Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Denunciação da Lide Conceito: É uma modalidade de intervenção forçada de terceiro, provocada por uma das partes da demanda original, quando esta pretende exercer contra aquele direito de regresso. Contudo, segundo o caput do artigo 125, não é obrigatória, havendo cabimento, sendo admissível nos casos de garantia da evicção e de direito regressivo de indenização. Previstos no inciso I e inciso II, respectivamente, do referido artigo. A primeira hipótese se refere ao chamamento do alienante, quando o adquirente a título oneroso sofre reivindicação da coisa negociada por parte de terceiro. A convocação se faz para que o denunciado v denunciante o exercício dos direitos que lhe advém da evicção. Se o adquirente lançar mão da denunciação da lide e vier a sucumbir perante a reivindicação da outra parte, não poderá exercitar, contra o transmitente, o direito de garantia que da evicção lhe resultaria. Já, tratando-se do direito regressivo de indenização, cabe à denunciação da lide àquele que estiver obrigado, por lei ou por contrato, a indenizar o denunciante, em ação regressiva, pelo prejuízo que eventualmente sobrevenha da perda da causa. O objetivo principal da denunciação é enxertar no processo uma nova lide, que vai envolver o denunciante e o denunciado em torno do direito de garantia ou de regresso que um pretende exercer contra o outro. Desta forma, a sentença decidirá não apenas a lide entre autor e réu, mas também a que se criou entre a parte denunciante e o terceiro denunciado. Quanto ao cúmulo de ações: Há duas possibilidades: pode ser originário, quando promovido pelo autor e superveniente, quando a iniciativa é do réu. Quanto ao procedimento: Se feita a denunciação pelo autor, será pedida a citação do denunciado, juntamente com a do réu, logo na petição inicial. O denunciado, comparecendo, assumirá a posição de litisconsorte do denunciante e poderá aditar a petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu. É facultado ao denunciado: Permanecer inerte; Comparecer e assumir a posição de litisconsorte do autor; Negar a procedência da denunciação. Quanto ao procedimento: Se feita a denunciação pelo réu, acontece na fase da contestação e há três situações distintas: se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguirá entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciado; se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até final; se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poderá o denunciante prosseguir na defesa. Efeitos: Destarte, os efeitos da denunciação da lide são o julgamento de ambas as ações, ou seja,da principal e da regressiva, na mesma sentença e, nos termos do artigo 129 do código de processo civil, se vencido o denunciante na ação principal, o juiz julgará a denunciação da lide. Ademais, é importante ressaltar que o já referido artigo 125, em seu parágrafo 2º, admite “uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.”. Exemplos: •Uma construtora é acionada para reparar defeitos em prédio por ela construído, ela denuncia a lide ao engenheiro responsável, caracterizando denunciação pelo réu; •Um comprador promove ação reivindicatória contra o possuidor do bem e, ao mesmo tempo, denuncia a lide ao vendedor, para que este lhe responda pela evicção, tipificando denunciação pelo autor.
Compartilhar