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UNIDADE_1 - PSICOLOGIA -ORIGENS, PRIMÓRDIOS

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- -1
CIÊNCIA E PROFISSÃO
PSICOLOGIA: ORIGENS, PRIMÓRDIOS DE 
PRÁTICAS CIENTÍFICAS E PROFISSIONAIS
Bruno Stramandinoli Moreno
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui aPsicologia: origens, primórdios de práticas científicas e profissionais
evolução histórica da Psicologia e suas inter-relações com as Ciências Humanas e Sociais. A Psicologia
contemporânea e seus desafios. A organização profissional, as entidades e as associações representativas na
Psicologia e os diversos níveis de participação. As especialidades na área aprovadas pelo Conselho Federal de
Psicologia. Bem como as definições de termos básicos em Psicologia. Aprenda sobre as questões relativas a este
campo de estudo, sua constituição enquanto conhecimento e prática profissional, sobre as principais pesquisas,
as diversas áreas de atuação profissional e a formação e prática profissional da Psicologia Contemporânea.
Bons estudos!
- -3
1 Notas iniciais
Fazer uma análise das práticas profissionais da Psicologia enquanto campo de conhecimento, passa,
inexoravelmente, por conhecer suas origens e seus primórdios. Isto significa proceder questionamentos que
guiem entendimentos, compreensões e conclusões, tais como: sob qual propósito tais práticas foram e são
prescritas? Quais contextos serviram de cenário para que os saberes “psi” fossem produzidos? Como as práticas
tidas científicas produziram os conhecimentos que hoje alicerçam à prática profissional do psicólogo? O que elas
expõem? O que elas escondem? O que elas escamoteiam? Quais valores preconizam e são preconizados, a partir
dos saberes “psi”? A quais fenômenos a Psicologia, enquanto ciência, se presta compreender? O que a História
 diz da própria Psicologia? De seus conhecimentos, de suas práticas e de seus resultados?da Psicologia
Figura 1 - Psicologia Ciência e Profissão
Fonte: Tetiana Lazunova, Istock, 2020.
#PraCegoVer: A Psicologia enquanto ciência e campo profissional caracteriza-se por várias perspectivas e
escolas de pensamentos, que determinam desde concepções sobre o homem até as práticas de seus profissionais.
Notadamente, a Psicologia é uma miríade de fluxos políticos, físicos e sociais. Um dos grandes desafios a serem
enfrentados, nesta unidade, senão o maior, é determinar uma identidade à Psicologia, seja enquanto área de
, seja enquanto atividade profissional reconhecida e legitimada (BRASIL, 1962). Sua condição saber científico
 e multideterminada dota à Psicologia de uma singularidade significativa, pois, no seio de suasmultifacetada
bases, encontramos diversas correntes de pensamento e diversas maneiras de conceber seu objeto de estudo,
sua área de investigação e seu campo de atuação.
- -4
1.1 Paradoxos e outras miscelâneas
Segundo Matos (2011), ao se discutir e debater a relação entre ciência e profissão, é preciso circunscrever um
certo questionamento sobre a separação entre e política, presentes na formação deconhecimento científico
qualquer cientista ou profissional, em especial os provenientes das ciências psicológicas. Nesta perspectiva,
precisa toda área que produz conhecimento deve ser crivada enquanto espaço social. Isto é, é necessário
problematizar o campo das práticas "psi" e da formação em psicologia, para assim melhor compreendê-la. Não é
possível tratar de um indivíduo sem considerar como este é entendido, sem conhecer o paradigma que o
compreende e o concebe. Saberes e políticas se engendram a fim de determinar a maneira com este sujeito é
encarado e como será alocado.
Neste sentido, ao longo desta disciplina, você será convidado a questionar expressões, dicotomias, paradigmas e
concepções do homem quanto a sua interioridade/exterioridade, quanto a sua condição de indivíduo em um
dado contexto social e sob quais modelos os s são produzidos e que formulados.conhecimento psicológico
Cabe destacar que você será instigado a identificar quais paradoxos produziram o que se entende
contemporaneamente como Psicologia.
- -5
1.2 Nomenclaturas e expressões básicas
Para discutir o campo científico e profissional d a Psicologia, é necessário conhecer algumas expressões e
nomenclaturas que delimitam entendimentos e compreensões sobre a natureza (ou naturezas) e dimensão (ou
dimensões) que a encerram.
O termo é o primeiro, segundo Tufano (2002) contextualizar refere-se a posicionar algo em umcontextualizar
dado contexto. Ou seja, é situar uma dada situação (leia-se, um sujeito, um evento, um fenômeno) dentro de um
fluxo de forças e vetores físicos e sociais, humanos e não-humanos que ocorrem em um dado espaço e tempo. De
modo que, ao pôr em contexto, pretende-se revelar tudo o que se possa saber, por óbvio, sobre um determinado
momento social. Trata-se de tornar o problema em tela compreensível e inteligível, pois ao se proceder assim,
que se propicia é a análise e estudo de tudo o que se possa envolver sobre o fenômeno ali circunscrito. Ou seja,
“[...] contextualizando tentamos colocar algo em sintonia com o tempo e com o mundo, construímos bases sólidas
[...] sobre algo, [um] solo para criar um ambiente favorável, amigável e acolhedor para a construção do
conhecimento” (TUFANO, 2002, p.41).
Já o conceito de para Ronca (2002, p.153) é definido como “[...] modelos ampliam as nossasmodelo
possibilidades de combinações [...]” de entendimento e compreensão do mundo a volta, são “[...] pontos de
ancoragem, de apoio e de inspiração para a formação dos [tipos] diferentes profissionais”. Um modelo é uma
referência de ação, de compreensão de pensamento.
• Contextualizar
O termo é o primeiro, segundo Tufano (2002) contextualizar refere-se a posicionar algocontextualizar
em um dado contexto. 
• Observação e análise
As noções diferem-se por tratarem de conceitos distintos, mas intrinsecamenteobservação e análise
relacionados, mobilizados e assessoriamente articulados.
• Prática
O conceito de é resultante de uma ação, de uma perspectiva, efeito de um modo de pensar prática
(HASS, 2002).
• Espaço
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O termo diz respeito a muitas formas de interpretar e conceber o termo, seja do latim espaço spatium
(área ou extensão).
• Pesquisa
A tem relação com a existência humana, sobretudo, aquela dos tempos civilizatórios até os pesquisa
contemporâneos, destaca-se pela inquietante construção da inteligibilidade sobre o mundo.
• Sistema
O conceito de que designa um conjunto de vetores e de forças que produzem uma condição, um sistema
evento, um resultado.
As noções diferem-se por tratarem de conceitos distintos, mas intrinsecamenteobservação e análise
relacionados, mobilizados e assessoriamente articulados. Muito do que se concebe enquanto existência,
enquanto dinâmica cotidiana se baseia na forma como dados, fatos e acontecimentos são encarados, captados,
encarados: experimentados. Para Gonçalves (2002), a relação alinhavada na intersecção destas duas ações
produz não apenas formas de entender o contexto (ciência), mas maneiras de atuar sobre ele (atuação
profissional). Dela são produzidos saberes, e saberes sobre como fazer e como não fazer.
O conceito de é resultante de uma ação, de uma perspectiva, efeito de um modo de pensar (HASS, 2002). prática
A prática está relacionada a atuações de sujeitos sobre o mundo, sobre outros e sobre si mesmo. Envolve, desta
maneira, formas de interação, com o que se tenta compreender, com o que se busca manter ou modificar. Trata-
se de um movimento de ir e vir sobre o contexto, sobre a vida.
O termo diz respeito a muitas formas de interpretar e conceber o termo, seja do latim (área ou espaço spatium
extensão), seja por seu sentido (mensurando, tridimensionalmente, volumes e distâncias), seja,quantitativo
ainda, o (real, virtual, factual ou fenomenológico), trata-se de uma delimitação que determina e élócus
determinado pelos sujeitos, seja os que são estudados, seja os que produzem os saberes científicos, seja os que
recebem algum tipo de intervenção, sejam os que intervém (CAMPOS, 2002).
A tem relaçãocom a existência humana, sobretudo, aquela dos tempos civilizatórios até os pesquisa
contemporâneos, destaca-se pela inquietante construção da inteligibilidade sobre o mundo. Interrogar,
investigar, perscrutar o que nos circunda e o que nos determina é o que se denomina pesquisa. Neste sentido, o
ato de pesquisa discrimina-se por diferentes modulações que variam entre a busca, a procura, a indagação, a
averiguação, a enquista, o informe, a arguição, a perquirição sobre uma dada realidade com vistas a torná-la
compreensível, significativa (MELLO, 2002). Por mais técnica e precisa, descritiva e profunda, nanométrica e
•
•
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certeira, toda a pesquisa é política e social, pois ela parte de algum ponto de vista, de alguma perspectiva, de
alguma crença anterior que conceba uma dinâmica contextual (ROSE, 2001).
O conceito de que designa um conjunto de vetores e de forças que produzem uma condição, um evento, sistema
um resultado. Designa uma totalidade que articula diferentes interações de objetos, elementos, pessoas, fatos,
acontecimentos. Está relacionado a uma visão que concebe uma interconexão dinâmica entre diversos elementos
na composição e no esclarecimento e um dado contexto. A compreensão da existência parte de uma premissa
processual.
Após essa breve preleção inicial, faz sentido nos seguirmos, em nosso itinerário, adentrando, especificamente,
sobre os elementos conceituais e históricos da Psicologia, enquanto ramo científico. Sobre o conteúdo, é nosso
intuito oferecer uma base que possibilite ampliar a perspectiva dos estudos relacionados a esse área, bem como
aprofundar conceitos, através da exemplificação de alguns modos de pensar e ver o mundo, escolas de
pensamento e visões críticas sobre os primórdios e influências, e, assim, oferecer uma experiência prática e
elucidativa de como se constitui a Psicologia Científica Contemporânea, tanto em termos de conhecimentos e
práticas quanto de efetiva intervenção e posicionamento profissional.
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2 Conceito e história da Psicologia Científica
Como destacado por Jacó-Vilela e Oliveira (2018), a história da Psicologia, de sua formação em campo de saber, é
permeada e, em alguma medida, está condicionada a diferentes modos de fazer e produzir conhecimento. Esta é
uma das primeiras : sua pluralidade, em termos de fontes e influências, em termos demarcas da Psicologia
aplicabilidade e intersecção com outros saberes.
Desta forma, seguiremos, aos principais pontos que definem a Psicologia, comentando definições e conceituações
que alicerçam estas delimitações de seus conhecimentos em relação à outras ciências.
- -9
2.1 O que é Psicologia?
Do termo grego (alma, espírito, mente) em conjunção com a expressão (que designa estudopsykê logos
conhecimento), o termo Psicologia, poderia ser traduzido como sendo o .estudo da alma, do espírito, da mente
Ainda que na época grega, a ideia de cientificidade não estava atrelado a esse conceito. Entretanto a concepção ;e
oportuna para iniciarmos o debate do que vem o estudo da Psicologia.
Figura 2 - Paradoxos
Fonte: Dmitrii_Guzhanin, Istock, 2020.
#PraCegoVer: A Psicologia ao longo de sua história, teve como principal condição, relações de antagonismo, de
dualidade, paradoxais e que situam seus conhecimentos e suas práticas. Na figura das faces viradas para lados
opostos de silhueta, uma branca e uma preta.
Para Carrara (2015, p.27) “[...] seja no cenário da experimentação, seja no da reflexão, a principal dificuldade
para o desenvolvimento e a consolidação [de um] conhecimento [...]” passa por se conseguir “isolar” o seu
fenômeno. Ao longo de seu processo histórico-constitutivo, a Psicologia, através de inúmeros personagens,
desenhou esta relação dicotômica de saberes: objetividade subjetividade, inatividade ambiente,versus versus 
monismo dualismo, estruturalismo funcionalismo etc. Enfim, suas principais marcas são aversus versus
incompletude e a polêmica, na busca por consolidar-se enquanto campo científico.
Para a autora são estas contraposições que formam o terreno para a Psicologia erigir suas conceituações e
demarcar seu objeto de estudo: . Ao longo de suas elucidações, os teóricos que as dimensões psicológicas
compõe o exército de pesquisadores da Psicologia, caracterizadamente, oscilaram por estes antagonismos,
- -10
sempre, por polos de ‘constructos hipotéticos’, a fim de denominar e erigir “[...] teorias e sistemas explicativos no
contexto da Psicologia” (CARRARA, 2015, p.28).
- -11
2.2 O estudo objeto de Estudo da Psicologia
Um dos grandes desafios para compreender a evolução histórica das chamas Ciências Psicológicas, reside no fato
de que as correntes de pensamento que a produzira, que a delimitaram e que a praticaram, mostram-se diversas,
muitas vezes, antagônicas e dissonantes em seus modos de encarar o um dado (ou vários) objeto(s) de estudo
(MATTOS, 2011).
Neste sentido, cabe destacar o que Carrara (2015, p.28-29) explica,
[...] No exemplário dos episódios de vida, cada atividade dos organismos parece apresentar-se menos
ou mais influenciada por variáveis da história biológica ou da história ambiental. Algumas situações
são, ilusoriamente, exemplos “claros” de uma ou de outra, entre duas formas de determinação: 1) as
mudanças na dilatação da pupila em função da variação claro/escuro; os comportamentos que
compõem o “estilo” de construção de ninho do pássaro joão-de--barro; o ato de seguir o primeiro
objeto que se move, comum entre certas aves (o imprinting, ou estampagem, no exemplo clássico de
Lorenz, não importa se correto ou não); [...] (2) quando respondemos mediante contração ou
dilatação pupilar em função de acontecimento sonoro só por nós ouvido num filme; quando o
elefante do circo, após fazer seus malabarismos, inclina-se para receber o “reconhecimento” do
público; quando legamos aos nossos descendentes um estilo arquitetônico de construção residencial;
quando o técnico em informática faz um reparo no nosso notebook.
Neste sentido, definir o objeto de estudo da Psicologia, não parecer ser algo simples, mas tal qual a luta diária de 
 em levantar a pedra, dirimir o que se presta a Psicologia a compreender é tarefa complexa e árdua.Sísifo
Conforme os exemplos dados por Carrara (2015), nenhum deles configuram-se apenas em um dos pólos:
objetivo e subjetivo. Tanto um quanto o outro encerram e engendram facetas de aspectos genéticos e ambientais.
Mas, afinal, o que a Psicologia estuda? Que conhecimentos “psi” são gerados, a partir de pesquisas que façam uso
de seu ? É possível compreender que aquilo que a Psicologia busca compreender, e focaarcabouço conceitual
seus mais variados estudos, diz respeito a algo privado ao , seja por analogia animal, ou mesmosujeito humano
sob a égide de premissas fisiológicas, seja a partir de elucubrações e ilações sócio-históricas. Em geral, tanto uma
quanto outra abordagem, tratam de questões que sejam privativas dos seres humanos, nas mais diversas
variações. E isto, podemos denominar ‘fenômenos psicológicos’, uma gama variada e ampla de ocorrências que
circunscrevem e delimitam-se como objeto de estudo da Psicologia. Parece, assim, razoável não falar de uma
psicologia, mas sim, de psicologias, que compreendem não um objeto de estudo, mas de objetos de estudos
- -12
. As diferentes influências científicas e sociais que erigiram a Psicologia, também, em algumapsicológicos
medida, determinam seus modos de pesquisa, suas práticas e, por conseguinte, seus saberes. E é isso que nos
enveraremos no tópico seguinte.
- -13
3 Psicologia e suas origens (percurso histórico-filosófico)
A Psicologia em seus primórdios tem raízes desde que o homem começou a se questionar sobre sua posição no
meio em que vive (FIGUEIREDO, 2007). Entretanto, se remontarmos uma genealogia, por mais superficial que
seja, de sua constituição, enquanto saber, veremos que a Psicologia começou a ser sistematizada com as
civilizações grega.
Figura 3 - Os sete saberes gregos
Fonte:ROSAS, 2010, p.46.
Os apotegmas gregos, a#PraCegoVer: Filosofia grega, rica em variedade e pensamentos, já esboçava
questionamentos e máximas (apotegmas), que hoje subsidiam os questionamentos psicológicos.
Como ilustrado pela relação apresentada por Rosa (2010) os filósofos gregos já esboçavam inquietações e
premissas que buscavam explicar a . Além disso, buscavam desvendar o porquê e para que osnatureza humana
sujeitos humanos agiam, pensavam e se mobilizavam. Ao longo da história humana, a Filosofia teve papel
singular, enquanto suporte conceitual e analítico, especulando sobre o comportamento do homem, sobre as
próprias experiências, um dos primórdios da , o que mais tarde seria adotado como métodointrospecção
principal da Psicologia em seu início.
Fique de olho
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Anterior à Psicologia Científica, um terreno foi preparado para sua criação e instauração. Figueiredo (2008, p.22)
destaca que é preciso considerar não apenas os elementos científicos e conceituais, mas também, as “[...] as
condições sociais, econômicas e culturais [...]”. Destacando alguns pontos, o primeiro é o , entre, de um aembate
lado, aqueles saberes (introspectivos, privados e; de outro, a necessidade de colocar tais saberesnão-científicos
sobre uma lógica validadora (leis, conceitos, regulações) que possibilitaria um controle técnico e de reprodução
social. E O segundo as e as que contrapõe, em decorrência do primeiro ponto, quedivergências oposições
caracterizam diferentes perspectivas (a Medicina, a Administração, a Educação, as Ciências Sociais, a Filosofia,
etc.), ou seja, uma ampla variedade de matrizes que reivindicam s saberes “Psi”.
Uma discussão interessante acerca do papel da Filosofia sobre a formação da Psicologia é
apresentada pelo texto de Rodrigues e Mattar (2012) intitulado: “Psicologia, Filosofia,
”.encruzilhadas, experimentações: caminhos possíveis no diálogo com Kierkegaard e Foucault
- -15
3.1 As matrizes da Psicologia
Figueiredo (2008), identificou diferentes tipos de matrizes, que refletem seu arcabouço teórico, caracterizam,
ambíguo. Segundo o autor, por “[...] causa disso, na história da psicologia, a ordenação no tempo das inovações
teóricas e das descobertas empíricas só é tarefa razoável [...]” quando estes estão contextualizados e localizados
de modo bem preciso quanto á corrente que as produziu. Neste sentido, é possível citas as seguintes matrizes
identificadas por ele.
• As Matrizes Cientificistas: a matriz nomotética e quantificadora; a matriz atomicista e mencanicista; a 
matriz funcional e organista.
• As Matrizes Românticas e Pós-românticas: a matriz vitalista e naturista e; as matrizes compreensivas.
É interessante notar que esta classificação sinaliza, como o próprio autor destaca, a condição antagônica e
assimétrica que a Psicologia se construiu. Uma vez que, representa diversa posições, influências e orientações
intelectuais (irredutíveis) e não intercambiáveis, umas com as outras. Salienta ainda, que só é possível conceber
tal , justamente, se conjuntamente a isto, perscrutar-se “[...] no contexto dos conjuntos culturaisTorre de Babel
de que fazem parte e nas suas relações com o projeto [...] de constituição da psicologia como ciência
independente” (FIGUERDO, 2008, p.22).
As matrizes cientificistas, concebem como objeto de estudo da Psicologia aquele especificado pela “[...] imitação
mais ou menos bem-sucedida e convincente de modelos de prática vigente, nas ciências médicas, exatas e
naturais” (Ibidem, p.26-27).
Ao passo que as matrizes e que enfatizam e destacam um objeto de estudo, àromânticas pós-românticas
Psicologia, mais delineado e centrado nos “[...] atos e vivências de um sujeito, dotados de valor e significado para
ele [...]” (Ibidem, p.27). Assim, a identidade cientifica da Psicologia, sob esta matriz, é outorgada sob a premissa
da busca de novas referências que legitimem suas abordagens.
•
•
- -16
3.2 As matrizes cientificistas
As matrizes empreendidas nesta tipologia mais ampla da Cientificidade, são marcadas pela adoção fiel dos
modos naturais de fazer ciência. Como, por exemplo, a Matriz de ordem Nomotéticas e Quantificadoras. Trata-
se daquelas correntes teóricas que compreendem a existência de uma ordem natural a ser descoberta e
identificadas. Os fenômenos psicológicos e comportamentais, produtivamente, precisam ser compreendidos e
catalogados. Para tanto, as técnicas e métodos criados, seguem a lógica de que “[...] a única operação efetuada é a
mensuração, sustentada na pura observação ou na intervenção [...]” (FIGUEIREDO, 2008, p.27). programada. O
conhecimento produzido é guiado por uma lógica e autocorreção constante, em que todo o evento natural é
revisado (através da experimentação), vez após vez a fim de situá-lo, corretamente, na ordem das coisas.
Figura 4 - Olhares científicos
Fonte: Amanda Goehlert, Istock, 2020.
#PraCegoVer: Os fenômenos das teorias aqui abarcadas, são preconizados e concebidos em termos de validade
e experimentação.
Já a organiza suas premissas a partir “[...] de relações deterministas eMatriz Atomicista e Mecaniscista
probabilísticas, segundo uma concepção linear e unidirecional de causalidade” (FIGUEIREDO, 2008, p.28).
Neste sentido, o conhecimento é fruto da identificação de elementos mínimo que irão constituir o fenômeno alvo,
no qual a realidade é a produtora do fenômeno, através da combinação de diferentes elementos. Isto significa
- -17
que há um começo, um meio e um fim, entre a causalidade e o fenômeno em si. Uma temporalidade, ao mesmo
tempo, (estrutural), em que conceitos, configurações de fenômenos e, (linear), que apenasatômica mecânica
substitui o determinismo pelo probabilismo, na concepção do seu objeto de estudo.
Surge, ainda, teorias que se alicerçam em uma matriz mais . Segundo FigueiredoFuncionalista e Organicista
(2008, p.29), das três matrizes cientificistas, a que mais influenciou (até tempos atuais). Ainda sob a lógica
cientificista, esta matriz recupera a concepção de que os:
[...] fenômenos vitais precisam ser explicados em termos de funcionalidade, dos seus ‘propósitos
objetivos’ [pois trata-se de] fenômenos que evoluíram e se mantêm na interação com as suas
consequências. Mais que isso: são fenômenos que incorporam seus efeitos nas suas próprias
definições.
Diferente das outras matrizes, esta concebe o fenômeno tanto em sua causa quanto em sua consequência, ou
seja, numa dinâmica circular: um efeito é causa de outro efeito, uma causa é efeito de outra causa. Surge a
premissa de que a parte (funcionalidade, organização, mecânica) é expressão de um todo: suas partes são
interdependentes entre si, e do todo, e vice-versa. Isto implica que, a historicidade do fenômeno começa a
implicar em seu acontecimento. De modo diferente do que se preconizou nas outras matrizes cientificistas
(subdivisão e identificação de elementos), na e se enfatiza a identificação eMatriz Funcionalista Organicista
análise de . Sob a égide da , as escolas de pensamento oriundasSistemas Funcionais inteligibilidade científica
desta matriz desenvolveram suas teorias sob uma lógica que expressão algum valor e significa. É daí a concepção
de funcionalidade entre as diferentes partes do sistema.
- -18
3.3 As matrizes Românticas e Pós-Românticas
As matrizes desta lógica são, literalmente, tudo o que foi refugado pelas . Traduzidas emMatrizes Cientificistas
atitudes e perspectivas intelectuais que concebem um carácter qualitativo aos fenômenos psicológicos. No que
tange à e , são enfatizados conhecimentos que favoreçam a vida espiritual doMatriz Vitalista Naturalista
homem, a natureza fluida das coisas, uma vez que o interesse científico é suplantado pelo interesse estético, de
modo que “[...] se anulam as diferenças entre sujeito e objeto do conhecimento e a diferença entre ser e
conhecer” (FIGUEREDO, 2008, p.32). Vale destacar as correntes humanistas e corporais da Psicologia, que mais
forcam-se nas práticas e nas representaçõessociais do que em validações conceituais. clínicas
Figura 5 - Olhares românticos
Fonte: Undrey, Istock, 2020.
Matrizes Românticas e Matrizes Pós-românticas #PraCegoVer: Os fenômenos das teorias aqui abarcadas, são
preconizados e concebidos em termos de validade e experimentação.
Agora no que se refere às , estas são guiados por um interesse comunicativo, não é àMatrizes Compreensivas
toa, que Figueiredo (2008) a classificou como de interesse comunicativo, em essência, pelas formas simbólicas
do fenômeno psicológico. Estruturadas em três linhas, vejamos a seguir.
Historicismo Ideográfico
Interessado em captar a vivência imediata do sujeito: significados, valores, sem generalizações e esquemas
formalizantes.
Estruturalismo
Focado na compreensão das estruturas geradoras de mensagens, suas regras, organizações, formatos e
processos.
- -19
Fenomenologia
Crédulo na premissa de que todo o conhecimento e juízo está alicerçado em uma estrutura cognitiva definidora
de formas, de mecânicas, de processos, os quais se constituem e se validam, a si mesmos.
Cabe destacar que, as matrizes compreensivas se caracterizam, talvez com exceção do estruturalismo, por
secretarem o culto da experiência única. Isto é, algo que sinaliza a exclusividade da escolha e indeterminável do
ser psicológico. Em contraponto às matrizes científicas valorizam um pensamento psicológico centrado na ideia
de um sujeito, enquanto objeto de estudo, como qualquer outro.
Já as matrizes compreensivas concebem um pensamento psicológico norteado pela premissa de um sujeito
 a si mesmo (subjetividade), livre à sua própria prisão: indeterminável, exclusivo e irreproduzível, emretraído
suma único.
Este ziguezague conceitual, para estudiosos da , tais como Schultz e Schultz (2009),História da Psicologia
Figueiredo (2008), Figueiredo; Santi (2008), Abib (2005), e muitos outros, é uma das marcas idenitárias. A
história dos preceitos e conceitos psicológicos, em grande parte, revela a presença de várias filosofias científicas,
que “correm por baixo” (ADDIB, 2005) de suas correntes e escolas de pensamento, uma verdadeira ‘colcha de
retalhos’, que entrelaça diferentes crenças metafísicas, epistemológicas, sociais etc. A cada intérprete de seus
fenômenos, a Psicologia, com suas proposições e entendimentos, revela-se mais e mais modulável Figueiredo e
Santi (2008).
- -20
4 Constituição da psicologia como ciência
Ao início de uma ciência, de um ramo científico, torna-se imprescindível a consecução de um projeto e, por
conseguinte, de marcos que concretizam e materializam suas etapas. No caso da Psicologia, se, nos seus
primórdios, houve todo um conjunto de pré-condições socioculturais, no século XIX, para sua condição científica,
a citar: a experiência da subjetividade privatizada, a Modernidade e sua consequente crise e efeitos à
subjetividade, o sistema mercantil e a individuação, a ideologia liberal iluminista, romântica e o regime
disciplinar. Cabe destacar três projetos, como apresenta Figueiredo e Santi (2008): o projeto de Wundt, o projeto
de Tichner e o projeto funcionalista, que se sinalizam como marcos para a emergência de uma ciência psicológica
independente.
- -21
4.1 A Psicologia Intermediária de Wundt
Willhem Wundt, psicólogo alemão, ostenta o reconhecimento de fundar, pioneiramente, o primeiro projeto de
uma psicologia científica de forma independente. Ao criar de um conjunto de instituições voltadas a ações de
pesquisa e ensino da Psicologia, formando assim um expressivo número de profissionais: psicólogos (
FIGUEIREDO;SANTI, 2008; TORMAN, 2015).
A partir de uma visão , Wundt concebia a Psicologia como posicionada entremeada por outrasinterscectiva
ciências: da natureza e da cultura. Neste sentido Wundt, produziu uma extensa obra que variou entre
experimentos fisiológicos e sociais. Justamente, por quê Wundt interessou-se na experiência imediata do
indivíduo, como ele a vivencia, antes mesmo de se pôr a pensar sobre ela.
[...] Contudo, Wundt não reduz a tarefa da psicologia à descrição dessa experiência subjetiva. Ele
quer ir além e tenta fazê-lo de duas formas: a) utilizando o método experimental, ele pretende.
pesquisar os processos elementares da vida mental que são aqueles processos mais fortemente
determinados pelas condições físicas do ambiente e pelas condições fisiológicas dos organismos.
Com o método experimental, em situações controladas de laboratório, Wundt procura analisar os
elementos da experiência imediata e as formas mais simples de combinação desses elementos. Mas
isso é apenas o começo da psicologia, e não é o mais importante para Wundt; e b) por meio da
análise dos fenômenos culturais - como a linguagem, os sistemas religiosos, os mitos, etc.
(FIGUEIREDO; SANTI, 2008, p.62-63).
De modo muito característico, a Psicologia wundtiana posicionava-se entre duas causalidades: a física e a
psíquica, entre princípios físicos/fisiológicos e princípios que explicariam a conduta humana. Os preceitos do
projeto experimental de Wundt buscavam, justamente, articular estas duas causalidades, tentando explicar como
elas interagia, integrando-se, em uma dinâmica psicofísica. Figueiredo; Santi (2008, p.63) destaca que, mesmo
sem perceber, Wundt já iniciou não uma Psicologia, mas sim duas ciências psicológicas:
[...] a) a psicologia fisiológica experimental, em que a causalidade psíquica é reconhecida, mas não é
enfocada em profundidade - e nesse sentido não se cria nenhum problema mais sério para ligar essa
psicologia às ciências físicas e fisiológicas; e b) a psicologia social ou "dos povos", cuja preocupação é
exatamente a de estudar os processos criativos em que a causalidade psíquica aparece com mais
força.
- -22
Em síntese, justamente, por conceber o fenômeno psicológico como sendo vasto e complexo, que demandava um
suporte interseccional, entre as ciências naturais e as socioculturais, Wundt inaugurou um marco inaugural para
a psicologia.
- -23
4.2 A Psicologia Estruturalista de Titchener
Aluno de Wundt, o psicólogo americano Edward Bradford Titchener, é considerado o responsável pela
divulgação da obra de seu mestre em terras estadunidenses. Suas premissas de estudo estabelecem não mais na
experiência imediata de um sujeito psicofísico, mas sim, na experiência dependente de um puro organismo: um
sistema nervoso. O foco vai além da experiência em sim, como pensado por Wundt. Titchener baseia-se nas
justificativas fisiológicas da vida mental ( FIGUEIREDO; SANTI, 2008).
As explicações psicológicas do projeto de Titchener está alicerçada, de modo emprestado, de conceitos oriundos
das ciências naturais,
[...] com isso, a psicologia deixa de ser tão independente como pretendia Wundt. Em compensação,
começa a desaparecer o problema com a unidade psicofísica: Titchener defende a posição
denominada paralelismo psicofísico, em que os atos mentais ocorrem lado a lado a processos
psicofisiológicos. Um não causa o outro, mas o fisiológico explica o mental (FIGUEIREDO; SANTI,
2008, p.65).
Titchener tem baseado na lógica de que é possível fazer uma Psicologia exclusivamente, em métodos como a
experimentação e a observação. Sendo que, em terras psicológicas, tais métodos, em especial observação, seriam
empreendidos a partir de auto execução. Os sujeitos (treinados) seriam capazes de descrever, objetiva e
detalhadamente, suas experiências subjetivas (em experiências laboratoriais).
Assim, em primeiro a Psicologia, em sua essência, precisaria focar, tão somente na descoberta e na compreensão
da . Já em segundo lugar a consciência deveria ser analisadanatureza das experiências conscientes elementares
de forma estrutural (TORMAN, 2015).
Fique de olho
Para saber mais sobre a fundação do Laboratório de Wundt convido você a ler o texto de Saulo
de Freitas Araujo (2009), intitulado “Wilhelm Wundt e a fundação do primeiro centro
”.internacional de formação de psicólogos
ARAUJO, S.F. Wilhelm Wundt e a fundação do primeiro centro internacional deformação de
psicólogos. Temas psicol., Ribeirão Preto, v.17, n.1, p.09-14, 2009. Disponível em: http://pepsic.
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. Acesso em: 28 mar. 2020.
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http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2009000100002&lng=pt&nrm=iso
- -24
Se Wundt serviu de subsídios para a moderna psicologias cognitivas e a contemporânea psicologia social, e
mesmo a psicolinguística; Titchener se esforçou e agregou à Psicologia seu caráter subordinativo às Ciências
Naturais. muitas das correntes de pensamento atuais, em especial aquelas que se articulam com as Ciências
Naturais, devem aos estudos de Titcherner, muitas de suas premissas e referências.
Fique de olho
Para saber mais sobre a proposta metodológica de Titchener, convido você a ler o texto de
Cíntia Fernandes Marcellos (2014), intitulado “O Introspeccionismo Ainda Não Considerado: O
”.Caso de Edward Titchener
MARCELLOS, C.F. O Introspeccionismo Ainda Não Considerado: O Caso de Edward Titchener.
Psicol. pesq., Juiz de Fora, v.8, n.1, p.127-131, jun.2014. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.
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em: 28 mar. 2020.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-12472014000100012&lng=pt&nrm=iso
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- -25
4.3 A Psicologia Funcionalista de James
William James, expoente da Psicologia Funcional, concebia uma Psicologia – alicerçada nas –Ciências Naturais
interessada nos processos, operações e atos psíquicos (mentais) como forma de interação adaptativa (
FIGUEIREDO; SANTI, 2008). Sob a lógica evolutiva de que os seres vivos (homens e outros animais) só
sobrevivem se portadores de características que permitam sua adaptação ao ambiente que os circundam.
A de James, pressupõe, que as características orgânicas e comportamentais evoluem, e porPsicologia Funcional
efeito, adaptam o indivíduo (ou qualquer ser vivo) ao ambiente
[...] certo nível de adaptação envolve as capacidades de sentir, pensar, decidir, etc., ou seja, o nível
propriamente psíquico. As operações e processos mentais seriam, assim, instrumentos de adaptação
e se expressariam claramente nos comportamentos adaptados (FIGUEIREDO; SANTI, 2008, p.65).
Mas para compreender com tais processos mentais operam no cotidiano humano, é preciso uma ampla
variedade de técnicas e métodos de pesquisa. A mente pode ser estuda, de modo confiável, não pela introspecção
, mas sim, pela observação dos comportamentos adaptativos.titcheneriana
Fique de olho
Para saber mais sobre a teoria funcionalista de James, leia o texto de Saulo de Freitas Araujo de
Aldier Félix Honorato (2017), intitulado “Para Além dos Princípios de Psicologia: Evolução e
”.Sentido do Projeto Psicológico de William James
- -26
4.4 A Psicologia Associativa de Thorndike
Edward Lee Thorndike, é o principal representante do Projeto de Psicologia, denominado Associacionismo.
Centrado, principalmente, por desenvolver pesquisas comportamentais com animais de modo comparativo ao
comportamento humano, especialmente, aqueles manifestos. Ou seja, aqueles que pudessem ser observados e
mensurados (TORMAN, 2015).
Thorndike concebe uma Psicologia centrada na objetividade. Seu foco era compreender a aprendizagem, não em
termos subjetivos, mas sim, no âmbito das concessões concretas, exclusivamente, via a relação entre estímulos e
respostas. Suas descobertas tiveram grandes impactos na área da Educação, de modo à contribuir com a
inserção da psicologia tanto como disciplina aplicada na área educativa quanto como um ramo diversificado
(Psicologia da Educação). É dele a chamada (SCHULTZ; SCHULTZ, 2009), bastante cara à correntesLei do Efeito 
psicológicas mais contemporâneas, como o behaviorismo radical, por exemplo.
- -27
5 A construção do conhecimento em psicologia
Como destacado por Figueiredo e Santi (2008, p.17) os projetos científicos para uma Psicologia independente,
precisam ser entendidos em função das condições socioculturais que os circunscrevem
[...] as condições para a emergência de projetos de psicologia científica eram duas: a) um alto nível de
elaboração da experiência subjetiva privatizada; e b) a crise dessa experiência, com o
reconhecimento de que o sujeito não é tão livre como julga, nem tão único como crê. É isso que leva à
necessidade de superar a experiência imediata para compreendê-la e explicá-la melhor.
Seja pela via das Ciências Naturais, em que alguns projetos tentaram explicar – fisiológica, biológica e
objetivamente – os fenômenos psicológicos. Seja pela via das Ciências da Sociedade e das Culturas, em que foram
enfatizados aspectos mais e menos observáveis. Dois lados de uma moeda, facilmente perceptível e desubjetivos
difícil compatibilização.
De um lado uma perspectiva científica em que a objetividade é a premissa básica, e que se vale da identificação
das forças biológicas e ambientais que causa, produzem e controlam o comportamento, de modo a reproduzi-lo.
No oposto, outra perspectiva que se presta a capturar as vivências, de modo íntimo e privativo, mas que não se
interessa em causas nem efeitos, mas sim, no como, no estado, na condição.
Tanto comportamentos quanto vivências são lados de uma moeda difíceis de articulação. Figueiredo e Santi
(2008, p.87), tentam explicar esse aspectos, pontuando que
[...] nós não somos para nós mesmos facilmente compreensíveis, nem sabemos ao certo como somos,
por que somos e por que agimos de uma ou de outra maneira. Ora, isso reflete muito bem a nossa
condição existencial: ternos uma clara noção, vivemos intensamente e atribuímos um alto valor à
nossa experiência da subjetividade privatizada e, ao mesmo tempo, sentimos que nossa
subjetividade e nossa individualidade estão ameaçadas.
Estas diferentes linhas de pensamento, que dividem e compõe a psicologia científica contemporânea, não
ocorrem por acaso. Elas são expressão do estado natural produzido no seio de sua condição de ciência
independente: a crise. seja a subjetividade a ser compreendida, perscrutada; seja o comportamento a ser
observado, mensurado e sequenciado; a Psicologia, encontra-se, desde seu início, em uma constante
intermediação de seus conhecimentos com outros saberes científicos, naturais e sociais.
- -28
A produção de sobre a vida humana é perpassada por modos de pensar práticasconhecimento psicológico
científicas, sociais, profissionais e humanas. Esses modos atravessam tanto a execução de comportamentos
quanto a sua observação. Neste sentido, a todo momento a Psicologia, enquanto ciência independente, designa-
se em uma constante crise, intercambiando conhecimento com outras áreas do saber, seja para seus próprios
movimentos, seja, para subsidiar os movimentos de outras áreas que de tais conhecimentos faça uso das Ciências
Sociais Aplicadas, Educação, Pedagogia, Administração, Ciências da Saúde etc.
é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• descrever a evolução histórica da psicologia e suas relações com as ciências humanas e sociais;
• demonstrar a psicologia na contemporaneidade e seus desafios;
• introduzir as questões relativas à psicologia, sua constituição enquanto conhecimento científico.
• conhecer a contrução do conhecimento em Psicologia.
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	1 Notas iniciais
	1.1 Paradoxos e outras miscelâneas
	1.2 Nomenclaturas e expressões básicas
	Contextualizar
	Observação e análise
	Prática
	Espaço
	Pesquisa
	Sistema
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	2 Conceito e história da Psicologia Científica
	2.1 O que é Psicologia?
	2.2 O estudo objeto de Estudo da Psicologia
	3 Psicologia e suas origens (percurso histórico-filosófico)
	3.1 As matrizes da Psicologia
	3.2 As matrizes cientificistas
	3.3 As matrizes Românticas e Pós-Românticas
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	4 Constituição da psicologia como ciência
	4.1 A Psicologia Intermediária de Wundt
	4.2 A Psicologia Estruturalista de Titchener
	4.3 A Psicologia Funcionalista de James
	4.4 A Psicologia Associativa de Thorndike
	5 A construção do conhecimento em psicologia
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	Referências