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Disciplina Gestão de Operações Logística II 8ª Edição Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores. Créditos desta disciplina Realização Autor Prof. José Carlos Lázaro da Silva Filho Colaborador Prof. José Carlos Lázaro da Silva Filho / Josimar Souza Costa /Leonardo Gurgel Pitombeira / Marcílio Correia /Roberto Ednísio Vasconcelos Rocha / Valquiria Melo de Souza Correia. Sumário Aula 01: Introdução às Operações e à Natureza dos Serviços .............................................................. 01 Tópico 01: Conceitos sobre Serviço ....................................................................................................... 01 Tópico 02: Operações de Serviços: Atividades e Valor ......................................................................... 07 Tópico 03: Estratégia de Operações em Serviço ................................................................................... 09 Tópico 04: Tecnologia de Informações em Serviços ............................................................................. 12 Aula 02: Projeto e organização do posto de trabalho de Operações de Serviços ................................ 15 Tópico 01: Projeto de Trabalho: (Ergonomia e Método de Trabalho) ................................................... 15 Tópico 02: Projeto de Trabalho Método de Trabalho ............................................................................ 20 Tópico 03: Leiaute (Arranjo Físico de Operações) ................................................................................ 24 Aula 03: Gestão de filas e Gestão da Capacidade e da demanda ......................................................... 38 Tópico 01: As Filas ................................................................................................................................ 38 Tópico 02: Aspectos dos sistemas de filas ............................................................................................. 43 Tópico 03: Gestão da Capacidade e Demanda....................................................................................... 47 Tópico 04: Modelos de fila e Planejamento de Capacidade .................................................................. 51 Aula 04: Planejamento e Gestão Estratégica da Rede de Operações ................................................... 53 Tópico 01: Evolução da cadeia de suprimentos ..................................................................................... 53 Tópico 02: Gestão do Relacionamento com cliente e fornecedores ...................................................... 62 Tópico 03: Planejamento de Operações ................................................................................................. 66 Tópico 04: Decisões de Projeto da Rede ................................................................................................ 70 Aula 05: Melhoria Operacional e Qualidade em Serviços .................................................................... 73 Tópico 01: Introdução a Melhoria Operacional em Serviços ................................................................ 73 Tópico 02: Técnicas Conceituais de Melhoria ....................................................................................... 79 Tópico 03: Falhas :Prevenção e Recuperação ........................................................................................ 85 Tópico 04: Gerenciamento da Qualidade Total (TQM) ......................................................................... 92 Gestão e Operações Logística II Aula 01: Introdução às Operações e à Natureza dos Serviços Tópico 01: Conceitos sobre Serviço Serviços na Economia Atual VERSÃO TEXTUAL Atualmente, as organizações buscam adquirir serviços a custos menores que o da execução com recursos próprios. Entretanto, pouco se escreve sobre a logística de serviços, ao passo que se constata que instituições financeiras, por exemplo, podem gastar significativamente quantias recebendo, armazenando, selecionando e transportando cheques e valores pelo País. Conforme a Figura 1 podemos ver diferentes tipos de serviços em áreas diversas da economia FIGURA 1: TIPOS DE SERVIÇOS EM ÁREAS DIVERSAS DA ECONOMIA Fonte: GUINLE; QUINN 1988 Apud FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010.p.27 Dessa forma, estratégias similares as das empresas manufatureiras podem ser adotadas para otimizar a gestão das empresas prestadoras de serviços. Assim, as atividades de serviços exercem um papel importante no desempenho de outros setores da economia, principalmente o industrial. Este papel pode ser apontado em três categorias: 1 Categoria 1 Como diferencial competitivo - as atividades de serviços prestados ao cliente (como projeto, crédito, distribuição e assistência técnica); Categoria 2 Como suporte às atividades de manufatura - muitas das funções dentro das empresas de manufatura são, na verdade, operações de serviços (como recursos humanos, manutenção, processamento de dados, entre outros); Categoria 3 Como geradores de lucro - muitas atividades de serviços de empresas de manufatura podem desenvolver-se a um ponto tal que ultrapassem a mera função de apoio, passando a constituir "centros de lucro" dentro das empresas. A importância das atividades de serviços pode ser ainda demonstrada pela: • 1. posição que ocupam na economia, seja através da participação no Produto Interno Bruto; • 2. geração de empregos e renda; e • 3. análise das tendências e transformações que a economia mundial está experimentando. No Brasil, as estatísticas não se mostram diferentes da tendência apresentada no mundo industrializado. Em termos de ocupação de mão de obra, o setor de serviços vem aumentando sua participação nas últimas décadas, como mostra os gráfico 1 e 2, que está representada a participação percentual nos setores da economia, conforme usado pelos autores. Fonte: ROCHA, 1997. 2 Fonte: IPEA, IBGE e Banco Central do Brasil, 2001. Dessa maneira, alguns fatores que propiciam o aumento da demanda por serviços são: VERSÃO TEXTUAL • Desejo dos cidadãos de uma melhor qualidade de vida; • Processo de urbanização da população, tornando necessários alguns serviços (como segurança, por exemplo); • Desenvolvimento demográficos que naturalmente aumentam a quantidade de crianças e/ou idosos; • Mudanças socioeconômicas e culturais, como o crescimento da participação da mulher no trabalho remunerado; • Qualificação da demanda dos cidadãos, levando a necessidades mais amplas de serviços; • Avanço tecnológico (como o relacionado com avanço dos computadores e das telecomunicações) proporciona a possibilidade de maior qualidade dos serviços, ou mesmo criando serviços completamente novos. Definição de Serviço “É uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos intangível que normalmente, mas não necessariamente, ocorre em interações entre consumidores e empregados de serviços e/ou recursos físicos ou bens e/ ou sistemas de fornecedor do serviço, que são oferecidos como soluções para os problemas do consumidor "(GROSS,1990, p.27). Conforme Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010) na gestão de operações nem sempre é fácil diferenciar Produto de Serviço, pois a compra de um produto é sempre acompanhada por um serviço (como em um supermercado) e muitas vezes um serviço inclui uma mercadoria (como em um restaurante). Assim os autores veem uma necessidade de verificar o foco da operação buscando identificar se os bens ou o serviço são os elementos centrais. Uma questão central na prestação de serviço é a compreensão que o cliente pode ser parte ativa do processo. Usualmente seidentifica quatro questões chaves da operação de serviço. 3 Simultaneidade O serviço é “consumido” simultaneamente a sua criação, não podem ser estocados; Perecebilidade O serviço é uma “mercadoria perecível”, isto é se esgota em um tempo específico. A demanda tem uma característica temporal forte, relacionada com o tempo de interação do cliente/cidadão com sua necessidade. De que adianta um leito de hospital vazio quando não há ninguém doente. Por outro lado isto é administrável (através de informações de demanda e técnicas como gestão de filas). Intangibilidade Em um grau diverso a percepção do serviço é subjetiva, isto é está ligada a ideias e conceitos. Heterogeneidade Além de existir uma gama diversa de possíveis serviços ela varia mais ainda na dependência de como é a demanda de cada cliente/cidadão. Podemos pensar como exemplo desta heterogeneidade tanto em um serviço de um salão de beleza quanto em um Hospital. Um último aspecto que dá ênfase a estas quatro questões é a ausência de propriedade dos serviços. Este é aspecto interessante sobretudo na definição de rubricas em liberação de verbas. Classificação de Serviços Há diversas possibilidades de classificação de um serviço. Assim diferentes autores propuseram algumas matrizes onde temos na horizontal uma variável e na vertical outra variável. Uma das possíveis classificações dos serviços divide-os conforme seus processos na matriz da Figura 2: FIGURA 2: CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS FRENTE A UMA MATRIZ DE PROCESSOS. Fonte: SCHMENNER, 1986 apud FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010.p.48 4 Como colocado por Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010) nessa matriz os serviços são classificados em duas dimensões que afetam significativamente o caráter do processo de fornecimentos de serviços. Ou seja, na dimensão vertical vai avaliar o grau de intensidade de trabalho, que pode ser definida como razão entre custos de mão de obra e capital. Já na dimensão horizontal mede a interação do cliente e de personalização. As figuras seguintes mostram outras classificações possíveis: FIGURA 3. NATUREZA DO ATO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO Fonte: LOVELOCK 1983 apud FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010.p.50.< FIGURA 4: RELAÇÕES COM OS CLIENTES Fonte: LOVELOCK 1983 apud FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010.p.51. FIGURA 5: CUSTOMIZAÇÃO E DISCERNIMENTO 5 Fonte: LOVELOCK 1983 apud FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010.p.51. FIGURA 6: NATUREZA DA DEMANDA PELO SERVIÇO EM RELAÇÃO A CAPACIDADE Fonte: LOVELOCK 1983 apud FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010.p.52. FIGURA 7 MÉTODO DE FORNECIMENTO DE SERVIÇO Fonte: LOVELOCK 1983 apud FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010.p. 6 Gestão e Operações Logística II Aula 01: Introdução às Operações e à Natureza dos Serviços Tópico 02: Operações de Serviços: Atividades e Valor VERSÃO TEXTUAL Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons(2010), pensar as operações nas organizações é necessário difundir conceitos de gestão estratégica de serviços a todos os gerentes dentro da empresa e, no limite, a todos os funcionários, estabelecendo um padrão coerente de decisões para que as ações, seja em que nível forem, estejam contribuindo orquestradamente para os objetivos estratégicos da organização. A preocupação de empresas de serviços tem recentemente voltado para: como gerenciar suas operações de modo a obter, manter e ampliar seu poder competitivo. Em termos de operações de serviços, a vantagem competitiva de longo prazo depende, principalmente, da qualidade do projeto do serviço e do seu processo de fornecimento. A maioria das micro e pequenas empresas brasileiras atua no comércio, mas é o setor de serviços que se está expandindo mais. O uso da terceirização pelas grandes empresas e a busca por mais qualidade de vida pelos consumidores estão gerando oportunidades de negócios. A prestação de serviços exige menos capital e investimento inicial menor que outros setores e por isso tem atraído quem tem pouco dinheiro para começar o negócio (Gazeta do Povo, 14/01/07). Para Pacheco, Bordignon (2011) uma operação de serviços é mais bem definida em termos residuais, isto é, o que ela não é em vez do que é. Formalmente, o governo dos Estados Unidos define o setor de serviços como residual, ou seja, desvinculado da agricultura ou do setor industrial. Portanto, o setor de serviços inclui a hotelaria, restaurantes e lojas de manutenção e consertos em geral; a área de entretenimento com suas salas de cinema e parques de diversões; a área da saúde com seus hospitais e consultórios médicos; o setor de serviços profissionais, que inclui áreas como engenharia, assessoria jurídica e contabilidade; os setores educacional, financeiro, imobiliário e de seguros; o comércio atacadista e varejista, e os transportes em geral. Conforme visto no tópico 1, diversas são as características dos serviços, como a intangibilidade, a impossibilidade de fazer estoque, a produção e o consumo fisicamente unidos; a entrada fácil no mercado e as influências externas. Outra característica é a entrada fácil no mercado, boa parte das operações de serviços requer muito pouco em investimento de capital, unidades operacionais ou desenvolvimento de tecnologia própria. São poucas as barreiras à entrada no mercado. Essas poucas barreiras implicam, por sua vez, que as operações de serviços devem ser muito sensíveis a ações e reações competitivas potenciais e reais. E, finalmente, as influências externas, pelas quais os serviços podem ser altamente afetados por influências externas tais como avanços tecnológicos, regulamentação governamental e aumentos de preços de energia (PACHECO, BORDIGNON, 2011). 7 As operações são divididas em dois grupos principais de tarefas: a. Gerência de linha – refere-se aos gerentes diretamente envolvidos com a entrega do serviço. b. Serviços de suporte – são aqueles que estão, com frequência, fora do alcance do cliente (os cargos mais invisíveis da empresa). Portanto, a era dos serviços está caracterizada por focalizar a entrega de benefícios aos consumidores em vez de produtos. A orientação do gerenciamento será voltada para o cliente. A garantia será a medida de eficácia. Principais decisões a tomar em operações de serviços: Tecnologia e instalações Tipo de instalação e equipamento, layout, localização, tamanho das instalações, distribuição geográfica de múltiplas instalações, grau de intensidade de mão de obra e posição em relação à utilização da capacidade. Políticas operacionais Planejamento da operação como projeções, logística, sistema de estoque, planejamento da força de trabalho, programação e gerenciamento da demanda para tempos de pico e de pouco movimento; e controle da operação como questões trabalhistas, controles contábeis, listas de verificação, sistema de infalibilidade, controle de qualidade, o que aciona a provisão do serviço e o ritmo da operação e controle da produção. Políticas operacionais Planejamento da operação como projeções, logística, sistema de estoque, planejamento da força de trabalho, programação e gerenciamento da demanda para tempos de pico e de pouco movimento; e controle da operação como questões trabalhistas, controles contábeis, listas de verificação, sistema de infalibilidade, controle de qualidade, o que aciona a provisão do serviço e o ritmo da operação e controle da produção. O conceito de serviço acrescenta uma nova dimensão (ou valor) ao produto. • A produto agrega forma, ou “valor de forma”; • O transporte e a logística agrega local; isto é o valor da disponibilidade do produto quando demandado; • O comércio agrega a posse; que conforme a promoção do produto vai ter um diferente valor de posse; • O serviço agrega o “estado”, sendo que “estado” é uma mudança no produto sem alteração nas demais características; 8 Gestão e Operações Logística II Aula 01: Introdução às Operações e à Natureza dos Serviços Tópico 03: Estratégia de Operações em Serviço A estratégia de operações éuma importante ferramenta cujo objetivo principal é o aumento da competitividade da organização e, para tal, busca organizar os recursos da empresa e conformar um padrão de decisões coerente, para que eles possam prover um composto adequado de características de desempenho que possibilite à organização competir eficazmente no futuro. A estratégia em serviços deve começar com uma visão do local e objetivo do empreendimento, seguindo pela busca da compreensão do ambiente competitivo (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2005, p. 60). Figura 8 representa esta processo. Figura 8: Elementos da Visão Estratégia de Serviços Fonte: (HESKETT; SASSER;SCHLESINGER 1997apud FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010, p. 61) EXEMPLO Por exemplo, consistência e velocidade são exemplos de objetivos de uma estratégia de operações de serviços relacionadas a fornecimento de material e logística, mas a definição de padrão de desempenho vão estar ligadas a toda a estruturação da estratégia, desde a definição da empresa até a avaliação do ambiente no qual a prestadora de serviço se encontra. A figura 9 mostra questões segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010) que devem ser avaliadas ao se formular uma visão estratégica de serviços. Figura 9: Visão da Estratégia de Serviços 9 Fonte Fitzsimmons, Fitzsimmons 2005. As áreas de decisão nas operações são aqueles conjuntos relacionados de decisões gerenciais a respeito dos recursos operacionais, ou seja, recursos humanos, tecnológicos (equipamentos) e sistemas que influenciam o desempenho do sistema de operações em relação ao atingimento de seus objetivos. EXEMPLO Exemplos de áreas de decisão são "processo/tecnologia" (que incluem decisões a respeito de equipamentos e instalações, entre outras) e "gestão de materiais" (que inclui decisões sobre estoques, políticas de relacionamento com fornecedores, entre outras). Estratégias competitivas em serviços Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010, p.63) utiliza os conceitos de Michael Porter para sustentar de forma convincente que existem três estratégias competitivas genéricas: Liderança a. Liderança global em custos: requer instalações com eficiência de escala, rígido controle de custos e das despesas gerais e, frequentemente, uma tecnologia inovadora (Fitzsimmons e Fitzsimmons, 2010, p.63). Para otimizá-la aconselha-se: • Procura por cliente de baixo custo; • Padronização de um serviço personalizado; • Redução da interação na prestação dos serviços; • Redução dos custos de rede; • Operações de serviço off-line. Diferenciação b. Diferenciação: consiste na criação de um serviço em que percebe como único. Os custos não são ignorados, porém o cliente poderá estar disposto a pagar (lealdade do cliente). Para otimizá-la aconselha-se : • Tornar tangível o intangível; • Personalização do produto-padrão; • Redução do risco percebido; • Valorização do treinamento de pessoal; 10 • Controle de qualidade. Focalização c. Focalização: se dá a partir da construção de uma ideia de satisfação de um mercado-alvo particular em que atende as necessidades específicas desse grupo de clientes. Conquistando clientes no mercado dependendo da competição e das necessidades, os clientes podem escolher um prestador de serviços usando alguns critérios: • Disponibilidade • Conveniência • Confiabilidade • Personalização • Preço • Qualidade • Reputação • Segurança • Rapidez No entanto, a sequência para a tomada de decisão no momento de compra pode ser: qualificação de uma empresa na prestação de serviços potenciais, seguida pela seleção final da empresa vencedora e por fim pela experiência com o serviço. 11 Gestão e Operações Logística II Aula 01: Introdução às Operações e à Natureza dos Serviços Tópico 04: Tecnologia de Informações em Serviços VERSÃO TEXTUAL Devido ao avanço da tecnologia da informação os resultados das organizações, é a promoção de modelos e do aumento de produtividade e agilidade com a qual as empresas conseguem entregar e promover produtos e serviços. Nesse sentido, o acesso rápido à informação alterou significativamente a dinâmica e a rotina das empresas, proporcionando novas oportunidades de negócios assim como novos desafios. Com esse quadro o mercado cada dia mais competitivo, a tecnologia da informação passa a exercer um papel importante se tornando um diferencial competitivo. Logo, investir em tecnologia de informação passou a ser uma função estratégica, que visa o aumento da produtividade e, consequentemente, leva a redução de custos operacionais. Para (LUNARDI, MAÇADA e BECKER, 2006, p. 3): Outra mudança de visão importante é que tecnologia da informação passa a adotar um posicionamento cada vez mais estratégico dentro da empresa. A tecnologia da informação vem sendo fortemente aplicada nos negócios – desde uma simples automação até seu uso estratégico. Quanto maior o envolvimento entre a tecnologia da informação e os negócios da organização, mais relevante será o impacto de uma decisão tomada com relação a um investimento realizado. Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010, p.67) a figura 10 mostra os diferentes papéis assumidos pela tecnologia da informação a fim de dar apoio à estratégia competitiva de uma empresa de serviços. Figura 10. Papeis Estratégicos das Informações em Serviço Fonte FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. J., 2010. p.67. A cadeia virtual de valor 12 O conceito de uma cadeia de valor virtual proporciona uma visão da inovação em serviços, que cria valor com a utilização da informação coletada enquanto o cliente é atendido. Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2010, p.72) “tem sido tratada como informações que sustentam elementos de agregação de valor físico, mas não como fonte de valor por si só”. Limites no uso das informações Questões tem sido levantadas sobre o limites do uso de informações em diversos tipos de serviço. • Anticompetitividade • Justiça • Invasão de privacidade • Segurança dos dados • Confiabilidade ATIVIDADE DE PORTFÓLIO A. Leitura dos Capítulos 1, 2 e 3 do Livro Administração de serviços: operações, estratégia, e tecnologia da informação. de FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. J.. 6ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. B. Discuta no Fórum as questões de Simultaneidade, Percebilidade e Intangibilidade. RESPONDA AS SEGUINTES QUESTÕES 1. Pesquise e responda qual o percentual da participação do setor de serviços na economia da cidade de seu polo. 2. Use todas as classificações disponíveis para caracterizar 5 atividades de serviço da cidade de seu polo (inclusive as públicas) . 3. Quais são as características dos serviços mais apropriadas para o fornecimento via Internet? 4. Identifique empresas de serviços que devem estar na lista das 100 Melhores Empresas para Trabalhar e comente a classificação dos serviços das 5 primeiras de serviço. REFERÊNCIAS Bibliografia Básica FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. J. Administração de serviços: operações, estratégia, e tecnologia da informação. 6ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. (A qualidade de um curso depende da Literatura Básica disponível para os alunos em sua Biblioteca. Exija uma Biblioteca em seu polo!) Bibliografia Complementar DAVIS M M; AQUILANO N J; CHASE R B. Fundamentos da administração da produção. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. 13 GRONROSS, Christian. Service Management and Marketing, Lexington Books, Lexington, Mass., 1990 MARTINS P G; LAUGENI F P. Administração da produção. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2006. ROCHA, F. COMPOSIÇÃO DO CRESCIMENTO DOS SERVIÇOS NA ECONOMIA BRASILEIRA: UMAANÁLISE DA MATRIZ INSUMO-PRODUTO — 1985/92 Texto para Discussão 522. Outubro 1997. Rio de Janeiro:IPEA. 1998 SLACK N; CHAMBERS S; JOHNSTON R. Administração da produção. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002.SIMÕES, 2010. Fontes das Imagens 14 Gestão e Operações Logística II Aula 02: Projeto e organização do posto de trabalho de Operações de Serviços Tópico 01: Projeto de Trabalho: (Ergonomia e Método de Trabalho)Ergonomia Seja qual for o trabalho, sempre implicará pessoas interagindo com recursos físicos. A forma como ocorrem essas interações pode tornar o trabalho simples ou impossível de realizar. Pode trazer consequências imediatas para a saúde e bem-estar dos indivíduos que executam o trabalho ou suas consequências podem manifestar-se ao longo do tempo, restringindo-lhes as capacidades ou mesmo o tempo de vida. As interações entre o indivíduo e o ambiente físico na realização do trabalho deverão merecer atenção especial (se não fundamental) do projeto do trabalho. Disso trata a ergonomia. De acordo com a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a ergonomia é definida como: "uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e os outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema". Particularmente, no que concerne ao projeto do trabalho, a ergonomia busca a aplicação dos conhecimentos científicos, concebendo • os dispositivos, • o equipamento e • o ambiente de forma a obter o uso mais produtivo das capacidades dos indivíduos, mantendo-lhes a saúde e o bem-estar. O trabalho deverá ajustar-se à pessoa em todos os aspectos, respeitando suas características e limitações relativas: • à anatomia, • à fisiologia e • à psicologia. Anatomia 15 Do ponto de vista do projeto do trabalho, a anatomia diz respeito à adaptação das coisas às pessoas que as usam no trabalho. As máquinas, o equipamento, os dispositivos e mesmo uma simples ferramenta manual deverão ser projetados, levando em conta as dimensões do corpo humano, garantindo que as posturas, os movimentos e as forças exigidas durante a operação respeitem as limitações do indivíduo. A tarefa de adaptação anatômica não deve ser subestimada - não é simples, considerando a grande variedade de tamanho dos seres humanos existente na população. • A ciência da antropometria fornece dados sobre as dimensões do corpo humano, em várias posturas. A biomecânica considera a operação dos músculos e membros e garante que as posturas do trabalho são benéficas e que forças excessivas sejam evitadas. EXEMPLO DE QUESTÕES DA ANATOMIA NO PROJETO DE TRABALHO Para entender o âmbito da anatomia no projeto do trabalho, considere um posto de trabalho para digitação (entrada de dados num computador): Qual seria a melhor posição para o trabalho, em pé ou sentado? Qual deveria ser a altura da mesa? E da cadeira? E do teclado? A cadeira deveria ter altura ajustável? Deveria haver apoio para os pés? Como deveria ser a conformação do assento? E do encosto? A inclinação do monitor deveria ser ajustável? A que distância deveria estar do digitador? O teclado deveria ser ajustável? 16 Segundo Correa e Correa (2006), essas são algumas das perguntas que devem ser respondidas, com apoio da anatomia, para a execução do projeto. O leitor pode imaginar outros postos de trabalho, talvez mais complexos, e as decisões relativas à anatomia neles envolvidas. Fisiologia A fisiologia, por sua vez, trata das exigências de energia requeridas por um trabalho e o estabelecimento de padrões aceitáveis para as cargas (esforços do corpo ou membros), cadências aceitáveis (velocidades de execução) e períodos de repouso necessários (periódicos, entre tarefas). A fisiologia trata ainda dos impactos das condições físicas ambientais do trabalho sobre • a segurança, • a saúde, • o conforto e • o bem-estar dos trabalhadores. São fatores fisiológicos que deverão ser considerados no projeto. • temperatura ambiente, • umidade, • ruídos, • vibrações e • iluminação. EXEMPLO DE QUESTÕES DA FISIOLOGIA NO PROJETO DE TRABALHO Vejamos algumas das questões referentes à fisiologia que deveriam ser respondidas para o projeto do posto de trabalho de digitação anteriormente comentado: Quantos toques (pressionamento de teclas) poderiam ser esperados do digitador por hora? Deveriam ser previstos períodos de descanso? A cada quantas horas? Quanto tempo de descanso? Qual deveria ser a jornada diária? Que nível de iluminação deveria ter o ambiente? 17 A iluminação deveria ser geral, ou direta sobre o posto de trabalho? Qual deveria ser o ângulo da iluminação em relação ao monitor? Qual deveria ser a temperatura ambiente? E a umidade? E o nível de ruído? O leitor pode imaginar outros postos, com outros tipos de trabalho, que requeiram esforços de levantamento e transporte de carga, mesmo que leves, e propor questões que deveriam ser respondidas para a elaboração do projeto. Considere agora que trabalhos diferentes requerem níveis diferentes de atenção, de processamento de informação e de tomada de decisão. EXEMPLO O trabalho poderá, por exemplo, exigir do operador o fornecimento de informações ao equipamento, como o ajuste da temperatura para fritar batatinhas em um restaurante fast food, ou do plano de voo no computador de uma aeronave. O equipamento, por sua vez, pode também fornecer informações para o operador como, por exemplo, uma lâmpada de advertência acesa, indicando a um motorista de ônibus o superaquecimento do motor, um alarme sonoro, indicando que as batatinhas já estão no ponto, ou uma mensagem no monitor indicando os dados do cliente num call-center. Psicologia - Cognição São interações entre máquinas e pessoas que envolvem fatores psicológicos relacionados à capacidade do ser humano em sentir e processar informações, e, a partir delas, tomar decisões. Alguns autores têm relacionado essas interações no termo ergonomia cognitiva. EXEMPLO DE QUESTÕES DAS INTERAÇÕES COGNITIVAS NO PROJETO DE TRABALHO No projeto do trabalho as decisões sobre essas interações cognitivas deverão ser tomadas a partir de respostas a questões do tipo: • Que informações o operador deverá fornecer? • Como deverão ser fornecidas? Em que sequência? • O operador terá a capacidade de memorizar as informações ou estas deverão estar disponíveis em listas acessíveis? • Que informações o operador obterá do equipamento? • Como essas informações serão obtidas? Instrumento digital? • Uma mensagem na tela? Uma lâmpada acesa? Um sinal sonoro? • Qual, melhor posição para o ponteiro no medidor? • Qual o tamanho da lâmpada? Onde ela deve ser colocada? • Qual a intensidade do sinal sonoro? • Quantas informações o operador deverá obter? • Ele terá capacidade de memorizá-las? De processá-las? • Qual a reação esperada do operador? 18 • Em que condições a reação poderá ser diferente da esperada? Padrões Ergonométricos Normalmente, os parâmetros mínimos da ergonomia dos ambientes de trabalho são regidos por legislação apoiada em normas técnicas e sujeitos à fiscalização dos órgãos do trabalho. No Brasil, a Norma Regulamentadora NR17 do Ministério do Trabalho e Emprego estabelece esses parâmetros Norma Regulamentadora NR17 [1]. Evidentemente, os padrões estabelecidos pela legislação deverão ser sempre atendidos. O gestor de operação deverá ter em mente, no entanto, que o atendimento ao mínimo exigido não é garantia de um bom projeto ergonômico. DICAS A literatura sobre o tema é farta e, as entidades que se dedicam à ergonomia são várias em todo o mundo. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Ergonomia (Abergo) pode ser consultada em seu site : Abergo [2] . Outros exemplos são: Ergonomics Society [3] The International Ergonomic Association [4] Human Factors and Ergonomics Society [5]. 19 Gestão e Operações Logística II Aula 02: Projeto e organização do posto de trabalho de Operações de Serviços Tópico 02: Projeto de Trabalho Método de Trabalho Método de trabalho O método de trabalho focaliza como um trabalho é realizado. Seja uma operação em uma cozinha industrial, o atendimento num call-center, ou o check-in num hotel, os métodos escolhidos para a realização das várias atividades terão impactos sobre o desempenho(qualidade, velocidade e outros) e a segurança. Algumas ferramentas de análise, além dos conhecimentos de ergonomia, ajudarão os profissionais da área na definição do melhor método. Na gestão de operações de serviços se usa uma abordagem estratégica, em que o melhor método seria aquele que melhor compatibilizasse os trade-offs entre os vários critérios de desempenho, privilegiando aqueles priorizados pela análise estratégica . Algumas das ferramentas de análise utilizadas são: • diagramas de fluxo; • cartas de processo; • cartas de atividades; • cartas de operação. Diagramas de fluxo São diagramas utilizados para o estudo do movimento de pessoas e de materiais. São utilizados para a descrição dos fluxos e para a análise de melhoramentos. A Figura 2.1 mostra os diagramas de fluxo em duas situações; antes e depois dos melhoramentos adotados. Figura 2.1 Exemplos de diagrama de Fluxo Cartas de Processo São cartas que descrevem os processos por símbolos indicativos das atividades realizadas, como num fluxograma. A indicação das distâncias 20 percorridas entre as atividades e os tempos de demora entre elas ajudam a análise e completam as informações dos diagramas de fluxo. A Figura 2.1 mostra a carta de processo para o diagrama de fluxo da Figura 2.1 (b). Figura 2.2 Exemplo de carta de processo Cartas de Atividades São cartas usadas para o estudo e o melhoramento da • Utilização de operador e recursos, • combinações de operadores (equipe) e • combinações de equipes e recursos. A Figura 2.3 mostra uma carta de atividades típica de uma operação de serviço, sendo inicialmente proposta para o trabalho de coletar e servir um pedido um restaurante fast food. As várias etapas ou tarefas são descritas ao lado de escalas de tempo para facilitar a análise. Note que, aqui, parte do trabalho é realizada pelo cliente em escolher entre as várias opções, fazer o pedido, preencher o cheque etc. 21 Figura 2.3. Exemplo de carta da atividade Note ainda que, em várias etapas, ou o cliente espera, ou quem espera é o atendente, resultando num aproveitamento do tempo do cliente em 39% e do atendente em 61 %, com um tempo total de atendimento de 90 segundos. REFLEXÃO Reflexão para discussão em fórum: O que o aluno sugere para melhorar o aproveitamento do atendente (resultando num tempo menor de atendimento total), se fosse o responsável pelos métodos? As percepções do cliente poderiam ser afetadas pelo método adotado? Que critérios de desempenho você considera que deveriam ser incluídos na análise? Somente a eficiência de custos para a operação? Evidentemente que nem todos os trabalhos mereceriam análises desse tipo. Caberá ao gestor decidir qual o nível do detalhamento. Normalmente, trabalhos repetitivos, como um caixa de banco ou operações de linha de montagem, por exemplo, deverão ter seus métodos bem estudados para uma otimização dos trade-offs envolvidos. Mas deve-se ter muita atenção, mesmo em eventos não repetitivos, quando a relevância e otimização da operação (e sua dependência de tempo) o detalhamento dos métodos tem um grande valor, sobretudo quando diferentes equipes podem ser chamadas a esta atividade, como em caso de emergência como o resgate do corpo de bombeiros, os procedimentos cirúrgicos, por exemplo. Carta de Operação São cartas utilizadas principalmente em postos fixos de trabalho para uma análise quantitativa crítica dos movimentos das mãos. A figura 2.4 mostra um 22 exemplo de carta de operações para as duas mãos num trabalho de montagem em bancada (uma operação industrial típica) . Figura 2.4 Exemplo de carta de operações. 23 Gestão e Operações Logística II Aula 02: Projeto e organização do posto de trabalho de Operações de Serviços Tópico 03: Leiaute (Arranjo Físico de Operações) O que é arranjo físico? Fonte [6] O arranjo físico de uma operação é a maneira segundo a qual se encontram dispostos fisicamente os recursos que ocupam espaço dentro da instalação de uma operação. Esses recursos podem incluir uma escrivaninha, um centro de trabalho, um escritório, uma pessoa, uma máquina, um departamento ou outros. Decisões sobre arranjo físico (também chamado layout na literatura de língua inglesa, ou leiaute no neologismo em português) não são tomadas exclusivamente quando se projeta uma nova instalação, mas dadas as implicações que o arranjo físico pode ter no próprio desempenho da operação, as decisões devem ser reavaliadas e eventualmente refeitas sempre que: um novo recurso "consumidor de espaço" é acrescentado ou retirado ou se decide pela modificação de sua localização; há uma expansão ou redução de área da instalação; ocorre uma mudança relevante de procedimento ou de fluxos físicos; ocorre uma mudança substancial dos mix relativos de produtos que afetem substancialmente os fluxos; ou ocorre uma mudança substancial na estratégia competitiva da operação (por exemplo, a operação enfatizando menos a produção de produtos com custo baixo, passando a enfatizar customização) . 24 O objetivo primordial das decisões sobre arranjo físico é, acima de tudo, apoiar a estratégia competitiva da operação, significando isso que deve haver um alinhamento entre as características do arranjo físico escolhido e as prioridades competitivas da organização. A exemplo de outras áreas de decisão em operações, não há um tipo de arranjo físico que permita a operação ter excelente desempenho em todos os critérios de desempenho simultaneamente. Uma coisa, entretanto, é fato: a decisão de arranjo físico é capaz de afetar os níveis de eficiência e eficácia das operações. AGREGANDO VALOR ATRAVÉS DO ARRANJO FÍSICO Pode-se dizer que, dentro dos limites estabelecidos pela estratégia competitiva da operação, um bom projeto de arranjo físico pode visar tanto eliminar atividades que não agreguem valor, como enfatizar atividades que agreguem: minimizar os custos de manuseio e movimentação interna de materiais; utilizar o espaço físico disponível de forma eficiente; apoiar o uso eficiente da mão de obra, evitando que esta se movimente desnecessariamente; facilitar comunicação entre as pessoas envolvidas na operação, quando adequado; reduzir tempos de ciclo dentro da operação, garantindo fluxos mais linearizados, sempre possível e coerente com a estratégia; facilitar a entrada, saída e movimentação dos fluxos de pessoas e de materiais; incorporar medidas de qualidade (por exemplo, respeitando distâncias entre setores que façam produtos que possam ser contaminados um pelo outro) e atender a exigências legais de segurança no trabalho (por exemplo, mantendo isolados setores que possam necessitar de proteção especial do trabalhador); facilitar manutenção dos recursos, garantindo fácil acesso; facilitar acesso visual às operações, quando adequado; encorajar determinados fluxos (por exemplo, os arranjos físicos de alguns supermercados podem induzir fluxos de clientes de forma a aumentar a exposição dos produtos a eles); 25 auxiliar na criação de determinadas percepções nos clientes (os arranjos físicos de alguns restaurantes favorecem que o cliente "participe" ou acompanhe o preparo de seus pratos). Por que a análise de Arranjo Físico? A decisão de arranjo físico é uma parte importante da estratégia da operação. Um projeto bem elaborado de arranjo físico será capaz de refletir e alavancar desempenhos competitivos desejáveis. Há, por exemplo, tipos de arranjo físico que favorecem a flexibilidade das operações, os fluxos múltiplos, a customização; já há outros que favorecem a eficiência dos fluxos e do uso dos recursos. Como muitas das decisões em operações, em determinadas situações pode haver trade-offs (conflitos) entre a obtenção de flexibilidade e eficiência, por exemplo, utilizando um projeto só de arranjo físico. Daí resulta a necessidade de subordinar a decisão de arranjo físico à estratégia competitiva da operação. Tipos de arranjofísico Há, basicamente, três tipos básicos de arranjo físico que têm características bastante específicas e apresentam diferentes potenciais de contribuírem e até alavancarem diferentes desempenhos em distintos critérios de desempenho. Há certo conflito de características entre eles e são os chamados arranjos clássicos: Há também outros tipos de arranjo físico, ditos híbridos ou mistos, que procuram, de certa forma, aliar características de dois ou mais arranjos básicos. O mais usual deles é o arranjo: • por processo; • por produto; • posicional. Estes quatro tipos de arranjo físico são agora discutidos. Arranjo Físico por Processo (também chamado de funcional) A lógica desse tipo de arranjo é a de agrupar recursos com função ou processo similar. EXEMPLOS • numa planta fabril com arranjo funcional, os tornos ficam todos agrupados na "tornearia", as furadeiras ficam agrupadas no "setor de furação", e assim por diante; • numa loja de departamentos com arranjo por processo, a organização de seus departamentos é feita em "roupas femininas", "roupas masculinas", "sapatos" etc.; • num supermercado com arranjo por processo, os produtos são também, em geral, agrupados de acordo com sua função: "material de limpeza", "congelados", "alimentos" etc.; • num hospital com arranjo funcional, os setores são organizados pela especialidade ou função: "setor de radiologia", "setor de ortopedia", "setor de análises clínicas" etc. 26 Veja a Figura 2.5 para uma ilustração de arranjos físicos funcionais para acomodar (a) fluxos de materiais e (b) fluxos de clientes. O arranjo físico funcional é, em geral, usado quando os fluxos que passam pelos setores são muito variados e ocorrem intermitentemente. Observe que, embora na Figura 2.5 apenas dois fluxos possíveis estejam representados, fica claro que as possibilidades de este tipo de arranjo físico lidar com diferentes roteiros para os fluxos são enormes. Clique aqui. Isso é o que faz esse tipo de arranjo físico ser considerado bastante flexível. Por outro lado, também é fácil imaginar que esse tipo de arranjo, quando os fluxos começam a ficar intensos, faz com que os fluxos se cruzem, acarretando piora na eficiência e aumento no tempo de atravessamento de fluxos. Esse é um trade-off presente nesse tipo de arranjo: privilegia a flexibilidade dos fluxos (permite, por exemplo, que independentemente da preferência ou necessidade do cliente de percorrer diferentes trajetos, mais longos ou mais curtos, todos possam ser acomodados) à custa da eficiência: observe as distâncias percorridas como tendem a ser longas, com movimentações, a rigor, desnecessárias: OBSERVAÇÃO • entre diferentes máquinas na ferramentaria (Figura 2.5, letra a) e • entre diferentes gôndolas no supermercado (Figura 2.5, letra b). VERSÃO TEXTUAL O desafio nas decisões sobre arranjo físico funcional, ou por processo, é procurar arranjar a posição relativa e as áreas de cada setor, de forma a aproximar setores que tenham fluxo intenso entre si, para evitar deslocamentos desnecessários, de maneira a encaixar adequadamente o posicionamento e as áreas resultantes na área total disponível, respeitando uma série de restrições que possa haver, de proximidade ou distância entre setores, devido a motivos tecnológicos ou outros. 27 Você logo nota que a resolução do problema de definir um arranjo físico funcional pode tornar-se bastante complexa, com múltiplos objetivos a atingir, sujeita a muitas restrições. Arranjos físicos funcionais são bastante comuns de ser encontrados e, de acordo com as características listadas, adaptam-se melhor a operações que lidam com grande variedade de produtos, com os resultantes múltiplos roteiros que os fluxos processados podem percorrer. As fases do processo de agregação de valor são desconexas entre si. Saindo de um processo, o fluxo pode, numa situação de arranjo funcional puro, ir a qualquer outro. Método SLP (SYSTEMATIC LAYOUT PLANNING) para arranjo por processo Nos anos 50, R. Muther (1961) propôs um método sistemático de análise e projeto de arranjo físico funcional que se tornou bastante popular, chamado método SLP. Embora o método não contemple tendências modernas como o arranjo físico celular, pode ser útil em determinadas situações, principalmente quando se desenha o arranjo físico de operações que processam clientes. O SLP desenvolve-se em etapas (Schonberger e Knodd Jr., 1994 citado por Correa e Correa, 2006): Clique aqui. CLIQUE AQUI Aplicando o SLP Os passos da Figura 2.6 serão usados para ilustrar um exemplo de definição de arranjo físico funcional de um centro de distribuição, no qual cinco atividades devem ser alocadas em determinado espaço, cada uma das cinco atividades tem os requisitos de espaço conforme a Figura 2.7. Clique aqui CLIQUE AQUI 28 SLP, Passo 1, Análise de fluxos Os fluxos de materiais de e para os vários departamentos são então explicitados e analisados num diagrama de-para (Figura 2.8a). Os totais de fluxos entre setores - somando-se os fluxos em ambas direções -, são os calculados e aparecem na Figura 2.8b. A partir de então, com base nos fluxos, estabelecem-se as prioridades para proximidade entre setores (última coluna da Figura 2.8b), levando em conta os critérios de Muther (1961), que relacionam as prioridades com valores a serem usados nas etapas subsequentes a seguir: Critérios de Muther (1961 apud Correa e Correa, 2006) para definição de prioridade de proximidade: A - Proximidade absolutamente necessária, valor 4; E - Proximidade especialmente necessária, valor 3; I - Proximidade importante, valor 2; O - Proximidade regular, valor 1; U - Proximidade não importante, valor 0; X - Proximidade indesejável, valor -1. SLP, Passo 2, Análise e inclusão de fatores qualitativos Levando em conta uma avaliação de prioridades para proximidade entre setores. Faz-se isso utilizando um diagrama de relacionamento de atividades (que inclui os fatores quantificados de fluxo tratados acima e outros). A Figura 2.9 ilustra um diagrama de relacionamento para o centro de distribuição analisado. 29 SLP, Passo 3, Avaliação dos dados e arranjo das áreas de trabalho Com base nos resultados do Passo 2, é elaborado um diagrama de arranjo de atividades, conforme mostra a Figura 2.10a. Graficamente, representa-se a relação entre os setores com uma linha de ligação para representar o valor 1 (critérios de Muther), duas linhas de ligação para representar o valor 2, e assim por diante. Sugere-se que primeiro os setores que tenham em suas relações outros setores o maior valor somado sejam os primeiros a serem desenhados, no centro do diagrama. No caso de nosso centro de distribuição, os setores 1 - programação de materiais - e 4 - recebimento e despacho - são aqueles cujo valor total (13) é máximo. Evidentemente, a ideia é deixar os setores com maior número de linhas de ligação mais próximos entre si. SLP, Passo 4, Determinação de um plano de arranjo de espaços Este passo é similar ao anterior, com a diferença de que as áreas, agora são levadas em conta na representação, com retângulos proporcionais às áreas requeridas representando cada setor. A Figura 2.10b ilustra o diagrama de relações de espaços. SLP, Passo 5, Ajuste do arranjo no espaço disponível Neste ponto do método SLP, tenta-se, a partir das análises anteriores, acomodar da melhor forma possível os setores, respeitando suas áreas e as prioridades de proximidade, na área disponível. A Figura 2.11 mostra o que poderia ser um resultado do passo 5, para nosso centro de distribuição. 30 Arranjo físico por produto (ou em linha) O segundo tipo de arranjo físico tratado aqui é o arranjo por produto ou em linha. Chama-se "por produto", porque a lógica usada para arranjar a posição relativa dos recursos é a sequência de etapas do processo de agregação de valor. Evidentemente, só valerá a pena arranjar os recursos segundo a sequência de etapasde um processo se ela é percorrida por um grande volume de fluxo. Ou seja, o arranjo físico por produto é mais adequado a operações que processam grandes volumes de fluxo que percorrem uma sequência muito similar: empresas que produzem um ou poucos produtos em altos volumes, ou que atendam a grandes volumes de clientes que passam por uma sequência comum de etapas no processo de atendimento. EXEMPLOS Exemplos também são abundantes geralmente em operações industriais: linhas de montagem de veículos, aparelhos eletrônicos, como VCRs, impressoras, televisores, indústrias de processo, como as indústrias químicas e petroquímicas, de papel, de aço, entre numerosas outras. EXEMPLOS Um típico exemplo de um serviço em linha é o de um restaurante ou cantina coletiva (como um restaurante universitário). É comum que operações que produzam altos volumes de um ou poucos produtos estejam na verdade produzindo matérias-primas, muitas vezes produtos sem diferenciação de marca (aço, alumínio, papel, vidro plano, entre outros). 31 Produtos sem diferenciação são às vezes chamados commodities e pela não diferenciação de especificação ou marca encontram no preço seu principal fator de concorrência, o que faz com que os níveis de custos internos operacionais tenham de ser baixos para que os níveis desejados de margens aconteçam. Isso, de certa forma, é coerente com os arranjos físicos em linha (ou por produto), porque esse é o arranjo cujo fluxo ocorre com eficiência máxima. EXEMPLOS Numa linha de montagem, as unidades montadas passam, de uma em uma (isso se chama one- piece-flow na literatura de língua inglesa), de uma etapa do processo a outra (as etapas, em geral, encontram-se lado a lado), num ritmo preestabelecido, de forma que sempre haja alguém agregando valor ao produto. Isso não ocorre, por exemplo, no arranjo físico funcional, em que, além do tempo de não-agregação de valor gasto no transporte do produto entre etapas, é frequente que um bom tempo seja gasto pelos produtos que aguardam processamento em filas. Fonte: [7] O que está sendo descrito aqui é que nos arranjos físicos por produto ou em linha há certo nível de conexão entre as diferentes etapas de um processo agregador de valor. Essa conexão é alta em linhas de montagem, mas chega a seu máximo em operações que trabalham com processo em fluxo contínuo. REFLEXÃO Pense numa planta petroquímica: o fluxo, mais do que conexo, entre etapas, flui por tubulações que o levam continuamente de etapa a etapa partindo da matéria-prima original e chegando ao produto. A eficiência desse tipo de fluxo é máxima, entretanto, qualquer alteração de roteiro produtivo é impossível ou muito difícil de ser feita. Chegamos ao trade-off envolvido nesse tipo de arranjo físico: ele certamente privilegia a eficiência, sendo consequentemente menos flexível. ARRANJOS FÍSICOS POR PRODUTO OU EM LINHA A Figura 2.22 ilustra exemplos de arranjo físico por produto ou em linha. 32 Estes dois primeiros tipos de arranjos físicos seriam os tipos clássicos (extremos de um contínuo) COMPARATIVO ENTRE ARRANJOS FÍSICOS POR PROCESSO OU POR PRODUTO A Figura 2.13 traz um quadro comparativo entre dois tipos de arranjo físico discutidos. Clique na imagem para amplia - la É fácil notar que há pontos fortes e fracos de ambos os tipos de arranjo físico analisados até agora. Em geral, as forças de um são as fraquezas do outro. Uma tentativa de conciliar as forças dos dois é o arranjo físico celular, por muitos, por isso mesmo, considerado um tipo híbrido, que se encontra numa posição intermediária, buscando capitalizar as forças dos arranjos físicos por produto e por processo. 33 Arranjo físico celular O arranjo físico celular tenta aumentar as eficiências do geralmente ineficiente arranjo físico funcional, tentando, entretanto, não perder muito de sua desejável flexibilidade. Baseado num conceito às vezes chamado de tecnologia de grupo, recursos não similares são agrupados de forma que com suficiência consigam processar, um grupo de itens que requeiram similares etapas de processamento. Um arranjo físico celular é desenvolvido em etapas 1. identificar famílias de itens produzidos que tenham, agregadamente, volume suficiente e similar conjunto de recursos para serem processados - deve-se estar preparado para que "sobrem" determinados itens de grande variedade que não conseguem ser colocados em nenhuma célula -, estes continuarão, em geral, a ser processados num setor com arranjo funcional; 2. identificar e agrupar recursos (máquinas, pessoas) de forma que consigam, com suficiência, processar as famílias de itens identificadas, definindo células; 3. para cada célula, arranjar os recursos, usando os princípios gerais do arranjo por produto, estabelecendo uma pequena operação dentro da operação, de forma que a movimentação e os fluxos daquelas famílias identificadas em 1 sejam mais ordeiros, simples e ágeis; 4. localizar máquinas grandes ou que não possam ser divididas para fazerem parte de células específicas para próximo das células. Os resultados são • não se perde flexibilidade, pois o mesmo conjunto original de itens continua sendo processado; • ganham-se velocidade e eficiência de fluxo, pois os recursos da particular célula estão próximos numa "pequena operação"; • as distâncias percorridas pelos fluxos dentro das células são muito menores; • simplificam-se os fluxos no restante da operação, que fica "aliviada" das famílias de itens que conseguem ser processadas pelas células estabelecidas; • tempos de preparação dos equipamentos nas células tendem a ser menores, já que processam itens de forma e dimensões similares; • melhora-se a qualidade, já que o grupo de funcionários a cargo de gerenciar e operar os recursos das células tende a desenvolver mais a sensação de "propriedade" e responsabilidade por uma família inteira de itens e não apenas por uma etapa produtiva; • melhor controle de produção, pois cada célula é focalizada num relativamente pequeno grupo de itens. Normalmente, iniciativas de formação de semi- autonomia dos grupos de funcionários responsáveis pela célula acompanham as iniciativas de celularização. Na área de serviço este conceito aplica-se quando se trata de processar informações, num escritório, em que um processo, por exemplo, de aprovação de crédito num banco, originalmente dividido entre várias etapas de responsabilidade de funcionários dedicados em departamentos separados (Cadastro, Análise financeira de balanços, Verificação cartorial, Análise do projeto, Aprovação), passa a ser organizado em 34 células que contêm funcionários trabalhando juntos, organizados com base nas etapas necessárias à aprovação de crédito, a cargo de todas as etapas, da aprovação, encurtando tremendamente os tempos de atendimento, por exemplo: célula pequenos negócios, célula pessoa física, célula grandes contas. Fonte [8] A mesma lógica também poderia ser aplicada para nosso exemplo numa loja de departamentos. Originalmente funcional (roupa masculina, roupa feminina, calçados etc.), uma loja de departamentos pode optar, por exemplo, por estabelecer uma célula de material esportivo, visando melhor e mais rapidamente atender a pessoas que estejam interessadas em artigos de esporte. VERSÃO TEXTUAL A célula, então, contará com roupa masculina esportiva, roupa feminina esportiva, calçados esportivos etc. Os fluxos do grupo de clientes interessados em esporte serão muito mais rápidos e ordeiros. Arranjo físico posicional Fonte: [9] O arranjo físico posicional caracteriza-se pelo material ou pessoa processado pela operação (ficar estacionário por impossibilidade, ou por inviabilidade ou por inconveniência de fazê-lo mover-se entre 35 as etapas do processo de agregação de valor). Como o objeto da operação fica estacionado, são os recursos que se deslocam até ele. Trata-se, em geral, de um tipo de arranjo físico cuja eficiência é baixa(daí ser crescentemente comum que as operações que necessitam operar com arranjos posicionais terceirizem grande parte das etapas do processo de agregação de valor a empresas especializadas que podem, então, utilizar seus recursos em uma maior quantidade de operações). Permite, entretanto, grau máximo de customização: as produções que se utilizam de arranjos posicionais, geralmente, dedicam-se a produtos únicos ou em muito pequenas quantidades. Num restaurante convencional, por exemplo, os custos de servir são muito maiores que num restaurante do tipo bandejão. EXEMPLOS • a construção civil - é, em geral, impossível fazer um edifício mover-se entre etapas de um processo produtivo; • estaleiros; • aviões de grande porte; • restaurantes convencionais - o cliente fica sentado e os recursos vão a ele; • unidades de terapia intensiva; • private banking. Arranjos Físicos Flexíveis É cada vez mais frequente que empresas dediquem-se por se manter flexíveis em termos de alterar seus arranjos físicos. Como é comum o aumento da taxa de introdução de novos produtos, algumas empresas tentam aumentar a facilidade com que configuram e reconfiguram novos setores produtivos, novas células de produção, entre outros.Clique aqui. Para isso, optam, quando possível, por tecnologias e equipamentos de menor porte (para facilitar sua movimentação para novas configurações), às vezes sobre rodas (como a Figura 2.13), com demarcações no chão definindo setores ou células feitas, não com tinta, mas com fitas adesivas. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO 1. Leitura 36 a. Capítulos 11 e 13 do Livro e CORREA, H.L; CORREA, A. C. Administração de Produção e Operações. São Paulo: Atlas. 2ª Edição.2006 b. Capítulo X de FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. J. Administração de serviços: operações, estratégia, e tecnologia da informação. 6ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. 2. Resolva as questões para a discussão e exercícios conforme seu número de matrícula: questoes_atv_portfólio_a02 (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). OBSERVAÇÃO • Número de matrícula com final par: questões pares mais a questão 15 • Número de matrícula com final ímpar: questões ímpar incluindo a questão 15 Atenção! O não cumprimento desta regra de definição de questões anula a tarefa completamente (nota=0) REFERÊNCIAS CORREA, H.L; CORREA, A. C. Administração de Produção e Operações. São Paulo: Atlas. 2ª Edição.2006. FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. J. Administração de serviços: operações, estratégia, e tecnologia da informação. 6ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. (A qualidade de um curso depende da Literatura Básica disponível para os alunos em sua Biblioteca. Exija uma Biblioteca em seu polo!) Bibliografia Complementar DAVIS M M; AQUILANO N J; CHASE R B. Fundamentos da administração da produção. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. GRONROSS, Christian. Service Management and Marketing, Lexington Books, Lexington, Mass., 1990. JOHSTON, R.; CLARK, G. Administração de Operações e Serviço. São Paulo: Atlas, 2011. SLACK N; CHAMBERS S; JOHNSTON R. Administração da produção. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002. Fontes das Imagens 1 - http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr17_anexoII.htm 2 - http://www.abergo.org.br/ 3 - http://www.ergonomics.org.uk/ 4 - http://www.iea.cc/ 5 - http://www.hfes.org 6 - http://1.bp.blogspot.com/_Lef9DETMRE8/TMWNoZzoAlI/AAAAAAAAABM/J4jp4kyJWOE/s1600/layout.jpg 7 - http://4.bp.blogspot.com/_UjL5yrNcxyg/TIfJ1jpUUdI/AAAAAAAAAIs/G9ybD9rtt_k/s320/veiculos-producao.jpg 8 - https://scala.com/wp-content/uploads/2012/07/feed-monster.png 9 - http://www.metalica.com.br/pg_dinamica/bin/ver_imagem.php?id_imagem=12025 37 Gestão e Operações Logística II Aula 03: Gestão de filas e Gestão da Capacidade e da demanda Tópico 01: As Filas As filas, aparentemente, são resultados naturais da atividade de serviço. Contudo, a fila não é necessariamente uma linha física de pessoas na frente de um ou mais prestadores. Considere as seguintes situações: a. Os servidores não precisam atender a um cliente por vez. Ex: Transporte público. b. O servidor é que vai até o cliente. Ex: Serviços urbanos como o SAMU. c. Estágios de filas em série, meios de filas complexas. Ex: Serviço em alguns brinquedos em Parques de Diversões. Os “clientes” da gestão de filas nem sempre são humanos. “Clientes” podem, por exemplo, serem caminhões que chegam a uma báscula com encomendas que chegam para serem processados ou máquinas de espera para serem atendidas. As filas apresentam-se inevitáveis e de diversas formas. Podem ser filas aparentes, por exemplo, de pessoas; invisíveis, por exemplo, uma fila de atendimento telefônico ou agendamento de consultas de um médico. Realmente, qualquer operação que estrategicamente se utiliza do nivelamento de capacidade, espera- se formação de filas. Este fato é explicado pela imperfeição de qualquer estratégia de capacidade. EXEMPLO No seu banco a quantidade de caixas pode ser suficiente para atender a uma média de 100 clientes em uma hora, porém ao meio-dia apenas 60 clientes chegam para o atendimento. No entanto, em dia de pagamento e entre 10 horas e meio-dia, as filas de espera podem se formar porque uma quantidade maior que o número médio de clientes esperado chega ou então cada cliente demora mais que o tempo médio previsto. Uma fila se forma porque as pessoas ou coisas chegam mais rápido ao serviço do que podem ser servidos. Isto não significa que a operação de serviço tem escassez de pessoal ou não tenha capacidade de lidar com o influxo de clientes. A maioria das empresas e organizações tem capacidade suficiente para servir seus clientes no longo prazo. As filas de esperas ou “enfileiramento” se formam porque os clientes não chegam a uma taxa constante, uniformemente acelerada, nem tampouco são todos servidos em igual quantidade de tempo, assim a espera faz parte da vida de todos nós e pode envolver um período de tempo inacreditável que ocorre em tarefas diárias como ao estar diante de um semáforo à efetuação de uma ligação. As filas são universais. Todos os dias desde quando se dirige para o trabalho até nos caixas de supermercado existem filas. O sistema de filas consiste essencialmente em três componentes principais: 1. A fonte populacional e o modo como os clientes chegam ao sistema; 2. O sistema do serviço; e 3. A condição do cliente saindo do sistema (de volta para a fonte populacional ou não?). 38 Em relação à chegada dos clientes a população pode ser finita ou infinita. População finita refere-se ao número limitado do grupo de clientes que utilizarão o serviço e poderão formar a fila. População infinita é suficientemente grande em relação ao sistema de serviços para que o tamanho da população, causado pelas subtrações ou adições à população (um cliente precisando de serviços ou um cliente que já foi atendido e que está retornando para a população) não afeta significativamente as probabilidades do sistema. (CHASE, JACOBS E AQUILINO, 2006). A percepção da espera normalmente é mais importante para o cliente do que o tempo real que ele gastou esperando, o que sugere que deveriam ser encontradas maneiras inovadoras para reduzir os aspectos negativos da espera. (FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010). Em um mercado competitivo a espera excessiva ou a expectativa de longas esperas pode levar à perda de vendas, assim será apresentada uma série de situações de fila e opções. 1. O TEMPO OCIOSO PARECE MAIS LONGO DO QUE O TEMPO OCUPADO É uma boa ideia tentar dar aos clientes algo a fazer ou formas de distração para que o tempo passe mais rapidamente para eles. Alguns serviços mostram vídeos promocionais durante o tempo de espera em uma fila. Frequentemente, as centrais telefônicas ou os helps desks tocam música enquanto as pessoas aguardam, embora seja adequado dizer que isso não é genericamente muito bem-vindo. 2. AS ESPERAS DO PRÉ-PROCESSO PARECEM MAIORES DOQUE AS ESPERAS DO PROCESSO Ao sentirem que já entraram no processo do serviço e que algo, embora trivial, esteja acontecendo, os clientes tendem a sentir-se mais felizes. Um simples reconhecimento do atendente de que foram percebidos pode ter um impacto significativo. Também, usar o tempo para preencher um formulário ou para escolher o serviço também reduz o tempo percebido de espera. 3. A ANSIEDADE FAZ A ESPERA PARECER MAIS LONGA Isso diz respeito aos clientes que não sabem se foram ou não esquecidos, o que pode ser amenizado pela distribuição de tíquetes numerados para demonstrar que fazem parte do sistema. Também, a natureza do serviço terá impacto significativo. Se o cliente estiver preocupado com o voo ou estiver no consultório do dentista, a espera 39 pode parecer interminável, possivelmente dando origem a algum comportamento tenso com os fornecedores do serviço Os funcionários que atendem aos clientes devem ser treinados para observar os efeitos da ansiedade e encontrar meios de transmitir-lhes segurança. 4. ESPERAS INCERTAS SÃO MAIS LONGAS DO QUE ESPERAS FINITAS E CONHECIDAS Geralmente os clientes ficam mais satisfeitos em esperar se a duração prevista for conhecida e se houver boa razão para isso. Se a duração for desconhecida, a pesquisa sugere que os clientes tornam-se impacientes muito mais rapidamente. Frequentemente, os parques temáticos posicionam avisos em determinados pontos da fila, informando aos clientes o tempo de espera. Sem dúvida, o tempo real de espera é, geralmente pouco menor do que esse, e os clientes ficam satisfeitos por ter esperado menos do que o previsto. 5. AS ESPERAS INEXPLICADAS PARECEM MAIS LONGAS DO QUE AS ESPERAS EXPLICADAS Dar ao cliente explicação plausível sobre o atraso reduz a incerteza. Também dá a impressão de que a organização sabe que deve dar alguma satisfação ao cliente. 6. AS ESPERAS INJUSTAS SÃO MAIS LONGAS QUE AS ESPERAS JUSTAS Em geral, os clientes esperam que os que chegam primeiro devem ser atendidos na frente. Muitas organizações formam fila única e atendentes múltiplos para eliminar a injustiça de se ficar em uma fila que se move lentamente. Essa abordagem também elimina a ansiedade sobre que fila entrar. Em alguns casos, como no pronto – socorro de um hospital, há uma boa razão para que alguns clientes de última hora sejam atendidos na frente, mas isso precisa ser explicado, em vez de o atendente assumir que as demais pessoas entenderão a situação. 7. QUANTO MAIS VALIOSO O SERVIÇO, MAIS TEMPO OS CLIENTES ESPERARÃO 40 Quanto mais complexo o serviço e mais sob medida às necessidades do indivíduo, é mais provável que os clientes estejam preparados para esperar. Entretanto, é importante que isso não deva ser assumido pela organização. 8. A ESPERA ISOLADA PARECE MAIS LONGA DO QUE A ESPERA EM GRUPO A percepção de que outras pessoas também estão sentindo dor pode reduzir a ansiedade do cliente de pensar que fizeram a escolha errada. Se as demais pessoas acharem que vale a pena esperar, isso confirma a decisão dos clientes de esperar. Também, as pessoas tendem a conversar mais, distraindo-se em relação ao tempo de espera. 9. AS ESPERAS DESCONFORTÁVEIS PARECEM MAIS LONGAS DO QUE AS ESPERAS CONFORTÁVEIS Tornando as condições da fila confortáveis e, de fato, oferecendo alguma distração, o tempo de espera será percebido como bem mais curto. Condições desconfortáveis sensibilizam os clientes em relação ao tempo e ao mau serviço. 10. USUÁRIOS NOVOS OU INFREQUENTES ACHAM QUE ESPERAM MAIS DO QUE OS USUÁRIOS FREQUENTES Os usuários frequentes de um serviço podem estar habituados com o tempo de espera e ficam mais à vontade. Provavelmente, os usuários novos ou infrequentes estão mais ansiosos e inseguros. Assim, os gerentes de operações devem tentar identificá-los e fornecer informações, renovando as expectativas de que serão atendidos. 11. A PERCEPÇÃO DE QUE OUTRAS PESSOAS TAMBÉM ESTÃO SENTINDO DOR PODE REDUZIR A ANSIEDADE DO CLIENTE DE PENSAR Representações cumulativas de planos de capacidade são úteis quando a operação tem a capacidade de armazenar seus produtos acabados como inventário. No entanto, para operações onde não é possível produzir produtos e serviços antes que a demanda por eles 41 ocorreu, uma representação acumulada nos diria relativamente pouco. A "produção" cumulativa nunca poderia estar acima da linha de demanda acumulada. Na melhor das hipóteses, poderia mostrar quando uma operação não atende sua demanda. Assim, a diferença vertical entre a demanda cumulativa e linhas de produção poderia indicar a quantidade de demanda insatisfeita. Algumas dessas demandas iriam procurar outro lugar para estar satisfeito, mas alguns poderiam esperar. É por isso que, para as operações que, pela sua natureza, não podem armazenar sua produção, como a maioria das operações de serviços, planejamento de capacidade e controle é melhor considerar a teoria das filas. 42 Gestão e Operações Logística II Aula 03: Gestão de filas e Gestão da Capacidade e da demanda Tópico 02: Aspectos dos sistemas de filas Os aspectos essenciais dos sistemas de filas são: 1. população demandante; 2. processo de chegada; 3. configuração da fila; 4. disciplina da fila; 5. processo de serviço Como segue em ilustração na Figura 1 a seguir: Figura 1: Aspectos essenciais dos sistemas de filas. Fonte: Adaptado de FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010. VERSÃO TEXTUAL Os serviços obtêm clientes a partir de uma população demandante e a taxa de chegada é a taxa que os clientes que necessitam serem servidos chegam ao servidor ou aos servidores. Raramente os clientes chegam a uma taxa constante e previsível. Normalmente há uma variabilidade na sua taxa de chegada. Devido a isso, é necessário descrever taxas de chegada, em termos de probabilidade das distribuições. A questão importante aqui é que, em sistemas de filas, é normal que as vezes nenhum cliente venha a chegar e às vezes muitos outros chegarão relativamente próximos entre si. Esta taxa é determinada pelo processo de chegada que é mais bem entendido na Figura 2. 43 Figura 2: O processo de chegada. Fonte: Adaptado de FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010. A configuração das filas refere-se ao número de filas, suas localizações, suas necessidades espaciais e seus efeitos sobre o comportamento do consumidor. (FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010). A Figura 3 ilustra as diversas possibilidades de se formar filas de espera ou “enfileiramento” para um serviço, desde um banco a companhias aéreas. Figura 3: Configurações alternativas de área de espera. Fonte: Adaptado de FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010. Um ponto fundamental para o comportamento das filas é compreender qual a política estabelecida pela gerência para selecionar o próximo cliente da fila a ser atendido. A Figura 4 apresenta quais as políticas possíveis para a disciplina de fila. 44 Figura 4: A disciplina da fila. Fonte: Adaptado de FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010. O problema das filas de espera e a necessidade de mensuração VERSÃO TEXTUAL Compreendendo que um dos maiores problemas das organizações é o problema de filas, se aceita que, embora, em algum momento a demanda pode ser satisfeita de imediato, em outros momentos os clientes podem ter que esperar. Isto é particularmente verdadeiro quando a chegada das reivindicações individuais sobre uma operação é difícil de prever, ou o tempo para produzir um produto ou serviço é incerto, ou ambos. Estas circunstâncias tornam fornecimento de capacidade adequada em todos os pontos em momento particularmente difícil. Qualquer análise de um sistema de serviço deve começar com um completo entendimento da distribuição temporal e espacial da demanda por aquele serviço. Normalmente, coletam-se dados registrando os tempos reais das chegadas. Muitos estudos empíricos afirmam que a distribuição dos tempos entre as chegadas geralmenteserá exponencial como pode ser observado na Figura 5. (FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010). Figura 5: Distribuição dos tempos. 45 Fonte: Adaptado de FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010. Os clientes chegam de acordo com alguma distribuição de probabilidade e esperam para ser processado (a menos que parte da operação esteja inativa); depois de terem atingido a frente da fila, eles são processados por um dos 'servidores' ou paralelos m (o seu tempo de processamento também deve ser descrito por uma distribuição de probabilidade), após o que saem da operação, assim para encontrar o comportamento da fila pode ser feita utilizando a distribuição exponencial ou a singular distribuição de Poisson. 46 Gestão e Operações Logística II Aula 03: Gestão de filas e Gestão da Capacidade e da demanda Tópico 03: Gestão da Capacidade e Demanda Capacidade é entendida como o nível máximo possível, em um horizonte temporal, que pode ser atingido em uma atividade de valor agregado por um serviço em condições operacionais normais (JOHNSTON; CLARK, 2008). Contudo, ao contrário dos produtos armazenados em depósitos para consumo futuro, um serviço é uma experiência pessoal intangível que não pode ser transferida ou armazenada. O foco deste tópico é vencer o desafio enfrentado pelas organizações diariamente de equilibrar a prestação de um serviço com as demandas diárias dos clientes em um ambiente dinâmico, feito isto são discutidas duas estratégias básicas: uma baseada no nível de capacidade e outra na adequação à demanda e por fim uma híbrida chamada de gerenciamento de rentabilidade como pode ser observado na Figura 6. Figura 6: Estratégias para gerenciamento de capacidade e demanda. Fonte: Adaptado de FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010. OLHANDO DE PERTO Estas estratégias genéricas e híbridas como apresentas na Figura 6, podem ser a nível de capacidade em estratégias orientadas para o marketing, buscando suavizar a demanda dos clientes para utilizar a plena capacidade fixa de serviço que podem ser a segmentação da demanda, o oferecimento de descontos nos preços, promoção da utilização fora do pico e o desenvolvimento de serviços complementares e sistemas de reserva, enquanto que a estratégia de adequação à demanda é orientada para as operações, buscando ajustar a capacidade as mudanças nos níveis de demanda, utilizando estratégias como programação de turnos de trabalho, uso de funcionários em turno parcial, funcionários multifuncionais, aumento da coprodução do cliente e compartilhamento da capacidade com outras empresas, porém estas estratégias genéricas possuem vantagens e desvantagens como apresentado na Tabela 1 47 Tabela 1: Compensações das estratégias Nível de capacidade e Adequação à demanda. Dimensão estratégica Nível de capacidade Adequação à demanda Espera do cliente Geralmente baixa Moderada Utilização dos funcionários Moderada Alta Nível de qualificação dos funcionários Alto Baixo Rotatividade da mão de obra Baixa Alta Necessidade de treinamento de funcionário Alta Baixa Condições de trabalho Agradáveis Agitadas Necessidade de supervisão Baixa Alta Previsão Longo prazo Curto prazo Descrição da tabela: Dimensão estratégica: Espera do cliente com nível de capacidade geralmente baixa e adequação à demanda moderada. Dimensão estratégica: Utilização dos funcionários com nível de capacidade moderada e adequação à demanda alta. Dimensão estratégica: Nível de qualificação dos funcionários com nível de capacidade alta e adequação à demanda baixa. Dimensão estratégica: Rotatividade da mão de obra com nível de capacidade baixa e adequação à demanda alta. Dimensão estratégica: Necessidade de treinamento de funcionário com nível de capacidade alta e adequação à demanda baixa. Dimensão estratégica: Condições de trabalho com nível de capacidade agradável e adequação à demanda agitada. Dimensão estratégica: Necessidade de supervisão com nível de capacidade baixa e adequação à demanda alta. Dimensão estratégica: Previsão com nível de capacidade em longo prazo e adequação à demanda em curto prazo. Fonte: Adaptado de FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010. Uma das maiores questões inerentes a demanda é o desafio da variabilidade que ameaçam a plena utilização da capacidade de serviços. As estratégias para o gerenciamento da demanda a partir da capacidade é compreendido por cinco formas de variabilidade induzida pelos clientes que são: Chegada 48 As chegadas dos clientes são decisões independentes não uniformemente espaçadas. Capacidade O nível de conhecimento e competências variam resultando em algumas mãos dadas. Pedido Serviço desigual resulta de demandas específicas. Esforço Nível de compromisso com a coprodução ou de autoatendimento varia. Preferência subjetiva Preferências pessoais introduzem imprevisibilidade. A estratégia híbrida é uma estratégia mais diversificada que maximiza a receita basicamente por meio da variação de preço e da distribuição da capacidade em tempo real, porém ela possui restrições por ser mais apropriada para empresas de serviços que possuem: • Capacidade relativamente fixa; • Habilidade para segmentar mercados Ex: Hotel, Figura 7. Clique aqui. PORCENTAGEM DA CAPACIDADE DISTRUBUÍDA PARA AS DIFERENTES ESTAÇÕES Figura 7: Habilidade para segmentar mercados. Fonte: Adaptado de FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010. • Estoque perecível; 49 • Produto vendido antecipadamente; • Flutuação na demanda; • Baixos custos marginais de venda e altos custos marginais de modificação na capacidade. Todavia utilizando a estratégia híbrida de gerenciamento de rentabilidade pode ocorrer mesmo seguindo as restrições apresentadas anteriormente, mas para isto uma solução seria a utilização do modelo de quantil critico. 50 Gestão e Operações Logística II Aula 03: Gestão de filas e Gestão da Capacidade e da demanda Tópico 04: Modelos de fila e Planejamento de Capacidade Modelos são interessantes porque permitem inferir informações úteis para que os tomadores de decisões avaliem as possíveis alternativas de ação mediante a previsão das estatísticas de tempo de espera, assim podem explicar efeitos como o de filas finitas, efeitos não proporcionais da adição de servidores ao tempo de espera até a importância do controle da demanda. Logo a utilização de modelos é importante porque permite planejar a capacidade, mas de uma forma que pondere entre os custos de fornecimento de um serviço e os custos ou inconvenientes que a espera pelo serviço representa para o cliente. (FITZSIMMONS E FITZSIMMONS, 2010). O que é fundamental é compreender dois pontos que são os custos de um sistema de fila e os modelos de servidor, que são: a) Os custos de um sistema de fila. Cw = Custo de um cliente esperando na fila por uma hora. Cs = Custo horário por servidor. C = Número de servidores. Custo total por hora = Custo horário do serviço + Custo horário da espera. Custo total por hora = Cs × C + Cw × Lq. Nota: Apenas considerar sistemas onde: . b) Modelos de servidor 1. Taxa média de chegadas: λ 2. Taxa média de serviço por servidor ocupado: μ 3. Número médio de clientes em atendimento: 4. Probabilidade de existirem exatamente “n” clientes no sistema: Pn = pn(1 - p) 5. Probabilidade de “k” ou mais clientes no sistema tenham que esperar: P(≠k) = pk 6. Número médio de clientes no sistema: 7. Número médio de clientes em fila: 8. Tempo médio no sistema: 9. Tempo médio em fila 10. Modelo padrão para distribuição geral - M/G/1 11. Número médio de clientes em fila para dois servidores - M/M/2 51 12. Relações entre características do sistema ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Leitura dos capítulos 11, 12 e 16 do livro FITZSIMMONS, J.; FITZSIMMONS, M., vide referências. Responder as questões 1, 2, 3 e 9 do livro FITZSIMMONS, J.; FITZSIMMONS, M. (Cap. 11) Páginas 318 a 320. Responder as questões do segundo estudo de caso do livro FITZSIMMONS, J.; FITZSIMMONS, M. (Cap. 12) Páginas
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