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Questões Plantas com Heterosídeos Cardioativos A ouabaína é um heterosídeo cardioativo extraído da Strophantus gratus, por isso também chamada estrofantidina G. Sobre esta classe de composto ativos, responda: a) Qual a formação da estrutura química destes compostos. Os heterosídeos cardioativos são formados por três partes distintas, são elas: • Ose: açúcar que apresenta resíduos entre 1 e 4, com ligações beta 1-4, ligada a genina no carbono 3. • Genina: também chamada de aglicona, possui um esqueleto tetracíclico esteroidal, e conformações específicas entre seus anéis, que são: entre anéis A/B e C/D – cis e entre os anéis B/C – trans. Costuma ainda ser hidroxilada nos carbonos 3 e 14. • Anel lactônico: podendo ser cardenólido (anel de 5 átomos) ou bufadienólido (anel de 6 átomos), ligados a genina no carbono 17 por ligação beta. b) Qual a função de cada uma destas partes. • Ose: Porção que confere solubilidade. Influencia na farmacocinética e na farmacodinâmica dos glicosídeos digitálicos. Atuam também protegendo a hidroxila no carbono 3 de possíveis reações de biotransformação. A presença de 6-desoxiaçúcares confere maior potência ao ativo e existência de uma hidroxila equatorial no carbono 4 é importante na atividade biológica. Esterificação ou cetalização de algumas das hidroxilas das oses reduzem sua atividade inotrópica, isso demonstra a importante destes grupos para a interação com os receptores. • Genina: Retem a atividade cardíaca, mesmo estando isolada. O posicionamento dos anéis também altera a atividade dos ativos. Quando os anéis A/B/C/D possuem posicionamento cis/trans/cis a atividade da molécula é máxima. Se a junção A e B for trans, isso irá diminuir drasticamente a atividade, a diminuição se acentua mais caso o ciclo A seja parcialmente insaturado, sendo a posição cis entre C e D essencial para a atividade. • Anel lactônico: A atividade biológica depende ainda da presença de uma gama-lactona alfa, beta-insaturada, beta-posicionada no carbono 17. A epimerização da ligação no carbono 17 elimina a atividade cardiotônica. A polarização da cadeia lactônica próximo do sítio receptor tem sido relacionada ao efeito cardiotônico, devido a diferença de cargas. c) Como proceder para extrair este composto. A extração principalmente da digitoxina é realizada a quente, utilizando misturas hidroalcóolicas. Moléculas que interferem, como as clorofilas são precipitadas com acetato de chumbo e partição com emprego de solventes de média polaridade, como por exemplo o clorofórmio, podendo ser puro ou misturado com isopropanol. Agliconas livres podem ainda ser obtidas com ácido sulfúrico 1M através de hidrólise da solução de extração ou hidrólise enzimática. d) Quais os cuidados médicos a serem tomados por pacientes que fazem uso destas drogas. Os cuidados se referem a toxicidade e as interações medicamentosas que podem ocorrer. A intoxicação pode ocorrer devido ao baixo índice terapêutico dessas moléculas, sendo que para haver intoxicação basta uma dosagem com o dobro da concentração indicada para uso terapêutico. As intoxicações geralmente ocorrem em pacientes que utilizam esses fármacos de forma crônica. Uma intoxicação moderada pode causar sintomas como vômito, anorexia, bradicardia e contrações ventriculares precoces. Em caso de intoxicação aguda, pode haver diarreia, suor frio, taquicardia, fibrilação ventricular, convulsão e até morte. Efeitos adversos relacionados ao uso crônico incluem dor de cabeça, fadiga, ginecomastia, trombocitopenia, entre outros. Interações medicamentosas como as causadas por uso concomitante a beta-bloqueadores e diuréticos tiazídicos também são muito frequentes e podem levar a intoxicação. Esses fármacos ainda podem ter sua toxicidade aumentada ou redução de eficácia por outros medicamentos, alguns exemplos são: neomicina, sulfassalazina, colestiramina e fibras dietéticas que reduzem a biodisponibilidade e hidroxicloroquina quinidina, diltiazem e verapamil que aumentam os níveis séricos destes heterosídeos. e) Quais drogas são portadoras destes compostos (3 ao menos). • Digitalis purpurea • Digitalis lanata • Strophanthus spp • Urginea marítima Durante uma viagem a Amazônia, visitando uma tribo indígena, um turista sofreu um ataque cardíaco. O pajé fez um chá com uma planta rapidamente que curou este homem. Conversando com o índio, ele lhe contou que esta era uma planta nativa daquela área, e lhe ofereceu umas mudas para seu estudo. Em seu laboratório, realizando alguns estudos notou que eram glicosídeos cardioativos presentes naquela espécie, altamente seguro clinicamente. Explique como você isolou este princípio ativo e o caracterizou quimicamente. Qual sua estrutura química e qual função realizam cada parte desta estrutura. Quais outras plantas contêm este tipo de PA e qual é a diferença entre estas e uma planta com compostos clinicamente seguros. Isolei da seguinte forma: Realizei uma purificação e concentração prévia do extrato. Com uma mistura hidroalcóolica a extração foi realizada, precipitando interferentes com acetato de chumbo e partição com solvente clorofórmio. A caracterização e análise cromatográfica foi feita a partir da solução orgânica, direcionando a caracterização colorimétrica para o anel lactônico, núcleo esteroidal e cadeia osídica. Reação como a de Pesez foi realizada, obtendo coloração vermelha, por utilização de clorofórmio, ácido acético concentrado e xantidrol. Sua estrutura química é constituída por moléculas de açúcar que se ligam à aglicona esteroidal por uma hidroxila beta-posicionada no carbono 3, ligada a um anel lactônico. A porção glicosídica confere a solubilidade, importante na absorção e distribuição das moléculas. A porção aglicona confere sua atividade cardíaca, enquanto o anel lactônico está posicionado de forma que sua presença é fundamental para a atividade biológica. Plantas como a espirradeira (Nerium oleander L) e o chapéu-de-napoleão (Thevetia neriifolia Juss) também possuem heterosídeos cadioativos, porém o uso popular é totalmente desaconselhável, pois são mais potentes do que espécies como a Digitalis causando ampla ocorrência de intoxicação, ou seja, não são clinicamente seguras para emprego terapêutico, como a Digitalis é. a) Qual a formação da estrutura química destes compostos. b) Qual a função de cada uma destas partes. c) Como proceder para extrair este composto. d) Quais os cuidados médicos a serem tomados por pacientes que fazem uso destas drogas. e) Quais drogas são portadoras destes compostos (3 ao menos). química e qual função realizam cada parte desta estrutura. Quais outras plantas contêm este tipo de PA e qual é a diferença entre estas e uma planta com compostos clinicamente seguros.
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