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Apostila 1 - Ações na Saude Coletiva

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AÇÕES DE 
ENFERMAGEM EM 
SAÚDE COLETIVA 
 
 
 
 
 
INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila 1 
INSTITUTO ALEXANDRIA DE TECNOLOGIA. 
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Enfermagem em Saúde Coletiva 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
SAÚDE 
É um completo estado de bem estar físico mental e social, e não meramente a 
ausência de doença” (OMS 1948). 
“É um direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. 
(Art. 196 da Constituição Brasileira, 1988). 
 
SAÚDE COLETIVA 
Coletivo: “Que abrange ou compreende muitas coisas ou pessoas” (Aurélio). 
Atenção a Saúde Coletiva: “É um conjunto de ações de caráter individual e coletivo, 
situadas em todos os níveis de atenção do sistema de saúde voltadas para promoção da 
saúde, prevenção de agravos tratamento e reabilitação, centrado na qualidade de vida das 
pessoas e do seu meio ambiente, levando em consideração o contexto histórico /estrutural 
da sociedade”. 
 
Um breve histórico 
 
 
A saúde pública é entendida como vários movimentos que surgiram tanto na Europa 
quanto nas Américas como forma de controlar, a princípio, as endemias que ameaçavam a 
ordem econômica vigente e depois como controle social, buscando a erradicação da 
miséria, desnutrição e analfabetismo. 
 
Contudo os vários modelos de saúde pública não conseguiram estabelecer uma 
política de saúde democrática efetiva e que ultrapassasse os limites interdisciplinares, ou 
seja, ainda permanecia centrado na figura do médico. 
Dessa forma, muitos programas de saúde pública, endossados pela Organização 
Mundial de Saúde, ficaram reduzidos à assistência médica simplificada, isto é, aos serviços 
básicos de saúde; resumindo: para uma população pobre um serviço pobre. Para a 
compreensão mais aprofundada do movimento da saúde pública, iniciado no auge da 
revolução industrial da Inglaterra com a medicina social, passando pelo sanitarismo norte 
americano e a medicina preventiva, entre outros, até chegar à crise epistemológica da 
"nova" saúde pública e a saúde coletiva, seria necessário um aprofundamento 
histórico e social sobre o movimento da saúde pública até chegarmos à saúde coletiva. 
No início do século XX, apesar da alta mortalidade, não existiam hospitais públicos, 
apenas entidades filantrópicas, mantidas por contribuições e auxílios governamentais. Para 
as pessoas com melhores condições financeiras existia a assistência médica familiar. O 
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hospital que havia até então contava apenas com trabalho voluntário, sendo um depósito 
de doentes que eram isolados da sociedade com o objetivo de não "contagiá-la". 
 
Nas primeiras décadas do século, houve um grande crescimento econômico no Brasil, 
no entanto foi um período de crise socioeconômica e sanitária, porque a febre amarela, 
entre outras epidemias, ameaçavam a economia agro exportadora brasileira, prejudicando 
principalmente a exportação de café, pois os navios estrangeiros se recusavam a atracar 
nos portos brasileiros, o que também reduzia a imigração de mão-de-obra. 
 
Para reverter a situação, o governo criou medidas que garantissem a saúde da 
população trabalhadora através de campanhas sanitárias de caráter autoritário. 
 
Somente na década de 20 é que se dá a primeira medida concreta, em nível nacional, 
para a criação do sistema de saúde pública. A Diretoria Geral de Saúde Pública é organizada 
pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz, que resolve o problema sanitário, implementando, 
progressivamente, instituições públicas de higiene e saúde. Oswaldo Cruz adotou o modelo 
das 'campanhas sanitárias' (inspirado no modelo americano, mas importado de Cuba), 
destinado a combater as epidemias urbanas e, mais tarde, as endemias rurais. 
 
As campanhas de saúde pública eram organizadas de tal forma que assemelhavam-se 
a campanhas militares, dividindo as cidades em distritos, encarcerando os doentes 
portadores de doenças contagiosas e obrigando, pela força, o emprego de práticas 
sanitaristas. Esta situação levou à "Revolta da Vacina", no Rio de Janeiro, quando a 
população revoltou-se com a obrigatoriedade da vacina contra a varíola. 
A partir de 1983, a sociedade civil organizada reivindicou, junto com um Congresso 
firme e atuante, novas políticas sociais que pudessem assegurar plenos direitos de 
cidadania aos brasileiros, inclusive direito à saúde, visto também como dever do Estado. 
"Pela primeira vez na história do país, a saúde era vista socialmente como um direito 
universal e dever do Estado, isto é, como dimensão social da cidadania." 
 
 
1.2 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) 
 
Criado no Brasil em 1988, com a promulgação da nova Constituição Federal, tornou o 
acesso gratuito à saúde direito de todo cidadão. Até então, o modelo de atendimento era 
dividido em três categorias: os que podiam pagar por serviços de saúde privados, os que 
tinham direito à saúde por serem segurados pela previdência social e os que não possuíam 
direito algum. A implantação do SUS unificou o sistema, já que antes a responsabilidade era 
de vários ministérios. Deixou de ser do Poder Executivo Federal e passou a ser administrada 
por Estados e municípios. Entre as ações mais reconhecidas estão: criação do SAMU, 
Políticas Nacionais de Atenção à Saúde da Mulher, Humanização do SUS, Saúde do 
Trabalhador. 
 
As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou 
conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo 
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com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos 
seguintes princípios: 
Universalidade: atender a todos, sem distinções ou restrições, oferecendo a todo 
atenção necessária, sem qualquer custo; 
Integralidade: oferecer a atenção necessária á saúde da população, promovendo 
ações contínuas de prevenção e tratamento aos indivíduos e a comunidade, em quaisquer 
níveis de complexidade; 
Equidade: disponibilizar os recursos e serviços com justiça, de acordo com as 
necessidades de cada um, canalizando maior atenção aos que mais necessitam; 
Participação Social: é um direito e dever da sociedade participar das gestões públicas 
em particular; é dever do Poder Público garantir as condições para essa participação, 
assegurando a gestão comunitária do SUS; 
Descentralização: é o processo de transferência de responsabilidade de gestão para os 
municípios, atendendo as determinações constitucionais e legais que embasam o SUS, 
definidor de atribuições comuns e competências especificam á União, aos estados, ao 
Distrito Federal e aos municípios. 
Hierarquização: entendia como um conjunto articulado e continuo das ações e 
serviços preventivos e curativos, individuais, exigidos para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema referência e contra- referência. 
 
 
 
1.3 A ENFERMAGEM EM SAÚDE COLETIVA 
 
Dirigir a prática profissional no sentido da responsabilidade pela implementação das 
mudanças necessárias e a adoção de uma postura solidária junto à clientela atendida, 
reconhecendo suas principais necessidades. 
- Reconhecer-se como sujeito/profissional ativo do processo de mudanças necessárias. 
- Manter uma postura participativa e criativa, balizada pela realidade do exercício 
profissional. 
 
 
1.4 PREVENÇÃO 
 
Prevenir é prever antes que algo aconteça e cuidar para que não aconteça; 
Prevenção é a ação antecipada tendo como objetivo de interceptar ou anular a 
evolução de uma doença; 
Prevenção não apenas para evitar o aparecimento de doença mais também parainterromper o processo da doença que já se instalou no organismo. 
 
NÍVEIS DE PREVENÇÃO 
• Prevenção Primária: são ações dirigidas para a manutenção da saúde. 
• Prevenção Secundária: ações que visam a prevenção para regredir a doença. 
• Prevenção Terciária: ações se dirigem à fase final do processo, visa reabilitar o 
paciente. 
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PREVENÇÃO PRIMÁRIA 
 
1. Promoção da Saúde 
- ações destinadas para manter o bem-estar, sem visar nenhuma doença; 
- Educação sanitária; 
- Alimentação e nutrição adequadas; 
- Habitação adequada; 
- Escolas; 
- Emprego e salários adequados; 
- Condições para a satisfação das necessidades básicas para o indivíduo. 
 
2. Proteção específica 
– inclui medidas para impedir o aparecimento de uma determinada doença (Imunização); 
- Exame pré-natal; 
- Quimioprofilaxia; 
- Fluorretação da água; 
- Proteção contra acidentes; 
- Eliminação de exposição a agentes carcinogênicos; 
- Saúde Ocupacional. 
 
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 
Inquéritos para descoberta de casos na comunidade; 
 
- Exames periódicos, individuais, para detecção precoce de casos; 
- Diagnóstico precoce; 
- Isolamento para evitar a propagação de doenças; 
- Tratamento para evitar a progressão da doença. 
 
PREVENÇÃO TERCIÁRIA 
Reabilitação: impedir a incapacidade total 
 
- Fisioterapia; 
- Terapia ocupacional; 
- Emprego para o reabilitado; 
- Melhores condições de trabalho para o deficiente; 
- Educação para o público para aceitação dos deficientes; 
- Próteses e órteses. 
 
 
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2. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA 
 
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito 
individual e coletivo, abrangendo a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de 
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. 
Dentro da Atenção Básica vem sendo implementado o programa Estratégia Saúde da 
Família (ESF), que objetiva qualificar o atendimento ao indivíduo e à sua família. A ideia 
fundamental é atingir a qualidade na saúde da população partindo do indivíduo e 
estendendo os efeitos positivos do atendimento prestado para a coletividade. 
 
- Áreas estratégicas para atuação em todo o território nacional: 
 
• Eliminação da Hanseniase; 
• Controle da Tuberculose; 
• Controle da Hipertensão Arterial; 
• Controle da Diabetes Mellitus; 
• Eliminação da Desnutrição; 
• Programa Nacional de Imunização; 
• Saúde da Criança; 
• Saúde da Mulher; 
• Saúde do Idoso; 
• Saúde Bucal. 
 
2.1 A implantação do Programa Saúde da Família (PSF) 
 
Até o final do ano 2000, cerca de 3.100 municípios brasileiros tinham o PSF 
implantado, com 10.400 equipes atuando junto a aproximadamente 35 milhões de 
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cidadãos. Para 2002, o Ministério da Saúde almejava que o PSF atenda às necessidades de 
saúde de 69 milhões de brasileiros, com 20.000 equipes. Os governos e prefeituras recebem 
incentivos financeiros para o desenvolvimento das atividades voltadas para a atenção 
básica e, de acordo com a legislação mais recente, tornam-se os grandes responsáveis pelo 
desenvolvimento das mesmas. 
 
As unidades de saúde da família devem caracterizar-se como porta de entrada dos 
usuários para os serviços de saúde. Não devem servir apenas para a triagem e 
encaminhamento dos pacientes, mas sim desenvolver atividades de assistência que 
atendam aos problemas mais comuns da população. Dessa forma, a unidade de saúde 
funcionaria como um “funil”, dando conta de aproximadamente 85% da demanda exigida. 
 
Uma etapa importante, que deve ser realizada, consiste na abertura de espaços de 
discussão e negociação entre gestores e representantes da comunidade (Conselhos de 
Saúde, associações de bairro, etc.) que se pretende assistir, ocasião em que se debaterá a 
importância do programa, seus objetivos e propostas. 
Além disso, a definição conjunta das prioridades reforça o objetivo do PSF de 
promover o desenvolvimento integral da comunidade assistida e permite o exercício do 
controle social - princípio do SUS que prevê a participação da comunidade no planejamento 
das ações de saúde para ela direcionadas. Tal estratégia torna mais fácil o acertar, uma vez 
que a programação das ações elaboradas situa-se cada vez mais próxima das necessidades 
da população. Dessa forma, o mecanismo de controle social é fortalecido pela inserção dos 
representantes da comunidade nos Conselhos de Saúde (municipais e locais), estando em 
condições de contribuir mais efetivamente na formulação de políticas nessa área. 
 
Depois de implantada, a equipe do PSF inicia suas atividades com o cadastramento da 
população, processo que permite a criação de vínculos entre as equipes e as famílias, a 
identificação dos fatores relacionados às condições de saúde local e do âmbito onde as suas 
ações e de outros setores - como habitação e saneamento - serão necessárias. Assim, faz-se 
necessário utilizar, para cada família, uma ficha de cadastro contendo as seguintes 
informações: 
– dados demográficos: nome, data de nascimento, idade e sexo. No início da ficha 
encontram-se os campos para preenchimento do endereço, fundamental para que a equipe 
se organize no planejamento dos segmentos territoriais a assistir; 
– dados socioeconômicos - escolaridade, ocupação, meios de transporte utilizados; 
– dados socioculturais - religião, meios de comunicação utilizados, participação em grupos 
comunitários; 
– dados sobre o meio ambiente - sistema de coleta de lixo, fonte de água para consumo, 
tipo de casa, tratamento de água no domicílio, destino de dejetos; 
– dados de morbidade - presença de indivíduos portadores de doenças ou condições 
especiais, serviços utilizados em caso de doença, aquisição de plano de saúde. 
 
O resultado final das informações coletadas no período de cadastramento é 
denominado diagnóstico de vida e saúde das comunidades, pois permite conhecer os 
problemas que serão prioridades. Esse diagnóstico deve ser construído por toda a equipe, 
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em conjunto com as famílias, permitindo a detecção de fatores de risco que determinarão a 
prioridade de intervenção das equipes, através da elaboração de um plano local para seu 
enfrentamento. Diante desse plano, a equipe elabora seu processo de trabalho construído 
com objetivos acordes com as necessidades da comunidade e as possibilidades da própria 
equipe. 
 
O cadastramento possibilitará a alimentação do banco de dados criado 
exclusivamente para armazenar informações sobre a atenção básica: o Sistema de 
Informações sobre Ações Básicas (SIAB) – utilizado para avaliar os resultados obtidos com o 
desenvolvimento de atividades das equipes do PSF e estudar as características das pessoas, 
dos domicílios e das condições de saneamento em que vivem as famílias sob 
responsabilidade das equipes. A avaliação das atividades do programa considera, ainda, os 
indicadores de saúde produzidos, o alcance das metas programadas, a satisfação da equipe 
de saúde da família e dos usuários e alterações efetivas no modelo assistencial. 
 
2.1.1 O papel dos profissionais do PSF 
 
Geralmente, as equipes de saúde da família são constituídas por, no mínimo, um médico, 
um enfermeiro, um técnico de enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de saúde, 
sendo formadas por meio de processo de seleção variável em cada município. No mais das 
vezes, a capacitação é promovida pelos pólos de capacitação, criados com o objetivo de 
preparar profissionais para trabalhar na perspectiva da promoção da saúde, em equipe e 
com preocupações integrais,coletivas e sociais. A capacitação dos mesmos é fundamental 
para que sejam desenvolvidas “ações humanizadas, tecnicamente competentes e 
intersetorialmente articuladas”, viabilizadas através do preparo dos profissionais em lidar 
com situações adversas presentes no cotidiano das ações das equipes de saúde da família16 
. 
O médico (se possível, generalista) e o enfermeiro, em equipe e individualmente, atendem 
às famílias e desenvolvem atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças 
através da consulta e do acompanhamento domiciliar, entre outros procedimentos. Suas 
ações devem ser de caráter integral. 
Na unidade de saúde e no domicílio, o técnico de enfermagem realiza procedimentos de 
sua competência, bem como fornece orientação sanitária nos espaços comunitários. Suas 
atribuições são: 
– participar do planejamento e organização das atividades a serem desenvolvidas e discutir 
a forma como a equipe desenvolverá o trabalho; 
– desenvolver, com os agentes comunitários de saúde, atividades de identificação de 
famílias cujos componentes estão expostos a riscos à saúde; 
– realizar visitas domiciliares, junto com o agente comunitário de saúde; 
– acompanhar a consulta de enfermagem dos indivíduos, auxiliando o enfermeiro na 
identificação dos problemas, visando garantir o melhor monitoramento das condições do 
cliente; 
– executar procedimentos de vigilância sanitária e epidemiológica nas áreas de atenção à 
saúde dos indivíduos (crianças, mulheres, idosos, trabalhadores, adolescentes, portadores 
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de doenças transmissíveis ou crônico-degenerativas, etc.), de acordo com as prioridades 
estabelecidas em conjunto pela equipe do PSF e comunidade. 
 
2.1.2 As práticas de trabalho da equipe do PSF 
 
Dentro da proposta de reorganização das práticas de assistência que orienta o PSF, 
novos e antigos instrumentos de trabalho foram incorporados para proporcionar melhor 
execução das atividades e facilitar o alcance dos objetivos de promoção da saúde. Além da 
consulta médica e de enfermagem individual, também é comum a realização de consultas 
conjuntas, com mais de um profissional atendendo o cliente, visita domiciliar e formação de 
grupos. 
 
O principal objetivo dessa atividade é proporcionar a humanização do cuidado, a 
proximidade com a família e garantir o conforto ao paciente, diante de uma condição que, 
adequadamente monitorizada, pode ser perfeitamente acompanhada no ambiente do 
domicílio. Prática de grande impacto sobre a saúde da comunidade é a formação de grupos 
homogêneos, reunidos nos espaços comunitários ou da própria unidade de saúde, de 
acordo com os recursos físicos disponíveis. Os grupos são excelentes oportunidades para 
que a equipe de saúde atue de forma interdisciplinar, valorizando a participação de cada 
profissional na condução do processo de discussão de determinada condição de saúde - 
como a gestação, por exemplo. Tal prática faz com que a participação dos moradores cresça 
e que estes busquem, em conjunto, soluções para problemas comuns, como a realização 
coletiva de exercícios por um grupo de idosos sedentários. Consequentemente, promove-se 
o desenvolvimento comunitário. 
 
 
2.2 ESTRATÉGICA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) 
 
A ESF é tida como representação de expansão, qualidade e consolidação da Atenção 
Básica para melhorar o processo de trabalho dos profissionais, potencializando, assim, a 
assistência básica em saúde em prol da população. Além dos princípios da Atenção Básica, a 
ESF deve: 
 
-Ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios em 
que as equipes atua; 
-Atuar no território, realizando o cadastramento do domicilio, diagnóstico situacional, ações 
dirigidas aos problemas de saúde, buscando o cuidado dos indivíduos e das famílias; 
-Desenvolver atividades de acordo o planejamento com base no diagnóstico situacional; Ser 
espaço de construção de cidadania. 
 
- São necessários à implantação das equipes: 
Equipe multiprofissional responsável por, no máximo 4000 hab., sendo a média 3000 hab. 
Jornada de 40 horas semanais, composta por: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem 
e agente comunitário de saúde. 
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Atribuições do Técnico de Enfermagem: 
- Participar das atividades de assistência básica realizando procedimentos regulamentados 
no exercício de sua profissão na unidade e, quando indicado no domicilio e nos demais 
espaços comunitários; 
- Realizar ações de educação em saúde e grupos específicos e a famílias em situação de 
risco; 
- Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da 
unidade. 
 
2.3 Eliminação da Hanseníase e Controle da Tuberculose 
 
No Brasil e no mundo, hanseníase e tuberculose são doenças que ainda apresentam 
altas taxas de prevalência e incidência, ou seja, um grande número de casos é constante e 
novos casos surgem todos os anos. 
O Brasil é o segundo país em casos de hanseníase. Estima-se que seja detectado um 
novo caso a cada 12 minutos, bem como existam 3,3 milhões de casos espalhados no 
mundo, a maioria concentrada no Sudeste Asiático, África e Américas. Acredita-se, ainda, 
que 500 mil novos casos surjam anualmente. 
Quanto à tuberculose, estima-se que cerca de 50 milhões de brasileiros estejam infectados 
com a bactéria causadora da doença, embora nem todos manifestem seus sintomas. 
Destes, cerca de 130.000 adoecem anualmente. 
As consequências dessas doenças são graves, principalmente quando os indivíduos 
não são tratados adequadamente ou quando os casos são identificados em estágio mais 
avançado. Pode haver sérios comprometimentos para a saúde do doente, pois tanto a 
hanseníase quanto a tuberculose podem gerar incapacidades ou, até mesmo, a morte. 
 
Alguns fatores são apontados como determinantes comuns da hanseníase e tuberculose: 
– Desnutrição: provoca debilitação do organismo, o qual passa a não mais produzir seus 
elementos de defesa, oferecendo pouca ou nenhuma resistência aos agentes infecciosos. 
– Baixa eficácia dos programas de controle e prevenção: caracterizada quando o paciente 
abandona o tratamento por dificuldade de acesso ao serviço de saúde, pelas reações 
orgânicas ao medicamento, por deficiência alimentar, por acreditar que está curado devido 
ao desaparecimento da sintomatologia ou quando os serviços de saúde não atendem à 
demanda por não ter medicamentos, não realizar a busca ativa de faltosos e casos 
suspeitos e não possuir profissionais adequadamente preparados. Nesses casos, a 
consequência é a ampliação do número de pessoas que continuam doentes e sem 
tratamento, favorecendo o aumento da transmissão das doenças. 
– Mutações nos bacilos: relacionadas à tuberculose: quando os doentes não seguem 
corretamente o tratamento prescrito a bactéria pode criar resistência, através de mudanças 
em sua estrutura, não sendo mais destruída pela dosagem administrada. Nesses casos, há 
necessidade de se recorrer a medicamentos mais potentes. 
– Aglomerações urbanas: nas grandes cidades as pessoas convivem cada vez mais próximas 
umas das outras, seja em shopping centers, cinemas, estádios de futebol, veículos de 
transporte lotados e/ou outros espaços. Considerando-se que a transmissão da hanseníase 
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e tuberculose ocorre por meio das vias aéreas, tal condição aumenta o risco de transmissão 
dessas doenças. 
– AIDS: a síndrome da imunodeficiência adquirida caracteriza-se pela queda brutal nas 
defesas do organismo, o que facilita a instalação de doenças oportunistas. A ocorrência da 
pandemia de AIDS aumentou muito a incidência de tuberculose porque cerca de um terço 
da humanidade carrega o bacilo de Koch,sem, entretanto manifestar a doença, mas 
quando acometido pela síndrome da imunodeficiência adquirida há manifestação da 
tuberculose. 
 
As dificuldades existentes para o controle da hanseníase e tuberculose podem ser 
explicadas por sua estreita relação com as condições sociais de vida da população em geral, 
não se devendo considerar apenas os aspectos físicos dos indivíduos afetados. Os fatores 
citados fazem-se mais presentes no cotidiano das camadas menos favorecidas da 
população. 
 
HANSENÍASE 
 
A hanseníase ou mal de Hansen foi trazida para o Brasil com a colonização 
portuguesa, iniciada em 1500. No entanto, o Estado só reconheceu a doença como agravo à 
saúde pública a partir da segunda década do século XX. 
É uma doença infecciosa e crônico-degenerativa, causada pelo Mycobacterium leprae, que 
afeta nervos e pele. Seu período de incubação pode variar entre 2 e 7 anos, em média de 3 
a 5 anos. 
Devido ao fato de a doença poder afetar várias estruturas do corpo humano, muitas 
vezes produzindo sequelas nos indivíduos por ela acometidos, desenvolveu-se nas culturas 
populares antigas um preconceito contra os mesmos - que perdura até os dias de hoje -, um 
estigma, relacionado à incapacidade, ao isolamento, ao abandono, à morte e ao medo. 
 
A palavra lepra era sempre associada à sujeira, afastamento, podridão, sendo o seu 
tratamento realizado em instituições chamadas leprosários. Afastados dos centros urbanos, 
para que o doente convivesse o mínimo possível com pessoas saudáveis, esses locais 
reforçavam o isolamento e o preconceito. 
No século XX, essa palavra foi mudada para hanseníase, em homenagem a Gerhard 
Amauer Hansen, médico norueguês que descobriu a bactéria causadora da doença. 
Acredita-se que a adoção dessa nova denominação não minimizou o preconceito que 
envolve a hanseníase, pois faltou uma estratégia de esclarecimento, um esforço educativo. 
A hanseníase é transmitida através das gotículas de saliva que expelimos quando 
espirramos, tossimos ou falamos, podendo ser também transmitida por lesões de pele, o 
que é mais raro. Sua principal fonte de infecção é o doente que apresenta as formas 
contagiantes, porque possui, nesses casos, grande carga de bacilos, podendo facilmente 
eliminá-los. 
Após a entrada da bactéria no organismo, não se conhecem totalmente os meios 
pelos quais ela se multiplica e passa a atingir principalmente pele, olhos e nervos periféricos 
(sendo os membros locomotores os mais atingidos). Sabe-se apenas que o bacilo não 
provoca reações imediatas no organismo; por isso, o período de incubação é tão longo. A 
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principal hipótese pela preferência do M. leprae por tais localizações relaciona-se às baixas 
temperaturas dessas regiões. Nelas, o bacilo se multiplicaria, formando granulomas 
(nódulos) ou espessando os nervos e causando alterações na sensibilidade e até mesmo nos 
movimentos. 
 
A hanseníase pode se apresentar sob quatro formas diferentes, com duas subdivisões: 
paucibacilares (poucos bacilos) ou multibacilares (muitos bacilos). Sendo a principal 
característica, comum a todas estas formas é a perda de sensibilidade nervosa na área de 
pele afetada, o que faz com que, muitas vezes, o doente se machuque naquela região e não 
sinta. Primeiramente, perde a sensibilidade às diferenças de temperatura; depois, à dor e, 
finalmente, ao tato na região da lesão. 
 
Para todos estes pacientes, em especial os que apresentam as formas multibacilares, 
que levam a comprometimentos mais severos, faz-se necessário orientar e supervisionar os 
seguintes cuidados: 
– olhos: usar soro fisiológico ao sentir que estão ressecados. Fazer exercícios, abrindo e 
fechando os olhos com força. 
– nariz: observar se há feridas. Limpar com soro fisiológico. Não tirar casquinhas da região 
para não provocar feridas. 
– mãos e braços: repousar o(s) membro(s), se estiver sentindo “choques”. Evitar fazer 
movimentos repetidos e carregar coisas pesadas. Massagear as mãos com auxílio de um 
óleo lubrificante, como o óleo mineral e outros. Fazer exercícios com os dedos (abrir e 
fechar as mãos, encostar o polegar na ponta de cada um dos dedos). 
– pés: andar calçado, com sapatos fechados e confortáveis; massageá-los com óleo 
adequado, para evitar que ressequem. Fazer exercícios (abaixar e levantar o peito do pé, 
empurrar a parede com as mãos, para esticar as pernas juntas). 
– ferimentos: imobilizar os dedos e repousar os membros machucados. Todas as formas de 
hanseníase podem causar espessamento dos nervos, provocando lesões neurológicas. 
Quando a hanseníase evolui sem tratamento, principalmente nas formas multibacilares, 
pode haver acometimento dos ossos e do tecido de sustentação, causando deformidades 
nas mãos e pés dos doentes. 
 
Seu diagnóstico é feito com base nos sintomas e sinais apresentados, sendo também 
utilizado um exame complementar, a baciloscopia. O exame será positivo quando a forma 
da hanseníase é dimorfa ou virchiwiana e negativo quando a forma for indeterminada ou 
tuberculóide ou quando o tratamento para as formas multibacilares estiver em curso. 
 
O tratamento atual da hanseníase é feito em ambulatórios, com raríssimas 
internações, a não ser que o caso apresente complicações. É realizado com base nas formas 
da doença, sendo chamado de poliquimioterapia (PQT). As formas paucibacilares são 
tratadas durante 6 meses seguidos, com duas drogas: Rifampicina e Dapsona. As formas 
multibacilares são tratadas em 24 meses seguidos, com três drogas: Rifampicina, Dapsona e 
Clofazimina. Em algumas localidades do país esse período está sendo modificado, pois estão 
sendo realizados estudos para verificar a possibilidade de a hanseníase ser curada em 
menor tempo. 
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Papel do Técnico de enfermagem 
 
- Identificar sinais e sintomas da hanseníase e encaminhar os casos suspeitos para a 
unidade de saúde; 
- Observar a tomada da dose supervisionada e orientar acerca de efeitos adversos dos 
medicamentos, quando indicado e conforme planejamento da equipe; 
- Realizar assistência domiciliar, quando necessário; 
- Encaminhar ao setor competente a ficha de notificação e boletins de acompanhamento, 
conforme estratégia local; 
- Realizar curativos sob a orientação e supervisão do enfermeiro; 
- Realizar a vacina BCG nos contatos conforme prescrição; 
- Contribuir e participar das atividades de educação permanente dos membros da equipe 
quanto à prevenção, manejo do tratamento, ações de vigilância. 
 
 
TUBERCULOSE 
 
A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma bactéria 
chamada Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Estima-se 
que cada doente com tuberculose seja capaz de contaminar dez outros indivíduos. 
Sua transmissão, assim como a da hanseníase, ocorre por meio das gotículas de saliva 
expelidas quando espirramos, tossimos ou falamos, sendo o sistema respiratório a porta de 
entrada da doença, mais especificamente as vias aéreas superiores. Seu período de 
incubação varia entre 4 e 12 semanas. 
Ao contrário da hanseníase, os caminhos que levam ao adoecimento por tuberculose 
são bem conhecidos. Após a inalação dos bacilos contidos nas gotículas de saliva, estes 
depositam-se nos alvéolos. Em resposta a essa fixação, o sistema imunológico libera células 
que formam uma espécie de parede em volta dos bacilos para impedir que se espalhem. 
Esse conjunto é chamado de tubérculo, e muitas pessoas o possuem sem nunca adoecer. 
 
Porém, se a imunidade do indivíduo estiver comprometida o tecido do tubérculo se 
degrada e se transforma em uma massa que libera outros bacilos, os quais são 
transportados pelos sistemas circulatório e linfático para os tecidos vizinhos, formando 
nódulos visíveis nas imagens radiológicas. Outrapossibilidade é a de os bacilos serem 
transportados para tecidos mais distantes, como pele, rins, meninges, que também podem 
ser atingidos pela tuberculose. 
A tuberculose pode apresentar-se nas formas pulmonar e extrapulmonar (pleural, 
ganglionar, osteoarticular, entérica, de vias urinárias, cutânea ou meníngea). Destas, a mais 
grave é a meníngea, também denominada meningite tuberculosa, que ocorre quando o 
bacilo de Koch atinge o sistema nervoso central. 
 
Seu diagnóstico baseia-se primeiramente nos sintomas, que são tosse persistente, por 
cerca de 4 semanas, catarro esverdeado ou com raios de sangue (existentes ou não), febre 
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no final da tarde, emagrecimento, falta de apetite, suor noturno. São também realizados 
exames de raios X e pesquisa da presença do bacilo de Koch no escarro. 
 
Atuação do técnico de enfermagem 
- Identificar os sintomáticos respiratórios; 
- Realizar procedimentos regulamentados para o exercício de sua profissão; 
- Convocar os contatos para consulta médica; 
- Identificar o pote de coleta do escarro; 
- Orientar a coleta do escarro; 
- Receber o resultados dos exames protocolá-los e anexá-los ao prontuário; 
- Aplicar a vacina BCG e fazer teste tuberculínico, após capacitação; 
- Supervisionar o uso correto da medicação nas visitas domiciliares e o comparecimento às 
consultas de acordo com a rotina da equipe; 
- Dispensar os medicamentos, conforme prescrição. 
 
 
2.3.1 A ATUAÇÃO NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA HANSENÍASE E TUBERCULOSE 
 
A forma mais eficiente de combate à transmissão da hanseníase e tuberculose, com 
vistas ao controle, é a identificação precoce dos sintomáticos, com tratamento de início 
rápido e adesão total do paciente. Tal necessidade resulta do fato de o doente bacilífero ser 
a principal fonte de infecção de ambas as doenças, ou seja, aquele que continua a emitir o 
bacilo no ambiente. 
O atual modelo de assistência deve redirecionar suas práticas para solucionar os 
problemas apontados (falta de informação, alto índice de abandono ao tratamento, etc.), a 
fim de atingir as seguintes metas propostas: 
– para a tuberculose – oferecer tratamento em pelo menos 80% dos centros municipais de 
saúde; diagnosticar e tratar pelo menos 90% dos casos detectados; curar pelo menos 95% 
dos pacientes em tratamento; 
– para a hanseníase – diminuir a incidência de casos para, no máximo, 1 para cada 10 mil 
habitantes. 
 
Além do tratamento eficaz para controlar o número de casos de hanseníase e 
tuberculose, outras medidas devem ser tomadas para garantir a diminuição da transmissão 
destas doenças. Assim, é importante orientar que a casa do doente deve estar sempre 
muito ventilada, permitindo a entrada da luz solar, pois os bacilos não resistem muito 
tempo em ambiente limpo e iluminado. Não é necessário separar utensílios como talheres, 
copos, pratos, roupas ou lençóis; deve-se apenas manter a higiene habitual. 
 
As pessoas mais próximas ao doente são chamadas comunicantes - familiares, colegas 
de trabalho ou escola. Geralmente, apenas os comunicantes domiciliares precisam ser 
avaliados. 
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2.2. DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS 
 
 
A relação de doenças denominadas crônico-degenerativas ou modernas é bastante 
abrangente, mas a hipertensão arterial, as doenças cardiovasculares (DCV) e o Diabetes 
mellitus serão especialmente estudadas, devido às altas taxas de sua incidência e 
prevalência em nosso país. 
 
Essas doenças podem ser prevenidas se houver ações educativas que trabalhem com 
a perspectiva de modificar o estilo de vida pouco saudável. Para o diabetes, estima-se que 
metade dos casos novos poderia ser evitado com o controle do excesso de peso; outros 
30% seriam evitados com o combate ao sedentarismo. 
 
Além disso, os fatores relacionados à sua ocorrência são semelhantes e, em geral, 
encontram-se presentes de forma associada. Entre estes, destacam-se o estresse 
decorrente da industrialização e do desenvolvimento econômico, o aumento da idade da 
população, os distúrbios dietéticos, a obesidade, o sedentarismo, o consumo de álcool, o 
tabagismo, a drogadição, a ocupação ou o trabalho dos indivíduos. 
 
Para reafirmar a importância de desenvolvermos ações com o objetivo de prevenir e 
controlar tais doenças, citamos alguns estudos recentemente elaborados que apontam que 
a mortalidade proporcional por Diabetes mellitus vem crescendo desde a metade do século 
XX em todo o Brasil. Esses estudos registram, ainda, que a hipertensão arterial estaria 
relacionada a um aumento da mortalidade devido às doenças cérebro-cardiovasculares. O 
desenvolvimento de programas educativos poderia reduzir o número de internações 
causadas por doenças crônicas não-transmissíveis. 
 
Estratégias para o controle das doenças crônico-degenerativas 
 
No cenário da saúde coletiva no Brasil, as atividades relacionadas ao controle da 
hipertensão arterial e do diabetes são operacionalizadas através do Programa Nacional de 
Controle da Hipertensão Arterial e Programa Nacional de Controle do Diabetes. 
 
As atividades desenvolvidas nas unidades básicas de saúde objetivam a captação dos 
clientes hipertensos e diabéticos pela adoção de uma estratégia de verificação dos níveis de 
pressão arterial em qualquer indivíduo assistido cuja idade seja maior ou igual a 20 anos, e 
de verificação dos níveis de glicose em indivíduos com idade igual ou superior a 30 anos. 
 
Para a confirmação de um caso de hipertensão, faz-se necessário realizar três 
verificações consecutivas, em dias alternados. Para a captação do paciente diabéticos, 
podem ser utilizadas estratégias de campanha de verificação de glicemia. 
É importante desenvolver atividades no ambiente domiciliar, porque neste cenário tem-se a 
oportunidade de observar a realidade na qual as pessoas vivem e se relacionam, 
detectando fatores relacionados à ocorrência de hipertensão e diabetes, como tabagismo, 
dieta inadequada, sedentarismo e outros. 
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Uma vez inscritos nas atividades dos programas, os pacientes submetem-se a 
avaliações periódicas que, além da pressão arterial, incluem verificação de peso corpóreo e 
realização de alguns exames complementares, como eletrocardiograma, bioquímica do 
sangue, urinálise, solicitados de acordo com o problema apresentado. Os pacientes passam 
a receber os medicamentos necessários ao controle das doenças (drogas hipotensoras, 
hipoglicemiantes orais, insulina injetável), de acordo com a relação de medicamentos 
constantes da farmácia básica. 
 
Os tratamentos da hipertensão arterial e do diabetes baseiam-se na adoção de 
medidas farmacológicas, utilizando-se de drogas, e não farmacológicas, através de dietas e 
atividade física, entre outras medidas. 
É importante sensibilizar o pacientes para a importância da adesão ao tratamento, 
garantindo melhores resultados através de atividades coletivas ou individuais de educação 
em saúde, seja com discussão em grupos, cartazes, campanhas. A não adesão ao 
tratamento é fator decisivo para a piora do estado do pacientes, que deve ser informado 
quanto à possibilidade de complicações das doenças. 
Nesse sentido, as atividades ao ar livre são bem-vindas, pois oferecem oportunidades 
de lazer associadas à promoção da saúde. 
Nas atividades de acompanhamento aos pacientes e educação em saúde, as seguintes 
medidas terapêuticas não-farmacológicas devem ser abordadas: 
– restrição ou eliminação de hábitos pouco saudáveis (alcoolismo, tabagismo, droga 
dicção); 
– necessidade de prática regular de exercícios físicos; 
– redução do consumo de café; 
– ingestão de dieta pobre em sal e gorduras e, no caso do diabetes, restriçãodo consumo 
de carboidratos; 
– manutenção de peso corpóreo próximo ao ideal; 
– inclusão de atividades de lazer no cotidiano; 
– cuidados com os pés dos pacientes diabéticos, que devem ser mantidos limpos e secos; 
após o banho, os pés devem ser hidratados com uma loção, evitando passa-la entre os 
dedos (para evitar a umidade); os pés devem ser atentamente examinados todos os dias, 
pesquisando-se a existência de feridas ou cortes não anteriormente percebidos; 
preferencialmente, usar sapatos fechados, confortáveis, e sempre examiná-los por dentro 
antes de calçá-los; ao observar qualquer alteração na coloração dos pés ou ferimento, tal 
fato deve ser notificado ao profissional que acompanha o caso. 
– para os diabéticos insulino-dependentes: cuidados na conservação e na 
autoadministração de insulina. 
 
Os técnicos de enfermagem que atuam nos programas de controle do diabetes e 
hipertensão devem desenvolver os seguintes cuidados: verificação da pressão arterial, 
aferição do peso para auxiliar no seu controle; realização dos curativos em pacientes 
diabéticos com lesões; orientação, acompanhamento da autoadministração de 
medicamentos via oral ou injetáveis; verificação dos níveis de glicemia capilar; realização de 
visitas domiciliares aos pacientes faltosos ou necessitados de cuidados domiciliares; 
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organização e participação das atividades em grupo; organização da agenda para o retorno 
dos pacientes às consultas necessárias ao seu acompanhamento. 
 
 
HiperDia 
 
Programa elaborado pelo Ministério da Saúde em (2001), com o objetivo de 
reestruturar o atendimento aos portadores da Hipertensão e Diabetes, proporcionando um 
atendimento resolutivo e de qualidade na rede pública de serviços de saúde. Monitora os 
pacientes cadastrados no plano Nacional e gera informações, aquisições, disposição e 
distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes 
cadastrados. 
 
Hipertensão arterial sistêmica (has): é uma condição clínica multifatorial caracterizada por 
níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a 
alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos 
sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos 
cardiovasculares fatais e não-fatais. A pressão se eleva por vários motivos, mas 
principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem. Se os vasos são 
estreitados à pressão sobe. 
 
Fatores de risco: Idade, Gênero, Etnia, Excesso de peso e obesidade, Ingestão de sal, 
Ingestão de álcool, Sedentarismo, Tabagismo. 
 
 
Tratamento 
 
Não-medicamentoso: Perda de peso; Incentivo a atividade física; Alimentação saudável; 
Redução da ingesta de sódio; Diminuição ou abolição do álcool e tabaco; 
Medicamentoso: As três classes de anti-hipertensivos escolhidos, de eficácia terapêutica 
comprovada, segura e mais usados na rede de Atenção Básica estão os: Diuréticos 
(Hidroclorotiazida – HCTZ); Betabloqueadores (Propranolol – PP); Inibidores da Enzima 
conversora de angiotensina – IECA (Captopril). 
 
 
Diabetes mellitus 
 
É um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a 
complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, 
cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da 
insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células 
beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da 
secreção da insulina, entre outros. 
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CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES: 
 
Tipo 1: Indica destruição da célula beta que eventualmente leva ao estágio de deficiência 
absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir 
cetoacidose, coma e morte. A destruição das células beta é geralmente causada por 
processo auto-imune. 
 
Tipo 2: Resistência periférica à insulina. 
 
Diabete gestacional: a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade variada, 
geralmente se resolvendo no período pós-parto, mas retornando anos depois em grande 
parte dos casos. 
 
FISIOPATOLOGIA: É um distúrbio endócrino causado pela incapacidade de produzir ou usar 
a insulina. Uma vez que não há insulina para auxiliar o transporte da glicose para as células 
corporais, o nível de glicose sanguínea se torna elevado e a glicose acaba sendo eliminada 
na urina. Como não existe insulina para ajudar a entrada da glicose nas células do corpo, a 
maioria das células usa ácidos graxos para produzir energia. A degradação desses ácidos 
graxos forma um subproduto chamado cetona ou corpos cetônicos que se acumulam e faz 
com que o pH do sangue caia, ocasionando uma condição chamada de cetoacidose que se 
não tratada rapidamente pode levar à morte. Conforme os lipídios são transportados pelo 
sangue, partículas se depositam nas paredes dos vasos sanguíneo, ocasionando problemas 
cardiovasculares. Outra complicação da diabetes é a perda da visão em decorrência da 
catarata (o excesso de glicose se liga às proteínas da lente, causando borramento visual) ou 
de dano aos vasos sanguíneos da retina. Os rins começam a sofrer com essa agressão, 
perdendo a sua capacidade de reter glicose apresentando glicosúria. Com ela, como é 
soluto, ela vai precisar do solvente, perdendo assim a água, passando a urinar muito 
entrando em poliúria. Perdendo muita água, o organismo começa a ficar desidratado, com 
o excesso de glicose na corrente sanguínea, começa retirar água da célula, ficando com 
desidratação celular, estimulando o centro da sede, fazendo com que o indivíduo beba 
bastante água (polidipsia). 
 
INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL: 
Glicemia de jejum 70 a 99 mg/dL 
Glicemia pós-prandial: abaixo de 140mg/dl 
Intolerância a glicose de 100 a 125mg/dL 
 
TRATAMENTO: Como o diabetes é uma doença evolutiva, com o decorrer dos anos, quase 
todos os pacientes requerem tratamento farmacológico, muitos deles com insulina, uma 
vez que as células beta do pâncreas tendem a progredir para um estado de falência parcial 
ou total ao longo dos anos. Entretanto, mudanças positivas no estilo de vida – alimentares e 
de atividade física - são de fundamental importância no alcance dos objetivos do 
tratamento quais sejam o alívio dos sintomas e a prevenção de complicações agudas e 
crônicas. 
 
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Insulina: Indicada para todos onde o controle foi inadequado da glicemia e glicosúria. 
Apresenta em NPH e Regular. E a Administração deve ser no braço, coxa, abdome e 
nádegas, havendo sempre rodízio de lugar; 
Hipoglicemiantes orais. 
 
O Hiperdia destina-se ao cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão 
arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde – 
SUS, permitindo gerar informação para aquisição, dispensação e distribuição de 
medicamentos de forma regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. O sistema 
envia dados para o Cartão Nacional de Saúde, funcionalidade que garante a identificação 
única do usuário do Sistema Único de Saúde – SUS. 
 
Benefícios 
• Orienta os gestores públicos na adoção de estratégias de intervenção; 
• Permite conhecer o perfil epidemiológico da hipertensão arterial e do diabetes mellitus 
na população. 
Funcionalidades 
• Cadastra e acompanha a situação dos portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes 
mellitus em todo o país; 
• Gera informações fundamentais para os gerentes locais, gestores das secretarias e 
Ministério da Saúde; 
• Disponibiliza informações de acesso público com exceção da identificação doportador; 
• Envia dados ao CadSUS. 
 
A prevalência estimada de hipertensão no Brasil atualmente é de 35% da população acima de 
40 anos, com mais de 50% entre 60 e 69 anos e 75 % acima de 70 anos. Cerca de 75% dessas 
pessoas recorrem ao Sistema Único de Saúde (SUS) para receber atendimento na Atenção 
Básica. Para atender os portadores de hipertensão, o Ministério da Saúde possui o Programa 
Nacional de Atenção a Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus. O programa compreende um 
conjunto de ações de promoção de saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos 
da hipertensão. O objetivo é reduzir o número de internações, a procura por pronto-
atendimento, os gastos com tratamentos de complicações, aposentadorias precoces e 
mortalidade cardiovascular, com a consequente melhoria da qualidade de vida dos 
portadores. 
 
QUEM TÊM MAIS RISCO DE FICAR HIPERTENSO 
 
- Consumo de bebida alcoólica; 
- Histórico de hipertenso na família; 
- Obesidade; 
- Alimentação não saudável; 
- Diabético 
- Pessoas com idade mais avançada; 
- Pessoas de pele negra. 
 
COMO TRATAR A HIPERTENSÃO 
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- Evitar ficar parado. Incentivar a prática de atividade física; 
- Diminuir ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas; 
- Cuidar da saúde mental; 
- Mantenha o peso saudável; 
- Ter uma alimentação saudável, principalmente evitando o consumo de sal. 
 
SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS 
Diabetes Mellitus como doença traçadora para um sistema de vigilância epidemiológica para 
doenças crônicas não transmissíveis: 
1 - Atinge todas as faixas etárias, inclusive a mulher grávida, sem distinção de sexo, raça e 
condições sócio-econômicas. 
2 - Trata-se de uma doença de alta prevalência, que requer vários procedimentos para o seu 
controle. Quando bem controlada evita complicações agudas e crônicas. Para seu controle é 
necessário o trabalho de equipe multidisciplinar. 
3 - Existem meios cientificamente comprovados para prevenir a doença (diabetes mellitus 
tipo 2) e suas complicações agudas e crônicas. 
4 - Está associada a várias outras doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão arterial, 
doença coronariana e cerebrovascular, dislipidemias, neuropatias periféricas, lesões renais, 
levando até a insuficiência renal crônica terminal, retinopatia diabética. 
5 - A sobrevida tem aumentado significamente o que favorece o surgimento das 
complicações crônicas com custos econômicos e sociais elevados. 
6 - A prevalência no mundo inteiro vem crescendo, sendo considerado pela Organização 
Mundial de Saúde - OMS, como uma epidemia (estimativas mundiais para o ano 2000 são de 
175,4 milhões de pessoas). 
7 - Dispõe de tratamento clínico definido. 
 
SINAIS DE ALERTA 
 
Muitas pessoas têm diabetes- e não sabem por que não apresentam nenhum sintoma. Isto é 
bastante frequente no tipo de diabetes que aparece no adulto (tipo II). 
 
- Ter parentes (pais, irmãos, tios, etc) com diabetes; 
- Ter excesso de peso (especialmente abdominal); 
- Ter vida sedentária (não faz atividade física); 
- Ter mais de 40 anos e ainda; 
- Fazer tratamento para pressão alta e tem colesterol e triglicerídeos elevados; 
- Usar de medicamentos diabetogênicos (corticoides, anticoncepcionais, etc..). 
 
Manter uma alimentação saudável, peso normal e praticar atividade física regulamente, são 
hábitos saudáveis de vida importantes que ajudam a prevenir o surgimento do diabetes tipo-
II. 
 
 
 
 
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PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO TABAGISMO 
 
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) é o órgão do Ministério da 
Saúde (MS) responsável pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) e pela 
articulação da rede de tratamento do tabagismo no SUS, em parceria com estados e 
municípios e Distrito Federal. A rede foi organizada, seguindo a lógica de descentralização do 
SUS para que houvesse o gerenciamento regional do Programa tendo como premissa a 
intersetorialidade e a integralidade das ações. Cabe lembrar que desde 1989, o INCA 
desenvolve ações voltadas para o tratamento do tabagismo. 
 
Composição química do cigarro 
 
O alcatrão é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas. Entre 
elas, o arsênio e o níquel. 
Nicotina: droga psicoativa e que causa a dependência, age no sistema nervoso central como 
a cocaína, com uma diferença: chega entre 2 e 4 segundos mais rápido ao cérebro. Por isso o 
tabagismo é classificado dentro do grupo das substâncias psicoativas que causam transtornos 
mentais e de comportamento. 
 
 
 
A fumaça do cigarro possui uma fase gasosa e uma particulada. A fase gasosa é 
composta por monóxido de carbono, nicotina, amônia, cetonas, formaldeído, 
acetaldeído e acroleína, entre outras substâncias. Algumas produzem irritação nos 
olhos, nariz, garganta e levam à paralisia dos movimentos dos cílios dos brônquios. A 
fase particulada contém nicotina e alcatrão que é um composto de mais de 40 
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substâncias comprovadamente cancerígenas, formado a partir da combustão dos 
derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de 
agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210, acetona, naftalina e até 
fósforo P4/P6, substâncias usadas em veneno para matar rato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Efeito do cigarro no corpo humano 
 
 
 
 
 
 
 
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Controle de Infecções Sexualmente Transmissíveis 
 
A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotada em 
substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) porque destaca a 
possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo não apresentando sinais e 
sintomas. 
As ISTs encontram-se amplamente disseminadas, exigindo do poder público iniciativas 
que levem ao seu controle. Para tanto, faz-se necessário estruturar os serviços de saúde de 
modo a que possam prestar adequada assistência aos portadores desses agravos, e 
principalmente envolver seus profissionais na execução de atividades ligadas à prevenção da 
transmissão e do contágio. 
Atualmente, cerca de 45 milhões de indivíduos estão infectados com o HIV, o vírus da 
imunodeficiência humana, causador da mais preocupante das ISTs: a síndrome da 
imunodeficiência adquirida, conhecida como SIDA ou Aids (sigla inglesa), considerada uma 
pandemia. 
 
AIDS/SIDA 
 
A Aids é uma síndrome caracterizada pela diminuição da resposta imunológica do 
organismo a agentes patogênicos, causando uma série de doenças chamadas de 
oportunistas, porque não se manifestam em indivíduos com defesas normais. 
O indivíduo pode contrair o HIV em relações sexuais desprotegidas (oral, anal, vaginal), 
exposição sanguínea (acidentes de trabalho com material biológico, transfusão, uso de 
drogas injetáveis com seringas e agulhas compartilhadas), durante o parto ou pela 
amamentação. 
Para a detecção do HIV, é necessária a coleta de material sanguíneo para a realização de 
testes específicos. Quem deseja fazer o teste antiHIV deve receber aconselhamento 
oportuno, podendo dirigir-se a uma unidade de saúde ou a um Centro de Testagem e 
Aconselhamento (CTA). O CTA realiza o teste anti-HIV mantendo a privacidade do cliente: um 
número lhe é fornecido, por meio do qual pode solicitar o resultado. 
Nos CTAs, assim como nas unidades de saúde preparadas para prestar assistência aos 
portadores do HIV, é possível encontrar uma estruturaque favoreça a composição de grupos 
de integração entre os clientes, espaços onde ocorrem discussões sobre suas dúvidas em 
relação à doença e tratamento. 
O atual tratamento da AIDS aumentou a sobrevida dos pacientes, proporcionando-lhes 
melhor qualidade de vida. Hoje, são utilizados medicamento antirretrovirais, que se 
encontram à disposição dos portadores do HIV em todos os postos de saúde, tornando o 
Brasil o único país a manter uma política pública de distribuição gratuita de medicamentos 
para o tratamento da AIDS - tal exemplo é citado por muitos movimentos de reintegração de 
portadores do HIV do mundo inteiro, para conquistar em seus países de origem o direito de 
serem tratados gratuitamente. 
O prognóstico para os doentes com AIDS já não é tão sombrio como há pouco tempo, 
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principalmente a partir da utilização dos antirretrovirais em conjunto, numa estratégia 
popularmente conhecida como coquetel. 
 
Ações de atenção básica frente às IST/Aids 
 
Com vistas a alcançar o controle das IST/Aids, o Ministério da Saúde estruturou programas 
cujas ações se baseiam na prevenção da ocorrência de novos casos, na detecção precoce e 
no tratamento oportuno para os portadores de IST/Aids e seus parceiros. 
Na rede básica de saúde, essas ações são concretizadas através da realização de várias 
atividades. Na unidade de saúde ou na comunidade, os esforços dos profissionais de saúde 
devem estar comprometidos com trabalhos de educação em saúde que estimulem os 
indivíduos à reflexão sobre como as condutas sexuais por eles adotadas podem estar 
influenciando o aumento do risco de se contrair IST/Aids. 
 
No nível das ações de atenção básica, é importante realizar: 
 
– Busca de portadores assintomáticos de IST durante a realização de atividades ligadas à 
discussão da sexualidade, e seu encaminhamento para o atendimento adequado; 
– Atividades de educação em saúde e aconselhamento pré-teste anti-HIV para todos os 
portadores de IST e gestantes; 
– Encaminhamento das gestantes ao pré-natal, para rastreamento com o teste VDRL, com 
vistas à eliminação da sífilis congênita; 
– Triagem e referência dos pacientes com IST e seus parceiros às unidades básicas de saúde, 
para manejo adequado. 
 
Durante todo o processo que envolve desde a captação até a assistência a um portador de 
IST/Aids, é necessário que os profissionais estejam preparados para realizar uma forma de 
abordagem denominada aconselhamento, que pode ser individual ou em grupo. 
Para o aconselhamento, faz-se necessário que os profissionais estejam devidamente 
capacitados pois este consiste em apoio emocional e educativo, constante discussão sobre a 
redução de riscos para IST/Aids e adoção de práticas sexuais seguras. O aconselhamento, 
desde que bem conduzido, é capaz de reduzir o estresse do cliente e melhorar os índices de 
adesão ao tratamento. 
 
O que podemos fazer para auxiliar a prevenção de IST/Aids? 
 
A melhor ferramenta na defesa contra as IST/Aids é a informação. Considerando tal fato, 
todas as oportunidades que surgirem para a realização de atividades junto à população 
exposta ao risco de contrair e/ ou transmitir essas doenças devem ser aproveitadas. 
 
Devemos desmistificar a ideia de que apenas alguns grupos populacionais, como 
homossexuais, profissionais do sexo ou usuários de drogas injetáveis, estão expostos às 
IST/Aids. Também não é verdade que uma pessoa não possa ter IST mais de uma vez. 
 
 
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Algumas condutas devem ser recomendadas, por serem seguras e proporcionar a 
prevenção das IST/Aids: 
 
– Uso de preservativos, em todas as relações sexuais que envolvam sexo oral e penetração 
vaginal ou anal. Além de serem de fácil utilização, encontram-se disponíveis nas unidades de 
saúde e apresentam baixo custo quando adquiridos em estabelecimentos comerciais; 
– Redução de parceiros sexuais, para diminuir as chances de transmissão de IST; 
– Autoexame dos genitais, com o auxílio de um espelho. Em caso de detecção de alguma 
alteração, deve-se procurar os serviços de saúde; 
 – Fazer higiene após o ato sexual, objetivando diminuir o risco de contaminação de IST/Aids; 
– Não compartilhar seringas e agulhas com outros usuários de medicações injetáveis, 
procurando utilizar apenas materiais descartáveis. 
 
 
PROGRAMA SAÚDE DA HORA 
 
 
O Programa Saúde na Hora foi lançado pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde do 
Ministério da Saúde (Saps/MS) em maio de 2019 e passou por atualizações com a publicação 
da Portaria nº 397/GM/MS, de 16 de março de 2020. O programa viabiliza o custeio aos 
municípios e Distrito Federal para implantação do horário estendido de funcionamento das 
Unidades de Saúde da Família (USF) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) em todo o território 
brasileiro. 
 
Dessa forma, o programa Saúde na Hora conta agora com a possibilidade de adesão em 
quatro tipos de formato de funcionamento em horário estendido: USF com 60 horas 
semanais, USF com 60 semanais horas com Saúde Bucal, USF com 75 horas semanais com 
Saúde Bucal e USF ou UBS com 60 horas semanais Simplificado. 
 
• Modalidades 
 
- USF com funcionamento mínimo de 60 horas semanais (USF 60 horas) 
a. USF com pelo menos três equipes Saúde da Família (eSF); 
b. Funcionamento de no mínimo 60 horas ao longo da semana com 12 horas 
diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, ou funcionamento de 5 
horas aos sábados e/ou domingos desde que seja assegurado o funcionamento 
de 11 horas diárias ininterruptas de segunda a sexta feira; 
- USF com funcionamento mínimo de 60 horas semanais com Saúde Bucal (USF 60 
horas com Saúde Bucal) 
a. USF com pelo menos três equipes Saúde da Família (eSF) e duas equipes de 
Saúde Bucal (eSB); 
b. Funcionamento de no mínimo 60 horas ao longo da semana com 12 horas 
diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, ou funcionamento de 5 
horas aos sábados e/ou domingos desde que seja assegurado o funcionamento 
de 11 horas diárias ininterruptas de segunda a sexta feira; 
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- USF com funcionamento mínimo de 75 horas semanais com Saúde Bucal (USF 75 
horas com Saúde Bucal) 
a. USF com pelo menos seis equipes Saúde da Família (eSF) e três equipes de 
Saúde Bucal (eSB); 
b. Funcionamento de no mínimo 75 horas ao longo da semana com 15 horas 
diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, ou funcionamento de 5 
horas aos sábados e/ou domingos desde que seja assegurado o funcionamento 
de 14 horas diárias ininterruptas de segunda a sexta feira; 
• 
USF ou UBS com funcionamento mínimo de 60 horas semanais simplificado (UBS ou 
USF 60 horas Simplificado) 
a. USF ou UBS com no mínimo duas equipes, podendo ser uma combinação de 
equipe de Saúde da Família eSF (40h) e equipe de Atenção Primária eAP (20h ou 
30h), desde que a soma de carga horária das equipes constitua o mínimo de 60 
horas semanais; 
b. Funcionamento de no mínimo 60 horas ao longo da semana com 12 horas 
diárias ininterruptas, de segunda-feira a sexta-feira, ou funcionamento de 5 
horas aos sábados e/ou domingos desde que seja assegurado o funcionamento 
de 11 horas diárias ininterruptas de segunda a sexta feira. 
 
 
 
PROGRAMA ACADEMIA DA SAÚDE (PAS) 
 
O Programa Academia da Saúde (PAS), lançado em 2011, é uma estratégia de 
promoção da saúde e produção do cuidado que funciona com a implantação de espaços 
públicos conhecidos como polos onde são ofertadas práticas de atividades físicas para 
população. Esses polos fazem parte da rede de Atenção Primária à Saúde e são dotados de 
infraestrutura, equipamentos e profissionais 
qualificados. Como ponto de atenção no território, 
complementam o cuidado integrale fortalecem as ações 
de promoção da saúde em articulação com outros 
programas e ações de saúde como a Estratégia Saúde da 
Família, os Núcleos Ampliados de Saúde da Família 
(NASF) e a Vigilância em Saúde. 
 
O PAS adota uma concepção ampliada de saúde e 
estabelece como ponto de partida o reconhecimento do 
impacto social, econômico, político e cultural sobre a 
saúde. Por isso, apesar do nome, o programa não se 
restringe a realização de práticas corporais e atividades 
físicas e promoção da alimentação saudável. Mais do 
que isso, os polos foram concebidos como espaços 
voltados ao desenvolvimento de ações culturalmente inseridas e adaptadas aos territórios 
locais e que adotam como valores norteadores de suas atividades o desenvolvimento de 
autonomia, equidade, empoderamento, participação social, entre outros. Nesse sentido, o 
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artigo 7° da Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, estabelece os 
seguintes eixos de ações para serem desenvolvidos nos polos do programa: 
 
Práticas corporais e Atividades físicas; 
• Produção do cuidado e de modos de vida saudáveis; 
• Promoção da alimentação saudável; 
• Práticas integrativas e complementares; 
• Práticas artísticas e culturais; 
• Educação em saúde; 
• Planejamento e gestão; e 
• Mobilização da comunidade. 
 
 
BRASIL SORRIDENTE 
 
O Brasil Sorridente - Política Nacional de Saúde Bucal tem modificado a vida de milhões 
de brasileiros por meio do acesso a serviços odontológicos de forma gratuita no Sistema 
Único de Saúde (SUS). Esses serviços são ofertados em Unidades de Saúde Família 
(USF)/Postos de Saúde, Unidades Odontológicas Móveis (UOM), Centros de Especialidades 
Odontológicas (CEO) e hospitais. Além desses serviços, o Brasil Sorridente conta com 
Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD), que colaboram com a confecção 
laboratorial de próteses dentárias, servindo de apoio para USF, UOM e CEO. 
O Brasil Sorridente tem interface com diversas ações e programas do Ministério da 
Saúde, como o Brasil Sorridente Indígena, Programa Saúde na Escola, Plano Nacional para 
Pessoas com Deficiência, Convenção de Minamata e Fluoretação das Águas de 
Abastecimento Público, entre outras. 
Além disso, o programa coopera com ações para a qualificação profissional e científica 
dos profissionais e para a educação em saúde da população. 
 
 
 
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UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE FLUVIAIS 
 
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) são embarcações que comportam 
Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF), providas com a ambiência, mobiliário e 
equipamentos necessários para atender à população ribeirinha da Amazônia Legal (Acre, 
Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) e 
Pantanal Sul Mato-Grossense. Elas buscam responder às especificidades dessas regiões, 
garantindo o cuidado às suas populações como previsto na Política Nacional de Atenção 
Básica (PNAB). 
 
 
 
 
 
REDE CEGONHA 
 
É uma estratégia do Ministério da Saúde que visa 
implementar uma rede de cuidados para assegurar às 
mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a 
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, 
bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento 
seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. 
Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e organizar 
a atenção à saúde materno-infantil no País e será 
implantada, gradativamente, em todo o território nacional, iniciando sua implantação 
respeitando o critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão mortalidade 
materna e densidade populacional. 
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São quatro os componentes da Rede Cegonha: 
 
I - Pré-natal; 
II - Parto e nascimento; 
III - Puerpério e atenção integral à saúde da criança; e 
IV - Sistema logístico (transporte sanitário e regulação). 
 
A Rede Cegonha é uma estratégia lançada em 2011 pelo governo federal para proporcionar 
às mulheres saúde, qualidade de vida e bem-estar durante a gestação, parto, pós-parto e o 
desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida. Tem o objetivo de reduzir a 
mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, 
homens, jovens e adolescentes. A proposta qualifica os serviços ofertados pelo Sistema Único 
de Saúde (SUS) no planejamento familiar, na confirmação da gravidez, no pré-natal, no parto 
e no puerpério (28 dias após o parto). 
 
A Rede sistematiza e institucionaliza um modelo de atenção ao parto e ao nascimento que 
vem sendo discutido e construído no País desde a década de 80, com base no pioneirismo e 
na experiência de médicos e enfermeiras obstetras e neonatais, obstetrizes, parteiras doulas, 
acadêmicos, antropólogos, sociólogos, gestores, formuladores de políticas públicas, 
gestantes, grupos feministas, ativistas e instituições de saúde, dentre outros. 
 
Caderneta da Gestante 
 
A Caderneta da Gestante é um instrumento fundamental para o registro das informações de 
acompanhamento da gestação e deve ser parte essencial do processo de trabalho dos 
profissionais de saúde, sendo utilizada em todas as consultas do pré-natal. Ela é um 
instrumento reconhecido e inserido na rotina de pré-natal dos serviços de saúde que 
realizam acompanhamento das gestantes pelo SUS. 
 
As informações inseridas na caderneta apoiam o profissional no diálogo e continuidade do 
atendimento à gestante e nas ações de educação em saúde, além de ajudar a gestante a 
registrar e esclarecer dúvidas, se preparar para o parto e a amamentação, conhecer sinais de 
alerta e seus direitos, entre outros. 
 
A caderneta é distribuída para todo Brasil. Periodicamente ela é revista. A última atualização 
foi em 2016, quando a Caderneta da Gestante ganhou novos campos para registro de 
ocorrência de exantema e orientações para gestantes, visando melhor identificar sinais de 
alerta relacionados à possível ocorrência de infecção por Zika.

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