação:
 - Sinergista da adução da coxa, levando a flexão do joelho e giro medial da perna quando o joelho está fletido
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Região posterior superficial da perna
• Músculo gastrocnêmio:
 • Cabeça lateral (CL) e cabeça medial (CM): 
 Origem:
 CL: Face lateral do côndilo lateral do fêmur
 CM: Face poplítea do fêmur
 Inserção:
 CL/CM: Face posterior do calcâneo através do tendão calcâneo
 Ação:
 CL/CM: Elevação do calcanhar durante a marcha e flexão da articulação do joelho. Realiza flexão plantar do tornozelo
Lateral
Medial
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Região posterior superficial da perna
 • Músculo sóleo: 
 Origem:
 - Face posterior da cabeça da fíbula, quarto superior face posterior da fíbula, linha do músculo sóleo e borda medial da tíbia
 Inserção:
 - Face posterior do calcâneo através do tendão calcâneo
 Ação:
 - Atuação conjunta com o gastrocnêmio na flexão plantar do tornozelo, mas não atua na articulação do joelho
 - Manutenção da postura através do equilíbrio da perna sobre o pé
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Região posterior superficial da perna
 • Músculo plantar: 
 Origem:
 - Extremidade inferior da linha supracondilar
lateral do fêmur e ligamento poplíteo oblíquo
 Inserção:
 - Face posterior do calcâneo através do tendão calcâneo
 Ação:
 - Atuação conjunta com o gastrocnêmio, mas é insignificante como flexor do joelho ou flexor plantar do tornozelo
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Explicando o desvio da fratura devido às ações musculares
• Desvio da fratura:
 Ocorre tipicamente o deslocamento posterior do fragmento distal, com consequente encurtamento do fêmur, sob ação muscular. 
 O encurtamento se explica principalmente pela ação do m. quadríceps femoral e do m. sartório, que, tem realizam o desvio superior da fratura.
 O desvio posterior se deve a ação póstero-inferior do m. gastrocnêmio e do m. plantar, quando presente 
 
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Ação muscular no desvio de uma fratura proximal ou diafisária
• Em casos de fratura proximal ou diafisária
 Na fratura proximal, a ação da musculatura glútea (A) que se insere no trocanter maior realizará a abdução do fragmento após fratura subtrocantérica. Também pode ocorrer flexão e rotação externa devido à ação do músculo íliopsoas (B) inserido no trocanter menor.
 Na fratura diafisária, o fragmento proximal teria ação similar a descrita anteriomente. Já o fragmento distal não sofreria tanto deslocamento devido às forças ações opostas do m. gastrocnêmio (D) e dos m. adutores (C) (principalmente o m. adutor magno). Além disso, o desvio medial do fragmento distal é contraposto pela resistência oferecida pela fáscia lata (E) 
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Referências bibliográficas
Moore, KL; Dalley II, AF. Anatomia Orientada para Clínica. 5ª Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. Cap. 5 Membro Inferior. p.545-547; 550-552; 560-565; 597-598.
Netter; CD Atlas de Anatomia.
Bucholz, RW., Heckamn, JD. Lippincott Williams & Wilkins, 2001. Rockwood & Green’s Fractures in Adults, 5th Ed. Part of “41 – Fractures Of The Shaft Of the Femur” – Surgical Anatomy. P. 1686
Bucholz, RW., Heckamn, JD. Lippincott Williams & Wilkins, 2001. Rockwood & Green’s Fractures in Adults, 5th Ed. Part of “42 – Fractures Of the Distal Femur” – Mechanism Of Injury. P.1733