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AÇÕES DE ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA Apostila 1 INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 2 Enfermagem em Saúde Coletiva 1. INTRODUÇÃO SAÚDE É um completo estado de bem estar físico mental e social, e não meramente a ausência de doença” (OMS 1948). “É um direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. (Art. 196 da Constituição Brasileira, 1988). SAÚDE COLETIVA Coletivo: “Que abrange ou compreende muitas coisas ou pessoas” (Aurélio). Atenção a Saúde Coletiva: “É um conjunto de ações de caráter individual e coletivo, situadas em todos os níveis de atenção do sistema de saúde voltadas para promoção da saúde, prevenção de agravos tratamento e reabilitação, centrado na qualidade de vida das pessoas e do seu meio ambiente, levando em consideração o contexto histórico /estrutural da sociedade”. Um breve histórico A saúde pública é entendida como vários movimentos que surgiram tanto na Europa quanto nas Américas como forma de controlar, a princípio, as endemias que ameaçavam a ordem econômica vigente e depois como controle social, buscando a erradicação da miséria, desnutrição e analfabetismo. Contudo os vários modelos de saúde pública não conseguiram estabelecer uma política de saúde democrática efetiva e que ultrapassasse os limites interdisciplinares, ou seja, ainda permanecia centrado na figura do médico. Dessa forma, muitos programas de saúde pública, endossados pela Organização Mundial de Saúde, ficaram reduzidos à assistência médica simplificada, isto é, aos serviços básicos de saúde; resumindo: para uma população pobre um serviço pobre. Para a compreensão mais aprofundada do movimento da saúde pública, iniciado no auge da revolução industrial da Inglaterra com a medicina social, passando pelo sanitarismo norte americano e a medicina preventiva, entre outros, até chegar à crise epistemológica da "nova" saúde pública e a saúde coletiva, seria necessário um aprofundamento histórico e social sobre o movimento da saúde pública até chegarmos à saúde coletiva. No início do século XX, apesar da alta mortalidade, não existiam hospitais públicos, apenas entidades filantrópicas, mantidas por contribuições e auxílios governamentais. Para as pessoas com melhores condições financeiras existia a assistência médica familiar. O INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 3 hospital que havia até então contava apenas com trabalho voluntário, sendo um depósito de doentes que eram isolados da sociedade com o objetivo de não "contagiá-la". Nas primeiras décadas do século, houve um grande crescimento econômico no Brasil, no entanto foi um período de crise socioeconômica e sanitária, porque a febre amarela, entre outras epidemias, ameaçavam a economia agro exportadora brasileira, prejudicando principalmente a exportação de café, pois os navios estrangeiros se recusavam a atracar nos portos brasileiros, o que também reduzia a imigração de mão-de-obra. Para reverter a situação, o governo criou medidas que garantissem a saúde da população trabalhadora através de campanhas sanitárias de caráter autoritário. Somente na década de 20 é que se dá a primeira medida concreta, em nível nacional, para a criação do sistema de saúde pública. A Diretoria Geral de Saúde Pública é organizada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz, que resolve o problema sanitário, implementando, progressivamente, instituições públicas de higiene e saúde. Oswaldo Cruz adotou o modelo das 'campanhas sanitárias' (inspirado no modelo americano, mas importado de Cuba), destinado a combater as epidemias urbanas e, mais tarde, as endemias rurais. As campanhas de saúde pública eram organizadas de tal forma que assemelhavam-se a campanhas militares, dividindo as cidades em distritos, encarcerando os doentes portadores de doenças contagiosas e obrigando, pela força, o emprego de práticas sanitaristas. Esta situação levou à "Revolta da Vacina", no Rio de Janeiro, quando a população revoltou-se com a obrigatoriedade da vacina contra a varíola. A partir de 1983, a sociedade civil organizada reivindicou, junto com um Congresso firme e atuante, novas políticas sociais que pudessem assegurar plenos direitos de cidadania aos brasileiros, inclusive direito à saúde, visto também como dever do Estado. "Pela primeira vez na história do país, a saúde era vista socialmente como um direito universal e dever do Estado, isto é, como dimensão social da cidadania." 1.2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) Criado no Brasil em 1988, com a promulgação da nova Constituição Federal, tornou o acesso gratuito à saúde direito de todo cidadão. Até então, o modelo de atendimento era dividido em três categorias: os que podiam pagar por serviços de saúde privados, os que tinham direito à saúde por serem segurados pela previdência social e os que não possuíam direito algum. A implantação do SUS unificou o sistema, já que antes a responsabilidade era de vários ministérios. Deixou de ser do Poder Executivo Federal e passou a ser administrada por Estados e municípios. Entre as ações mais reconhecidas estão: criação do SAMU, Políticas Nacionais de Atenção à Saúde da Mulher, Humanização do SUS, Saúde do Trabalhador. As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 4 com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: Universalidade: atender a todos, sem distinções ou restrições, oferecendo a todo atenção necessária, sem qualquer custo; Integralidade: oferecer a atenção necessária á saúde da população, promovendo ações contínuas de prevenção e tratamento aos indivíduos e a comunidade, em quaisquer níveis de complexidade; Equidade: disponibilizar os recursos e serviços com justiça, de acordo com as necessidades de cada um, canalizando maior atenção aos que mais necessitam; Participação Social: é um direito e dever da sociedade participar das gestões públicas em particular; é dever do Poder Público garantir as condições para essa participação, assegurando a gestão comunitária do SUS; Descentralização: é o processo de transferência de responsabilidade de gestão para os municípios, atendendo as determinações constitucionais e legais que embasam o SUS, definidor de atribuições comuns e competências especificam á União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Hierarquização: entendia como um conjunto articulado e continuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema referência e contra- referência. 1.3 A ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA Dirigir a prática profissional no sentido da responsabilidade pela implementação das mudanças necessárias e a adoção de uma postura solidária junto à clientela atendida, reconhecendo suas principais necessidades. - Reconhecer-se como sujeito/profissional ativo do processo de mudanças necessárias. - Manter uma postura participativa e criativa, balizada pela realidade do exercício profissional. 1.4 PREVENÇÃO Prevenir é prever antes que algo aconteça e cuidar para que não aconteça; Prevenção é a ação antecipada tendo como objetivo de interceptar ou anular a evolução de uma doença; Prevenção não apenas para evitar o aparecimento de doença mais também parainterromper o processo da doença que já se instalou no organismo. NÍVEIS DE PREVENÇÃO • Prevenção Primária: são ações dirigidas para a manutenção da saúde. • Prevenção Secundária: ações que visam a prevenção para regredir a doença. • Prevenção Terciária: ações se dirigem à fase final do processo, visa reabilitar o paciente. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 5 PREVENÇÃO PRIMÁRIA 1. Promoção da Saúde - ações destinadas para manter o bem-estar, sem visar nenhuma doença; - Educação sanitária; - Alimentação e nutrição adequadas; - Habitação adequada; - Escolas; - Emprego e salários adequados; - Condições para a satisfação das necessidades básicas para o indivíduo. 2. Proteção específica – inclui medidas para impedir o aparecimento de uma determinada doença (Imunização); - Exame pré-natal; - Quimioprofilaxia; - Fluorretação da água; - Proteção contra acidentes; - Eliminação de exposição a agentes carcinogênicos; - Saúde Ocupacional. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Inquéritos para descoberta de casos na comunidade; - Exames periódicos, individuais, para detecção precoce de casos; - Diagnóstico precoce; - Isolamento para evitar a propagação de doenças; - Tratamento para evitar a progressão da doença. PREVENÇÃO TERCIÁRIA Reabilitação: impedir a incapacidade total - Fisioterapia; - Terapia ocupacional; - Emprego para o reabilitado; - Melhores condições de trabalho para o deficiente; - Educação para o público para aceitação dos deficientes; - Próteses e órteses. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 6 2. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, abrangendo a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. Dentro da Atenção Básica vem sendo implementado o programa Estratégia Saúde da Família (ESF), que objetiva qualificar o atendimento ao indivíduo e à sua família. A ideia fundamental é atingir a qualidade na saúde da população partindo do indivíduo e estendendo os efeitos positivos do atendimento prestado para a coletividade. - Áreas estratégicas para atuação em todo o território nacional: • Eliminação da Hanseniase; • Controle da Tuberculose; • Controle da Hipertensão Arterial; • Controle da Diabetes Mellitus; • Eliminação da Desnutrição; • Programa Nacional de Imunização; • Saúde da Criança; • Saúde da Mulher; • Saúde do Idoso; • Saúde Bucal. 2.1 A implantação do Programa Saúde da Família (PSF) Até o final do ano 2000, cerca de 3.100 municípios brasileiros tinham o PSF implantado, com 10.400 equipes atuando junto a aproximadamente 35 milhões de INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 7 cidadãos. Para 2002, o Ministério da Saúde almejava que o PSF atenda às necessidades de saúde de 69 milhões de brasileiros, com 20.000 equipes. Os governos e prefeituras recebem incentivos financeiros para o desenvolvimento das atividades voltadas para a atenção básica e, de acordo com a legislação mais recente, tornam-se os grandes responsáveis pelo desenvolvimento das mesmas. As unidades de saúde da família devem caracterizar-se como porta de entrada dos usuários para os serviços de saúde. Não devem servir apenas para a triagem e encaminhamento dos pacientes, mas sim desenvolver atividades de assistência que atendam aos problemas mais comuns da população. Dessa forma, a unidade de saúde funcionaria como um “funil”, dando conta de aproximadamente 85% da demanda exigida. Uma etapa importante, que deve ser realizada, consiste na abertura de espaços de discussão e negociação entre gestores e representantes da comunidade (Conselhos de Saúde, associações de bairro, etc.) que se pretende assistir, ocasião em que se debaterá a importância do programa, seus objetivos e propostas. Além disso, a definição conjunta das prioridades reforça o objetivo do PSF de promover o desenvolvimento integral da comunidade assistida e permite o exercício do controle social - princípio do SUS que prevê a participação da comunidade no planejamento das ações de saúde para ela direcionadas. Tal estratégia torna mais fácil o acertar, uma vez que a programação das ações elaboradas situa-se cada vez mais próxima das necessidades da população. Dessa forma, o mecanismo de controle social é fortalecido pela inserção dos representantes da comunidade nos Conselhos de Saúde (municipais e locais), estando em condições de contribuir mais efetivamente na formulação de políticas nessa área. Depois de implantada, a equipe do PSF inicia suas atividades com o cadastramento da população, processo que permite a criação de vínculos entre as equipes e as famílias, a identificação dos fatores relacionados às condições de saúde local e do âmbito onde as suas ações e de outros setores - como habitação e saneamento - serão necessárias. Assim, faz-se necessário utilizar, para cada família, uma ficha de cadastro contendo as seguintes informações: – dados demográficos: nome, data de nascimento, idade e sexo. No início da ficha encontram-se os campos para preenchimento do endereço, fundamental para que a equipe se organize no planejamento dos segmentos territoriais a assistir; – dados socioeconômicos - escolaridade, ocupação, meios de transporte utilizados; – dados socioculturais - religião, meios de comunicação utilizados, participação em grupos comunitários; – dados sobre o meio ambiente - sistema de coleta de lixo, fonte de água para consumo, tipo de casa, tratamento de água no domicílio, destino de dejetos; – dados de morbidade - presença de indivíduos portadores de doenças ou condições especiais, serviços utilizados em caso de doença, aquisição de plano de saúde. O resultado final das informações coletadas no período de cadastramento é denominado diagnóstico de vida e saúde das comunidades, pois permite conhecer os problemas que serão prioridades. Esse diagnóstico deve ser construído por toda a equipe, INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 8 em conjunto com as famílias, permitindo a detecção de fatores de risco que determinarão a prioridade de intervenção das equipes, através da elaboração de um plano local para seu enfrentamento. Diante desse plano, a equipe elabora seu processo de trabalho construído com objetivos acordes com as necessidades da comunidade e as possibilidades da própria equipe. O cadastramento possibilitará a alimentação do banco de dados criado exclusivamente para armazenar informações sobre a atenção básica: o Sistema de Informações sobre Ações Básicas (SIAB) – utilizado para avaliar os resultados obtidos com o desenvolvimento de atividades das equipes do PSF e estudar as características das pessoas, dos domicílios e das condições de saneamento em que vivem as famílias sob responsabilidade das equipes. A avaliação das atividades do programa considera, ainda, os indicadores de saúde produzidos, o alcance das metas programadas, a satisfação da equipe de saúde da família e dos usuários e alterações efetivas no modelo assistencial. 2.1.1 O papel dos profissionais do PSF Geralmente, as equipes de saúde da família são constituídas por, no mínimo, um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de saúde, sendo formadas por meio de processo de seleção variável em cada município. No mais das vezes, a capacitação é promovida pelos pólos de capacitação, criados com o objetivo de preparar profissionais para trabalhar na perspectiva da promoção da saúde, em equipe e com preocupações integrais,coletivas e sociais. A capacitação dos mesmos é fundamental para que sejam desenvolvidas “ações humanizadas, tecnicamente competentes e intersetorialmente articuladas”, viabilizadas através do preparo dos profissionais em lidar com situações adversas presentes no cotidiano das ações das equipes de saúde da família16 . O médico (se possível, generalista) e o enfermeiro, em equipe e individualmente, atendem às famílias e desenvolvem atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças através da consulta e do acompanhamento domiciliar, entre outros procedimentos. Suas ações devem ser de caráter integral. Na unidade de saúde e no domicílio, o técnico de enfermagem realiza procedimentos de sua competência, bem como fornece orientação sanitária nos espaços comunitários. Suas atribuições são: – participar do planejamento e organização das atividades a serem desenvolvidas e discutir a forma como a equipe desenvolverá o trabalho; – desenvolver, com os agentes comunitários de saúde, atividades de identificação de famílias cujos componentes estão expostos a riscos à saúde; – realizar visitas domiciliares, junto com o agente comunitário de saúde; – acompanhar a consulta de enfermagem dos indivíduos, auxiliando o enfermeiro na identificação dos problemas, visando garantir o melhor monitoramento das condições do cliente; – executar procedimentos de vigilância sanitária e epidemiológica nas áreas de atenção à saúde dos indivíduos (crianças, mulheres, idosos, trabalhadores, adolescentes, portadores INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 9 de doenças transmissíveis ou crônico-degenerativas, etc.), de acordo com as prioridades estabelecidas em conjunto pela equipe do PSF e comunidade. 2.1.2 As práticas de trabalho da equipe do PSF Dentro da proposta de reorganização das práticas de assistência que orienta o PSF, novos e antigos instrumentos de trabalho foram incorporados para proporcionar melhor execução das atividades e facilitar o alcance dos objetivos de promoção da saúde. Além da consulta médica e de enfermagem individual, também é comum a realização de consultas conjuntas, com mais de um profissional atendendo o cliente, visita domiciliar e formação de grupos. O principal objetivo dessa atividade é proporcionar a humanização do cuidado, a proximidade com a família e garantir o conforto ao paciente, diante de uma condição que, adequadamente monitorizada, pode ser perfeitamente acompanhada no ambiente do domicílio. Prática de grande impacto sobre a saúde da comunidade é a formação de grupos homogêneos, reunidos nos espaços comunitários ou da própria unidade de saúde, de acordo com os recursos físicos disponíveis. Os grupos são excelentes oportunidades para que a equipe de saúde atue de forma interdisciplinar, valorizando a participação de cada profissional na condução do processo de discussão de determinada condição de saúde - como a gestação, por exemplo. Tal prática faz com que a participação dos moradores cresça e que estes busquem, em conjunto, soluções para problemas comuns, como a realização coletiva de exercícios por um grupo de idosos sedentários. Consequentemente, promove-se o desenvolvimento comunitário. 2.2 ESTRATÉGICA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) A ESF é tida como representação de expansão, qualidade e consolidação da Atenção Básica para melhorar o processo de trabalho dos profissionais, potencializando, assim, a assistência básica em saúde em prol da população. Além dos princípios da Atenção Básica, a ESF deve: -Ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios em que as equipes atua; -Atuar no território, realizando o cadastramento do domicilio, diagnóstico situacional, ações dirigidas aos problemas de saúde, buscando o cuidado dos indivíduos e das famílias; -Desenvolver atividades de acordo o planejamento com base no diagnóstico situacional; Ser espaço de construção de cidadania. - São necessários à implantação das equipes: Equipe multiprofissional responsável por, no máximo 4000 hab., sendo a média 3000 hab. Jornada de 40 horas semanais, composta por: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 10 Atribuições do Técnico de Enfermagem: - Participar das atividades de assistência básica realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na unidade e, quando indicado no domicilio e nos demais espaços comunitários; - Realizar ações de educação em saúde e grupos específicos e a famílias em situação de risco; - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da unidade. 2.3 Eliminação da Hanseníase e Controle da Tuberculose No Brasil e no mundo, hanseníase e tuberculose são doenças que ainda apresentam altas taxas de prevalência e incidência, ou seja, um grande número de casos é constante e novos casos surgem todos os anos. O Brasil é o segundo país em casos de hanseníase. Estima-se que seja detectado um novo caso a cada 12 minutos, bem como existam 3,3 milhões de casos espalhados no mundo, a maioria concentrada no Sudeste Asiático, África e Américas. Acredita-se, ainda, que 500 mil novos casos surjam anualmente. Quanto à tuberculose, estima-se que cerca de 50 milhões de brasileiros estejam infectados com a bactéria causadora da doença, embora nem todos manifestem seus sintomas. Destes, cerca de 130.000 adoecem anualmente. As consequências dessas doenças são graves, principalmente quando os indivíduos não são tratados adequadamente ou quando os casos são identificados em estágio mais avançado. Pode haver sérios comprometimentos para a saúde do doente, pois tanto a hanseníase quanto a tuberculose podem gerar incapacidades ou, até mesmo, a morte. Alguns fatores são apontados como determinantes comuns da hanseníase e tuberculose: – Desnutrição: provoca debilitação do organismo, o qual passa a não mais produzir seus elementos de defesa, oferecendo pouca ou nenhuma resistência aos agentes infecciosos. – Baixa eficácia dos programas de controle e prevenção: caracterizada quando o paciente abandona o tratamento por dificuldade de acesso ao serviço de saúde, pelas reações orgânicas ao medicamento, por deficiência alimentar, por acreditar que está curado devido ao desaparecimento da sintomatologia ou quando os serviços de saúde não atendem à demanda por não ter medicamentos, não realizar a busca ativa de faltosos e casos suspeitos e não possuir profissionais adequadamente preparados. Nesses casos, a consequência é a ampliação do número de pessoas que continuam doentes e sem tratamento, favorecendo o aumento da transmissão das doenças. – Mutações nos bacilos: relacionadas à tuberculose: quando os doentes não seguem corretamente o tratamento prescrito a bactéria pode criar resistência, através de mudanças em sua estrutura, não sendo mais destruída pela dosagem administrada. Nesses casos, há necessidade de se recorrer a medicamentos mais potentes. – Aglomerações urbanas: nas grandes cidades as pessoas convivem cada vez mais próximas umas das outras, seja em shopping centers, cinemas, estádios de futebol, veículos de transporte lotados e/ou outros espaços. Considerando-se que a transmissão da hanseníase INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 11 e tuberculose ocorre por meio das vias aéreas, tal condição aumenta o risco de transmissão dessas doenças. – AIDS: a síndrome da imunodeficiência adquirida caracteriza-se pela queda brutal nas defesas do organismo, o que facilita a instalação de doenças oportunistas. A ocorrência da pandemia de AIDS aumentou muito a incidência de tuberculose porque cerca de um terço da humanidade carrega o bacilo de Koch,sem, entretanto manifestar a doença, mas quando acometido pela síndrome da imunodeficiência adquirida há manifestação da tuberculose. As dificuldades existentes para o controle da hanseníase e tuberculose podem ser explicadas por sua estreita relação com as condições sociais de vida da população em geral, não se devendo considerar apenas os aspectos físicos dos indivíduos afetados. Os fatores citados fazem-se mais presentes no cotidiano das camadas menos favorecidas da população. HANSENÍASE A hanseníase ou mal de Hansen foi trazida para o Brasil com a colonização portuguesa, iniciada em 1500. No entanto, o Estado só reconheceu a doença como agravo à saúde pública a partir da segunda década do século XX. É uma doença infecciosa e crônico-degenerativa, causada pelo Mycobacterium leprae, que afeta nervos e pele. Seu período de incubação pode variar entre 2 e 7 anos, em média de 3 a 5 anos. Devido ao fato de a doença poder afetar várias estruturas do corpo humano, muitas vezes produzindo sequelas nos indivíduos por ela acometidos, desenvolveu-se nas culturas populares antigas um preconceito contra os mesmos - que perdura até os dias de hoje -, um estigma, relacionado à incapacidade, ao isolamento, ao abandono, à morte e ao medo. A palavra lepra era sempre associada à sujeira, afastamento, podridão, sendo o seu tratamento realizado em instituições chamadas leprosários. Afastados dos centros urbanos, para que o doente convivesse o mínimo possível com pessoas saudáveis, esses locais reforçavam o isolamento e o preconceito. No século XX, essa palavra foi mudada para hanseníase, em homenagem a Gerhard Amauer Hansen, médico norueguês que descobriu a bactéria causadora da doença. Acredita-se que a adoção dessa nova denominação não minimizou o preconceito que envolve a hanseníase, pois faltou uma estratégia de esclarecimento, um esforço educativo. A hanseníase é transmitida através das gotículas de saliva que expelimos quando espirramos, tossimos ou falamos, podendo ser também transmitida por lesões de pele, o que é mais raro. Sua principal fonte de infecção é o doente que apresenta as formas contagiantes, porque possui, nesses casos, grande carga de bacilos, podendo facilmente eliminá-los. Após a entrada da bactéria no organismo, não se conhecem totalmente os meios pelos quais ela se multiplica e passa a atingir principalmente pele, olhos e nervos periféricos (sendo os membros locomotores os mais atingidos). Sabe-se apenas que o bacilo não provoca reações imediatas no organismo; por isso, o período de incubação é tão longo. A INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 12 principal hipótese pela preferência do M. leprae por tais localizações relaciona-se às baixas temperaturas dessas regiões. Nelas, o bacilo se multiplicaria, formando granulomas (nódulos) ou espessando os nervos e causando alterações na sensibilidade e até mesmo nos movimentos. A hanseníase pode se apresentar sob quatro formas diferentes, com duas subdivisões: paucibacilares (poucos bacilos) ou multibacilares (muitos bacilos). Sendo a principal característica, comum a todas estas formas é a perda de sensibilidade nervosa na área de pele afetada, o que faz com que, muitas vezes, o doente se machuque naquela região e não sinta. Primeiramente, perde a sensibilidade às diferenças de temperatura; depois, à dor e, finalmente, ao tato na região da lesão. Para todos estes pacientes, em especial os que apresentam as formas multibacilares, que levam a comprometimentos mais severos, faz-se necessário orientar e supervisionar os seguintes cuidados: – olhos: usar soro fisiológico ao sentir que estão ressecados. Fazer exercícios, abrindo e fechando os olhos com força. – nariz: observar se há feridas. Limpar com soro fisiológico. Não tirar casquinhas da região para não provocar feridas. – mãos e braços: repousar o(s) membro(s), se estiver sentindo “choques”. Evitar fazer movimentos repetidos e carregar coisas pesadas. Massagear as mãos com auxílio de um óleo lubrificante, como o óleo mineral e outros. Fazer exercícios com os dedos (abrir e fechar as mãos, encostar o polegar na ponta de cada um dos dedos). – pés: andar calçado, com sapatos fechados e confortáveis; massageá-los com óleo adequado, para evitar que ressequem. Fazer exercícios (abaixar e levantar o peito do pé, empurrar a parede com as mãos, para esticar as pernas juntas). – ferimentos: imobilizar os dedos e repousar os membros machucados. Todas as formas de hanseníase podem causar espessamento dos nervos, provocando lesões neurológicas. Quando a hanseníase evolui sem tratamento, principalmente nas formas multibacilares, pode haver acometimento dos ossos e do tecido de sustentação, causando deformidades nas mãos e pés dos doentes. Seu diagnóstico é feito com base nos sintomas e sinais apresentados, sendo também utilizado um exame complementar, a baciloscopia. O exame será positivo quando a forma da hanseníase é dimorfa ou virchiwiana e negativo quando a forma for indeterminada ou tuberculóide ou quando o tratamento para as formas multibacilares estiver em curso. O tratamento atual da hanseníase é feito em ambulatórios, com raríssimas internações, a não ser que o caso apresente complicações. É realizado com base nas formas da doença, sendo chamado de poliquimioterapia (PQT). As formas paucibacilares são tratadas durante 6 meses seguidos, com duas drogas: Rifampicina e Dapsona. As formas multibacilares são tratadas em 24 meses seguidos, com três drogas: Rifampicina, Dapsona e Clofazimina. Em algumas localidades do país esse período está sendo modificado, pois estão sendo realizados estudos para verificar a possibilidade de a hanseníase ser curada em menor tempo. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 13 Papel do Técnico de enfermagem - Identificar sinais e sintomas da hanseníase e encaminhar os casos suspeitos para a unidade de saúde; - Observar a tomada da dose supervisionada e orientar acerca de efeitos adversos dos medicamentos, quando indicado e conforme planejamento da equipe; - Realizar assistência domiciliar, quando necessário; - Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação e boletins de acompanhamento, conforme estratégia local; - Realizar curativos sob a orientação e supervisão do enfermeiro; - Realizar a vacina BCG nos contatos conforme prescrição; - Contribuir e participar das atividades de educação permanente dos membros da equipe quanto à prevenção, manejo do tratamento, ações de vigilância. TUBERCULOSE A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Estima-se que cada doente com tuberculose seja capaz de contaminar dez outros indivíduos. Sua transmissão, assim como a da hanseníase, ocorre por meio das gotículas de saliva expelidas quando espirramos, tossimos ou falamos, sendo o sistema respiratório a porta de entrada da doença, mais especificamente as vias aéreas superiores. Seu período de incubação varia entre 4 e 12 semanas. Ao contrário da hanseníase, os caminhos que levam ao adoecimento por tuberculose são bem conhecidos. Após a inalação dos bacilos contidos nas gotículas de saliva, estes depositam-se nos alvéolos. Em resposta a essa fixação, o sistema imunológico libera células que formam uma espécie de parede em volta dos bacilos para impedir que se espalhem. Esse conjunto é chamado de tubérculo, e muitas pessoas o possuem sem nunca adoecer. Porém, se a imunidade do indivíduo estiver comprometida o tecido do tubérculo se degrada e se transforma em uma massa que libera outros bacilos, os quais são transportados pelos sistemas circulatório e linfático para os tecidos vizinhos, formando nódulos visíveis nas imagens radiológicas. Outrapossibilidade é a de os bacilos serem transportados para tecidos mais distantes, como pele, rins, meninges, que também podem ser atingidos pela tuberculose. A tuberculose pode apresentar-se nas formas pulmonar e extrapulmonar (pleural, ganglionar, osteoarticular, entérica, de vias urinárias, cutânea ou meníngea). Destas, a mais grave é a meníngea, também denominada meningite tuberculosa, que ocorre quando o bacilo de Koch atinge o sistema nervoso central. Seu diagnóstico baseia-se primeiramente nos sintomas, que são tosse persistente, por cerca de 4 semanas, catarro esverdeado ou com raios de sangue (existentes ou não), febre INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 14 no final da tarde, emagrecimento, falta de apetite, suor noturno. São também realizados exames de raios X e pesquisa da presença do bacilo de Koch no escarro. Atuação do técnico de enfermagem - Identificar os sintomáticos respiratórios; - Realizar procedimentos regulamentados para o exercício de sua profissão; - Convocar os contatos para consulta médica; - Identificar o pote de coleta do escarro; - Orientar a coleta do escarro; - Receber o resultados dos exames protocolá-los e anexá-los ao prontuário; - Aplicar a vacina BCG e fazer teste tuberculínico, após capacitação; - Supervisionar o uso correto da medicação nas visitas domiciliares e o comparecimento às consultas de acordo com a rotina da equipe; - Dispensar os medicamentos, conforme prescrição. 2.3.1 A ATUAÇÃO NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA HANSENÍASE E TUBERCULOSE A forma mais eficiente de combate à transmissão da hanseníase e tuberculose, com vistas ao controle, é a identificação precoce dos sintomáticos, com tratamento de início rápido e adesão total do paciente. Tal necessidade resulta do fato de o doente bacilífero ser a principal fonte de infecção de ambas as doenças, ou seja, aquele que continua a emitir o bacilo no ambiente. O atual modelo de assistência deve redirecionar suas práticas para solucionar os problemas apontados (falta de informação, alto índice de abandono ao tratamento, etc.), a fim de atingir as seguintes metas propostas: – para a tuberculose – oferecer tratamento em pelo menos 80% dos centros municipais de saúde; diagnosticar e tratar pelo menos 90% dos casos detectados; curar pelo menos 95% dos pacientes em tratamento; – para a hanseníase – diminuir a incidência de casos para, no máximo, 1 para cada 10 mil habitantes. Além do tratamento eficaz para controlar o número de casos de hanseníase e tuberculose, outras medidas devem ser tomadas para garantir a diminuição da transmissão destas doenças. Assim, é importante orientar que a casa do doente deve estar sempre muito ventilada, permitindo a entrada da luz solar, pois os bacilos não resistem muito tempo em ambiente limpo e iluminado. Não é necessário separar utensílios como talheres, copos, pratos, roupas ou lençóis; deve-se apenas manter a higiene habitual. As pessoas mais próximas ao doente são chamadas comunicantes - familiares, colegas de trabalho ou escola. Geralmente, apenas os comunicantes domiciliares precisam ser avaliados. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 15 2.2. DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS A relação de doenças denominadas crônico-degenerativas ou modernas é bastante abrangente, mas a hipertensão arterial, as doenças cardiovasculares (DCV) e o Diabetes mellitus serão especialmente estudadas, devido às altas taxas de sua incidência e prevalência em nosso país. Essas doenças podem ser prevenidas se houver ações educativas que trabalhem com a perspectiva de modificar o estilo de vida pouco saudável. Para o diabetes, estima-se que metade dos casos novos poderia ser evitado com o controle do excesso de peso; outros 30% seriam evitados com o combate ao sedentarismo. Além disso, os fatores relacionados à sua ocorrência são semelhantes e, em geral, encontram-se presentes de forma associada. Entre estes, destacam-se o estresse decorrente da industrialização e do desenvolvimento econômico, o aumento da idade da população, os distúrbios dietéticos, a obesidade, o sedentarismo, o consumo de álcool, o tabagismo, a drogadição, a ocupação ou o trabalho dos indivíduos. Para reafirmar a importância de desenvolvermos ações com o objetivo de prevenir e controlar tais doenças, citamos alguns estudos recentemente elaborados que apontam que a mortalidade proporcional por Diabetes mellitus vem crescendo desde a metade do século XX em todo o Brasil. Esses estudos registram, ainda, que a hipertensão arterial estaria relacionada a um aumento da mortalidade devido às doenças cérebro-cardiovasculares. O desenvolvimento de programas educativos poderia reduzir o número de internações causadas por doenças crônicas não-transmissíveis. Estratégias para o controle das doenças crônico-degenerativas No cenário da saúde coletiva no Brasil, as atividades relacionadas ao controle da hipertensão arterial e do diabetes são operacionalizadas através do Programa Nacional de Controle da Hipertensão Arterial e Programa Nacional de Controle do Diabetes. As atividades desenvolvidas nas unidades básicas de saúde objetivam a captação dos clientes hipertensos e diabéticos pela adoção de uma estratégia de verificação dos níveis de pressão arterial em qualquer indivíduo assistido cuja idade seja maior ou igual a 20 anos, e de verificação dos níveis de glicose em indivíduos com idade igual ou superior a 30 anos. Para a confirmação de um caso de hipertensão, faz-se necessário realizar três verificações consecutivas, em dias alternados. Para a captação do paciente diabéticos, podem ser utilizadas estratégias de campanha de verificação de glicemia. É importante desenvolver atividades no ambiente domiciliar, porque neste cenário tem-se a oportunidade de observar a realidade na qual as pessoas vivem e se relacionam, detectando fatores relacionados à ocorrência de hipertensão e diabetes, como tabagismo, dieta inadequada, sedentarismo e outros. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 16 Uma vez inscritos nas atividades dos programas, os pacientes submetem-se a avaliações periódicas que, além da pressão arterial, incluem verificação de peso corpóreo e realização de alguns exames complementares, como eletrocardiograma, bioquímica do sangue, urinálise, solicitados de acordo com o problema apresentado. Os pacientes passam a receber os medicamentos necessários ao controle das doenças (drogas hipotensoras, hipoglicemiantes orais, insulina injetável), de acordo com a relação de medicamentos constantes da farmácia básica. Os tratamentos da hipertensão arterial e do diabetes baseiam-se na adoção de medidas farmacológicas, utilizando-se de drogas, e não farmacológicas, através de dietas e atividade física, entre outras medidas. É importante sensibilizar o pacientes para a importância da adesão ao tratamento, garantindo melhores resultados através de atividades coletivas ou individuais de educação em saúde, seja com discussão em grupos, cartazes, campanhas. A não adesão ao tratamento é fator decisivo para a piora do estado do pacientes, que deve ser informado quanto à possibilidade de complicações das doenças. Nesse sentido, as atividades ao ar livre são bem-vindas, pois oferecem oportunidades de lazer associadas à promoção da saúde. Nas atividades de acompanhamento aos pacientes e educação em saúde, as seguintes medidas terapêuticas não-farmacológicas devem ser abordadas: – restrição ou eliminação de hábitos pouco saudáveis (alcoolismo, tabagismo, droga dicção); – necessidade de prática regular de exercícios físicos; – redução do consumo de café; – ingestão de dieta pobre em sal e gorduras e, no caso do diabetes, restriçãodo consumo de carboidratos; – manutenção de peso corpóreo próximo ao ideal; – inclusão de atividades de lazer no cotidiano; – cuidados com os pés dos pacientes diabéticos, que devem ser mantidos limpos e secos; após o banho, os pés devem ser hidratados com uma loção, evitando passa-la entre os dedos (para evitar a umidade); os pés devem ser atentamente examinados todos os dias, pesquisando-se a existência de feridas ou cortes não anteriormente percebidos; preferencialmente, usar sapatos fechados, confortáveis, e sempre examiná-los por dentro antes de calçá-los; ao observar qualquer alteração na coloração dos pés ou ferimento, tal fato deve ser notificado ao profissional que acompanha o caso. – para os diabéticos insulino-dependentes: cuidados na conservação e na autoadministração de insulina. Os técnicos de enfermagem que atuam nos programas de controle do diabetes e hipertensão devem desenvolver os seguintes cuidados: verificação da pressão arterial, aferição do peso para auxiliar no seu controle; realização dos curativos em pacientes diabéticos com lesões; orientação, acompanhamento da autoadministração de medicamentos via oral ou injetáveis; verificação dos níveis de glicemia capilar; realização de visitas domiciliares aos pacientes faltosos ou necessitados de cuidados domiciliares; INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 17 organização e participação das atividades em grupo; organização da agenda para o retorno dos pacientes às consultas necessárias ao seu acompanhamento. HiperDia Programa elaborado pelo Ministério da Saúde em (2001), com o objetivo de reestruturar o atendimento aos portadores da Hipertensão e Diabetes, proporcionando um atendimento resolutivo e de qualidade na rede pública de serviços de saúde. Monitora os pacientes cadastrados no plano Nacional e gera informações, aquisições, disposição e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. Hipertensão arterial sistêmica (has): é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-fatais. A pressão se eleva por vários motivos, mas principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem. Se os vasos são estreitados à pressão sobe. Fatores de risco: Idade, Gênero, Etnia, Excesso de peso e obesidade, Ingestão de sal, Ingestão de álcool, Sedentarismo, Tabagismo. Tratamento Não-medicamentoso: Perda de peso; Incentivo a atividade física; Alimentação saudável; Redução da ingesta de sódio; Diminuição ou abolição do álcool e tabaco; Medicamentoso: As três classes de anti-hipertensivos escolhidos, de eficácia terapêutica comprovada, segura e mais usados na rede de Atenção Básica estão os: Diuréticos (Hidroclorotiazida – HCTZ); Betabloqueadores (Propranolol – PP); Inibidores da Enzima conversora de angiotensina – IECA (Captopril). Diabetes mellitus É um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 18 CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES: Tipo 1: Indica destruição da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose, coma e morte. A destruição das células beta é geralmente causada por processo auto-imune. Tipo 2: Resistência periférica à insulina. Diabete gestacional: a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade variada, geralmente se resolvendo no período pós-parto, mas retornando anos depois em grande parte dos casos. FISIOPATOLOGIA: É um distúrbio endócrino causado pela incapacidade de produzir ou usar a insulina. Uma vez que não há insulina para auxiliar o transporte da glicose para as células corporais, o nível de glicose sanguínea se torna elevado e a glicose acaba sendo eliminada na urina. Como não existe insulina para ajudar a entrada da glicose nas células do corpo, a maioria das células usa ácidos graxos para produzir energia. A degradação desses ácidos graxos forma um subproduto chamado cetona ou corpos cetônicos que se acumulam e faz com que o pH do sangue caia, ocasionando uma condição chamada de cetoacidose que se não tratada rapidamente pode levar à morte. Conforme os lipídios são transportados pelo sangue, partículas se depositam nas paredes dos vasos sanguíneo, ocasionando problemas cardiovasculares. Outra complicação da diabetes é a perda da visão em decorrência da catarata (o excesso de glicose se liga às proteínas da lente, causando borramento visual) ou de dano aos vasos sanguíneos da retina. Os rins começam a sofrer com essa agressão, perdendo a sua capacidade de reter glicose apresentando glicosúria. Com ela, como é soluto, ela vai precisar do solvente, perdendo assim a água, passando a urinar muito entrando em poliúria. Perdendo muita água, o organismo começa a ficar desidratado, com o excesso de glicose na corrente sanguínea, começa retirar água da célula, ficando com desidratação celular, estimulando o centro da sede, fazendo com que o indivíduo beba bastante água (polidipsia). INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL: Glicemia de jejum 70 a 99 mg/dL Glicemia pós-prandial: abaixo de 140mg/dl Intolerância a glicose de 100 a 125mg/dL TRATAMENTO: Como o diabetes é uma doença evolutiva, com o decorrer dos anos, quase todos os pacientes requerem tratamento farmacológico, muitos deles com insulina, uma vez que as células beta do pâncreas tendem a progredir para um estado de falência parcial ou total ao longo dos anos. Entretanto, mudanças positivas no estilo de vida – alimentares e de atividade física - são de fundamental importância no alcance dos objetivos do tratamento quais sejam o alívio dos sintomas e a prevenção de complicações agudas e crônicas. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 19 Insulina: Indicada para todos onde o controle foi inadequado da glicemia e glicosúria. Apresenta em NPH e Regular. E a Administração deve ser no braço, coxa, abdome e nádegas, havendo sempre rodízio de lugar; Hipoglicemiantes orais. O Hiperdia destina-se ao cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde – SUS, permitindo gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. O sistema envia dados para o Cartão Nacional de Saúde, funcionalidade que garante a identificação única do usuário do Sistema Único de Saúde – SUS. Benefícios • Orienta os gestores públicos na adoção de estratégias de intervenção; • Permite conhecer o perfil epidemiológico da hipertensão arterial e do diabetes mellitus na população. Funcionalidades • Cadastra e acompanha a situação dos portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus em todo o país; • Gera informações fundamentais para os gerentes locais, gestores das secretarias e Ministério da Saúde; • Disponibiliza informações de acesso público com exceção da identificação doportador; • Envia dados ao CadSUS. A prevalência estimada de hipertensão no Brasil atualmente é de 35% da população acima de 40 anos, com mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75 % acima de 70 anos. Cerca de 75% dessas pessoas recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento na Atenção Básica. Para atender os portadores de hipertensão, o Ministério da Saúde possui o Programa Nacional de Atenção a Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. O programa compreende um conjunto de ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos da hipertensão. O objetivo é reduzir o número de internações, a procura por pronto- atendimento, os gastos com tratamentos de complicações, aposentadorias precoces e mortalidade cardiovascular, com a consequente melhoria da qualidade de vida dos portadores. QUEM TÊM MAIS RISCO DE FICAR HIPERTENSO - Consumo de bebida alcoólica; - Histórico de hipertenso na família; - Obesidade; - Alimentação não saudável; - Diabético - Pessoas com idade mais avançada; - Pessoas de pele negra. COMO TRATAR A HIPERTENSÃO INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 20 - Evitar ficar parado. Incentivar a prática de atividade física; - Diminuir ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas; - Cuidar da saúde mental; - Mantenha o peso saudável; - Ter uma alimentação saudável, principalmente evitando o consumo de sal. SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Diabetes Mellitus como doença traçadora para um sistema de vigilância epidemiológica para doenças crônicas não transmissíveis: 1 - Atinge todas as faixas etárias, inclusive a mulher grávida, sem distinção de sexo, raça e condições sócio-econômicas. 2 - Trata-se de uma doença de alta prevalência, que requer vários procedimentos para o seu controle. Quando bem controlada evita complicações agudas e crônicas. Para seu controle é necessário o trabalho de equipe multidisciplinar. 3 - Existem meios cientificamente comprovados para prevenir a doença (diabetes mellitus tipo 2) e suas complicações agudas e crônicas. 4 - Está associada a várias outras doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão arterial, doença coronariana e cerebrovascular, dislipidemias, neuropatias periféricas, lesões renais, levando até a insuficiência renal crônica terminal, retinopatia diabética. 5 - A sobrevida tem aumentado significamente o que favorece o surgimento das complicações crônicas com custos econômicos e sociais elevados. 6 - A prevalência no mundo inteiro vem crescendo, sendo considerado pela Organização Mundial de Saúde - OMS, como uma epidemia (estimativas mundiais para o ano 2000 são de 175,4 milhões de pessoas). 7 - Dispõe de tratamento clínico definido. SINAIS DE ALERTA Muitas pessoas têm diabetes- e não sabem por que não apresentam nenhum sintoma. Isto é bastante frequente no tipo de diabetes que aparece no adulto (tipo II). - Ter parentes (pais, irmãos, tios, etc) com diabetes; - Ter excesso de peso (especialmente abdominal); - Ter vida sedentária (não faz atividade física); - Ter mais de 40 anos e ainda; - Fazer tratamento para pressão alta e tem colesterol e triglicerídeos elevados; - Usar de medicamentos diabetogênicos (corticoides, anticoncepcionais, etc..). Manter uma alimentação saudável, peso normal e praticar atividade física regulamente, são hábitos saudáveis de vida importantes que ajudam a prevenir o surgimento do diabetes tipo- II. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 21 PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO TABAGISMO O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) é o órgão do Ministério da Saúde (MS) responsável pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) e pela articulação da rede de tratamento do tabagismo no SUS, em parceria com estados e municípios e Distrito Federal. A rede foi organizada, seguindo a lógica de descentralização do SUS para que houvesse o gerenciamento regional do Programa tendo como premissa a intersetorialidade e a integralidade das ações. Cabe lembrar que desde 1989, o INCA desenvolve ações voltadas para o tratamento do tabagismo. Composição química do cigarro O alcatrão é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas. Entre elas, o arsênio e o níquel. Nicotina: droga psicoativa e que causa a dependência, age no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: chega entre 2 e 4 segundos mais rápido ao cérebro. Por isso o tabagismo é classificado dentro do grupo das substâncias psicoativas que causam transtornos mentais e de comportamento. A fumaça do cigarro possui uma fase gasosa e uma particulada. A fase gasosa é composta por monóxido de carbono, nicotina, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído e acroleína, entre outras substâncias. Algumas produzem irritação nos olhos, nariz, garganta e levam à paralisia dos movimentos dos cílios dos brônquios. A fase particulada contém nicotina e alcatrão que é um composto de mais de 40 INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 22 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado a partir da combustão dos derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210, acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, substâncias usadas em veneno para matar rato. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 23 Efeito do cigarro no corpo humano INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 24 Controle de Infecções Sexualmente Transmissíveis A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotada em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo não apresentando sinais e sintomas. As ISTs encontram-se amplamente disseminadas, exigindo do poder público iniciativas que levem ao seu controle. Para tanto, faz-se necessário estruturar os serviços de saúde de modo a que possam prestar adequada assistência aos portadores desses agravos, e principalmente envolver seus profissionais na execução de atividades ligadas à prevenção da transmissão e do contágio. Atualmente, cerca de 45 milhões de indivíduos estão infectados com o HIV, o vírus da imunodeficiência humana, causador da mais preocupante das ISTs: a síndrome da imunodeficiência adquirida, conhecida como SIDA ou Aids (sigla inglesa), considerada uma pandemia. AIDS/SIDA A Aids é uma síndrome caracterizada pela diminuição da resposta imunológica do organismo a agentes patogênicos, causando uma série de doenças chamadas de oportunistas, porque não se manifestam em indivíduos com defesas normais. O indivíduo pode contrair o HIV em relações sexuais desprotegidas (oral, anal, vaginal), exposição sanguínea (acidentes de trabalho com material biológico, transfusão, uso de drogas injetáveis com seringas e agulhas compartilhadas), durante o parto ou pela amamentação. Para a detecção do HIV, é necessária a coleta de material sanguíneo para a realização de testes específicos. Quem deseja fazer o teste antiHIV deve receber aconselhamento oportuno, podendo dirigir-se a uma unidade de saúde ou a um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). O CTA realiza o teste anti-HIV mantendo a privacidade do cliente: um número lhe é fornecido, por meio do qual pode solicitar o resultado. Nos CTAs, assim como nas unidades de saúde preparadas para prestar assistência aos portadores do HIV, é possível encontrar uma estruturaque favoreça a composição de grupos de integração entre os clientes, espaços onde ocorrem discussões sobre suas dúvidas em relação à doença e tratamento. O atual tratamento da AIDS aumentou a sobrevida dos pacientes, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida. Hoje, são utilizados medicamento antirretrovirais, que se encontram à disposição dos portadores do HIV em todos os postos de saúde, tornando o Brasil o único país a manter uma política pública de distribuição gratuita de medicamentos para o tratamento da AIDS - tal exemplo é citado por muitos movimentos de reintegração de portadores do HIV do mundo inteiro, para conquistar em seus países de origem o direito de serem tratados gratuitamente. O prognóstico para os doentes com AIDS já não é tão sombrio como há pouco tempo, INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 25 principalmente a partir da utilização dos antirretrovirais em conjunto, numa estratégia popularmente conhecida como coquetel. Ações de atenção básica frente às IST/Aids Com vistas a alcançar o controle das IST/Aids, o Ministério da Saúde estruturou programas cujas ações se baseiam na prevenção da ocorrência de novos casos, na detecção precoce e no tratamento oportuno para os portadores de IST/Aids e seus parceiros. Na rede básica de saúde, essas ações são concretizadas através da realização de várias atividades. Na unidade de saúde ou na comunidade, os esforços dos profissionais de saúde devem estar comprometidos com trabalhos de educação em saúde que estimulem os indivíduos à reflexão sobre como as condutas sexuais por eles adotadas podem estar influenciando o aumento do risco de se contrair IST/Aids. No nível das ações de atenção básica, é importante realizar: – Busca de portadores assintomáticos de IST durante a realização de atividades ligadas à discussão da sexualidade, e seu encaminhamento para o atendimento adequado; – Atividades de educação em saúde e aconselhamento pré-teste anti-HIV para todos os portadores de IST e gestantes; – Encaminhamento das gestantes ao pré-natal, para rastreamento com o teste VDRL, com vistas à eliminação da sífilis congênita; – Triagem e referência dos pacientes com IST e seus parceiros às unidades básicas de saúde, para manejo adequado. Durante todo o processo que envolve desde a captação até a assistência a um portador de IST/Aids, é necessário que os profissionais estejam preparados para realizar uma forma de abordagem denominada aconselhamento, que pode ser individual ou em grupo. Para o aconselhamento, faz-se necessário que os profissionais estejam devidamente capacitados pois este consiste em apoio emocional e educativo, constante discussão sobre a redução de riscos para IST/Aids e adoção de práticas sexuais seguras. O aconselhamento, desde que bem conduzido, é capaz de reduzir o estresse do cliente e melhorar os índices de adesão ao tratamento. O que podemos fazer para auxiliar a prevenção de IST/Aids? A melhor ferramenta na defesa contra as IST/Aids é a informação. Considerando tal fato, todas as oportunidades que surgirem para a realização de atividades junto à população exposta ao risco de contrair e/ ou transmitir essas doenças devem ser aproveitadas. Devemos desmistificar a ideia de que apenas alguns grupos populacionais, como homossexuais, profissionais do sexo ou usuários de drogas injetáveis, estão expostos às IST/Aids. Também não é verdade que uma pessoa não possa ter IST mais de uma vez. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 26 Algumas condutas devem ser recomendadas, por serem seguras e proporcionar a prevenção das IST/Aids: – Uso de preservativos, em todas as relações sexuais que envolvam sexo oral e penetração vaginal ou anal. Além de serem de fácil utilização, encontram-se disponíveis nas unidades de saúde e apresentam baixo custo quando adquiridos em estabelecimentos comerciais; – Redução de parceiros sexuais, para diminuir as chances de transmissão de IST; – Autoexame dos genitais, com o auxílio de um espelho. Em caso de detecção de alguma alteração, deve-se procurar os serviços de saúde; – Fazer higiene após o ato sexual, objetivando diminuir o risco de contaminação de IST/Aids; – Não compartilhar seringas e agulhas com outros usuários de medicações injetáveis, procurando utilizar apenas materiais descartáveis. PROGRAMA SAÚDE DA HORA O Programa Saúde na Hora foi lançado pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (Saps/MS) em maio de 2019 e passou por atualizações com a publicação da Portaria nº 397/GM/MS, de 16 de março de 2020. O programa viabiliza o custeio aos municípios e Distrito Federal para implantação do horário estendido de funcionamento das Unidades de Saúde da Família (USF) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todo o território brasileiro. Dessa forma, o programa Saúde na Hora conta agora com a possibilidade de adesão em quatro tipos de formato de funcionamento em horário estendido: USF com 60 horas semanais, USF com 60 semanais horas com Saúde Bucal, USF com 75 horas semanais com Saúde Bucal e USF ou UBS com 60 horas semanais Simplificado. • Modalidades - USF com funcionamento mínimo de 60 horas semanais (USF 60 horas) a. USF com pelo menos três equipes Saúde da Família (eSF); b. Funcionamento de no mínimo 60 horas ao longo da semana com 12 horas diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, ou funcionamento de 5 horas aos sábados e/ou domingos desde que seja assegurado o funcionamento de 11 horas diárias ininterruptas de segunda a sexta feira; - USF com funcionamento mínimo de 60 horas semanais com Saúde Bucal (USF 60 horas com Saúde Bucal) a. USF com pelo menos três equipes Saúde da Família (eSF) e duas equipes de Saúde Bucal (eSB); b. Funcionamento de no mínimo 60 horas ao longo da semana com 12 horas diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, ou funcionamento de 5 horas aos sábados e/ou domingos desde que seja assegurado o funcionamento de 11 horas diárias ininterruptas de segunda a sexta feira; INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 27 - USF com funcionamento mínimo de 75 horas semanais com Saúde Bucal (USF 75 horas com Saúde Bucal) a. USF com pelo menos seis equipes Saúde da Família (eSF) e três equipes de Saúde Bucal (eSB); b. Funcionamento de no mínimo 75 horas ao longo da semana com 15 horas diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, ou funcionamento de 5 horas aos sábados e/ou domingos desde que seja assegurado o funcionamento de 14 horas diárias ininterruptas de segunda a sexta feira; • USF ou UBS com funcionamento mínimo de 60 horas semanais simplificado (UBS ou USF 60 horas Simplificado) a. USF ou UBS com no mínimo duas equipes, podendo ser uma combinação de equipe de Saúde da Família eSF (40h) e equipe de Atenção Primária eAP (20h ou 30h), desde que a soma de carga horária das equipes constitua o mínimo de 60 horas semanais; b. Funcionamento de no mínimo 60 horas ao longo da semana com 12 horas diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, ou funcionamento de 5 horas aos sábados e/ou domingos desde que seja assegurado o funcionamento de 11 horas diárias ininterruptas de segunda a sexta feira. PROGRAMA ACADEMIA DA SAÚDE (PAS) O Programa Academia da Saúde (PAS), lançado em 2011, é uma estratégia de promoção da saúde e produção do cuidado que funciona com a implantação de espaços públicos conhecidos como polos onde são ofertadas práticas de atividades físicas para população. Esses polos fazem parte da rede de Atenção Primária à Saúde e são dotados de infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados. Como ponto de atenção no território, complementam o cuidado integrale fortalecem as ações de promoção da saúde em articulação com outros programas e ações de saúde como a Estratégia Saúde da Família, os Núcleos Ampliados de Saúde da Família (NASF) e a Vigilância em Saúde. O PAS adota uma concepção ampliada de saúde e estabelece como ponto de partida o reconhecimento do impacto social, econômico, político e cultural sobre a saúde. Por isso, apesar do nome, o programa não se restringe a realização de práticas corporais e atividades físicas e promoção da alimentação saudável. Mais do que isso, os polos foram concebidos como espaços voltados ao desenvolvimento de ações culturalmente inseridas e adaptadas aos territórios locais e que adotam como valores norteadores de suas atividades o desenvolvimento de autonomia, equidade, empoderamento, participação social, entre outros. Nesse sentido, o INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 28 artigo 7° da Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, estabelece os seguintes eixos de ações para serem desenvolvidos nos polos do programa: Práticas corporais e Atividades físicas; • Produção do cuidado e de modos de vida saudáveis; • Promoção da alimentação saudável; • Práticas integrativas e complementares; • Práticas artísticas e culturais; • Educação em saúde; • Planejamento e gestão; e • Mobilização da comunidade. BRASIL SORRIDENTE O Brasil Sorridente - Política Nacional de Saúde Bucal tem modificado a vida de milhões de brasileiros por meio do acesso a serviços odontológicos de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS). Esses serviços são ofertados em Unidades de Saúde Família (USF)/Postos de Saúde, Unidades Odontológicas Móveis (UOM), Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) e hospitais. Além desses serviços, o Brasil Sorridente conta com Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD), que colaboram com a confecção laboratorial de próteses dentárias, servindo de apoio para USF, UOM e CEO. O Brasil Sorridente tem interface com diversas ações e programas do Ministério da Saúde, como o Brasil Sorridente Indígena, Programa Saúde na Escola, Plano Nacional para Pessoas com Deficiência, Convenção de Minamata e Fluoretação das Águas de Abastecimento Público, entre outras. Além disso, o programa coopera com ações para a qualificação profissional e científica dos profissionais e para a educação em saúde da população. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 29 UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE FLUVIAIS As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) são embarcações que comportam Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF), providas com a ambiência, mobiliário e equipamentos necessários para atender à população ribeirinha da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) e Pantanal Sul Mato-Grossense. Elas buscam responder às especificidades dessas regiões, garantindo o cuidado às suas populações como previsto na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). REDE CEGONHA É uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no País e será implantada, gradativamente, em todo o território nacional, iniciando sua implantação respeitando o critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão mortalidade materna e densidade populacional. INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. CENTRO EDUCACIONAL ALBERTINO E ALEXANDRIA LTDA-ME CNPJ: 26.926.981/0001-96 30 São quatro os componentes da Rede Cegonha: I - Pré-natal; II - Parto e nascimento; III - Puerpério e atenção integral à saúde da criança; e IV - Sistema logístico (transporte sanitário e regulação). A Rede Cegonha é uma estratégia lançada em 2011 pelo governo federal para proporcionar às mulheres saúde, qualidade de vida e bem-estar durante a gestação, parto, pós-parto e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida. Tem o objetivo de reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes. A proposta qualifica os serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no pré-natal, no parto e no puerpério (28 dias após o parto). A Rede sistematiza e institucionaliza um modelo de atenção ao parto e ao nascimento que vem sendo discutido e construído no País desde a década de 80, com base no pioneirismo e na experiência de médicos e enfermeiras obstetras e neonatais, obstetrizes, parteiras doulas, acadêmicos, antropólogos, sociólogos, gestores, formuladores de políticas públicas, gestantes, grupos feministas, ativistas e instituições de saúde, dentre outros. Caderneta da Gestante A Caderneta da Gestante é um instrumento fundamental para o registro das informações de acompanhamento da gestação e deve ser parte essencial do processo de trabalho dos profissionais de saúde, sendo utilizada em todas as consultas do pré-natal. Ela é um instrumento reconhecido e inserido na rotina de pré-natal dos serviços de saúde que realizam acompanhamento das gestantes pelo SUS. As informações inseridas na caderneta apoiam o profissional no diálogo e continuidade do atendimento à gestante e nas ações de educação em saúde, além de ajudar a gestante a registrar e esclarecer dúvidas, se preparar para o parto e a amamentação, conhecer sinais de alerta e seus direitos, entre outros. A caderneta é distribuída para todo Brasil. Periodicamente ela é revista. A última atualização foi em 2016, quando a Caderneta da Gestante ganhou novos campos para registro de ocorrência de exantema e orientações para gestantes, visando melhor identificar sinais de alerta relacionados à possível ocorrência de infecção por Zika.