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ESA PI - Atividade Avaliativa - Resumo Lei de Falências - Lei 11 101_2005

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Do Procedimento de Recuperação Judicial
Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial no
prazo de trinta dias, contado da publicação da relação de credores. Havendo objeção de
qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembleia geral de
credores para deliberar sobre o plano de recuperação.
O plano de recuperação judicial proposto pelos credores somente será posto em votação caso
satisfeitas, cumulativamente, as condições dispostas no art 56, §6 da Lei 11.101/2005.
A assembleia geral que aprovar o plano de recuperação judicial poderá indicar os membros
do Comitê de Credores. Rejeitado o plano de recuperação pela assembleia geral de credores,
o juiz decretará a falência do devedor.
Cumpridas as exigências, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não
tenha sofrido objeção de credor, ou tenha sido aprovado pela assembleia geral de credores.
O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação,
desde que, na mesma assembléia, tenha obtido, de forma cumulativa: o voto favorável de
credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à
assembléia, independentemente de classes; a aprovação de duas das classes de credores ou,
caso haja somente duas classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos uma delas;
e, na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de um terço dos credores.
A decisão judicial que conceder a recuperação judicial constituirá título executivo judicial,
nos termos do artigo 584, inciso II, do Código de Processo Civil. Contra a decisão que
conceder a recuperação judicial caberá agravo, que poderá ser interposto por qualquer credor
e pelo Ministério Público.
Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais ou de
unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado o
disposto no art. 142 da Lei de Falências. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e
não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor de qualquer natureza,
incluídas, mas não exclusivamente, as de natureza ambiental, regulatória, administrativa,
penal, anticorrupção, tributária e trabalhista, observado o disposto no § 1º do art. 141 da Lei
de Falências.
A unidade produtiva isolada poderá abranger bens, direitos ou ativos de qualquer natureza,
tangíveis ou intangíveis, isolados ou em conjunto, incluídas participações dos sócios.
Proferida a decisão prevista no art. 58 da Lei 11.101, o juiz poderá determinar a manutenção
do devedor em recuperação judicial até que sejam cumpridas todas as obrigações previstas no
plano que vencerem até, no máximo, 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação
judicial, independentemente do eventual período de carência.
Durante o período de 2 anos, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano
acarretará a conversão da recuperação em falência, sendo que qualquer credor poderá
requerer a execução específica ou a falência. Decretada a falência, os credores terão
reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os
valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da
recuperação judicial.
Cumpridas as obrigações vencidas no prazo, o juiz decretará por sentença o encerramento da
recuperação judicial e determinará:
1. O pagamento do saldo de honorários ao administrador judicial, somente podendo
efetuar a quitação dessas obrigações mediante prestação de contas, no prazo de 30
(trinta) dias, e aprovação do relatório previsto;
2. A apuração do saldo das custas judiciais a serem recolhidas;
3. A apresentação de relatório circunstanciado do administrador judicial, no prazo
máximo de 15 (quinze) dias, versando sobre a execução do plano de recuperação pelo
devedor;
4. A dissolução do Comitê de Credores e a exoneração do administrador judicial;
5. A comunicação ao Registro Público de Empresas e à Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil do Ministério da Economia para as providências cabíveis.
O encerramento da recuperação judicial não dependerá da consolidação do quadro-geral de
credores.
Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores serão
mantidos na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver, e do
administrador judicial, salvo se qualquer deles: houver sido condenado em sentença penal
transitada em julgado por crime cometido em recuperação judicial ou falência anteriores ou
por crime contra o patrimônio, a economia popular ou a ordem econômica previstos na
legislação vigente; houver indícios veementes de ter cometido crime previsto nesta Lei;
houver agido com dolo, simulação ou fraude contra os interesses de seus credores; houver
praticado qualquer das seguintes condutas: a) efetuar gastos pessoais manifestamente
excessivos em relação a sua situação patrimonial; b) efetuar despesas injustificáveis por sua
natureza ou vulto, em relação ao capital ou gênero do negócio, ao movimento das operações e
a outras circunstâncias análogas; c) descapitalizar injustificadamente a empresa ou realizar
operações prejudiciais ao seu funcionamento regular; d) simular ou omitir créditos ao
apresentar a relação, sem relevante razão de direito ou amparo de decisão judicial; negar-se a
prestar informações solicitadas pelo administrador judicial ou pelos demais membros do
Comitê; tiver seu afastamento previsto no plano de recuperação judicial.
Verificada qualquer das hipóteses supracitadas, o juiz destituirá o administrador, que será
substituído na forma prevista nos atos constitutivos do devedor ou do plano de recuperação
judicial.
Quando do afastamento do devedor, o juiz convocará a assembleia-geral de credores para
deliberar sobre o nome do gestor judicial que assumirá a administração das atividades do
devedor, aplicando-se-lhe, no que couber, todas as normas sobre deveres, impedimentos e
remuneração do administrador judicial. O administrador judicial exercerá as funções de
gestor enquanto a assembleia geral não deliberar sobre a escolha deste. Na hipótese de o
gestor indicado pela assembléia-geral de credores recusar ou estar impedido de aceitar o
encargo para gerir os negócios do devedor, o juiz convocará, no prazo de 72 (setenta e duas)
horas, contado da recusa ou da declaração do impedimento nos autos, nova assembleia-geral.
Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o devedor não poderá alienar ou
onerar bens ou direitos de seu ativo não circulante, salvo mediante autorização do juiz, depois
de ouvido o Comitê de Credores, se houver, com exceção daqueles previamente autorizados
no plano de recuperação judicial. Autorizada a alienação pelo juiz, observar-se-á o disposto
no §1°, do artigo 66 da Lei de Falências.
A alienação de bens ou a garantia outorgada pelo devedor a adquirente ou a financiador de
boa-fé, desde que realizada mediante autorização judicial expressa ou prevista em plano de
recuperação judicial ou extrajudicial aprovado, não poderá ser anulada ou tornada ineficaz
após a consumação do negócio jurídico com o recebimento dos recursos correspondentes pelo
devedor.
Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial,
inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de
mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no
que couber, a ordem estabelecida no art. 83 da Lei 11.101/2005.
O plano de recuperação judicial poderá prever tratamento diferenciado aos créditos sujeitos à
recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuarem a
provê-los normalmente após o pedido de recuperação judicial, desde que tais bens ou serviços
sejam necessários para a manutenção das atividades e que o tratamento diferenciado seja
adequado e razoável no que concerne à relação comercial futura.
As Fazendas Públicas e o InstitutoNacional do Seguro Social – INSS poderão deferir, nos
termos da legislação específica, parcelamento de seus créditos, em sede de recuperação
judicial, de acordo com os parâmetros estabelecidos na Lei nº 5.172, de 25 de outubro de
1966 - Código Tributário Nacional. As microempresas e empresas de pequeno porte farão jus
a prazos 20% (vinte por cento) superiores àqueles regularmente concedidos às demais
empresas.
Em todos os atos, contratos e documentos firmados pelo devedor sujeito ao procedimento de
recuperação judicial deverá ser acrescida, após o nome empresarial, a expressão "em
Recuperação Judicial". O juiz determinará ao Registro Público de Empresas e à Secretaria
Especial da Receita Federal do Brasil a anotação da recuperação judicial nos registros
correspondentes.
Do Financiamento do Devedor e do Grupo Devedor durante a Recuperação Judicial’
Durante a recuperação judicial, o juiz poderá, depois de ouvido o Comitê de Credores,
autorizar a celebração de contratos de financiamento com o devedor, garantidos pela
oneração ou pela alienação fiduciária de bens e direitos, seus ou de terceiros, pertencentes ao
ativo não circulante, para financiar as suas atividades e as despesas de reestruturação ou de
preservação do valor de ativos.
A modificação em grau de recurso da decisão autorizativa da contratação do financiamento
não pode alterar sua natureza extraconcursal, nem as garantias outorgadas pelo devedor em
favor do financiador de boa-fé, caso o desembolso dos recursos já tenha sido efetivado.
O juiz poderá autorizar a constituição de garantia subordinada sobre um ou mais ativos do
devedor em favor do financiador de devedor em recuperação judicial, dispensando a anuência
do detentor da garantia original. Este entendimento não se aplica a qualquer modalidade de
alienação fiduciária ou de cessão fiduciária.
A garantia subordinada, em qualquer hipótese, ficará limitada ao eventual excesso resultante
da alienação do ativo objeto da garantia original.
Caso a recuperação judicial seja convertida em falência antes da liberação integral dos
valores do financiamento, o contrato de financiamento será considerado automaticamente
rescindido.
As garantias constituídas e as preferências serão conservadas até o limite dos valores
efetivamente entregues ao devedor antes da data da sentença que converter a recuperação
judicial em falência.
O financiamento poderá ser realizado por qualquer pessoa, inclusive credores, sujeitos ou não
à recuperação judicial, familiares, sócios e integrantes do grupo do devedor, bem como
qualquer pessoa ou entidade pode garantir o financiamento mediante a oneração ou a
alienação fiduciária de bens e direitos, inclusive o próprio devedor e os demais integrantes do
seu grupo, estejam ou não em recuperação judicial.
Da Consolidação Processual e da Consolidação Substancial
Os devedores que atendam aos requisitos previstos da Lei de Falência e que integrem grupo
sob controle societário comum poderão requerer recuperação judicial sob consolidação
processual. Cada devedor apresentará individualmente a documentação exigida no art. 51 da
Lei 11.101
O juízo do local do principal estabelecimento entre os dos devedores é competente para
deferir a recuperação judicial sob consolidação processual. A consolidação processual,
acarreta a coordenação de atos processuais, garantida a independência dos devedores, dos
seus ativos e dos seus passivos.
Na hipótese de a documentação de cada devedor ser considerada adequada, apenas um
administrador judicial será nomeado.
Os devedores irão propor meios de recuperação independentes e específicos para a
composição de seus passivos, admitida a sua apresentação em plano único.Os credores de
cada devedor deliberarão em assembleias-gerais de credores independentes. Os quóruns de
instalação e de deliberação das assembleias-gerais serão verificados, exclusivamente, em
referência aos credores de cada devedor, e serão elaboradas atas para cada um dos devedores.
A consolidação processual não impede que alguns devedores obtenham a concessão da
recuperação judicial e outros tenham a falência decretada. Neste caso o processo será
desmembrado em tantos processos quantos forem necessários.
O juiz poderá, de forma excepcional, independentemente da realização de assembleia-geral,
autorizar a consolidação substancial de ativos e passivos dos devedores integrantes do mesmo
grupo econômico que estejam em recuperação judicial sob consolidação processual, apenas
quando constatar a interconexão e a confusão entre ativos ou passivos dos devedores, de
modo que não seja possível identificar a sua titularidade sem excessivo dispêndio de tempo
ou de recursos, cumulativamente com a ocorrência de, no mínimo, 2 (duas) das seguintes
hipóteses: existência de garantias cruzadas; relação de controle ou de dependência; identidade
total ou parcial do quadro societário; e atuação conjunta no mercado entre os postulantes.
Em decorrência da consolidação substancial, ativos e passivos de devedores serão tratados
como se pertencessem a um único devedor.
A consolidação substancial acarretará a extinção imediata de garantias fidejussórias e de
créditos detidos por um devedor em face de outro, bem como não impactará a garantia real de
nenhum credor, exceto mediante aprovação expressa do titular.
Admitida a consolidação substancial, os devedores apresentarão plano unitário, que
discriminará os meios de recuperação a serem empregados e será submetido a uma
assembleia-geral de credores para a qual serão convocados os credores dos devedores. As
regras sobre deliberação e homologação previstas na Lei 11.101 serão aplicadas à
assembleia-geral de credores.
A rejeição do plano unitário de que trata implicará na conversão da recuperação judicial em
falência dos devedores sob consolidação substancial.

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