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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA MINISTRA CARMÉN LÚCIA, RELATORA DO HC N° 203.615/PI COLENDA TURMA MARDSON ROCHA PAULO, impetrante, devidamente qualificado nos autos, em favor da Paciente SINARA FRANCISCA LEAL, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor AGRAVO REGIMENTAL, com fundamento no artigo 317, do RISTF, em virtude dos fatos e fundamentos a seguir expostos: O HC teve julgamento prejudicado pelos seguintes fundamentos: “As alegações deduzidas na inicial da presente impetração, referentes à suposta ilegalidade na ausência de substituição da custódia preventiva da paciente por prisão domiciliar, foram analisadas no julgamento superveniente do mérito da impetração no Superior Tribunal de Justiça, no qual apresentados fundamentos que, por serem posteriores à presente impetração, não foram cuidados neste habeas corpus. É de se registrar que esses novos fundamentos foram impugnados no Superior Tribunal de Justiça por embargos declaratórios dotados de efeitos infringentes, conforme se verifica no sítio eletrônico daquele Tribunal Superior. 10. Pelas mudanças processadas no quadro fático-jurídico após a impetração, julgo prejudicado o presente habeas corpus (inc. IX do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).” Porém, conforme destacou a respeitável decisão prolatada pela eminente relatora, temos que a petição inicial narrou o ato coator como sendo o seguinte: “Enfatiza que ‘o direito somente não está sendo reconhecido em virtude da demora do Egrégio STJ em analisar o mérito, sendo que o mesmo direito já foi deferido para todas as demais corrés, que impetraram habeas corpus com superação da Súmula 619, mediante julgamento célere e na época em que a matéria chegou à apreciação pelo STJ (ano de 2019) ‘ (fl. 8, e-doc. 1). Desta forma, ainda que tenha sido proferido um julgamento de mérito em momento posterior ao da presente impetração, o ato coator ainda sobrevive, pois é justamente a ausência de julgamento célere e na época em que a matéria chegou à apreciação pelo STJ (ano de 2019). Portanto, entende a defesa não encontrar a ordem prejudicada. Ou seja, conforme destacou a nobre Ministra, a petição inicial esclareceu “está implícito nos princípios da Constituição que a norma prevista no artigo 318 do Código de Processo Penal também abrange a Paciente, ainda que suas filhas sejam maiores de 12 (doze) anos, porém, ressalte-se a peculiaridade do caso concreto, em que esta idade foi alcançada no curso do processo, e aguardando julgamento de RHC perante o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, já que na data da prisão, quando a defesa insistentemente buscava a aplicação do direito, a filha caçula possuía apenas 11 (onze) anos” (fl. 10, e-doc. 1). Portanto, resta claro que a Paciente somente não fora colocada em prisão domiciliar, quando faria jus ao direito no momento em que a matéria chegou ao conhecimento do STJ por meio de RHC, tal como ocorreu com as corrés por ausência de julgamento célere e ainda que este julgamento tenha ocorrido posteriormente à impetração, não exclui o fato de que a ausência de celeridade no julgamento poderá prejudicar o direito da Paciente (sendo este é o ato coator) em conquistar o cumprimento de prisão preventiva em modalidade domiciliar. Assim, ainda que tenha sobrevindo julgamento de mérito do mencionado RHC, o ato coator persiste, já que a idade de 12 (doze) anos da filha da paciente foi alcançada no curso do processo e aguardando julgamento do RHC perante o STJ (por cerca de dois anos concluso com o nobre relator). Por estes motivos, entende a defesa que não se encontra prejudicado o presente Writ por ausência de perda do objeto, já que embora tenha ocorrido o julgamento de mérito superveniente à impetração, os fundamentos da impetração, bem como o ato coator (ausência de julgamento célere) persistem (pois, o julgamento posterior não excluiu o fato de que ocorreu em tempo não razoável de modo a prejudicar o direito da paciente), bem como por economia processual, interpõe o presente AGRAVO REGIMENTAL, requerendo o seu conhecimento e provimento, utilizando-se para tanto dos fundamentos ventilados quando da impetração original. Requer a reconsideração do ato agravado pela nobre relatora (§2°, art. 317, RISTF) Termos em que pede deferimento. Picos-PI, 06.08.2021 Dr. Mardson Rocha Paulo (OAB-PI n° 15.476) 2021-08-06T01:04:47-0300 Brasil MARDSON ROCHA PAULO Assinador Serpro
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