Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiologi� Respiratóri� Tópicos… …………………………………………………………. 1. Questões anatômicas respiratórias do RN 2. Tipos de fibras musculares no diafragma e nos intercostais 3. Alveolorização 4. Desenvolvimento do sistema respiratório da criança 5. Líquido surfactante (gráficos de pressão e volume do RN - relacionar com a doença da membrana hialina) 6. Características anatômicas que influenciam na mecânica respiratória Anatomia Respiratória do RN………………………………………………………………. ● O espaço torácico disponível é insuficiente para o pulmão fetal, que precisa fazer pressão nos espaços intercostais ● A movimentação dos pulmões ocorre por diferenças de pressão entre as pleuras promovidas pelos músculos fixados na caixa torácica, ou seja o tecido pulmonar não é contráctil se estimulado externamente ● Narinas estreitas, o RN é um respirador nasal obrigatório ○ A obstrução nasal de um RN causa a obstrução das vias aéreas e dificuldade respiratória ○ A atresia coanal (malformação congênita e corresponde à falha no desenvolvimento da comunicação entre cavidade nasal posterior e nasofaringe) pode causar cianose quando o bebê se alimenta ● Osso occipital grande e redondo ○ Quando em posição supina, o osso occipital traz a cabeça do RN para frente, podendo obstruir a via respiratória ● Língua bastante grande em comparação com a boca, ocupando a orofaringe ○ A língua pode facilmente obstruir a laringe em situações de baixo nível de consciência do bebê ● Cartilagem laríngea e traqueal macias e facilmente compactadas ○ Flexão ou extensão excessiva da cabeça, além de pressão externa da laringe, pode obstruir as vias aéreas ● Laringe em posição mais alta que o pescoço ● Anel cricóide é mais estreito que a abertura glótica (inverso do adulto) ○ Isso cria uma laringe em formato de funil e coloca a criança em risco de obstrução por edema subglótico ● Diâmetro laríngeo e traqueal estreito ● Pescoço e traquéia são curtos ● Caixa torácica de forma cilíndrica ● Costelas horizontalizadas ○ A forma, a posição e a mobilidade das costelas determinam muito da função torácica ○ A respiração torácica depende da capacidade de costelas verticalizadas se elevarem até uma posição mais horizontal, aumentando assim o diâmetro do tórax ● Gradil costal mais maleável ● Limitações do fole torácico: ○ Contração muscular menos efetiva ○ Tendência do movimento costal para dentro ○ Estabilidade do gradil costal dependente dos intercostais ○ Menor capacidade de aumentar o volume corrente ● Os músculos peitorais e intercostais são pouco desenvolvidos ● Diafragma possui pouca massa muscular ● Baixo percentual de fibras tipo I → contração lenta e alto metabolismo oxidativo ○ Fibra tipo 1: mais resistência ○ Fibra tipo 2: mais força ● Resultado → fadiga ● O sistema respiratório não nasce pronto do ponto de vista funcional, ele irá se adaptar → no ponto de vista anatômico ele já está pronto ○ Uma das adaptações é a modificação das qnt de fibras dos músculos envolvidos na respiração Quais são as alterações anatômicas da cabeça e pescoço que influenciam a mecânica ventilatória do recém nascido (RN)? Cabeça grande proporcionalmente, língua grande e flácida → sem tônus (estado de tensão) muscular elevado, respiradores nasais (resistência das vias aéreas), epiglote mais cefálica (alta), alongada e flexível, cartilagem cricóide em forma de funil, traqueia mais afunilada (menor diâmetro), alvéolos se desenvolvem mais tardiamente (final da gestação – até o 1º ano). Gradil costal é maleável (conteúdo cartilaginoso maior é desfavorável pois uma flexibilidade muito acentuada desfavorece a função do diafragma, não chega a ser um problema grave no RN, já que essa flexibilidade da caixa torácica ajuda na hora do parto para que as costelas não quebrem). Quais são as características anatômicas da caixa torácica do RN e como ela influencia a mecânica respiratória? Caixa torácica em forma cilíndrica, costelas horizontalizadas: menor angulação, desfavorece a utilização do diafragma → movimento laterolateral, gradil costal maleável. Resultado: limitações do fole torácico (contração muscular menos efetiva, tendência do movimento costal pra dentro, estabilidade do gradil costal dependente da musculatura intercostal, menor capacidade de aumentar o Vt Músculos respiratórios → diafragma e músculos intercostais com pouca massa muscular, baixo percentual fibras tipo I: contração lenta e alto metabolismo oxidativo Resultado: fadiga Diafragma: em crianças e adultos, é o músculo mais importante da ventilação → RN: perda da importância pela horizontalização das costelas, mais fibras musculares do tipo I → fadiga Resistência das vias aéreas: grau de dificuldade que o débito de ar tem para se movimentar através da árvore traqueobrônquica. Porque é dito que a respiração do RN é predominantemente nasal? Pois o espaço para que o ar entre pela cavidade bucal é muito curto devido ao tamanho e flacidez da língua e da altura da laringe. Como é a ação dos músculos inspiratórios no RN? Durante o sono verifica-se uma respiração irregular, intercalada por muitas pausas respiratórias e apnéias. Durante este estágio do sono existe inibição central de todos os músculos posturais do corpo, assim o tônus muscular fica bastante diminuído. Entre os músculos que ficam desligados estão os intercostais inspiratórios, responsáveis pela manutenção da unidade da caixa torácica. A inibição destes músculos leva, então, o recém-nascido a apresentar distorção do gradil costal durante a inspiração, produzindo a chamada respiração abdominal paradoxal. A distorção costal inspiratória leva ao aumento do trabalho do diafragma, que necessita contrair mais para manter a ventilação em níveis adequados. Os tipos de fibras musculares presentes dos músculos respiratórios variam conforme a idade. Como é essa distribuição ao longo do tempo? No início da vida, o número de fibras I (de resistência) é muito menor e vai crescendo ao longo do tempo, porque RN pré-termo veio de um ambiente em que as fibras não eram muito utilizadas, quando veio para o mundo de fora, a necessidade muscular tornou-se maior. É dito que o sistema respiratório continua em desenvolvimento após o nascimento da criança. Essa informação é correta? Disserte sobre o tema. Sim, o pulmão da criança continua a se desenvolver até mesmo depois dos 8 anos de idade, e isso ocorre porque o desenvolvimento do pulmão e suas estruturas anatômicas se sobrepõem, ou seja, quando uma estrutura começa a se desenvolver outra já está em desenvolvimento ao mesmo tempo. Por exemplo, o estágio sacular do desenvolvimento pulmonar fetal termina por volta dos 2 - 2,5 meses de idade e o estágio alveolar começa já lá pela 32° semana e só termina após o 1° ano de vida da criança. Alveolorização……………………………………………………………………………………….. Pulmões… ● Após o primeiro ano tem a finalização do processo de maturação microvascular e começa com o crescimento pulmonar ● Criança que nasce com 32 semanas → desenvolvimento pulmonar não está igual ao da criança que nasce no tempo correto ● O sistema respiratório continua o crescimento e desenvolvimento após o nascimento ● No nascimento, o desenvolvimento alveolar e microalveolar é muito pequeno, sendo desfavorável para a respiração ● O desenvolvimento ocorre ao longo dos anos, até por volta de 8 anos ● Os alvéolos dos adultos possuem intercomunicações ● ALVEOLARIZA- ÇÃO: crescimen- to e desenvolvi- mento alveolar que continua pela infância (+acentuado) e adolescência ● Ausência de comunicações interalveolares acessórias: Poros de Kohn e Canais de Lambert ○ Poros de Kohn – conexões colaterais entre os alvéolos ○ Canais de Lambert – só após alguns anos ● Dentro do processo de alveolarização temos os poros de Kohn que faz a comunicação entre os alvéolos. Fazendo que os alvéolos se expandam juntos (RN) ● Nos adultos temos os canais de Lambert e Matin, que não temos nas crianças, que auxiliam a passagem de ar de um alvéolo para o outro ● As crianças possuem poucos poros de Kohn Controle Respiratório… ● Feitopelo SN ● Neurogênese – novos neurônios; optimiza o SN ● Ausência de fluxo aéreo > 20 segundos ● Obstrutiva – tônus muscular (faringe) ● Geralmente são mistas Mecânica Ventilatória ao Nascimento………………………………………………… Expansão dos Pulmões ao Nascimento… ● No nascimento as paredes alveolares estão colapsadas devido à tensão superficial do líquido viscoso em seu interior ● É preciso de uma pressão inspiratória negativa para que haja a primeira abertura desses alvéolos ● Quando os alvéolos se abrem, a respiração pode ser realizada com movimentos respiratórios relativamente fracos ● As primeiras inspirações do RN são bastante potentes O que é o processo de alveolarização e como ele ocorre ao longo do crescimento/desenvolvimento da criança? Qual a importância de se ter mais alvéolos? Alveolarização é o crescimento e desenvolvimento alveolar que continua pela infância (onde é mais acentuado) e vai até a adolescência. Durante a infância ainda não temos no RN as comunicações interalveolares acessórias o que dificulta a intercomunicação alveolar. No nascimento, a criança apresenta aproximadamente 20 milhões de sacos alveolares e, aos 8 anos, 300 milhões, representando ganho de volume pulmonar e maior área de troca gasosa. Pode-se então relacionar a complacência do parênquima pulmonar diminuído, no neonato e no lactente, à anatomia alveolar imatura, ao interstício pulmonar com menos elastina e à presença ou não de surfactante. Tais fatores implicam em menor capacidade de recolhimento elástico e tendência ao colapso alveolar. Disserte sobre os poros de Kohn e as intercomunicações do sistema respiratório. Os poros de Kohn são comunicações intra-alveolares que estão presentes no RN e no adulto e as comunicações intralveolares acessórias estão presentes apenas na fase adulta. Em lactentes, os poros de Kohn, os canais de Lambert e os canais de Matin estão ausentes ou em número extremamente reduzido no nascimento, o que esclarece a prevalência de microatelectasias nessa população. Sobre o surfactante responda: ● Qual é sua função? É o principal responsável pela manutenção da estabilidade alveolar e sua ausência causa áreas de colapso e diminuição significativa da complacência pulmonar. ● Onde e quais células o produzem? Sua síntese ocorre no Retículo endoplasmático pelas células dos pneumócitos tipo II (responsáveis pelo armazenamento também). ● Em qual semana gestacional inicia a produção e quando se tem quantidade suficiente para que a o RN se mantenha respirando sendo auxílio exógeno? Entre a 24° e 28° semana e somente na 35°semana de gestação temos quantidade suficiente produzida. ● Qual é a constituição do surfactante? Ela varia ao longo do tempo? Constituído de fosfolipídios, lipídios neutros e proteínas. Sim, a biosíntese de Fosfatidilglicerol saturada, fosfatidilinositol e fosfatidilglicerol é observada nas gestações tardias. Fosfatidilinositol aparece pela 28° semana, tem seu pico pela 32-35 semana e depois decresce. Fosfatidilglicerol aparece na 36° semana de gestação e aumenta até o nascimento. A Fosfatidilinositol saturada gradualmente aumenta da 28° semana até o nascimento, tendo seu pico pela 35-36° semana. ● Caso ocorra o nascimento antes da trigésima quinta semana, a criança não sobreviverá sem o suporte externo. Qual o motivo para tal afirmação? Considere todos os fatores anatômicos, fisiológicos, histológicos e bioquímicos. Pois a criança não consegue se manter muito tempo respirando. Ela terá que fazer muita força para respirar o que causará fadiga. Já que, tem poucas fibras de resistência (tipo 1), que fazem esse trabalho. A manutenção da vida de uma criança prematura não depende apenas do surfactante.
Compartilhar