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GABARITANDO FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS Profª Edna Raquel Hogemann AULA 2 NATUREZA E CULTURA NATUREZA E CULTURA A especificidade das ciências sociais em relação às ciências naturais. CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO Cultura A cultura se desenvolveu da possibilidade da comunicação oral e de fabricação de instrumentos, capazes de tornar mais eficiente o seu aparato biológico. Isto significa afirmar que tudo o que o homem faz, aprendeu com os seus semelhantes e não decorre de imposições originadas fora da cultura. Diversidade cultural Etnocentrismo Depois da Segunda Guerra Mundial e do extermínio de milhões de indivíduos por povos que pretensos representantes de valores culturais superiores definiram como sub-humanos, a antropologia cultural promoveu a abertura das mentalidades, a compreensão e o respeito pelas normas valores das outras culturas Relativismo cultural É uma ideologia politico-social que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos. Defende que o bem e o mal são relativos a cada cultura. O bem coincide com o que é socialmente aprovado na cultura. Os princípios morais descrevem convenções sociais e são baseados nas normas da sociedade. MODELOS CLÁSSICOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS Émile Durkheim Fato Social Representação social Representação social A representação social seria assim uma construção de conhecimentos que possibilitaria aos homens tornar inteligível a realidade física e social, permitindo sua inserção num grupo ou numa ligação cotidiana de trocas. Consciência coletiva Max Weber: Ação social A dimensão subjetiva dos comportamentos sociais Os três tipos puros de dominação. DOMINAÇÃO CARISMÁTICA DOMINAÇÃO TRADICIONAL DOMINAÇÃO LEGAL A ética do trabalho É interessante o que a doutrina luterana e a calvinista fazem - democratizam o acesso à salvação. O que Lutero e Calvino criaram foi a salvação, ou melhor, a crença de que se era um dos escolhidos por meio de ações "dentro do mundo". Muito simples: bastava trabalhar. Algo mundano, algo que todos faziam. Foi criada então a ética do trabalho. Trabalha-se, trabalha-se, cada dia mais, apenas para glorificar Deus. MARX propõe uma nova perspectiva de transformação social - revolução; Enxerga o antagonismo gerado pelas lutas de classes; Substitui a idéia de harmonia pela de universalização dos interesses da classe burguesa através do Estado. Vislumbra a exploração do proletário como fio condutor da sociabilidade capitalista. Infra-estrutura econômica e superestrutura jurídico-político-ideológica. O Modo de Produção é a base do regime social, determina o seu caráter e a forma de organização da sociedade. A história do desenvolvimento da sociedade é a história do desenvolvimento da produção, diferenciada em várias etapas históricas. A base econômica (infra-estrutura econômica) determina a superestrutura jurídico-política e ideológica. Relação entre base e superestrutura O marxismo atribui grande importância à relação da infra-estrutura com a superestrutura. Quando se tem uma noção justa dessa relação reciproca e dos vínculos que as unem à produção e às forças produtivas, é possível descobrir as leis objetivas do desenvolvimento social e superar o subjetivismo no estudo da história e da sociedade. O método do Materialismo Histórico permite ver com clareza a questão do Estado, até então escamoteado por todos os pensadores que antecederam a Marx. Alienação do trabalho O que Marx chama de alienação do trabalho é o fato de o trabalhador não se enxergar na mercadoria que ele mesmo produziu, ou seja, o trabalhador é separado do produto final de seu trabalho.O que mantém esse processo de alienação é primeiramente o fato de o capitalista possuir os meios de produção, á propriedade privada dos meios de produção, uns possuem e outros não.E segundo porque, como o trabalhador não possui seus próprios meios de produção, ele precisa vender a única propriedade que lhe pertence, a força de trabalho, para assim poder sustentar a família.Dessa forma o trabalhador depende do capitalista para sobreviver, ele precisa que o capitalista compre a sua força de trabalho. No sistema capitalista, o trabalhador que produz a mercadoria não usufrui dela, quem faz isso é o capitalista, que se apropria da produção social. Fetichismo da mercadoria Para Karl Marx é o fenômeno social e psicológico onde as mercadorias aparentam ter uma vontade independente de seus produtores. O resultado é a aparência de uma relação direta entre as coisas e não entre as pessoas. As pessoas agem como coisas e as coisas, como pessoas. No caso da produção de mercadorias, ocorre que a troca de mercadorias é a única maneira na qual os diferentes produtores isolados de mercadorias se relacionam entre si. Dessa maneira, o valor das mercadorias é determinado independente dos produtores individuais, e cada produtor deve produzir sua mercadoria em termos de satisfação de necessidades alheias. Disso resulta que a mercadoria (ou o mercado) parece determinar a vontade do produtor e não o contrário. Mais-valia absoluta e mais-valia relativa Karl Marx chama a atenção para o fato de que os capitalistas, uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, podem lançar mão de duas estratégias para ampliar sua taxa de lucro: estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama de mais-valia absoluta; ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele chama de mais-valia relativa. Em fazendo esta distinção, Marx rompe com a idéia ricardiana do lucro como "resíduo" e percebe a possibilidade de os capitalistas ampliarem autonomamente suas taxas de lucro sem dependerem dos custos de simples reprodução física da mão-de-obra. Capitalismo e desigualdades sociais O marxismo estabelece que a desigualdade é inerente ao modo de produção capitalista. A desigualdade produz-se inevitavelmente no processo normal das economias capitalistas, e não pode ser eliminada sem alterar de modo fundamental os mecanismos do capitalismo. Ademais, forma parte do sistema, o que significa que os detentores do poder tem interesses criados em manter a desigualdade social. Não vale a pena, pois, dedicar energias políticas para defender as políticas que se ocupam somente dos sintomas da desigualdade, sem atacar as suas forças geradoras básicas. Daí a necessidade de uma revolução social e econômica, a derrocada do capitalismo e sua substituição por um método de produção e um gênero de vida que estejam organizados em torno dos princípios de igualdade e justiça social. BIBLIOGRAFIA BÁSICA COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2002. QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de Oliveira; OLIVEIRA, Maria da Gloria Santos de.Toque de clássicos: Durkheim, Marx e Weber. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2003. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR DURKHEIM, Émile. Regras do método sociológico. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista: texto integral. São Paulo: Martin Claret, 2007. WEBER, Max. Ética protestante e o espírito do Capitalismo. 2. ed. rev. São Paulo: Pioneira, 2001.
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