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Negócios sociais
As alternativas socioambientais são decorrentes da dimensão da atenção e da análise que ganhou a preocupação com o meio ambiente diversos segmentos da sociedade, incluindo as classes sociais e grupos econômicos. Por essa razão que as empresas têm aderido a negócios que se contrapõem ao tradicional, operando em benefício e para a satisfação das necessidades sociais, dando oportunidade para que elas funcionem de forma eficiente, a exemplo, que estudaremos melhor a seguir, da Grameen Creative Lab, criada por Yunus e Reitz, constituindo, pois, uma alternativa socioambiental. 
Neste sentido, sobre as preocupações sociais e ambientais, Loureiro (2006, p. 11) ensina que: As preocupações decorrem de um legítimo medo de sermos extintos e da reflexão sobre a possibilidade de manutenção da vida e do direito à vida, em um planeta em constante transformação e em profunda crise societária.
Essas preocupações deram origem aos conflitos experimentados nos últimos tempos, haja vista que os conflitos socioambientais são oriundos e inerentes à formação atual da sociedade. Para suprir as necessidades da sociedade, as alternativas socioambientais surgem, e começaremos pelos negócios sociais. Os negócios sociais, ou negócio social, foi o termo utilizado pelo Professor Muhammad Yunus, vencedor do prêmio Nobel da Paz, o qual o definiu e o descreveu em seus livros.
A sociedade empresária é a empresa que visa ao lucro, são as sociedades anônimas (S/A); as sociedades por quota de participação (Ltda.); as sociedades em comanditas (investidores anônimos); sociedades em nome coletivo (Companhia ou Cia.). 
A sociedade não empresária é a organização que não visa ao lucro, tal como as organizações não governamentais, as Associações e as Fundações. 
Existem, também, as Empresas Públicas, cujo capital é quase, na totalidade, público, como os Correios e as sociedades de economia mista, nas quais cinquenta por cento mais um pertencem ao Estado, e quarenta e nove por cento é privado, como é o exemplo da Petrobrás. 
Negócio social constitui-se numa sociedade empresária prospectada para atingir os seus objetivos sociais no mercado do seu segmento, sem perdas dos dividendos. Não se confunde com uma sociedade não empresária, ou seja, organização sem fins lucrativos, como uma ONG.
O negócio social é aquele que obtém um lucro modesto, que é usado para expandir o alcance da empresa, melhorando o produto ou serviço, subsidiando a sua missão social. Assim sendo, os negócios sociais são modelos que buscam desenvolver no mercado meios e soluções que contribuam para superar problemas consideráveis afetos tanto ao social quanto ao ambiental. Essa prática coloca o lucro de modo diverso aos empreendimentos tradicionais, pois o lucro nos negócios sociais não constitui o fim, sendo, pois, o fim o negócio em si que põe fim a problemas sociais e ambientais importantes.
Assimile 
O negócio social tem por objetivo, como o próprio nome diz, o social, sem desprezar o lucro que comumente é modesto e pode compreender a solução de uma necessidade social ou, até mesmo, ambiental.
Conforme citado brevemente no início o exemplo desenvolvido por Yunus e Reitz é o Grameen Creative Lab, e traz os objetivos do negócio, que tem por finalidade superar a pobreza, dentre outras questões sociais de relevância. 
Yunus (2009) criou os princípios do negócio social, quais sejam: 
· sustentabilidade econômica e financeira; 
· os investidores devem receber de volta apenas a quantia investida, nenhum dividendo é dado além dessa quantia; 
· devolvida a quantia investida; 
· o lucro da empresa permanece nela pela expansão e melhoria; 
· consciência ambiental; 
· a mão de obra envolvida recebe remuneração de mercado com melhoria das condições de trabalho; e 
· realizar com alegria. 
Os negócios sociais atraem os investidores. Na maioria das vezes, o perfil que mais se identifica com esse estilo de negócio é o do investidor de risco, que sempre busca novidades no mercado e, hoje em dia, em negócios que não gerem impactos sociais e ambientais, a não ser que sejam impactos em favor desses, ou seja, o impact investors. Também, se atraem pelos negócios sociais os investidores filantrópicos, que têm em mente a doação com princípio, e não o lucro, e comumente reinvestem o seu lucro na expansão desse negócio social. 
A Artemisia, a Rede de Empreendedores da Ashoka, o Grameen Bank, o Fourth Sector, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) são precursores e os principais incentivadores dos negócios sociais. Também chamados de negócios inclusivos, é importante considerar que os negócios sociais possuem estratégias de negócios para melhorar a qualidade de vida, principalmente, das pessoas desfavorecidas economicamente e em favor do meio ambiente. Para isso, incluir as pessoas de baixa renda, além das marginalizadas, na cadeia produtiva do negócio, é substancialmente importante para os negócios sociais. O negócio social leva ao empreendedorismo social e nos remete, também, ao estudo do investimento de impacto. 
O empreendedorismo social trata-se de um negócio social que vai de encontro à satisfação das necessidades sociais, conforme a Grameen Creative Lab (2016): “Ao contrário do negócio tradicional, um negócio social, opera em benefício da satisfação das necessidades sociais que permitem que a sociedade funcionar de forma mais eficiente.” O empreendedorismo social tem como objeto de atuação o negócio social e traz uma nova perspectiva remodelando o capitalismo, que passa a focar as necessidades primordiais da humanidade e é por essa razão que a ideia dos negócios sociais do Prof. Yunus reforça o não esforço à maximização dos lucros, mas as necessidades prementes da humanidade. Importante frisar que o empreendedorismo social é um negócio que gera lucro e, simultaneamente, traz benefícios de várias ordens à sociedade. As empresas baseadas no empreendedorismo social são aquelas que não se confundem com as ONGs e suas práticas estão voltadas às prontas soluções dos problemas sociais.
Assim sendo, a sua lógica é integrada no mercado de modo diverso dos setores econômicos, oferecendo serviços e produtos de qualidade à população excluída do mercado tradicional, e tem como proposta, também, a erradicação da pobreza e a mitigação (diminuição) das desigualdades sociais, além da preservação do meio ambiente. Esse tipo de negócio tem um impacto social profundo e temos como exemplo, no Brasil, o projeto denominado “Pacto da Águas”, que tem por missão conservar a floresta e gerar renda pelas estratégias econômicas desenvolvidas para manter a floresta e manter a cultura popular. Esse projeto faz parte do programa socioambiental da Petrobras no sudeste de Rondônia e no nordeste do Mato Grosso. O negócio social desse projeto se firma no manejo sustentável da castanha e do látex, envolvendo os nativos da região nas atividades, gerando renda para comunidade local.
O negócio social gera um impacto social importante e, pela sua importância e rentabilidade, tem se estendido pelo país, e sua estratégia está na valoração da sustentabilidade. Ele leva ao chamado investimento de impacto, que se refere ao investimento feito em sociedades empresárias, organizações ou fundos, objetivando gerar impacto tanto social quanto ambiental mensurável com retorno financeiro. Os investimentos de impacto buscam resultados socioambientais com retorno financeiro, cuja abrangência vai além da atividade específica socioambiental contemplando projetos empresariais com resultado econômico com impacto positivo quantitativo.
Referência: Responsabilidade social e ambiental - Benedita de Fátima Delbono

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