Buscar

AULA 09 - PANORAMA CONTEMPORÂNEO TENDÊNCIAS DA LÍRICA

Prévia do material em texto

AULA 09
Leia o fragmento do poema VI retirado da obra Menino do Mato, de Manoel de
Barros.
Desde o começo do mundo água e chão se amam
e se entram amorosamente
e se fecundam [...].
Penso com humildade que fui convidado para o banquete dessas águas.
Porque sou de bugre.
Porque sou de brejo.
Acho agora que estas águas que bem conhecem a inocência de seus pássaros e de suas
árvores.
Que elas pertencem também de nossas origens.
(p. 455-6).
Com relação à construção poética de Manoel de Barros, assinale a alternativa
incorreta.
	
	
	As imagens do universo surreal superam a categoria das particularidades regionais.
Ao lermos o poema Com licença poética, de Adélia Prado, percebemos uma relação intertextual com qual poema modernista de Carlos Drummond de Andrade? Com licença poética Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não sou feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos ¿ dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou.
	
	
	Poema de sete faces
IFB-2017
No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos O verbo tem que pegar delírio.
(BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.)
 
A genealogia da poesia está marcada, no poema, por duas palavras: descomeço e começo.
Tendo isso em vista, indique a interpretação coerente com a poética de Manoel de Barros:
	
	
	O poeta faz referência a duas genealogias: a religiosa e a antropológica. Mas não demonstra, em todo o poema, qualquer crítica infundada às instituições religiosa e escolar. O tom utilizado, no poema, é lúdico.
	O poema ¿Com licença poética¿, do livro Bagagem, de Adélia Prado, dialoga com um poema modernista. Assinale a alternativa que apresenta o nome do poema e seu autor. 
	
	
	Poema de sete faces, de Carlos Drummond de Andrade.
a sua memória
mil
e
mui
tos
out
ros
ros
tos
sol
tos
pou
coa
pou
coa
Pag
amo
meu
ANTUNES, A. 2 ou + corpos no mesmo espaço. São Paulo: Perspectiva, 1998.
Trabalhando com recursos formais inspirados no Concretismo, o poema atinge uma expressividade que se caracteriza pela
	
	
	fragmentação da palavra, para representar o estreitamento das lembranças.
Leia o poema abaixo, de Adélia Prado, e responda:
Com licença poética
 Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
¿ dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Com qual poema da segunda fase modernista "Com licença poética" dialoga ?
	
	
	Poema das sete faces.
Leia o poema de Adélia Prado a seguir: Encontrei meu marido às três horas da tarde Com uma loura oxidada. Tomavam um guaraná e riam, os desavergonhados. Ataquei-os por trás com mão e palavras Que nunca suspeitei conhecer Voaram três dentes e gritei, esmurrei-os e gritei, Gritei meu urro, a torrente de impropérios. Ajuntou gente, escureceu o sol, A poeira adensou como cortina. Ele me pegava nos braços, nas pernas, na cintura, Sem me reter, peixe-piranha, bicho pior, fêmea ofendida, uivava. Gritei, gritei, gritei até a cratera exaurir-se. Quando não pude mais, fiquei rígida, As mãos na garganta dele, nós dois petrificados, Eu sem tocar o chão. Quando abri os olhos, As mulheres abriam alas, me tocando, me pedindo graças. Desde então, faço milagres. PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Record, 2007 Assinale a alternativa correta em relação ao poema:
	
	
	O poema apresenta elementos da tipologia textual narrativa.
Leia os textos abaixo e responda:
TEXTO 1
Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim. 
BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.  
 
TEXTO 2
Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Essa espécie ainda envergonhada.
PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986
Os poemas de Adélia Prado e de Chico Buarque estabelecem intertextualidade em relação ao poema de  Carlos Drummond de Andrade por:
	
	
	reiteração de imagens.
Leia o fragmento do poema VI retirado da obra Menino do Mato, de Manoel de
Barros.
Desde o começo do mundo água e chão se amam
e se entram amorosamente
e se fecundam [...].
Penso com humildade que fui convidado para o banquete dessas águas.
	
	
	As imagens do universo surreal superam a categoria das particularidades
regionais.
São poetas brasileiros contemporâneos, EXCETO:
	
	
	Oswald de Andrade
Glauco Mattoso é pseudônimo de Pedro José Ferreira da Silva. Na verdade, o pseudônimo faz uma homenagem a um outro poeta, de quem o pós-modernista é herdeiro na sátira e na crítica de costumes. Esse poeta é:
	
	
	Gregório de Matos
Leia os textos abaixo e responda:
TEXTO 1
Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim. 
BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.  
	
	
	reiteração de imagens.

Continue navegando