Prévia do material em texto
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO Doença autoimune multissitêmica, com o desenvolvimento de focos inflamatórios. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O DEFINIÇÃO: O LES é uma doença autoimune multissistêmica crônica, que tem como característica mais marcante o surgimento de focos inflamatórios principalmente em pele, articulações, serosas, glomérulos e SNC. EPIDEMIOLOGIA • Público-alvo: Mulheres jovens (15-45 anos) na menacme, na proporção 9:1 com os homens. E 2:1 nas crianças pequenas e idosos. • Predomínio da raça negra: 3-4x mais frequente. • Prevalência na zona urbana. PATOGÊNESE: Ação de diversos autoanticorpos que se ligam aos seus antígenos formando imunocomplexos que ativam o sistema complemento, dando início a um processo de quimiotaxia e inflamação local que pode progredir para deposição desses imunocomplexos no soro e nos tecidos à distância (glomerulos, pele, artic.). • Fatores genéticos: Essenciais para o desenvol- vimento da doença, inúmeras alterações associadas, expostas no quadro abaixo. • Fatores ambientais: Muitos, o principal é a exposição aos raios ultravioleta (70% dos casos). o Luz Ultravioleta: Raios UVB induzem a apoptose dos queratinócitos cutâneos, aumenta a liberação de interleucinas pró- inflamatórias e explica porque o lúpus é mais “epidêmico” no verão. o Hormônios Sexuais: Principalmente os estrogênios são imunoestimulantes, pacientes em uso de ACO ou TRH possuem risco aumentado de 1,2 a 2 vezes! o Medicamentos: Hidralazina, procainami- da, isoniazida, fenitoína, clorpromazina, metildopa, agentes anti-TNF e INF-alfa. Os dois últimos estimulam diretamente o sistema imune com risco de “sd. lúpus- like” durante o tratamento de hepatite C (interf.) e artrite reumatóide (anti-TNF). o Tabagismo: Desenvolvimento de anticor- pos anti-DNA dupla-fita. o Exposição à Sílica o Agentes microbiológicos: Principalmente a infecção por EBV e HIV. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Sintomas constitucionais: Mal-estar, fadiga, queda do estado geral, febre e perda poderal. Achados muito inespecíficos que não contribuem! Das gerais, a fadiga está presente em 90% dos casos, febre em 80% e perda de peso em 60%. • Locais mais acometidos: Pele, articulações, membranas serosas, rins e SNC. MANIFESTAÇÕES DE PELE E MUCOSAS LESÕES DE PELE ESPECÍFICAS DE LES • Agudas: A mais característica é a erupção malar, ou em asa de borboleta. Faz diag. diferencial com rosácea, mas difere por não apresentar pápulas ou pústulas e sem acometimento do sulco nasolabial. Outra aguda específica é a fotossensibilidade, onde surge uma erupção cutânea eritematosa logo após a exposição solar. Observem as imagens abaixo. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • Subagudas: É o lúpus cutâneo subagudo, em que o paciente cursa com lesões cutâneas eritematodes- camativas difusas, não ulcerativas, predominam em MMSS e superior do tronco, geralmente poupa face. Não deixam sequelas mas são recidivantes, precipitadas pela exposição solar e acompanhada por sintomas musculares e anti-Ro positivo. Lembrar: Anti-Ro → lúpus subagudo e fotossens. o Forma psoríaca: Erupção papuloescamosa que simula uma psoríase. o Forma anelar: Lesões eritematoanulares, policíclicar que simulam eritema anular. o Forma em mãos: Simula as manchas de Gottron da dermatopolimiosite. • Crônicas: A principal lesão é o lúpus discoide, predomina em face, pescoço, couro cabeludo e pa- vilhão auricular, caracteriza-se por placas eritematosas infiltradas e hiperpigmentadas, que evoluem para uma cicatriz despigmentda e atrófica, principalmente no centro da lesão. Pode ser associado a telangiectasias e hiperceratose. As lesões deixam cicatrizes irreversíveis como a alopecia da figura que mostrarei logo mais. O paciente pode desenvolver também uma paniculite de Kaposi, que se caracteriza por nódulos firmes e dolorosos no subcutâneo. LESÕES CUTÂNEAS NÃO ESPECÍFICAS DE LES • Alopécia não discoide: Muito comum, presente em 40-70% dos casos, reversível com controle da doença e é resultado da maior apoptose folicular. • Vasculite cutânea: 20% dos casos, lesões purpúricas/petequiais ou urticariformes, em casos mais graves, podem surgir úlceras e necrose. • Livedo reticular e telangiectasias: Aspecto esca- moteado ou marmóreo da pele, secundários ao vasoespasmo arteriolar e dilatação. • Fenômeno de Raynaud: Típico de esclerose sistêmica, paciente manifesta a sequência palidez- cianose-rubor nos dígitos por causa do vasoespas- mo episódico das artérias digitais. (30% dos casos) • Lúpus bolhoso: Forma rara de lúpus cutâneo, não específica do LES. • Úlceras mucosas: Presentes em palato, lábios, septo nasal, vagina, lembram úlceras aftosas em seu aspecto. Não doem (diferente de herpes)! V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O MANIFESTAÇÕES ARTICULARES/MUSCULARES • Poliartralgia e mialgia: Mais comum, presente em 95% dos pacientes! As artralgias são transitórias. • Artrite lúpica: Padrão simétrico, distal e migratório com sintomas durando 1-3 dias em cada artic. e ri- gidez matinal < 1h, as articulações mais envolvidas são as de mãos, punhos e joelhos. Pouco ou nenhum derrame articular. • Artrite de Jaccoud: Forma atípica do LES, apresenta padrão deformante, porém redutíveis, o que os difere da AR. • Osteonecrose: Deve ser suspeitada em pacientes lúpicos com dor persistente em poucas articulações, está relacionada ao uso de corticoides e presença de anticorpos antifosfolipídios. • Mioptia/miosite: Pode ser devido à própria doen- ça ou a corticoterapia ou até uma associação com fibromialgia ou dermato/polimiosite. MANIFESTAÇÕES RENAIS • Proteinúria > 500 mg/24h ou > 3+ no EAS: Critério diagnóstico de comprometimento renal. • Identificação de cilindros celulares na urianálise: Critério diagnóstico, com ou sem proteinúria. • Nefrite lúpica: Associação de lúpus e acometimen- to glomerular, que pode aparecer como hematúria isolada, síndrome nefrítica, GN rapidamente prog. e síndrome nefrótica. A glomerulopatia lúpica pode ser classificada histopatologicamente como: MANIFESTAÇÕES PULMONARES • Dor pleurítica: Principal sintoma (50%), dor "em pontada", lancinante, nitidamente piorando com a inspiração profunda e com a tosse, melhorando com o repouso do lado afetado, como durante a pausa na respiração ou durante o decúbito lateral sobre o lado acometido. • Derrame pleural: Pode ser unilateral ou, mais comumente, bilateral, sendo sempre um exsudato, com redução dos níveis de complemento, pode ter FAN positivo, mas não é solicitada geralmente. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • Pneumonite: Radiografia com infiltrado em bases, associado a tosse, febre, dispneia e hemoptise. Vale lembrar que LES com quadro pneumônico até que se prove ao contrário é pneumonia (infecção). MANIFESTAÇÕES CARDÍACAS • Dor pericárdica: Resultante de pericardite, é uma dor em pontada, repentina e forte, bem no meio do peito, que varia de intensidade com a mudança de posição: aumenta quando a pessoa deita e diminui, quando sentada, inclina o corpo para frente. Pode piorar aos esforços e tosse. • Miocardite: Pode-se manifestar como taquicardia sinusal ou taquipneia aos esforços associados ao aument da área cardíaca na radiografia. • Endorcardite de Libman-Sacks: Achado anatômico do LES, principalmente em valva mitral, justifica sopro orgânico nos pacientes mas há risco deembolia arterial (AVE, isquemia mesentérica). • Coronariopatia: Geralmente aterosclerótica, pode provocar IAM até mesmo em mulheres jovens! LES é considerado fator de risco cardiovascular e tem o mesmo peso de diabetes mellitus! MANIFESTAÇÕES PSIQUIÁTRICAS • Disfunção cognitiva leve: Metade dos pacientes! Geralmente há um deficit de memória ou dificuldade para se concentrar. • Demência lúpica: Fase mais avançada da disfunção cofnitiva, ocorre numa minoria de casos. • Psicose lúpica: É critério diagnóstico da doença, manifestações iniciais semelhantes a um delirium, com confusão, ilusões persecutórias, alucinações auditivas e visuais e flutuação do nível de consciên- cia. É difícil de diferenciar da psicose por corticoide e o melhor teste é parar ou reduzir os corticoides para avaliar a evolução do quadro. • Anti-P: Autoanticorpo relacionado às alterações psiquiátricas do LES. Memorizar: O anti-P sugere fortemente que o distúrbio psiquiátrico é resultante da própria atividade lúpica. MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS • Cefaleia: Mais comum, pode ser enxaquecosa (mais comum) ou de tensão. *Podem aparecer isoladas mas geralmente surgem no quadro sistêmico! MANIFESTAÇÕES HEMATOLÓGICAS • Anemia: Normocítica e normocrômica, causada por eritropoese deficitária e disponibilização de ferro bloqueada, conhecida como anemia de doença crônica. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • Leucopenia: Contagem inferior a 4.000, sendo um critério diagnóstico de LES, está geralmente associ- ada com linfopenia (<1.500), que também constitui critério e achado frequente. • Trombocitopenia leve: Varia de leve a acentuado, o mais comum é a associação anemia hemolítica + trombocitopenia, que chamamos de Síndrome de Evans. • Linfadenopatia: Cervical ou generalizada, paciente com LES tem risco de malignidade hematológica aumentado em 4-5 vezes. • Esplenomegalia: O baço pode desenvolver uma fibrose perivascular e lesão histológica de vasos que chamamos de “casca de cebola” e é patogno- mônico de LES! MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS MANIFESTAÇÕES OCULARES MANIFESTAÇÕES LABORATORIAIS INESPECÍFICAS • Anemia de doença crônica: Normo normo, marca a evolução da doença, a melhora da anemia sugere que o paciente está próximo da remissão da doença. • Aumento de VHS e fibrinogênio • PCR normal ou pouco elevado • Hipocomplementenemia: Leva a redução de CH50, C3 e C4 séricos, principalmente na nefrite lúpica. DIAGNÓSTICO 1. Critérios do ACR: Primeiros de tudo, criados em 1997, muito criticados pois exigiam uma doença sistêmica muito completa, mesmo quando nenhum outro diagnóstico seria mais provável que Lúpus. 2. Critérios do SLICC: Um consenso internacional que diminuiu para 4 ou mais critérios ou biópsia renal positiva para nefrite lúpica. Consenso mais aceito pois consegue abarcar melhor os pacientes. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O MANIFESTAÇÕES LABORATORIAIS ESPECÍFICAS • FAN: Muito sensível para LES (+98%), mas muito inespecífico! É um exame de triagem, que depois de realizado, tem que ser testado os anticorpos correspondentes ao padrão encontrado. AUTOANTICORPOS ESPECÍFICOS • Anti-DNA: Anticorpos se ligam ao próprio DNA, podem ser dupla-hélice ou hélice única. O primeiro é bastante específico para LES (95%), está presente em 70-75% dos pacientes e possui íntima relação com a nefrite lúpica, altos títulos nos fazem pensar na doença em sua forma grave. • Anti-Sm: Anti-Smith, é o autoanticorpo mais específico da doença (99%), mas só está presente em 30% dos casos e seus níveis não alteram com a atividade da doença. • Anti-RNP: Tem maior associação com DMTC, mas pode estar presente em 40% dos casos de LES, é uma forma semelhante do anti-Sm. • Anti-Ro e anti-La: Mais comumente associados com a síndrome de Sjogren, o anti-Ro pode estar associado a fotossensibilidade, vasculite cutânea e doença pulmonar intersticial. Ambos tem correlação negativa com nefrite lúpica. • Anti-histonas: Associação com o lúpus medica- mentoso, presentes em 95-100% desses pacientes. • Anti-P: Presente em 20% dos casos de LES, correlacionados com psicose lúpica e depressão. • Antifosfolipídio: Está mais relacionado à síndrome antifosfolipídio e é composto por 3 elementos: anticoagulante lúpico, anticardiolipin e anti-b2 glicoproteína 1. Pelo menos um dos três é encontrado em cerca de 50% dos pacientes c/ LES. EXAMES PARA MARCAR ATIVIDADE DO LES: Anti- sdDNA + Sistema complemento + Anti-P (se tiver). TRATAMENTO 1- MEDIDAS GERAIS • Repouso relativo: Pacientes costumam ter muita fadiga, por isso é preciso de pelo menos 10h de sono por noite e um cochilo à tarde. • Protetor solar: Uso constante, em casa ou fora de casa, de preferência FPS > 30. • Prevenção cardiovascular: Monitorização, contro- le da PA, glicemia e perfil lipídico. Além de dieta saudável e abandono do tabagismo. • Evitar sulfonamidas: + erupções cutâneas. • Profilaxia de Osteoporose: Induzida por corticoides, fazer se a paciente tiver em uso de prednisona por pelo menos 3 meses. A profilaxia é feita com: Suplementação de vitamina D, ingesta diária de cálcio e exercício físico com carga. 2- ARSENAL TERAPÊUTICO • Antimaláricos: Hidroxicloroquina (até 400 mg/dia ou 5 mg/kg/dia) ou Cloroquina (250-500 mg/dia) mostrou bons resultados no controle das manifes- tações dermatológicas, melhora o perfil lipídico, fadiga e na artrite. Vale lembrar que é necessário exame oftalmológico inicial, e depois anual (trimestral se usar cloroquina ). Devem ser usados profilaticamente pós remissão (200 mg três vezes/semana), visando reduzir as recidivas! Sempre fazer hidroxicloroquina no paciente com LES, é um remédio mandatório! • AINES: Auxiliam no controle das manifestações musculoesqueléticas e nas serosites. Deve ser realziada constante monitorização da função renal e hepática. Ao menor sinal de nefrite lúpica, os AINES devem ser suspensos! • Corticoesteroides: Pedra angular da terapia! o Tópico: Hidrocortisona, betametasona para o rash lúpico. o Intralesionais: Para o lúpus discoide. o Orais: Prednisona. o Parenterais: Metilprednisolona. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O Dose anti-inflamatória (0,5 mg/kg/dia) ou dose imunosupressora (1-2 mg/kg/dia) pela MANHÃ! associado a bisfosfo-nados (alendronato 35 mg/semana) em dose profiláti-ca. É necessário também repor cálcio e vitamina D para esses pacientes. • Efeitos colaterais: Incluem fácies Cushinoide, ganho de peso, hipertensão, acne, estruas violáceas, fragilidade capilar, osteoporose, miopatia, hirsutismo, etc. • Imunossupressor: Ciclofosfamida, micofenolato e azatioprina, usados em associação com corticoides para manifestações graves como as glomerulo- nefrites proliferativas. Podem ser usados também na manutenção, para diminuir a dose de corticoide. • Belimumab: Anticorpo monoclonal, dose de 10/mg/kg IV a cada duas semanas nos três primeiros ciclos e depois 10 mg/kg IV mensal. O uso é recomenda-do para a maioria dos pacientes, muito graves, refratários ao acometimento articular e cutâneo. • Pulsoterapia: Indicada em casos graves ou acome- timento de órgão nobre (SNC, renal, vasculite), é feito com metilprednisolona 1g EV 3d e depois ciclofosfamida 1g mensal por 6/12 meses. Lembrar de fazer a profilaxia para strongiloidíase com ivermectina 12g em dose única. TRATAMENTO EM CADA SITUAÇÃO ESPECÍFICA LÚPUS CUTÂNEO • Corticoides tópicos: Inicialmente fármacos de po- tência baixa (hidrocortisona)e ir aumentando (betametasona de média potência). • Antimaláricos: Em lesões de pele extensas e/ou em casos refratários, a droga de escolha é a hidro- xicloroquina 400 mg/dia 6-12 semanas. • Dapsona: 25-200 mg/dia no lúpus bolhoso. • Refratário aos antimaláricos: Prednisona sistêmica em baixa dose, talidomida, metotrexato, azatioprina e micofenolato. LÚPUS ARTICULAR E MUSCULAR • AINES: Ibuprofeno, diclofenaco. • Hidroxicloroquina: Sempre, de praxe, poupa corticoide e diminui a dose de AINE. • Prednisona: em doses baixas ou intermediárias (7,5-30 mg/dia) em casos mais refratários. • Metotrexato: Utilizado adjunto à hidroxicloroquina em poliartrites, dor e retratariedade aos outros casos. SEROSITE LÚPICA • AINES ou corticoesteroides: Orais em dose anti- inflamatória, com a melhora do quadro, a droga deve ser retirada aos poucos. NEFRITE LÚPICA • Indução da Remissão: Cerca de 6 meses. Pulsoterapia com metilprednisolona 1g/d por 3 dias + Prednisona VO 0,5-1mg/kg/dia + Pulsoterapia com Ciclofosfamida EV 500 a 1g por mês. • Manutenção da Remissão: 3 a 5 anos, micofenolato mofetil 2g/dia ou azatioprina 2 a 3mg /kg/dia, ao longo dos 6 meses é preciso reduzir o corticoide e começar a manutenção com 10 mg de prednisona em desmame. • Medidas não imunossupressoras: Retorno quinzenal, controle da HAS, da glicemia, da lipidemia e da proteinúria, profilaxia para osteoporose, feito com o emprego de IECA ou ant. angio II, importantes em qualquer doença renal grave! • Adjuvante: Hidroxicloroquina, AAS 100 mg/dia se o paciente tiver antifosfolípedes positivo, cessar tabagismo e anticoncepção com progestágeno. • Biópsia renal: Indicada se houver dúvida na classe da doença renal. (Olhar tabela) LÚPUS DO SNC • Corticoides: Prednisona em altas doses ou pulso de metilprednisolona. Avaliar, nesse caso, se a psicose é realmente lúpica ou induzida por corticoides. • Imunossupressores: Especialmente ciclofosfamida está indicada em casos graves e recidivantes, ou para poupar corticoide. GRAVIDEZ E LES • Gravidez de alto risco • AINES, corticoides e hidroxicloroquina • Drogas teratogênicas: Ciclofosfamida, metotrexa- to e warfarin devem ser evitados! • Sempre pesquisar antifosfolípedes e anti-RO: Associação com lúpus neonatal (rô rô rô) e bloqueio cardíaco congênito. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O LÚPUS E CONTRACEPÇÃO • ACO: Indicados se estrógenos de dose muito baixa, podem ser tolerados. DIU deve ser evitado pelo risco de sangramento. • Progestágenos: Mirena, injetável trimestral e minipílula são as melhores recomendações! • Contraceptivos de barreira: Preservativos devem ser usados em pacientes com SAAF e/ou nefrite lúpica grave, que contraindica o uso de ACO. VACINAÇÃO • Vírus morto: Pneumococo, influenza, hepatite B e HPV são todos vacinados. • Em preferência com a paciente em remissão • Cuidado com vírus vivo: Feita só com o paciente em remissão e sem uso de imunossupressor. REVISÃO DOS PRINCIPAIS SISTEMAS ACOMPANHAMENTO DO LES • Anti-DNA e Complemento: Marcadores de atividade de doença. • Hemograma, função hepática e renal: Toxicidade medicamentosa, anemia hemolítica, disfunção. • Perfil osteometabólico: Risco de osteoporose induzida por corticoides. • Albumina: Nefrite lúpica! • VHS e PCR: Interessante para avaliar infecção. • Urina I com pesquisa de dismorfismo eritrocitário: Rastreio do paciente com nefrite lúpica LÚPUS FÁRMACOINDUZIDO → RESUMÃO: