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Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

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1 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
➢ O Lúpus é uma doença autoimune multissistêmica crônica, 
cuja característica mais marcante é a presença de focos 
inflamatórios em vários tecidos e órgãos 
➢ DEFINIÇÃO: 
• O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença do tecido 
conjuntivo, de caráter autoimune e é caracterizada pela 
formação e deposição de imunocomplexos nos tecidos-alvo, 
sinalizando para o sistema imune que é nesses locais onde 
deve ocorrer a autoagressão, que é uma reação inflamatória 
de caráter autoimune 
➢ O LES é uma colagenose, a qual, além de comprometer as 
articulações, também se manifesta de forma sistêmica, 
acometendo diversos órgãos e sistemas, provocando inflamação 
no tecido conjuntivo (rico em colágeno) 
➢ Tem a autoimunidade como sua principal base fisiopatológica 
➢ A doença evolui com períodos de exacerbações e remissões, 
comprometendo principalmente (é a doença dos “ites”): 
• Pele (dermatite) 
• Articulações (artrite) 
• Serosas (serosite) 
• Glomérulos (glomerulite) 
• Sistema Nervoso Central (cerebrite) 
➢ A patogênese do Lúpus está centrada na produção de múltiplos 
anticorpos, ou seja, uma forte participação do “braço” humoral 
da autoimunidade 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ O LES tem preferência por mulheres jovens, durante a 
menacme (idade fértil) 
➢ Pico de incidência → 15 – 45 anos (período que coincide com o 
tempo de idade fértil) 
➢ A raça negra é mais comumente acometida (3 vezes mais do que 
nos brancos) → além disso, na raça negra podem ocorrer os 
fenótipos mais graves de apresentação da doença (tendem a 
ter uma doença com maior acometimento de órgãos nobres, 
como rins, pulmões e sistema nervoso central) 
➢ Prevalência: 
• Infância → mais em meninas, na proporção de 2:1 (2 
meninas para cada 1 menino) 
• Idade fértil → mais em mulheres, na proporção de 12:1 (12 
mulheres para cada 1 homem) 
• Pós-menopausa → 2 mulheres para cada 1 homem 
➢ Por que o Lúpus acomete mais mulheres em idade fértil? → após 
a menarca (primeira menstruação), aumenta-se a produção de 
estrógenos que são um gatilho tanto para o desenvolvimento da 
doença em um indivíduo geneticamente suscetível quanto para os 
episódios de atividade da doença. Porém, o estrógeno não é o 
único gatilho, por isso que se pode também, em menor proporção, 
ter a doença nos homens e nos extremos etários (crianças e 
idosos) 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
➢ Para que esse fenótipo de doença se expresse é necessário que 
se tenha interação entre fatores genéticos e fatores 
ambientais. Assim, quando um indivíduo que apresenta fatores 
genéticos se expõe a algum gatilho ambiental, de uma forma que 
ainda não é bem definida, isso leva a múltiplos defeitos do 
sistema imune, como disfunção de células dendríticas 
apresentadoras de antígeno, linfócitos B e linfócitos T. A 
disfunção dos linfócitos B leva à produção de autoanticorpos 
e a disfunção de linfócitos T vai levar à propagação de linfócitos 
T auto-reativos. Com isso, esse ciclo vai se retroalimentando, pois 
os linfócitos T auto-reativos vão estimular o linfócito B a produzir 
o autoanticorpo. Assim, também há a produção anormal de 
imunocomplexos pelos autoanticorpos, ativando as proteínas do 
complemento, e produção anormal de citocinas pro-inflamatórias 
pelos linfócitos T auto-reativos (intérferon-α, IL-6 e IL-10). Todos 
esses fatores levarão às manifestações clínicas do Lúpus, que 
são variáveis (Ex: pode-se ter 10 pacientes portadores de lúpus e 
os 10 terem um fenótipo de doença totalmente diferente entre 
eles). O que vai determinar a expressão clínica da doença são os 
tecidos onde o complemento vai precipitar 
➢ Ou seja, o LES é resultado da ação de diversos autoanticorpos, 
produzidos por um desequilíbrio do sistema imunológico. Quando 
os autoanticorpos se ligam a seus antígenos (os “autoantígenos”), 
formam-se imunocomplexos que ativam o sistema complemento, 
dando início ao processo de quimiotaxia e inflamação tecidual. No 
LES, imunocomplexos podem se formar em nível local, por ligação 
direta dos autoanticorpos aos tecidos, ou no soro 
(imunocomplexos circulantes), com posterior deposição tecidual 
(ex.: nos glomérulos, pele, sinóvia...) 
➢ Fatores Genéticos → já foram descritas mais de 100 mutações 
nos pacientes portadores de LES em genes que codificam: 
• Os antígenos leucocitários humanos (HLA) → nos subtipos 
HLA-DR2 e HLA-DR3 
• O complemento 
• As citocinas pró-inflamatórias... 
➢ Fatores Ambientais → os mais comumente associados são: 
 
 
2 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
• Exposição à Radiação ultravioleta (UVA e principalmente o 
UVB) → desencadeiam atividade lúpica em 70% dos 
pacientes 
• Vírus → Epstein-Barr, Citomegalovírus, Retrovírus... 
• Drogas (podem levar aolúpus induzido por droga): 
▪ Isoniazida 
▪ Fenitoína 
▪ Clorpromazina 
▪ D-penicilamina 
▪ Metildopa 
▪ Quinidina 
▪ Interferon-alfa e agentes anti-TNF → devido a 
estimulação direta do sistema imune, havendo risco de 
“síndrome Lúpus-like” durante o tratamento da 
hepatite C (interferon-alfa) e da artrite reumatóide 
(anti-TNF) 
▪ Minociclina* 
▪ Hidralazina* → é um anti-hipertensivo 
▪ Procainamida → é um antiarrítimico 
*São as duas principais drogas que levam ao Lúpus induzido 
por droga 
• Hormônios: 
▪ Estrógeno → aumentam a atividade dos linfócitos B 
▪ Prolactina 
▪ Pacientes que fazem uso de Anticoncepcional oral 
(ACO) e Terapia de Reposição Hormonal (TRH) tem 
risco aumentado de LES (1,2 a 2 vezes mais) 
• Exposição a metais pesados 
• Exposição a Sílica → a poeira de sílica parece aumentar a 
incidência de LES, particularmente em mulheres negras 
• Tabagismo → Estudos recentes mostraram uma associação 
causal entre o uso de tabaco e a atividade do LES. Parece 
que alguma (ou algumas) das substâncias presentes no 
cigarro podem ser implicadas no desenvolvimento de 
anticorpos anti-DNA dupla-fita 
➢ Além dos anticorpos antinucleares, no LES são formados 
anticorpos que se ligam a antígenos da membrana plasmática. Os 
maiores exemplos são os autoanticorpos que “atacam” a 
superfície das hemácias, leucócitos e plaquetas, promovendo sua 
destruição no sistema reticuloendotelial. Há ainda autoanticorpos 
que agem contra antígenos neuronais do sistema nervoso central 
(anti-P), provocando alterações psiquiátricas (por necrose de 
neurônios no hipocampo). Anticorpos que bloqueiam o complexo 
fosfolipídio-beta-2-glicoproteína I inibem a função anticoagulante 
fisiológica desta glicoproteína, aumentando a trombogenicidade 
plasmática (síndrome do anticorpo antifosfolipídio) 
➢ AMPLA VARIABILIDADE CLÍNICA DO LÚPUS: 
• Existem mutações em mais de 100 loci, e cada mutação 
dessas predispõe a um determinado tipo de atividade da 
doença 
• Exemplos: 
▪ Mutação no gene HLA-DR3 → tende a ter a 
possibilidade do anticorpo anti-DNA dupla-hélice, que 
está ligado a desordens renais (glomerulonefrites) 
▪ Mutação no gene STAT4 → tem-se anti-DNA, nefrite, 
desordens imunológicas (Ex: anemia hemolítica 
autoimune), alterações neurológicas (Ex: convulsões, 
estado confusional agudo, mielite transversa, serosites 
(Ex: derrame pleural ou pericárdico), úlceras orais... 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ SINTOMAS CONSTITUCIONAIS → por ser uma doença sistêmica, 
pode-se ter: 
• Febre (80%) → costuma ser baixa, por volta dos 38°C 
• Fadiga (90%) → é considerada por muitos estudiosos como 
sendo a primeira manifestação clínica da doença 
▪ Mesmo que seja um sintoma muito inespecífico, deve-
se sempre pensar na possibilidade de LES, 
principalmente em mulheres em idade fértil que 
tenham acometimento de múltiplos sistemas 
• Perda de peso (60%) → pode ser uma perda de peso 
importante, a depender da gravidade da doença 
➢ MANIFESTAÇÕES MUCOCUTÂNEAS → a pele costuma ser 
bastante acometida e as manifestações são bastante variadas 
• Fotossensibilidade (70%)→ rash eritematoso não 
pruriginoso em áreas fotoexpostas. Associada ao anticorpo 
anti-Ro 
▪ Áreas mais acometidas → áreas fotoexpostas: 
✓ Rosto 
✓ Colo 
✓ Braços 
▪ É bem marcante e faz diagnóstico diferencial com a 
Dermatomiosite 
• Fenômeno de Raynaud (30%): 
▪ É uma vasculopatia (assim, não se consegue identificar 
inflamação da parede do vaso) que acontece em 
decorrência de uma hiper-reatividade da célula 
endotelial a determinados estímulos do ambiente. O 
estímulo mais comumente identificado é a exposição ao 
frio, mas também o estresse emocional, cirúrgico, 
traumático e infeccioso, também podem ser gatilhos 
▪ É caracterizado por se apresentar em 3 etapas: 
✓ Palidez 
✓ Cianose 
✓ Rubor compensatório → ocorre quando há 
vasodilatação, reperfundindo as extremidades 
✓ Para afirmar que se trata de um fenômeno de 
Raynaud, é necessário a presença de pelo menos 
2 dessas 3 etapas 
▪ Tem uma associação maior com a Esclerose Sistêmica, 
mas também pode ser visto na Artrite Reumátóide, no 
LES, nas miopatias inflamatórias... 
 
Fenômeno de Raynaud 
 
 
 
3 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
• Púrpura Palpável/ Púrpura de Henoch-Schonlein → ocorre 
quando os pacientes evoluem com plaquetopenia 
 
• Alopecia não cicatricial (40 – 70%): 
 
• Úlceras orais (40%): 
▪ Geralmente, ocorrem no palato e são não dolorosas 
 
 
• Divide-se as manifestações clínicas cutâneas em: 
▪ Lúpus Cutâneo Agudo: 
✓ Rash malar (em 30% dos pacientes) → é um rash 
eritematoso não pruriginoso, com a conformação 
em “asa de borboleta” 
✓ Lúpus bolhoso (10%) → não é comum. São bolhas 
com base eritematosa 
o Faz diagnóstico diferencial com várias 
doenças dermatológicas e infecciosas 
o Quando se tem essa lesão e ainda não se tem 
o diagnóstico de LES, às vezes o diagnóstico 
só é confirmado por meio da biópsia, pois é 
uma lesão muito inespecífica da doença 
 
✓ Variante necrólise epidérmica tóxica: 
o Se parece com uma farmacodermia em 
relação à sua extensão 
o Não é uma apresentação clínica comum 
✓ Rash eritematomacular ou Rash Fotossensível: 
o Ocorre nas áreas fotoexpostas 
 
✓ Lesões anulares policíclicas: 
o Tem uma associação com o anticorpo anti-
Ro 
 
✓ Lesões psoriasiformes: 
o Lembram a psoríase, apresentando base 
eritematosa com descamação furfurácea 
 
Alopecia não cicatricial 
 
Úlceras orais 
 
Púrpura Palpável 
Lúpus Bolhoso 
 
Variante necrólise epidérmica 
tóxica 
 
Rash Eritematomacular 
 
Lesões anulares policíclicas 
 
 Rash malar 
- Erupção sobre as 
bochechas e o nariz, elevada 
e frequentemente 
precipitada pela exposição 
solar 
- Pode persistir por horas a 
dias e é habitualmente 
recorrente 
- Não acomete os sulcos 
nasolabiais 
 
 
4 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
o É muito inespecífica e, às vezes, para o 
diagnóstico é preciso ir para a biópsia 
 
 
▪ Lúpus Cutâneo Crônico: 
✓ Tem lesões mais características 
✓ Diferença do Lúpus Cutêneo Agudo para o 
Crônico: 
o Agudo → desaparece sem deixar cicatrizes 
(assim, com o tratamento, consegue-se 
recuperar a pele e os anexos da área 
acometida – glândulas sebáceas, pelos, 
melanócitos, glândulas sudoríparas...) 
o Crônico → deixam cicatriz 
✓ Rash Discoide (20%) → pode ocorrer na 
ausência de manifestações sistêmica ou como 
parte de um quadro lúpico sistêmico clássico 
(apenas 5 – 10% dos pacientes com rash discoide 
desenvolvem lúpus sistêmico) 
o Predomina na face, pescoço, couro cabeludo 
e pavilhão auricular 
o Caracteriza-se por placas eritematosas, 
infiltradas e hiperpigmentadas 
o Evoluem lentamente com uma cicatriz 
despigmentada e atrófica, principalmente no 
centro da lesão 
o Costuma deixar sequelas cicatriciais, 
incluindo alopecia irreversível 
o A longo prazo, o lúpus discoide aumenta o 
risco de carcinoma epidermoide da pele, que 
geralmente se desenvolve em áreas de lesão 
atrófica 
✓ Lúpus Hipertrófico → é uma lesão verrucosa, 
apresentando um aspecto liquenificado nos 
bordos da lesão 
 
 
✓ Paniculite Lúpica → corre quando o tecido 
celular subcutâneo é acometido 
o Provoca deformidades/depressões na pele 
 
✓ Lúpus Tumidus → são lesões muito inespecíficas, 
necessitando muitas vezes de biópsia para o 
diagnóstico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Resumindo-se, existem manifestações específicas e não 
específicas do lúpus: 
▪ Específicas de LES: 
✓ Agudas: 
o Erupção/Rash Malar 
o Fotossensibilidade 
✓ Subagudas: 
o Erupção papuloescamosa que simuça 
psoríase 
 
Lesões Psoriasiformes 
IMPORTANTE! 
- A biópsia não é obrigatória em todos os portadores de Lúpus! 
Somente em casos atípicos, onde há dúvida diagnóstica, é que se 
deve lançar mãos desse procedimento 
- A luz solar, além da erupção por fotossensibilidade, ainda pode 
provocar exacerbações sistêmicas da doença em 70% dos casos 
- Anti-Ro → Associado ao Lúpus Subagudo e à fotossensibilidade 
 
 
 Rash Discoide 
- Toda a área hiperemiada 
corresponde a atividade de 
doença 
- Em alguns pontos observa-se 
remissão (lesão atrófica 
hipocrômica) 
- Em toda a extensão acometida 
não nascerão mais anexos da 
pele (glândulas, pelos, 
melanina...) 
 
Lúpus Hipertrófico 
 
Paniculite Lúpica 
 
Lúpus Tumidus 
 
 
5 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
o Lesões eritematoanulares policíclicas 
o Envolvimento do dorso das mãos das 
falanges de forma a poupar os nós 
articulares das interfalangianas, numa 
espécie de “espelho” do sinal de Gottron da 
polimiosite 
 
✓ Crônicas: 
o Lúpus discoide 
o Paniculite de Kaposi → é uma forma rara, 
caracterizada pela presença de nódulos 
firmes e dolorosos no tecido subcutâneo, às 
vezes evoluindo com atrofia 
▪ Não específicas de LES: 
✓ Alopecia não discoide (40 – 70%) → é reversível 
com o controle da doença, sendo causada por 
aumento nas taxas de apoptose celular nos 
folículos pilosos 
✓ Vasculite cutânea (20%) → lesões 
purpúricas/petequiais ou lesões urticariformes. 
Nos casos mais graves podem surgir úlceras 
cutâneas (Ex: úlcera maleolar) e até necrose 
digital. Essa vasculopatia pode estar associada 
aos anticorpos antifosfolipídios, com formação de 
trombos 
✓ Livedo reticular → aspecto escamoteado ou 
marmoreio da pele 
✓ Telangiectasias 
✓ Fenômeno de Raynaud 
✓ Lúpus bolhoso 
✓ Úlceras mucosas → ocorrem no palato, lábios, 
septo nasal, vagina... E não são dolorosas 
➢ LINFADENOPATIA: 
• Toda doença autoimune, onde há a queda de tolerância 
ecaumento de linfócitos B e de linfócitos T, pode levar à 
hipertrofia dos órgãos do sistema reticuloendotelial. 
Assim, pode-se ter linfadenopatia com características 
benignas (com linfonodos fibroelásticos, móveis e indolores) 
• Esses pacientes também podem evolui com Linfoma 
associado, pois em uma dessas divisões celulares o linfócito 
B pode sofrer uma mutação e causar uma malignidade 
hematológica 
• Mesmo que a associação característica do lúpus seja a 
síndrome de Sjogren, sempre se deve orientar o paciente a 
reconhecer um linfonodo suspeito 
 
 
➢ MANIFESTAÇÕES ESQUELÉTICAS: 
• Variam desde Artralgias (apenas dor articular) até Artrite 
não erosiva (dor, edema e calor da articulação) 
• Assim como na Artrite Reumatóide, no LES há uma 
predileção pelas pequenas articulações 
• Quase todos os pacientes com LES (95%) apresentam 
poliartralgia e mialgias. Sendo as artralgias transitórias 
• Artrite Lúpica → costuma seguir um padrão simétrico, 
distal e migratório, durando 1 – 3 dias e a rigidez matinal 
geralmente é < 1h 
▪ Articulações mais envolvidas: 
✓ Mãos 
✓ Punhos 
✓ Joelhos 
▪ Outras articulações que também podem ser 
acometidas → tornozelos, cotovelos, ombros e 
quadris 
▪ Não causa erosão → por isso é reversível 
▪ Em alguns casos, como resultado de doença nos 
tecidos periarticulares (tendõese ligamentos), podem 
surgir deformidades semelhantes às da Artrite 
Reumatóide. Esse padrão deformante, porém não 
erosivo, é conhecido como Artropatia de Jaccoud 
▪ Tem pouco ou nenhum derrame articular, mas caso se 
faça a artrocentese, tem-se um padrão levemente 
inflamatório 
▪ A Artropatia do LES tem características de Febre 
Reumática (migratória) e da Artrite Reumatóide (de 
pequenas articulações periféricas) 
▪ Ao contrário da artralgia, a artrite é critério 
diagnóstico 
• Osteonecrose (necrose óssea avascular) → deve ser 
suspeitada em pacientes lúpicos que se apresentam com dor 
persistente em poucas topografias articulares, 
principalmente o quadril, após a resolução do quadro de 
poliartrite 
▪ Ocorre devido à obliteração dos microvasos que 
suprem o osso medular, causando infarto (detectado de 
preferência por ressonância magnética) 
▪ Está relacionada à atividade lúpica, à presença de 
anticorpos antifosfolípidios e ao uso de 
corticosteroides 
 
 Atropatia de Jaccoud 
 (10% dos casos) 
 
- Lembra muito uma mão 
reumatóide, com 
deformidade “em pescoço 
de cisne” → 
hiperextensão da 
interfalangiana proximal e 
hiperflexão da distal 
- A diferença é que no 
Lúpus essa deformidade é 
reversível, pois a artrite 
do lúpus não é erosiva 
 
 
6 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
▪ O surgimento da osteonecrose tende a ser precoce 
quando relacionada ao uso de corticoides → 
geralmente aparece dentro de 1 mês após o início do 
tratamento com altas doses 
• Miopatia/Miosite: 
▪ Pode ser devido à própria doença, à terapêutica 
instituída com corticoides ou hidroxicloroquina 
▪ Níveis séricos aumentados de enzimas musculares 
raramente são vistos → sua presença indica a 
pesquisa de uma síndrome de superposição com 
dermatomiosite ou polimiosite 
▪ A associação do LES com Fibromialgia é comum 
➢ MANIFESTAÇÕES CARDIOVASCULARES: 
• Pode-se ter o acometimento dos 3 folhetos cardíacos 
(pericárdio, miocárdio e endocárdio) 
• Pericardite (Derrame Pericárdico): 
▪ É uma das manifestações cardiovasculares mais 
comuns 
▪ Mesmo quando sintomática, não costuma causar 
grandes repercussões 
▪ O derrame pericárdico (leve a moderado) é muito 
comum, mas o tamponamento cardíaco e a pericardite 
constritiva são raros 
▪ A pericardite é uma manifestação que faz parte do 
critério diagnóstico do LES 
• Miocardite: 
▪ Pode manifestar-se como taquicardia sinusal sem 
outra causa aparente (desproporcional à febre) ou 
taquipneia aos esforços, associadas ao aumento da 
área cardíaca no Raio-x e alterações 
eletrocardiográficas inespecíficas 
▪ Um acometimento mais grave pode gerar Insuficiência 
Cardíaca Congestiva (ICC) 
• Endocardite de Libman-Sacks: 
▪ É uma endocardite ocasionada pela presença de uma 
vegetação asséptica nas válvulas cardíacas → 
essa vegetação é formada por imunocomplexos 
▪ É uma forma verrucosa e não bacteriana de 
endocardite ou valvulite cardíaca 
▪ Ocorre principalmente na valva mitral (face atrial) e, 
menos frequentemente, na valva aórtica (face arterial) 
▪ Lesões nas câmaras direitas são raras 
▪ Pode causar insuficiência mitral e/ou aórtica de grau 
leve a moderado, justificando o aparecimento de sopro 
orgânico em pacientes com LES 
▪ A manifestação mais temida desse tipo de endocardite 
é a Embolia Arterial (Ex: AVE isquêmico, isquemia 
mesentérica...) 
▪ Há uma grande correlação entre a endocardite de 
Libman-Sacks e a presença de anticorpos 
antifosfolipídios 
▪ O tratamento imunossupressor não costuma ser 
eficaz 
▪ Não é patognomônica do Lúpus, pois também pode-
se ter essa endocardite na Síndrome do Anticorpo 
Antifosfolípide (SAAF) 
• Coronariopatia: 
▪ É frequentemente Aterosclerótica, mas às vezes pode 
ser vasculítica 
▪ Pacientes com Lúpus tendem a ter uma Aterosclerose 
mais acelerada, pois é uma doença sistêmica que 
ocasiona inflamação sistêmica. Assim, pode haver um 
dano à célula endotelial e esse endotélio lesionado fica 
mais suscetível à formação da placa de ateroma com a 
sua calcificação e as suas consequências (Doença 
Arterial Coronariana e Doença Cerebrovascular) 
▪ Pode provocar infarto do miocárdio até mesmo em 
mulheres jovens 
▪ O risco de eventos cardiovasculares aumenta em mais 
de 10 vezes 
▪ É uma importante causa de morte 
▪ O LES é consideração fator de risco cardiovascular 
INDEPENDENTE, tento, inclusive, o mesmo “peso” que 
o diabetes mellitus → a presença de LES já coloca o 
paciente como sendo de Alto risco cardiovascular 
• Arritmias → podem ocorrer, dependendo de onde os 
imunocomplexos se precipitam 
➢ MANIFESTAÇÕES PULMONARES: 
• Pacientes com LES podem ter: 
▪ Pleurite (50% dos casos) 
▪ Derrame pleural (30%) 
▪ Pneumonite (10%) 
▪ Fibrose intersticial (5%) 
▪ Hipertensão Arterial Pulmonar (< 5%) 
▪ Síndrome do Pulmão Contraído (< 5%) 
▪ Tromboembolismo Pulmonar 
▪ Hemorragia Alveolar 
• Pleurite Lúpica (dor pleurítica): 
▪ A dor pleurítica é mais comum do que o achado 
radiográfico de derrame pleural 
• Derrame Pleural: 
▪ Pode ser unilateral ou, mais comumente, bilateral 
▪ É sempre um exsudato, com níveis de glicose 
geralmente normais (o que diferencia clinicamente do 
derrame da Artrite Reumatóide) 
▪ Os níveis de complemento estão reduzidos e, embora a 
detecção de FAN no líquido pleural possa sugerir LES, 
 
 Pleurite 
 
 
 
- Velamento do seio costofrênico 
à direita 
 
 
7 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
esse dado não fornece informações diagnósticas 
superiores à sua detecção no soro, não sendo 
geralmente recomendada a sua solicitação 
• Pneumonite Lúpica (Doença Pulmonar Intersticial - DPI): 
▪ Pode cursar com febre, tosse, dispneia, hemoptise e 
radiografia de tórax com infiltrado alveolar difuso, 
principalmente em bases pulmonares 
▪ Responde bem aos corticoides 
▪ Atenção → a causa mais comum de infiltrado 
pulmonar em pacientes com LES é a infecção 
(pneumonia). Assim, quando um paciente com LES 
desenvolve um quadro pneumônico, até que se prove o 
contrário, trata-se de uma infecção 
• Fibrose Pulmonar → semelhante ao que ocorre na Artrite 
Reumatóide 
• Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP): 
▪ Pode ocorrer na ausência de fibrose intersticial, 
geralmente associada à síndrome do anticorpo 
antifosfolipídio (SAAF) 
• Tromboembolismo Pulmonar: 
▪ Cerca de 10% dos pacientes com LES desenvolvem 
Trombose Venosa Profunda (TVP), que está relacionada 
aos anticorpos antifosfolipídios ou à nefropatia 
membranosa e síndrome nefrótica, aumentando o risco 
de tromboembolismo pulmonar 
• Síndrome do Pulmão Contraído: 
▪ É rara 
▪ Os pacientes desenvolvem queixas de dispneia com 
raio-x de tórax com elevação da cúpula diafragmática, 
sem alterações no parênquima 
▪ Provavelmente, o problema encontra-se na fraqueza do 
diafragma, pela miosite lúpica 
• Hemorragia alveolar difusa: 
▪ É uma apresentação mais rara, mas é bastante grave, 
podendo levar ao óbito, por isso que é uma urgência 
médica 
 
 
 
 
 
➢ MANIFESTAÇÕES GASTROINTESTINAIS: 
• Pacientes com LES pode apresentar: 
▪ Elevação das enzimas hepáticas (40% dos casos) 
▪ Anorexia, náuseas, vômitos, diarreia (30%) → são 
inespecíficos e estão mais associados à terapia com 
AINEs e Corticoides 
▪ Hepatomegalia (30%) 
▪ Pancreatite (8%) 
▪ Vasculite mesentérica (5%) 
▪ Peritonite/Ascite (<5%) 
▪ Hepatite autoimune (Hepatite Lipoide) 
• Caso haja dor abdominal difusa importante no paciente 
com LES, com ou sem descompressão dolorosa, deve-se 
pensar em 3 possibilidades principais: 
▪ Peritonite (Serosite) 
▪ Vasculite Mesentérica 
▪ Pancreatite 
• Peritonite → derrame no peritônio, podendo haver ascite 
• Vasculite Mesentérica: 
▪ Pode ser complicada por infarto intestinal, por vezes 
evoluindo com perfuração e peritonite generalizada 
• Pancreatite → é deorigem autoimune 
• Pseudo-obstrução intestinal → ocorre por edema das 
alças intestinais 
• Hepatomegalia: 
▪ É comum 
▪ Enzimas hepáticas, especialmente aminotransferases, 
podem estar elevadas, mas não há lesão hepática 
significativa 
• Hepatite Autoimune: 
▪ A presença de doença hepática importante deve levar 
à pesquisa de hepatite autoimune 
▪ Essa diferenciação para saber se é em decorrência do 
LES ou não é feita através do padrão de autoanticorpos 
→ ambas as patologias apresentam FAN positivo, mas 
o achado de positividade do antimúsculo liso ou do 
anti-LKM1 sugere fortemente o diagnóstico de hepatite 
autoimune em vez de hepatite pelo LES 
➢ MANIFESTAÇÕES PSIQUIÁTRICAS: 
• Pacientes podem apresentam as seguintes manifestações 
Psiquiátricas: 
▪ Disfunção cognitiva leve (50%) 
▪ Alterações da personalidade (50%) 
 
 Pneumonite 
 
 
 
- Presença de infiltrado 
intersticial difuso 
 
Hemorragia Alveolar Difusa 
 
 
Pseudo-Obstrução Intestinal 
- Há aumento da espessura das 
alças intestinais, causando o 
quadro de pseudo-oclusão 
- Muitas vezes, esses pacientes 
acabam indo para a Laparotomia 
exploratória e quando se realiza 
o procedimento vê-se que se 
tratava apenas de um edema de 
alça 
 
 
8 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
▪ Depressão (40%) 
▪ Demência (ou Síndrome Cerebral Orgânica) 
▪ Psicose Lúpica 
• Demência Lúpica → é a fase mais avançada desse quadro 
psiquiátrico, ocorrendo em uma minoria dos casos 
• Psicose Lúpica: 
▪ Manifesta-se, geralmente, no 1º ano de doença como um 
quadro de delirium → com estado confusional, ilusões 
persecutórias, alucinações auditivas ou visuais e 
flutuação do nível de consciência 
▪ É um critério diagnóstico da doença 
• Psicose induzida por corticoides → costuma surgir 
durante as primeiras semanas de uso, em geral com doses 
acima de 40mg/dia de Prednisona ou equivalente 
▪ O melhor teste diagnóstico é a retirada ou redução dos 
corticoides (se possível), e observação evolutiva do 
quadro 
• Anticorpo Anti-P → é um autoanticorpo relacionado às 
alterações psiquiátricas do LES, em especial à psicose e à 
depressão (a presença do Anti-P sugere fortemente que o 
distúrbio psiquiátrico é resultante da própria atividade 
lúpica) 
➢ MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS: 
• Podem estar presentes as seguintes: 
▪ Cefaleia (25%) 
▪ Convulsões (20%) 
▪ AVE isquêmico – Trombose, embolia ou vasculite (10%) 
▪ AVE hemorrágico 
▪ Neuropatia Periférica – mono ou polineuropatia (15%) 
▪ Mielite Transversa (< 1%) 
▪ Meningite Asséptica (< 1%) 
• As manifestações neurológicas podem ocorrer de forma 
isolada, mas geralmente aparecem na vigência de um quadro 
sistêmico 
• Qualquer região do SNC e SNP pode ser afetada 
• Cefaleia → Enxaqueca (mais comum) ou Cefaleia Tensional 
• Convulsões → podem ser de qualquer tipo, como de grande 
mal, pequeno mal ou mesmo focais 
▪ Para afirmar que a convulsão é decorrente do LES, 
deve-se afastar outras causas de convulsão, como: 
✓ Tumores 
✓ AVE 
✓ Epilepsia 
✓ Distúrbios metabólicos 
✓ Distúrbios eletrolíticos 
• AVE isquêmico → pode ser resultante de 4 processos 
distintos: 
1. Trombose cerebral na SAAF 
2. Embolia cerebral na endocardite de Libman-Sacks 
3. Vasculite cerebral 
4. Embolia arterioarterial a partir de doença 
aterosclerótica carotídea ou vertebral 
• AVE hemorrágico → também tem incidência aumentada 
em pacientes com LES 
• Meningite Asséptica: 
▪ Pode ser precipitada pelo uso de AINEs ou Azatioprina 
• Neuropatias Periféricas: 
▪ Geralmente, são leves e assimétricas 
▪ Causadas comumente pode isquemia vascular dos 
nervos 
▪ Pode haver um quadro de Mononeurite Múltipla (Ex: 
pé caído, mão caída, mão em garra) por vasculite 
sistêmica 
• Outras manifestações que podem ocorrer: 
▪ Paralisia dos nervos cranianos 
▪ Distúrbios do movimento → Coreia, Atetose, 
Hemibalismo 
▪ Mielite transversa → tem associação com a SAAF, 
podendo levar à paraplegia 
➢ MANIFESTAÇÕES HEMATOLÓGICAS: 
• Podem ocorrer: 
▪ Anemia (70%) 
▪ Leucopenia (65%) 
▪ Linfopenia (50%) 
▪ Trombocitopenia (15 – 25%) 
▪ Esplenomegalia (15%) 
▪ Linfadenopatia (15%) 
▪ Anemia hemolítica (10%) 
▪ Coagulopatia (5 – 15%) 
• São frequentes em pacientes com doença ativa 
• Anemia da Doença Crônica (Normocítica e 
Normocrômica): 
▪ É a manifestação hematológica mais comum 
▪ É causada pela eritropoese deficitária e 
disponibilização de ferro bloqueada 
▪ A queda do Hematócrito pode ser um dos critérios de 
atividade lúpica 
• Anemias Carenciais (Ferropriva e Megaloblástica) → 
também são comuns 
• Anemia Hemolítica Autoimune → por anticorpos 
“quentes” (IgG), Coombs direto positivo 
▪ O mecanismo é a ligação de autoanticorpos antifator 
Rh na membrana das hemácias, estimulando a 
fagocitose pelos macrófagos esplênicos 
▪ A anemia imuno-hemolítica é o único tipo de anemia 
considerada nos critérios de classificação do LES 
▪ Há aumento de VHS, bilirrubina e reticulócitos 
• Outras causas de anemia no LES: 
▪ Anemia Hemolítica Microangiopática → geralmente 
relacionada a uma vasculite sistêmica 
▪ Anemia hemolítica induzida por drogas 
▪ Anemia aplásica → por anticorpos contra 
eritroblastos na medula 
▪ Anemia decorrente de insuficiência renal crônica 
• Trombocitopenia Leve: 
▪ O principal mecanismo é o surgimento de 
autoanticorpos IgG contra antígenos de superfície 
plaquetária 
▪ O grau de trombocitopenia varia de leve a acentuado 
 
 
9 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
• Síndrome de Evans → Anemia Imuno-hemolítica + 
Trombocitopenia autoimune 
▪ O LES é a causa mais comum 
• Plaquetopenia (< 100.000/mm3) → pode se associar à 
SAAF 
• Leucopenia autoimune (< 4.000/mm3): 
▪ É comumente encontrada, sendo um critério 
diagnóstico do LES 
▪ Com contagem inferior a 4.000/mm3 
▪ Também é parâmetro de atividade lúpica 
• Linfopenia autoimune (< 1.000/mm3): 
▪ Contribui para o estado de imunodepressão da 
doença 
• Neutropenia → não é comum 
• Exacerbações Inflamatórias do LES → podem cursar 
com Linfadenopatia cervical ou generalizada e 
esplenomegalia, que são achados indicativos de 
hiperatividade imune 
▪ Quando ocorrem, podem ser acentuadas a ponto de 
estimularem um distúrbio linfoproliferativo 
• Malignidades Hematológicas (principalmente Linfoma não 
Hodgkin) → seu risco está aumenta em 4 – 5 vezes nos 
pacientes com lúpus 
▪ Por isso, deve-se avaliar os quadros de 
linfadenomegalia com cuidado 
• O baço pode desenvolver uma forma de fibrose 
perivascular, apresentando-se com uma lesão histológica 
nas artérias e arteríolas esplênicas conhecidas como 
“casca de cebola”, que é considerada como 
patognomônica do LES 
• O LES pode cursar com autoanticorpos contra vários 
fatores de coagulação: 
▪ Anticorpo antifator VIII (fator anti-hemofílico) → 
pode causar um distúrbio hemorrágico (coagulopatia 
adquirida), na presença de PTT alargado e INR (TAP) 
normal 
✓ Essa hemorragia não responde à reposição de 
plasma fresco ou crioprecipitado, mas responde 
à administração do complexo protrombínico 
ativado (Prothromplex) 
• Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAAF): 
▪ É a principal trombofilias adquirida 
▪ Corresponde a até 1/3 dos AVEs em indivíduos com 
menos de 50 anos de idade 
▪ Pacientes com SAAF secundário ao Lúpus podem 
evoluir com trombose, que pode ocorrer no território 
arterial, venoso ou capilar 
➢ MANIFESTAÇÕES RENAIS: 
• Podem ocorrer: 
▪ Proteinúria de 24h > 500mg ou +3 no EAS (50%) 
▪ Cilindros celulares na urianálise (50%) 
▪ Síndrome nefrítica (30 – 40%) 
▪ Síndrome nefrótica (25%) 
▪ Nefrite intersticial 
▪ Insuficiência renal (5 – 10%) 
• A maioria dos portadores de LES acaba desenvolvendo algum 
grau de nefropatia no decorrer da doença 
• Essas manifestações renais elevam a morbimortalidade 
associadaao LES 
• Glomerulonefrite → é a manifestação clássica 
▪ Os glomérulos são os principais alvos renais do Lúpus 
▪ A deposição de imunocomplexos DNA/Anti-DNA é a 
base fisiopatológica da nefrite lúpica 
▪ A quantificação dos níveis séricos de Anti-DNAds e 
complemento (principalmente C3) é útil para 
monitoramento da atividade e resposta terapêutica da 
nefrite lúpica 
GLOMERULONEFRITE 
CLASSE DESCRIÇÃO 
I Mesangial Mínima → somente imunodepósitos, 
sem proliferação celular 
II Mesangial Proliferativa 
 
 
III 
Focal (< 50% dos glomérulos) 
(A) Lesões ativas: Proliferativa Focal 
(A/C) Lesões ativas e crônicas: Proliferativa e 
Esclerosante Focal 
(C) Lesões inativas crônicas com cicatrizes: 
Esclerosante Focal 
 
 
 
IV 
Difusa (> 50% dos glomérulos) 
(A) Lesões ativas: Proliferativa Difusa 
(A/C) Lesões ativas e crônicas: Proliferativa e 
Esclerosante Focal 
(C) Lesões inativas crônicas com cicatrizes: 
Esclerosante Focal 
* todas as categorias nesta classe ainda podem ser 
subdivididas em Segmentares (S) ou Globais (G) 
V Membranosa 
VI Esclerosante Avançada 
▪ Classes: 
✓ VI → rim terminal 
✓ V → glomerulonefrite membranosa (com 
síndrome nefrótica e proteinúria de 24h total 
geralmente > 3g) 
✓ III e IV → são as de pior prognóstico, 
principalmente a classe IV, pois podem mais 
rapidamente evoluir pra a classe VI 
• Nefrite Tubulointersticial Aguda (NIA): 
▪ Acometimento do interstício e não do glomérulo 
▪ Manifesta-se com insuficiência renal oligúrica, 
lombalgia, febre e piúria maciça, hematúria não 
dismórfica, proteinúria e cilindros piocitários 
▪ A urocultura é negativa 
• Nefropatia Trombótica → pode ocorrer naqueles 
pacientes que tem SAAF associada ao Lúpus 
▪ Os trombos podem se formar nas arteríolas renais, 
levando ao surgimento de nefropatia com perda de 
proteína no sedimento urinário, presença de cilindros... 
➢ MANIFESTAÇÕES OCULARES: 
• Conjuntivite/Episclerite (10%) 
 
 
10 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
• Ceratoconjuntivite Seca (Sjogren) – 15% → associada ou 
não à Xerostomia 
• Vasculite Retiniana – corpos citoides (5%) → é uma 
complicação oftalmológica mais grave, podendo causar 
amaurose por isquemia ou hemorragia 
▪ A presença de exsudatos algodonosos na fundoscopia 
(denominados corpos citoides) constitui sinal 
específico de vasculite retiniana (o exsudato é 
decorrente de isquemia retiniana localizada) 
• Neurite óptica → é uma manifestação grave 
• O tratamento com Glicocorticoides pode induzir a alterações 
oculares, como Glaucoma e Catarata 
CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS 
➢ Esses critérios são classificatórios, não sendo utilizados para 
diagnóstico → a grande maioria dos pacientes se encaixam 
nesses critérios classificatórios, mas pode-se dar o diagnóstico 
de LES caso o paciente não preencha esses critérios 
➢ Tem-se exceções, nas quais pode-se dar o diagnóstico de LES sem 
esses critérios 
➢ PASSO A PASSO DESSES CRITÉRIOS: 
1. Realizar o Fator Antinúcleo (FAN) – tem alto valor 
preditivo negativo (ou seja, um exame negativo praticamente 
afasta a possibilidade de LES) → um FAN positivo abre a 
possibilidade de que o paciente possa ter Lúpus 
▪ FAN negativo → não classifica como Lúpus (porém, 
existem casos de Lúpus com FAN negativo) 
✓ Lúpus Eritematoso restrito à pele → não há 
indícios de acometimento sistêmico. Nesses 
casos pode-se ter um FAN negativo e, geralmente, 
esses indivíduos tem o anticorpo anti-Ro positivo 
▪ FAN Positivo → deve-se aplicar os demais critérios 
2. Aplicar os Critérios Aditivos: 
▪ Considerações sobre esses critérios: 
✓ São aditivos e não precisam estar todos 
presentes no mesmo dia (pode-se ir somando 
esses pontos com o acompanhamento do 
paciente) 
✓ Não se conta uma determinada manifestação 
quando ela é melhor explicada por outro problema 
que não seja o Lúpus 
✓ A ocorrência do critério pelo menos 1 vez é o 
suficiente 
✓ Para classificar como lúpus deve-se ter pelo 
menos 1 critério clínico e a presença de pelo 
menos 10 pontos (não se pode somar 10 pontos 
apenas com a presença de critérios imunológicos, 
deve-se ter pelo menos 1 critério clínico) 
✓ Para cada domínio, apenas o que tiver maior peso 
será contabilizado no score final (Ex: se o paciente 
tem os 3 tipos de acometimento hematológico, 
não se soma as pontuações, escolhe apenas a 
maior de todas) 
CRITÉRIOS CLÍNICOS PONTUAÇÃO 
 Constitucional 
Febre 2 
 Hematológicos 
Leucopenia 3 
Trombocitopenia 4 
Hemólise Autoimune 4 
 Neuropsiquiáticos 
Delirium 2 
Psicose 3 
Convulsão 5 
 Mucocutâneos 
Alopecia não cicatricial 2 
Úlceras Orais 2 
Lesões de pele de Lúpus cutâneo Subagudo ou 
Lúpus Discoide 
4 
Lesões de Lúpus Cutâneo Agudo 6 
 Das Serosas 
Derrame Pleural ou Pericárdico 5 
Pericardite Aguda 6 
 Musculoesqueléticos 
Artralgia ou Artrite 6 
 Renais 
Proteinúria > 0,5g/24h 4 
Biópsia renal acusando Glomerulonefrite classe II 
ou V 
8 
Biópsia renal acusando Glomerulonefrite classe III 
ou IV 
10 
*A biópsia deve ser realizada à microscopia óptica e à 
imunofluorescência direta, pois na imunofluorescência consegue-se 
identificar os depósitos de cadeia Kappa e Lambida, das imunoglobulinas 
(IgG, IgM, IgA), dos complementos (C3, C4) e do fibrinogênio. Isso é o que 
se chama de Padrão Full House, que quando se vê um depósito desses 
tipos no glomérulo à imunofluorescência direta diz-se que é uma nefrite 
lúpica 
 
CRITÉRIOS IMUNOLÓGICOS PONTUAÇÃO 
 Anticorpos Antifosfolipides 
Anticarbolipina 
ou 
Anti-β2GP1 
ou 
Anticoagulante Lúpico 
 
 
2 
 Proteínas do Complemento 
C3 ou C4 baixos 3 
C3 e C4 baixos 4 
 Anticorpos Específicos do LES 
Anti-DNAds (dupla hélice – é específico e é o único 
anticorpo que tem relação com a atividade de doença) 
ou 
Anti-Smith (é específico, mas é pouco sensível, sendo 
apenas 20% dos pacientes que apresentam) 
 
6 
IMPORTANTE! 
- As manifestações clínicas de Lúpus devem sempre ser 
investigas para que sejam afastados outros possíveis 
diagnósticos 
- Assim, o diagnóstico de Lúpus é um diagnóstico mais de exclusão 
 
 
 
11 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
3. Após o Escore contabiliza-se os pontos: 
▪ ≥ 10 pontos = Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) 
▪ Para esse diagnóstico é necessário que o FAN (que é o 
critério de entrada) seja positivo 
▪ Se o paciente tiver o FAN positivo e 10 pontos nos 
critérios clínicos já se pode classificar como LES, sem 
haver a necessidade dos critérios imunológicos 
▪ É obrigatória a presença de pelo menos 1 critério 
clínico 
➢ Exames que podem ser solicitados: 
• Anti-DNAds → avalia a atividade da doença. Ou seja, 
durante os períodos de remissão o paciente pode ter um 
anti-DNAds negativo e durante os períodos de atividade esse 
anti-DNAds pode voltar a positivar (assim, esse anti-DNAds 
é um marcador importante para se pedir em todas as 
consultas) 
▪ Tem pacientes que, mesmo em remissão clínica, nunca 
negativam o anti-DNA, mas ele não oscila (precisa estar 
constante para demostrar remissão imunológica) 
▪ Tem associação com atividade renal (Glomerulonefrite) 
→ deve-se avaliar a proteinúria desse paciente 
• Consumo de complementos → pode ser um indicio de 
atividade de doença (Ex: paciente que tem um complemento 
normal e começa a ter uma redução é necessário prestar 
atenção, pois ele pode estar prestes a abrir algum quadro 
de atividade de doença) 
• Anticorpos antifosfolípides → para avaliar se o paciente 
tem risco de ter SAAF associada, principalmente em 
mulheres que não tenham prova definida 
▪ A SAAF é um trombofilia adquirida. Assim, ela aumenta 
o risco de abortos derepetição e aumenta um desfecho 
gestacional desfavorável (Ex: Eclâmpsia, Pré-
Eclâmpsia, síndrome de Hellp, retardo do crescimento 
uterino...) 
• Anti-Ro, Anti-La e Anti-RNP → esses anticorpos 
atravessam a placenta nas gestantes, podendo levar ao 
surgimento do Lúpus Neonatal 
FATOR ANTI-NÚCLEO (FAN) 
➢ O FAN tem alta sensibilidade para LES (mais de 98% dos pacientes 
tem FAN positivo), porém não tem muita especificidade (muitos 
pacientes com outras doenças também podem ter FAN positivo) 
➢ O FAN não é um anticorpo específico, mas sim um teste que avalia 
a presença de um ou mais autoanticorpos → nesse teste 
detectam-se autoanticorpos contra diversos constituintes da 
célula, e não apenas aqueles presentes no núcleo 
➢ Existem indivíduos que podem ter FAN positivo e não 
apresentarem doença alguma (FAN em títulos baixos, 
principalmente no padrão pontilhado fino denso) → nesses 
casos, deve-se dar maior atenção à títulos maiores de FAN e ao 
padrão do FAN 
➢ Como o teste é feito → resumidamente: tem-se células Hep-2 
(que são células de camundongo tratadas) e inocula-se o soro do 
paciente no substrato de células HEp-2. Assim, um paciente com 
FAN positivo abre uma ligação através da IgG que vai permitir a 
formação de uma fluorescência na microscopia óptica. Com isso, 
vai-se diluindo esse soro do paciente, processo chamado de 
titulação 
• Mais detalhado → O teste é feito em cultura de células HEp-
2 (células de tumor epitelial humano), dispostas em lâmina, 
sobre a qual é derramado o soro do paciente. Neste 
momento, os autoanticorpos, quando presentes, se fixam 
nas estruturas celulares. A lâmina então é lavada e, em 
seguida, tratada com anticorpos anti-imunoglobulina 
humana ligados à fluoresceína. Após esse processo, apenas 
os locais em que os anticorpos se ligaram ficarão 
fluorescentes. Com um microscópio especial, o examinador 
observa facilmente o padrão de fluorescência. São descritos 
28 padrões diferentes de imunofluorescência, entre 
citoplasmáticos, nucleares, nucleolares, contra o aparelho 
mitótico e mistos 
➢ Título → quanto mais anticorpo o paciente tiver no soro, maior 
será a diluição necessária para que a fluorescência não seja mais 
vista 
• Exemplo: 
 
▪ O indivíduo da imagem acima teve fluorescência até 
essa diluição de 1:320. Assim, quando ele diluiu para 
1:640 a imunofluorescência deixou de existir 
• 1:40 → diluição inicial 
• 1:80 → ponto de corte 
▪ ≥ 1:80 → FAN positivo 
▪ < 1:80 → FAN negativo 
• Quanto maior for o título do FAN, maior a possibilidade de 
que esse paciente tenha ou venha a ter uma doença 
autoimune 
➢ Padrões do FAN: 
 
• Cada padrão está associado a algum autoanticorpo que pode 
ser mais específico de determinada doença 
• Padrão Homogêneo (o núcleo se cora de forma homogênea) 
→ é muito específico do LES, pois tem associação com o 
anti-DNAds 
▪ Também costuma ser visto no Lúpus induzido por 
droga, que tem um anticorpo chamado anti-histona 
positivo 
 
 
12 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
• Padrão Centromérico → tem correlação com o anticorpo 
anti-centrômero 
➢ Coloração de padrões de depósito do FAN: 
• Nuclear pontilhado fino denso: 
▪ Não costuma ser muito valorizado, principalmente 
quando não se tem um quadro clínico suspeito 
▪ Se seus títulos forem muito elevados (como 1:320), 
deve-se valorizar mais esse FAN 
• Nuclear Centromérico → associado à Síndrome de Crest 
• Nuclear Homogêneo → associado ao LES e ao Lúpus 
induzido por drogas 
• Nuclear pontilhado grosso: 
▪ Está associado ao Anti-Smith, que é específico do LES 
▪ Também pode ser visto em pacientes com anti-RNP 
positivo, que é visto na doença mista do tecido 
conjuntivo, na Esclerose Sistêmica, na Artrite 
Reumatóide... 
• Nuclear pontilhado fino → está associado aos anticorpos 
anti-Ro/SSA e anti-La/SSB, que são muito comuns em 
pacientes com: 
▪ LES 
▪ Lúpus Eritematoso Cutâneo 
▪ Lúpus Eritematoso Neonatal 
▪ Síndrome de Sjogren 
▪ Esclerose Sistêmica 
• Nucleolar → associado à Esclerose Sistêmica 
• Nucleolar Homogêneo → associa-se às síndromes de 
superposição (Esclerodermatomiosite) 
• Citoplasmático Pontilhado Fino → Miopatias inflamatórias 
• Padrões mistos de depósito → associados ao anti-Scl70 
da Esclerose Sistêmica 
➢ O FAN deve ser solicitado quando há suspeição clínica de se tratar 
de uma doença autoimune, pois pode ser positivo em pessoas 
normais e também em outras doenças, até mesmo em infecções 
➢ Valoriza-se o padrão e a titulação do FAN 
➢ Anti-DNAds e anti-Sm → são marcadores específicos do Lúpus 
• Anti-DNAds → é identificado por imunofluorescência 
indireta utilizando como substrato o flagelado Chrithidia 
lucilliae 
• Anti-Sm → pode ser identificado por vários métodos, como 
Western Blot, imunodifusão e contraimunoeletroforese 
AUTOANTICORPOS ESPECÍFICOS 
➢ ANTINUCLEARES: 
• Anti-DNA: 
▪ Anti-DNAds (dupla hélice) → é muito específico de 
LES (95%) 
✓ Tem muita relação com a atividade da doença e 
com nefrite lúpica 
✓ Altos títulos correlacionam-se com a forma grave 
da nefrite lúpica (classe IV) 
✓ Deve-se fazer o acompanhamento de seus níveis 
para avaliar resposta terapêutica 
▪ Anti-DNA hélice única → é inespecífico e pode estar 
presente em diversas doenças autoimunes ou 
infecções crônicas 
• Anti-Sm (Smith): 
▪ É altamente específico para LES 
▪ Por alguns autores, é considerado o autoanticorpo 
mais específico da doença (E=99%), porém só está 
presente em 30% dos casos 
▪ Seus níveis não se alteram com mudanças na atividade 
de doença 
• Anti-RNP (Ribonucleoproteína): 
▪ Sua presença em altos títulos está associada à Doença 
Mista do Tecido Conjuntivo (DMTC) e à síndrome do 
overlap com a esclerodermia e a polimiosite 
▪ Está presente em 40% dos casos de LES 
• Anti-Ro (SS-A) e Anti-La (SS-B) → geralmente, aparecem 
em conjunto 
▪ Paciente anti-Ro/anti-La positivo têm menos chance de 
nefrite (correlação negativa com nefrite lúpica) 
 
 
13 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
▪ Anti-Ro → presente em 30% dos casos de LES 
✓ Também se relaciona ao Lúpus Cutâneo Subagudo, 
à fotossensibilidade, à vasculite cutânea e à 
Doença Pulmonar Intersticial 
✓ As gestantes lúpicas anti-Ro positivas têm 
chance aumentada de parirem filhos com 
bloqueio cardíaco congênito ou Lúpus neonatal 
(ao transmitirem esse autoanticorpo através da 
placenta). Ademais, também há risco de aborto 
e outras complicações gestacionais 
✓ Esse anti-Ro quase sempre está presente nos 
raros casos de LES com FAN negativo 
▪ Anti-La → presente em 10% dos casos de LES 
• Anti-Histonas: 
▪ Existem os tipos H1, H2, H3 e H4 
▪ Estão bastante relacionados ao Lúpus induzido por 
drogas: 
✓ Procainamida e quinidina → anti-H2 
✓ Hidralazina e clorpromazina → anti-H1, H3, H4 
▪ Presentes em 95 – 100% dos pacientes 
➢ ANTICITOPLASMÁTICOS: 
• Anti-P: 
▪ Estão presentes em 20% dos casos de LES 
▪ Correlaciona-se com psicose lúpica e depressão 
➢ ANTIMEMBRANA CELULAR: 
• Antilinfocítico → 70% dos casos 
▪ São os responsáveis pela alta frequência de linfopenia 
nos pacientes lúpicos 
• Anti-hemácia (da classe IgG) → 60% dos casos 
▪ Uma pequena proporção dos pacientes com 
autoanticorpos anti-hemácia desenvolve anemia 
hemolítica Coombs positiva 
• Antiplaqueta → 30% dos casos 
▪ Cerca de 15% dos pacientes positivos para 
autoanticorpos antiplaqueta fazem trombocitopenia 
autoimune 
• Antineuronais → 60% dos casos 
➢ ANTIFOSFOLIPÍDIO: 
• É composto por 3 elementos: 
▪ Anticoagulante lúpico 
▪ Anticardiolipina 
▪ Anti-β2G1 (glicoproteína 1) 
• A presença desses anticorpos acusa a síndrome 
antifosfolipídio 
• Pelo menor um dos 3 é encontrado em cerca de 50% dos 
pacientes com LES 
LÚPUS INDUZIDO POR DROGAS 
➢ DEFINIÇÃO → diz-se que tem Lúpus induzido por droga naquele 
indivíduo que tem pelo menos 1 sintoma clínico de Lúpus + FANou outros testes laboratoriais positivos 
• Geralmente, consegue-se identificar pelo uso de uma droga 
suspeita por um período de 3 semanas a 2 anos antes 
do desenvolvimento dos sinais ou sintomas 
• Há uma rápida melhora quando se descontinua a droga 
• Costumam ser manifestações mais leves 
• Há recorrência dos sinais ou sintomas quando o paciente é 
exposto novamente à droga, ou dentro de uma mesma classe 
de medicamentos 
➢ PRINCIPAIS MEDICAÇÕES QUE PODEM INDUZIR LÚPUS: 
 
• Alto Risco: 
▪ Procainamida → corresponde a 15 – 20% dos casos 
de Lúpus Induzido por drogas 
✓ É um antiarrítmico 
▪ Hidralazina → 5 – 8% 
• Baixo Risco: 
▪ Metildopa 
▪ Isoniazida → é usada no tratamento da tuberculose 
latente 
▪ Minociclina 
▪ Carbamazepina 
▪ Etossuximida 
▪ Fenitoína 
▪ Sulfasalazina → usada nas espondiloartrites 
LÚPUS NEONATAL 
➢ Ocorre em decorrência da passagem transplacentária dos 
autoanticorpos maternos 
• O bebê não produz anticorpos, pois seu sistema imune não 
está maturado o suficiente para produzir anticorpos. Assim, 
nascem com a imunidade inata, não tendo imunidade 
adquirida, que só vai começar a se formar por volta do 6º 
mês de vida. Dessa forma, quando o bebê nasce com um 
autoanticorpo ele vem da mãe 
➢ A mãe não precisa necessariamente ter Lúpus para que a criança 
tenha Lúpus Neonatal. Assim, a mãe pode ter: 
• Lúpus 
 
 
14 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
• Presença de autoanticorpos específicos do Lúpus e ainda 
não ter desenvolvido a doença 
• Síndrome de Sjogren 
• Doença Mista do Tecido Conjuntivo... 
➢ A mãe precisa ser portadora de autoanticorpos! → assim, 
pode ocorrer em bebês de mulheres que apresentam um ou mais 
dos seguintes autoanticorpos: 
• Anti-Ro 
• Anti-La 
• Anti-RNP 
*Esses autoanticorpos não fazem parte dos critérios diagnósticos, 
mas devem ser pedidos nas mulheres justamente por causa desse 
risco gestacional e do risco de causar Lúpus Neonatal caso essa 
mulher engravide 
*De todas as mães que têm o anticorpo positivo, apenas 2% 
dessas mulheres terão filhos com Lúpus neonatal 
➢ Manifestações mais comuns do Lúpus Neonatal → Lesões de 
Pele, que lembram as lesões do Lúpus Cutâneo Agudo 
• Não é preciso tratar as lesões de pele, pois irão melhorar 
espontaneamente 
➢ Bloqueios Atrioventriculares (BAV) → são as complicações 
mais temidas 
• Podem ser BAV de 1° grau, BAV de 2° grau ou até mesmo um 
BAVT 
• Os anticorpos passam pela placenta e lesionam os feixes de 
condução atrioventricular 
• Essas crianças podem evoluir com essas complicações 
ainda na vida intrauterina. Assim, pode acontecer morte 
intraútero do bebê ou ele pode nascer apresentando 
estigmas do retardo do crescimento uterino 
• Esses bebês podem nascer com a necessidade de passagem 
de uma marcapasso já na sala de parto 
• Mulheres que apresentam anticorpos relacionados ao Lúpus 
neonatal precisam fazer um rastreio para o acometimento 
cardíaco pelo Lúpus Neonatal. Assim, submete-se essa 
gestante ao Ecocardiograma fetal 
▪ ECO Fetal → deve ser feito entre a 16ª e a 24ª/26ª 
semana, solicitando semanalmente 
✓ É entre esse período de 16ª a 24ª/26ª semana de 
gestação que se deve fazer porque é o período de 
maior passagem dos anticorpos pela placenta 
✓ Se for normal → para poder afastar a 
possibilidade de problema cardíaco, deve-se 
solicitar exames da 26ª semana de gestação até 
o 1º ano de vida da criança 
o A partir da 26ª semana → realizar o Eco 
mensalmente até o nascimento 
o Eletrocardiograma + Eco → quando fazer: 
❖ Quando o bebê nascer 
❖ Repetir no 1º mês de vida 
❖ Repetir com 6 meses de vida 
❖ Repetir com 1 ano de vida 
✓ Quando se detecta alguma alteração no Eco de rastreio 
→ é necessário dar à mãe: 
o Dexametasona ou Betametasona → pois são 
os únicos corticoides que atravessam a 
placenta. Assim, o objetivo de dar corticoide 
para a mãe é tratar o bebê. O corticoide 
atravessa a placenta para conter essa 
inflamação de origem autoimune nos feixes 
atrioventriculares do bebê 
➢ Com o passar dos dias, a titulação do anticorpo circulante no bebê 
vai diminuindo e ele vai melhorando dessas manifestações 
clínicas 
➢ O anticorpo passa pela placenta e pelo leite materno, mas não há 
contraindicação à amamentação porque o anticorpo é digerido no 
estômago do bebê 
TRATAMENTO 
➢ O tratamento do Lúpus deve ser feito de forma multidisciplinar 
➢ MEDIDAS GERAIS: 
• Proteção Solar: 
▪ Pois a exposição à radiação UV é um gatilho para o 
desenvolvimento da doença em pessoas geneticamente 
suscetíveis e para que a doença entre em atividade 
naqueles pacientes que estão com a doença controlada 
▪ Deve-se usar protetor solar em toda área fotoexposta 
pelo menos 30min antes da exposição, a cada 2h e até 
mesmo nos dias nublados 
• Tratamento tópico: 
▪ Pode ser usado naqueles pacientes que tem uma lesão 
de pele que não seja muito extensa 
 
 Lúpus Neonatal 
- Essas lesões de pele lembram 
as lesões anulares policíclicas, 
que são lesões de lúpus 
cutâneo agudo, que melhoram 
sem deixar cicatriz 
 
Lúpus Neonatal 
- Rash eritematoso não pruriginoso que resolve sem deixar 
cicatriz 
 
 
15 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
▪ Faz-se com corticoide tópico: 
 METILPREDNISOLONA ou outro 
• Planejamento familiar: 
▪ Deve-se orientar a família em relação a esse 
planejamento 
▪ A mulher com lúpus pode engravidar, mas é preciso 
planejar o melhor momento pra ela engravidar → a 
mulher pode engravidar quando ela está com a doença 
fora de atividade a pelo menos 6 meses 
✓ Quando engravida, a mulher com Lúpus só pode 
fazer uso da Hidroxicloroquina 
✓ Não pode usar o Imunossupressor → pois é 
contraindicado na gravidez 
o Azatioprina (pode-se usar, a depender do 
risco materno, a partir do 3º trimestre de 
gestação) → é o único imunossupressor 
que pode-se utilizar, mas a depender do 
risco materno e apenas do último trimestre 
da gestação 
▪ Métodos contraceptivos: 
✓ DIU (cobre, metal, prata...) 
✓ Métodos de barreira 
✓ Anticoncepcional Hormonal Oral (ACHO) – 
Estógeno → deve-se ter cuidado, pois o 
estrógeno pode ser um gatilho para atividade de 
doença 
o Um estudo comprovou que o uso de pílulas 
com baixas doses de estrógeno não foi 
associado a maior atividade de doença. 
Porém, esse estudo selecionou apenas 
mulheres com doença leve (pele e/ou 
articulação) 
o Mulher com doença leve → pode usar o 
ACHO desde que seja em baixas doses de 
etinilestradiol e que essa mulher não tenha o 
anticorpo antifosfolípide positivo (pois a 
presença desse anticorpo somada ao uso de 
anticoncepcional aumenta ainda mais o risco 
de formação de trombos) 
o É contraindicado em: 
❖ Casos moderados (acometimento 
hematológico e de serosas) a graves 
(acometimento de órgãos-alvo – rins, 
SNC, pulmões, vasos, SNP...) 
❖ Casos com anticorpo fosfolípide 
positivo (50% desenvolvem SAAF) → 
pois tem risco trombogênico 
❖ Se já teve evento trombótico 
o Somente 50% das pacientes com Lúpus que 
tem o anticorpo antifosfolípide vão 
desenvolver a SAAF 
✓ Implantes de progesterona 
✓ Injeções de progesteronas (mensais ou 
semestrais) 
✓ As pílulas de progesterona não aumentam o risco 
de atividade de doença e praticamente não 
aumentam o risco de trombose. Porém, há risco 
de osteoporose com o uso prolongado 
GRAVIDEZ E LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 
➢ Para que a mulher possa engravidar ela deve estar em remissão 
por no mínimo 6 meses 
➢ É preciso estratificar o risco dessa mulher → avaliando cada 
caso individualmente 
➢ Deve-se manter o antimalárico durante a gravidez e durante a 
amamentação → Hidroxicloroquina 
• Funciona como uma droga imunomoduladora, diminuindo a 
produção dos autoanticorpos 
• A mulher que uso Hidroxicloroquina tem um melhor desfecho 
tanto materno quanto fetal 
• Seu uso diminui a chancede Pré-eclâmpsia, Eclampsia e 
Síndrome Hellp 
➢ Aspirina em baixa dose (dose profilática – 100mg/dia) → a 
partir da 12ª semana de gestação, independentemente da 
presença de anticorpos antifosfolípides 
• Usa-se para diminuir o risco dessa paciente vir a ter Pré-
eclâmpsia, Eclampsia e Síndrome Hellp 
• Não se faz no primeiro trimestre da gestação para não levar 
ao fechamento precoce do ducto arterioso fetal 
➢ Medicações na gravidez de uma mulher com Lúpus: 
• Uso seletivo permitido: 
 AINEs → pode usar no 2º e 3º trimestre, para controle 
das manifestações articulares 
 CORTICOIDE → pode ser usado em todas as fases da 
gestação (A Prednisolona não passa pela placenta) 
✓ Deve-se ter cuidado devido ao risco de Diabetes 
gestacional e suas complicações 
 AZATIOPRINA → a partir do 3º trimestre 
 CICLOSPORINA → a partir do 3º trimestre 
 TACROLIMUS → a partir do 3º trimestre 
 ANTI-HIPERTENSIVOS → Metildopa (é o principal), 
Labetalol, Nifedipino (pode-se usar, por exemplo, em 
mulheres que tem fenômeno de Raynaud importante), 
Hidralazina (mesmo sendo uma das que induz ao lúpus) 
▪ Importante → fazer uso de uma droga que induz ao 
lúpus não piora o lúpus da paciente 
• Medicações Contraindicadas: 
 CICLOFOSFAMIDA* 
 MICOFENOLATO DE MOFETILA* 
 METOTREXATO** 
 LEFLUNOMIDA** 
*São imunossupressores usados na doença grave 
**São abortivos e teratogênicos 
TRATAMENTO DO LÚPUS 
➢ O lúpus é uma doença que pode ter vários fenótipos. Assim, cada 
fenótipo necessita de um tratamento diferente 
➢ Classifica-se a doença em leve, moderada e severa 
 
 
16 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
➢ Divide-se o tratamento do lúpus em 2 etapas: 
• Indução da remissão 
• Manutenção da remissão 
➢ Hidroxicloroquina → é usada tanto na fase de indução quanto na 
de manutenção do tratamento, e em todas as fases da doença 
(leve, moderada e grave) 
• Só não é usada em pacientes que tenham uma retinopatia 
prévia, que é a principal contraindicação ao uso da 
hidroxicloroquina, pois ela pode se impregnar na retina e 
causar perda de visão nos campos visuais 
• Em alguns casos a hidroxicloroquina sozinha não resolve o 
quadro, sendo necessário somar a outra medicação 
➢ Índices de atividade de doença: 
• BILAG 
• SLEDAI 
➢ Doença leve + manifestação não ameaçadora à vida: 
• Indução: 
 AINE ou INIBIDORES DA COX-2 
 PREDNISONA < 20mg (baixas doses) ou CORTICOIDE 
TÓPICO → manifestações mucocutâneas 
➢ Doença Moderada: 
• Indução; 
 PREDNISOLONA ORAL < 0,5 mg/kg ou 
METILPREDNISOLONA Endovenosa 
+ 
 AZATIOPRINA 2 – 3mg/kg ou METOTREXATO 10 – 
25mg/semana 
➢ Doença Severa: 
• Indução → doses imunossupressoras de corticoide 
 PREDNISOLONA ≥ 0,5mg/kg e/ou METILPREDNISOLONA 
IV (500mg 3x) 
 AZATIOPRINA 2 – 3 mg/kg ou MICOFENOLATO DE 
MOFETILA 2 – 3g/d ou CICLOFOSFAMIDA 750mg 
➢ Fase de manutenção → pode-se fazer uso da mesma medicação 
que fez uso na indução, mas em doses menores 
➢ As novas recomendações de tratamento orientam a fazer uso de 
doses menores de corticoide, pois essas doses menores são 
eficientes e tem menos eventos adversos a longo prazo. Assim, há 
uma tendência a se fazer doses menores de corticoide mesmo em 
manifestações severas ameaçadoras à vida 
➢ Medicações imunobiológicas: 
• Belimumabe → foi desenvolvido exclusivamente para o 
Lúpus e age em um anticorpo chamado anti-Blys 
• Rituximabe → é o anti-CD20 que vai depletar a população 
do linfócito B CD20 positivo 
▪ É usado de forma off-label no lúpus→ ou seja, não há 
indicação em bula. Mas para aquele paciente que já 
recebeu imunossupressão com Ciclofosfamida e com 
Microfenolato e não responde é uma opção terapêutica, 
além do uso da imunoglobulina 
➢ SOBRE O ARSENAL TERAPÊUTICO: 
• ANTIMALÁRICOS: 
 HIDROXICLOROQUINA (5,5 a 6mg/kg/dia, com máximo 
de 400mg/dia) 
 CLOROQUINA (250 – 500mg/dia) 
▪ Para o controle das seguintes manifestações: 
✓ Dermatológicas 
✓ Fadiga 
✓ Artrite 
▪ São drogas mais imunomoduladoras 
▪ Ajudam a reduzir os índices de recidiva 
▪ Permitem “poupar corticoides” 
▪ Tem efeito antitrombótico e hipolipemiante → ajuda a 
reduzir o risco cardiovascular 
▪ Deve-se fazer um exame oftalmológico antes do uso → 
pois a medicação pode se impregnar na retina, 
causando perda dos campos visuais (é dose-
dependente) 
▪ Após iniciar a medicação → exame oftalmológico anual 
(ou trimestral se a Cloroquina for a usada, pois é mais 
tóxica que a hidroxicloroquina) 
▪ Paciente assintomático em remissão da doença → 
manter doses profiláticas de antimalárico 
indefinidamente (EX: Hidroxicloroquina 200mg, 3 vezes 
por semana) para reduzir o risco de recidivas 
▪ Deve-se manter a Hidroxicloroquina na gravidez 
▪ A suspensão do antimalárico comprovadamente se 
associa ao aumento nas taxas de recidiva da doença 
▪ Contraindicação → Paciente com problemas na 
retina 
• ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINEs): 
▪ Auxiliam no controle das manifestações 
musculoesqueléticas (Ex: artralgia, artrite e miosite) e 
também atuam nas serosites (Ex: pleurite, 
pericardite...) 
▪ Nefrite lúpica → AINEs devem ser interrompidos 
▪ Efeitos colaterais: 
✓ Meningite Asséptica (principalmente quando o 
Ibuprofeno é utilizado) → efeito colateral 
clássico 
 
 
17 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMIMCO (LES) 
Gizelle Felinto 
✓ Toxicidade hepática → analisar as 
aminotransferases (se elevadas, suspeita-se de 
uma hepatite induzida por AINE) 
✓ Toxicidade renal 
✓ Hipertensão arterial induzida (ou agravada) por 
AINE 
✓ Tanto os AINEs não seletivos quanto os inibidores 
da COX-2 (Coxibs) aumentam o risco de infarto 
agudo do miocárdio se mantidos em longo prazo, 
logo, o ideal é evitá-los sempre que possível 
• CORTICOSTEROIDES: 
▪ Tópicos → para manifestações de pele de pequena 
extensão (rash lúpico) 
 HIDROCORTISONA 
 TRIANCINOLONA 
 BETAMETASONA 
▪ Intralesionais → no lúpus discoide 
▪ Orais: 
 PREDNISONA 
▪ Parenterais: 
 METILPREDNISOLONA 
▪ Sua ação é dose-dependente 
▪ Efeito anti-inflamatório → doses baixas de 
corticoide (0,5 mg/kg/dia) 
▪ Estado de Imunossupressão → doses altas de 
corticoide (1 – 2 mg/kg/dia) 
▪ Recomenda-se Reposição de Cálcio (1.500mg/dia) e 
Vitamina D (800 U/dia) nas pacientes em menopausa e 
em todos os usuários de corticoides 
▪ Bisfosfonados em doses profiláticas (ALENDRONATO 
35mg/semana) → é recomendado para qualquer 
paciente que utilize corticoides em doses ≥ 5mg/dia de 
Prednisona (ou equivalente) por mais de 3 meses 
▪ Efeitos colaterais da corticoterapia crônica: 
✓ Fáscies Cushingoide, Ganho de peso, Hipertensão, 
Acne, Estrias violáceas, Fragilidade capilar 
✓ Osteonecrose séptica 
✓ Osteoporose → pacientes com Lúpus tem risco 
aumentado de osteoporose, tanto pelo uso de 
corticoides quanto pelo baixo grau de atividade 
física e pouca exposição ao sol 
✓ Catarata subcapsular posterior, Glaucoma, 
Hirsutismo, Diabetes secundário, Hipocalemia, 
Irritabilidade/Psicose, Miopatia, Maior 
predisposição à infecção 
▪ A suspensão abrupta de corticoide pode resultar 
em 2 eventos: 
✓ Exacerbação da doença, exigindo a reinstituição 
de altas doses 
✓ Insuficiência suprerrenal aguda 
▪ Sempre que um paciente for candidato à pulsoterapia 
com metilprednisolona, existe risco de estrongiloidíase 
disseminada (ou síndrome da hiperinfecção) em 
pacientes previamente infestados pelo parasita 
intestinal S. stercoralis 
• CITOTÓXICOS: 
 CICLOFOSFAMIDA 
 MICOFENOLATO 
 AZATIOPRINA 
 METOTREXATO → avaliar o pulmão do paciente antes 
de iniciar do uso (Raio-x de tórax), pois ele é 
pneumotóxico 
▪ São empregados em associação com glicocorticoides 
no tratamento das manifestações graves da doença, 
como nas glomerulonefrites proliferativas 
▪ Micofenolato e Azatioprina → podem ser usados na 
terapia de manutenção 
▪ Azatioprina → menos eficaz do que a Ciclofosfamida e 
o Micofenolato 
✓ Seuuso é reservado para os casos de intolerância 
ou indisponibilidade dos outros citotóxicos 
• BELIMUMAB: 
▪ A associação desse fármaco é benéfica em pacientes 
com LES cutâneo e/ou musculoesquelético que vinham 
em uso de combinações variadas de AINEs, 
antimaláricos, corticoides e imunossupressores (ex.: 
micofenolato, azatioprina), mas que não obtinham um 
controle adequado das manifestações da doença 
▪ Comprovadamente reduz a sintomatologia do lúpus e 
permite uma diminuição na dose de corticoide 
COMPLICAÇÕES E COMORBIDADES DO LÚPUS 
➢ Esses pacientes podem evoluir para o Rim dialítico/terminal, 
que necessita de hemodiálise 
➢ Aterosclerose → a inflamação autoimune sistêmica lesiona a 
célula endotelial, favorecendo a aderência das placas de ateroma 
e a calcificação dessas placas, podendo causar o surgimento de 
doenças cardiovasculares e cerebrovasculares 
➢ Osteonecrose de cabeça de fêmur, osteoporose e Diabetes 
→ ocorrem pelo uso crônico de corticoide em altas doses 
➢ Malignidades Hematológicas → Leucemias e Linfomas 
➢ Suscetibilidade para contrair doenças infecciosas → o uso 
de imunossupressores predispõe o paciente a desenvolver 
doenças infeciosas 
➢ Pacientes com Lúpus morrem mais em decorrência de problemas 
cardiovasculares do que da própria doença 
➢ Menopausa e Andropausa precoces → em decorrência do uso 
da Ciclofosfamida 
➢ Ciclofosfamida → pode levar à falência gonadal precoce, à cistite 
hemorrágica e a neutropenia febril, por exemplo, que são 
manifestações dose-dependentes 
• Quando o indivíduo usa mais de 18g de Ciclofosfamida 
durante toda a sua vida, aumenta-se muito o risco dessas 
manifestações 
➢ Ex: Glomerulonefrite com sinais de melhor prognóstico (sem 
disfunção renal e sem hipertensão) → pode ser feito um 
esquema de baixa dose. Porém, se ele tem sinais de mau 
prognóstico (como insuficiência renal e hipertensão), deve-se 
fazer um esquema de alta dose

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