Principais Carrapatos de Importância na Medicina Veterinária

Prévia do material em texto

Principais Carrapatos de Importância na Medicina Veterinária
Família Ixodidae
Popularmente conhecidos como carrapatos duros, os membros da família Ixodidae possuem escudo em sua região dorsal, o gnatossoma, localizado na porção anterior, presença de órgão de Haller, patas com pulvilos, coxas com espinhos, fêmeas com áreas porosas na base do gnatossoma, sulco anal anterior ou posterior, dimorfismo sexual acentuado, ou seja, a diferença entre o macho e a fêmea é bem marcante, sendo o carrapato macho menor que a fêmea. O órgão de Gené fica afundado entre o gnatossoma e o idiossoma. Os carrapatos duros fazem uma ovipostura única, com grande número de ovos (superior a 3 000), sendo estes encerados pelas glândulas vaginais e pelo órgão de Gené. Logo após a ovipostura a fêmea morre. Há um único estádio ninfal.
Ixodes ricinus: a forma adulta possui como hospedeiros as aves, os caprinos, ovinos, bovinos, equinos, caninos, felinos e o ser humano. Já as larvas e ninfas possuem como hospedeiros os lagartos, roedores, insetívoros e quirópteros.
Rhipicephalus (Boophilus) microplus: são comumente conhecidos como carrapato do boi, embora possam parasitar outras espécies selvagens.
Rhipicephalus sanguineus: espécie popularmente conhecida como “carrapato vermelho do cão”. Têm como hospedeiros os caninos, felinos e carnívoros silvestres, localizando-se principalmente, mas não exclusivamente, nas orelhas e membros anteriores.
Amblyomma cajennense: são popularmente conhecidos como carrapato-estrela ou carrapato do cavalo. A forma adulta parasita principalmente equinos e suínos.
Anocentor nitens: tem como sinonímia Dermacentor nitens e Ortocentor nitens, popularmente conhecido como carrapato da orelha dos equinos. Esta espécie parasita principalmente os equinos, além dos asininos, bovinos, caprinos e caninos. Localizados preferencialmente no pavilhão auricular, podem se expandir para outras regiões do corpo do hospedeiro.
Família Argasidae
Os membros da família Argasidae são conhecidos popularmente como “carrapatos moles”, em virtude da ausência do escudo dorsal presente na família Ixodidae. De tegumento mole e rugoso, os carrapatos moles apresentam dimorfismo sexual pouco acentuado e ambos têm uma ingestão de sangue moderada. A ovipostura é parcelada e de poucos ovos por vez, e nesta família a fêmea não morre após a oviposição.
Argas minitatus: tendo as aves, como galinhas, perus e pombos, como hospedeiros, a forma adulta do Argas minitatus, em seu ciclo evolutivo permanece durante o dia abrigada nas frestas de galinheiros, nos ninhos ou em acúmulos de madeira ou palhas no interior do galinheiro.
Ornithodorus brasiliensis: ao parasitarem mamíferos de maneira geral, inclusive o ser humano, o Ornithodorus brasiliensis tem sua forma adulta presente no solo, por exemplo em pisos de casas (assoalhos) e de estábulos.
Otobius megnini: é popularmente conhecido como carrapato espinhoso da orelha. Parasitam ruminantes, equinos, suínos, caninos, felinos, animais silvestres e até mesmo o ser humano. As regiões desprovidas de pelos são as de predileção para os estádios de larvas e ninfas, já o estádio adulto tem a característica de não ser parasito e permanece abrigado em galhos de árvores, local onde ocorre a cópula e oviposição, que é parcelada e dura cerca de seis meses.
Controle e Prevenção
Os carrapatos podem ser hospedeiros de outros endoparasitas tais como Babesia spp., Anaplasma marginale, Ehrlichia canis, Spirochaeta gallinarum, entre outros. As medidas de profilaxia são inúmeras e estão relacionadas a fatores locais e econômicos, pois muitas vezes nem todas as medidas de controle e profilaxia podem ser adotadas. De maneira geral podemos elencar: pastoreio em pastagens com baixa infestação, rodízio de pastagem de maneira que a larva presente na pastagem morra por falta de alimento (hospedeiro); inspecionar os animais frequentemente para comprovar a presença ou não dos carrapatos; o controle farmacológico deve ser realizado preferencialmente após orientação do médico veterinário, que indicará o melhor princípio ativo para aquela situação.