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Desafios para a garantia do aleitamento materno

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Na obra “Utopia”, do escritor Thomas More, é retratada uma sociedade
perfeita, caracterizada pela ausência de conflitos. Fora das páginas do livro,
entretanto, a sociedade brasileira enfrenta uma realidade oposta: os desafios
para a garantia do aleitamento materno. Esse cenário ocorre por causa do tabu
construído pela população e tem consequências negativas para a saúde mental
da mãe.
Em primeiro plano, é notório que o tabu criado pela sociedade brasileira é um
dos desafios para garantir o aleitamento materno. Esse fato pode ser observado,
por exemplo, em diversos pensamento de pessoas que acham errado mães
amamentarem em locais públicos, o que representa o machismo e a hiper
sexualização da mulher no Brasil. Nesse sentido, pode-se levar em consideração
o pensamento do filósofo Michel Foucault, o qual diz, em seu estudo acerca das
palavras proibidas, que a sociedade atual tende a tornar tabu assuntos que não
são cômodos. Analogamente, nota-se que muitos brasileiros preferem não
discutir sobre os aspectos positivos da amamentação, como a riqueza de
nutrientes que o leite materno possui, mas continuam destilando comentários
desnecessários que desmotivam as mães. Dessa forma, é possível observar que,
além de terem que enfrentar as dificuldades biológicas da amamentação, as
mães também precisam enfrentar preconceitos da população.
Em consequência desse tabu, a saúde mental das mães é prejudicada. Diante
disso, observa-se que grande parcela da sociedade brasileira não dá o apoio
necessário para as progenitoras, o que acaba, muitas vezes, tornando a saúde
mental delas instável e propensa a diversas doenças, como a depressão. Essa
situação é um desafio para a garantia do aleitamento materno, visto que, a mãe,
prejudicada psicologicamente, na maioria das vezes não consegue produzir leite
na quantidade necessária. Infelizmente, essa dificuldade de amamentação afeta
também a vida da criança, dado que, conforme a Organização Mundial da Saúde,
o leite materno tem tudo que o bebê precisa até o sexto mês de vida. Logo,
sabendo que esse cenário interfere na vida de muitas mães e filhos, uma
intervenção positiva se faz necessária para superar a problemática.
Diante do exposto, portanto, é evidente que medidas são necessárias para
resolver esses impasses. Para isso, as instituições escolares - responsáveis por
estimular o pensamento crítico na população - devem combater o tabu da
amamentação, por meio de palestras que expliquem o quão importante esse ato
é para a saúde e desenvolvimento do bebê, a fim de que os alunos
desconstruam desde cedo qualquer preconceito relacionado ao assunto.
Ademais, o Ministério da Saúde deve oferecer apoio para as progenitoras. Isso
deve ser realizado por meio de atendimentos com psicólogos, de forma gratuita e
de fácil acesso, para que as mães se sintam acolhidas e tenham a saúde mental
em bom estado. Assim, talvez algum dia o Brasil se torne a sociedade perfeita da
obra “Utopia”.

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