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radiologia Principios básicos propriedades basicas dos raios x É um tipo de radiação eletromagnética - é uma combinação de campos elétricos e magnéticos que trafegam juntos Os raios x são produzidos por interações de eléctrons fora do núcleo. A velocidade da radiação eletromagnética, que é a velocidade da luz, é o produto da frequência e do comprimento de onda - Velocidade (m/s) = frequência (por segundo) x comprimento de onda (m) V = f. λ A radiação eletromagnética com energia maior do que 15 eV, uma energia absoluta muito baixa, pode produzir ionização no interior das células. Os raios X usados para diagnós- tico usam energias 1.000 vezes maiores; por isso, é importante entender os princípios dos raios X e como usá-los com segurança. - Não possuem massa - São invisíveis - Não podem ser sentidos - Trafegam em linha reta - Não podem ser defletidos por campos magnéticos - Penetram, em algum grau, todos os materiais - Fazem com que certas substâncias se tornem fluorescentes - Podem expor emulsões fotográficas. - Podem ionizar átomos Por: Bianca Vasconcelos ! " # Uma vez que o DNA está envolvido nos processos celulares metabólicos e de clo- nagem, sua ionização pode resultar em amplificação biológica, ou seja, pode afetar sua progênie A ionização do DNA pode aumentar: - a taxa de multação - a taxa de abortos ou anomalias fetais (quando o útero é irradiado) - suscetibilidade a doenças, reduzindo a expectativa de vida - risco de desenvolvimento de câncer - a formação de catarata Radioprotecao A radiação ionizante não possui massa ou carga, e, portanto, sua detecção só é possível por métodos indiretos. - quantificada pela mensuração do número de ionizações, ou seja, da carga elétrica, produzida pelos raios X no ar. A eficiência da absorção dos raios X por diversos materiais é consideravelmente variável. As diferentes absorções de raios X nos vários tecidos do organismo são a base da formação de imagens radiográficas. 100 raios x 100 raios x 50 raios x 90 raios x Absorvente de alta eficiência Absorvente de baixa eficiência " " " $ $ %& &# producao de raios x Quando elétrons em alta velocidade atingem metais, há produção de raios X As ampolas de raios X fornecem a devida aceleração aos elétrons, para sua sub- sequente interação com o alvo metálico. Os raios X são produzidos pelo anodo (alvo). Os elétrons produzidos no filamento são estacionários; assim, é necessário um mecanismo para fazê-los colidir com o anodo metálico. - Isto é conseguido aplicando-se um diferencial de voltagem entre o anodo e o catodo. Os elétrons têm carga negativa. - Se o anodo for positivo em relação ao filamento do catodo, atrairá os elétrons (atração de cargas opostas), que o atingirão. Os elétrons que trafegam por uma diferença de potencial de voltagem maior apresentam maior nível energético. - Esta diferença é ajustada no controle de pico de quilovoltagem (kVp), no painel do aparelho. Radiacao e a materia Existem cinco possíveis mecanismos de interação entre o fóton e a matéria: (1) dispersão coerente; (2) efeito fotoelétrico; (3) dispersão de Compton; (4) pro- dução pareada e (5) fotodesintegração - sendo a que a produção pareada e a fotodesintegração não são relevantes pa- ra a radiologia diagnóstica " " # " ' # Dispersão Coerente é quando um fóton interage com um objeto e modifica sua direção, mas o indivíduo não absorve o fóton e, assim, sua energia não é alterada. O efeito fotoelétrico é o processo de interação que acaba levando à formação da imagem. Os raios X que atingem o paciente são totalmente absorvidos e, portanto, não há radiação dispersa. A absorção dos raios X diminui a exposição do filme sob aquela parte específica do paciente. Na reação de Compton, um fóton incidente de raios X interage com um elétron de um orbital periférico do paciente. O elétron é ejetado e o fóton é disperso em um ângulo diferente; o fóton disperso possui também menor energia do que o fó- ton original - Quase toda radiação dispersa que é encontrada na radiologia diagnóstica é re- sultante da dispersão de Compton. Com a absorção de Compton sendo independente do número atômico, sua absor- ção resulta em pobre contraste da imagem. Assim, se a energia do feixe de raios X levar à predominância da absorção de Compton, a imagem terá pouco contras- te. É por isso que a radiografia deve utilizar feixes de raios X cuja energia leve à predominância de reações de absorção fotoelétrica. Obtencao de radiografias Para a obtenção de uma radiografia, o paciente é colocado entre a ampola de rai- os X e o filme radiográfico Os fótons de raios X de energia muito baixa não têm utilidade, já que são absorvi- dos pelo paciente e não atuam na criação da imagem. Para remover os raios X de baixa energia, são colocados, rotineiramente, filtros no compartimento da ampola. Alguns dos raios X que atravessam o filtro são absorvidos pelo colimador formador do feixe ou pelo compartimento da ampola, não atingindo o paciente. O colimador atua limitando o feixe primário e impedindo que a radiação inútil deixe a ampola. - esta radiação inútil apenas aumentaria a dose recebida pelo paciente, degradaria a qualidade da imagem, levando à formação de borramento, e elevaria a dose de radiação incidente sobre os indivíduos presentes. " " " " # " O filme radiográfico é um filme fotográfico que contém uma emulsão, sensível à luz, com halogeneto de prata. Após a exposição aos raios X ou à luz visível, os cristais de halogeneto de prata são sensibilizados e se precipitam durante o desenvolvimento, formando depósitos neutros de prata. - Estes depósitos aparecem negros no filme processado. - Os cristais não expostos são removidos durante a fixação, deixando áreas claras sobre o filme. - assim, a quantidade de prata precipitada, em qualquer área do filme, determina o quão preta, cinza ou clara aquela determinada região é. - este escurecimento do filme é diretamente relacionado ao número de raios X que atingem aquela porção do filme após atravessar o paciente. - O grau de escurecimento do filme é afetado pelo número de raios X que atingem o filme, que, por sua vez, é influenciado pelo ajuste do aparelho (miliampere-segun- dos). Quanto mais raios X forem emitidos, mais atingem o filme O escurecimento do filme é também afetado pela energia do feixe de raios X (pico de quilovoltagem). Quanto maior o pico de quilovoltagem, maior a energia do raio X, maior o número de raios que penetrarão o paciente e maior o escurecimento do filme A distância entre a ampola de raios X e o filme também afeta o escurecimento. - é denominada distância foco-filme (DFF). Conforme a DFF aumenta, o escureci- mento do filme diminui, devido à redução da intensidade (raios x/unidade de área) dos raios X presentes no feixe. " " Fatores que afetam o contraste O contraste radiográfico se refere à diferença de escurecimento do filme entre diversas áreas da imagem. Na ausência de contraste, todas as partes do paciente apresentam a mesma opacidade e nenhuma estrutura pode ser individualmente observada. O contraste radiográfico depende de três fatores: - contraste do sujeito, contraste do filme e borramento e dispersão. Contraste do sujeito - é a diferença na absorção de raios X entre uma parte e outra do indivíduo. - este contraste é afetado por diferenças de espessura, densidade física, nú- mero atômico e energia do feixe de raios X (pico de quilovoltagem). A seleção do pico de quilovoltagem apropriado é um dos fatores mais importantes a considerar durante a escolha dos fatores de exposição. Se o pico de quilovoltagem for muito baixo, poucos raios X penetrarão o paciente (a radiografia será subexposta), mas, se for muito alto, muitos raios X penetrarão o paciente (a radiografia será superexposta). " $ $ Contraste alto Contraste baixo Contraste do filme - O contrasteradiográfico é também uma função do tipo de filme utilizado. - O filme exagera as diferenças sutis de contraste do sujeito. - esta é uma propriedade inerente ao filme e não pode ser modificada. - Para uso geral, filmes com contraste extremamente alto ou baixo não são in- dicados; um filme de contraste médio é satisfatório. Borramento e dispersão - O borramento ou sombra é produzido pela radiação dispersa e pode ser pre- venido pelo uso de grade. - o efeito dele é de reduzir o contraste radiográfico - as radiografias feitas com grade, portanto, possuem maior contraste do que as que não utilizam este dispositivo. O filme também pode apresentar borramento: - se for exposto à pressão ou alta temperatura - exposto acidentalmente à luz, por falha de segurança ou deficiência do isolamento luminoso da câmara escura. - pode vir a apresentar borramento com o passar do tempo e, assim, possui data de validade determinada por seu fabricante. ( Processamento do filme Revelação - O revelador reduz os cristais de halogeneto de prata expostos em prata me- tálica ao fornecer elétrons aos íons positivamente carregados. - A revelação do filme é um processo químico e, portanto, depende de tempo e temperatura, além da eficiência das substâncias químicas do revelador, que se tornam exauridas com o uso, devendo ser substituídas. - Na câmara escura, esta substituição é manual, sendo mecânica no processa- mento automático. - Durante o processamento automático, a revelação é mais rápida do que no método manual e, portanto, no primeiro, a temperatura do revelador deve ser mais alta. Fixação - O fixador converte os cristais de halogeneto de prata não revelados presen- tes no filme em um componente solúvel. - Os fixadores retiram os cristais de prata não revelados ou não expostos do filme, deixando a prata como uma imagem permanente. - As áreas onde a exposição do halogeneto de prata não ocorreu ou foi mínima são claras (aparecendo brancas). - Se a fixação for insuficiente, a remoção da emulsão não revelada é incomple- ta e, consequentemente, a radiografia é enevoada ou leitosa. Lavagem final - O filme deve ser lavado após a fixação, para remover o excesso de substân- cias químicas e resíduos de halogeneto de prata. - A lavagem inadequada resulta em retenção das substâncias químicas que rea- gem com a prata no filme, formando sulfeto de prata, que faz com que se tor- ne marrom com o passar do tempo " # Referências: FÍSICA e Princípios de Interpretação: Física da Radiologia Diagnóstica, Radioproteção e Teoria da Câmara Escura. In: THRALL, Donald E. Diagnóstico de Radiologia Veterinária. 5. ed. [S. l.]: Elsevier, 2010. cap. 1, p. 21-75. ISBN 978-85-352-3563-0.
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