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Farmacologia - vias de administração dos fármacos

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FARMACOLOGIA 
 
VIA DE ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS 
• Antiguidade oriental – efeitos dos medicamentos resultavam de forças divinas 
invocadas pelos sacerdotes (crença mais mítica do que química). 
• 1700 AC – papiro de ebers – método de preparo e invocação de forças divinas. 
• Hipócrates – formas farmacêuticas. 
• Paracelsus – sec XIV – efeitos de origem química – óleo de vitriolo na água de 
pássaros que dormiram, azeite de vitriolo (éter). 
• Boticas: medicamentos manipulados 
• Revolução industrial – sex XIX/XX – criação da indústria de medicamentos – fim das 
boticas – produção em grande escala. 
• No desenvolvimento de novas formulações deve sempre prevalecer o critério da 
premissa hipocrática – “Primo non nocere” - primeiro não causar mal. 
Via de administração: caminho pelo qual um medicamento é levado ao organismo para 
exercer seu efeito. 
→ A escolha depende de prioridades físico-químicas do medicamento e finalidade 
terapêutica. 
→ A forma farmacêutica e a via de administração devem ser levadas em conta 
objetivando o máximo de atividade farmacológica. 
FASES DOS PROCESSOS PARA AÇÃO 
DOS FÁRMACOS: 
1- Farmacêutica: liberação do 
composto de sua forma farmacêutica 
para ser absorvido. 
2- Farmacocinética: como ocorre a 
absorção, distribuição e 
eliminação/degradação do 
medicamento “O que o corpo faz 
com o fármaco”. 
3- Farmacodinâmica: ação do fármaco 
e resposta do organismo – “O que o 
fármaco faz ao corpo”. 
 
PRINCIPAIS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
DE DROGAS: 
TUBO DIGESTIVO: 
Deglutição do medicamento (via oral) – 
passa pelo fígado que já metaboliza em 
parte levando a perda do medicamento 
fazendo com que a dosagem necessária 
seja maior. 
Sublingual/mucosa oral – absorção 
rápida de substâncias lipossolúveis, 
redução parcial da biotransformação 
hepática, prejudicada por substâncias 
irritantes ou de sabor desagradável (se 
estimulam a salivação acaba seguindo a 
via oral). 
 
 
Via oral/mucosa TGI: 
➢ Vantagens – segurança (antes do 2 
horas pode induzir vômito caso a 
dosagem esteja incorreta) 
comodidade e economia, esquema 
terapêutico fácil de ser seguido, 
grande superfície de absorção 
intestinal (aproximadamente 200 m² 
de área de absorção). 
➢ Desvantagens: irritação de mucosas – 
náuseas, vômitos e diarreia, absorção 
varia com plenitude gástrica, enzimas 
digestivas colaboram para perder o 
efeito, formulação e pH, necessita de 
cooperação do paciente. 
FORMAS: 
Liquidas – fármaco dissolvido ou em 
suspensão; solidas – comprimidos, 
drágeas e capsulas. 
• Solução: fármaco dissolvido no 
solvente de maneira homogênea. 
• Suspensão: fármaco em suspensão no 
solvente – agitar antes do uso, mistura 
heterogênea. 
• Xarope: açúcar na formula – cuidado 
com diabéticos. 
• Elixir: Xarope com solução alcoólica. 
SÓLIDAS: 
• Comprimido: aglomerado de pó 
obtido por compressão 
• Drágea: comprimido revestido por 
camada colorida com função de 
mascarar o sabor e cheiro 
desagradável de medicamento, 
incorporar substancias básicas que 
dificultam a digestão no estomago 
sendo digerido apenas no 
duodeno/delgado 
• Cápsula: aglomerado de pó em 
envoltório gelatinosos, comporto de 
duas metades – sofre rápida 
dissolução em meio ácido, dissolve 
mais rápido que o comprimido e a 
drágea. 
 
Revestimento entérico: tratamento 
especial que visa proteger a ação acida 
gástrica – princípios ativos de caráter 
básico. 
Liberação lenta ou “retard”: retarda a 
desintegração e dissolução do principio 
ativo para manter níveis sanguíneos 
prolongados. 
VIA RETAL/MUCOSA DO TGI: 
➢ Vantagens: inconscientes, com 
náuseas, vômitos e lactentes – atinge 
diretamente a circulação sistêmica 
através da veia ilíaca indo para a 
cava inferior, sem passagem pelo 
fígado 
➢ Desvantagens: absorção irregular e 
incompleta, ação irritante para a 
mucosa. 
IM – INTRAMUSCULAR: logo que cai nas 
veias e é absorvido, concentração sérica 
e duração do efeito depende da 
dissolução do fármaco no local da 
aplicação. 
 
➢ Vantagens: administração rápida e 
utilização em pacientes inconscientes. 
➢ Desvantagens: dor, lesões pelo pH, por 
irritantes, inflamação. 
Locais: quadrante súperolateral externo 
do glúteo (em baixo pode atingir o 
ciático), abaixo da base do triangulo do 
braço. 
IV – INTRAVENOSA: 
➢ Vantagens: efeito imediato, uso de 
substancias irritantes diluídas, infusão de 
grandes volumes, maior controle de 
doses para prevenção de toxicidade. 
➢ Desvantagens: superdosagem relativa – 
depois que aplicado não tem retorno; 
embolia; flebite; infecções, imprópria 
para solventes oleosos e insolúveis. 
SC – SUBCUTÂNEA: 
➢ Vantagens: absorção constante de 
soluções, absorção lenta para 
suspensões e “pellets” – implantes 
subcutâneos (pequenas partículas 
solidas). 
➢ Desvantagens: absorção menor que 
intramuscular 
ID – INTRADÉRMICA: entre a derme e a 
epiderme 
Útil para pequenos volumes e processos 
que envolvam reações imunológicas – 
sensibilização e aplicação de vacinas. 
INTRA-ARTICULAR: 
Utilizada para injetar anestésicos locais e 
corticoides. 
INFILTRAÇÕES: 
Injetar anestésicos locais 
 
INTRACARDIACA: 
Indicação extremamente rara – 
antigamente aplicação de adrenalina. 
INTRA-ARTERIAL: 
Utilizada para atingir determinado órgão 
com contrastes radiológicos, agentes 
antineoplásicos, vasodilatadores e para 
embolizar tumores. 
INTRAPERITONEAL: 
Cavidade rica em vascularização, 
permite rápida absorção de fármacos – 
utilizada em pesquisas laboratoriais, 
dialise e infusão de gases (cirurgias). 
INTRATECAL: 
Abaixo da aracnoide – direta no liquor, 
SNC ultrapassando a barreira 
hematoencefálica – indicada em 
meningites, quimioterapia antineoplásica 
(leucemias) e raquianestesia. 
PERIDURAL: 
Entre a dura-mater e ligamento amarelo 
– anestesia e analgesia – simples ou 
continua. 
AÇÃO TÓPICA/LOCAL: 
▪ Pomadas: mistura de substancias 
graxas ou untuosas quando contem 
resina, constituem unguentos. 
▪ Cremes/emulsões: misturas estáveis 
de substancias graxas ou oleosas com 
água, utilizadas como umectantes e 
emolientes. 
VIA NASAL: 
Antissépticos, vasoconstritores e efeitos 
analgésicos locais. 
Pode ser utilizada para obter efeito 
sistêmico 
 
HAD – desmopressina 
Ocitocina estimula lactação 
Midazolam pré-anestésico em pediatria 
VIA CONJUNTIVAL: 
Colírios, pomadas ou cremes 
VIA VAGINAL: 
Obtenção de efeitos locais, antissépticos, 
antimicrobianos e anti-inflamatórios, 
cremes, óvulos e soluções. 
VIA TRANSDERMICA: 
Através da pele intacta – adesivos – 
hormônios, vasodilatadores, anestésicos 
e analgésicos. 
Ação sistêmica através de mucosas – 
grande superfície de absorção, não 
passa pelo fígado. 
INALAÇÃO: gases e substancias voláteis, 
O2, N2O, anestésicos voláteis e aerossóis 
broncodilatadores. 
IMPLANTES/ “PELLETS” 
Geralmente subcutâneo – hormônios e 
AMB e em ossos nos casos de 
osteomielite crônica. 
Futuro – nanotecnologia – manufatura 
endógena – separação, manipulação e 
modificação da molécula no local de 
ação desejado – 100% de eficácia e 0% 
de toxicidade.

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