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Órgãos do sentido – Olho 2 - O olho é o órgão da visão. - É constituído de bulbo ocular e anexos (músculos oculares, pálpebras, aparelho lacrimal, fáscias orbitais e conjuntiva). - Os olhos dos mamíferos domésticos estão mais salientes da superfície da face que os dos primatas. · Olhos situados na frente proporcionam amplo campo de visão binocular que permite que o animal focalize objetos próximos e a percepção de profundidade. · Olhos posicionados lateralmente, os campos de visão direito e esquerdo dificilmente se sobrepõem, o que faz com que tenham pouca capacidade de visão binocular. ** Quando o animal está emaciado, a gordura orbital é reduzida e os olhos afundam nas órbitas, dando à face um aspecto desolado de sofrimento. · Bulbo do olho - Ou globo ocular, é quase esférico nos mamíferos domésticos. - A córnea (parte transparente do bulbo) salienta-se da superfície anterior em virtude de seu menor raio de curvatura. - O ponto mais alto da córnea é o polo anterior, e o mais alto da superfície posterior é o polo posterior do globo ocular. - A linha reta que passa por ambos os polos é o eixo óptico. - O equador é uma linha imaginária sobre o globo ocular e equidistante dos polos. - Um meridiano é uma das muitas linhas que passam de um polo ao outro, cruzando o equador em ângulos retos. - O nervo óptico deixa o bulbo do olho ligeiramente ventral ao polo posterior. - O bulbo do olho possui 3 túnicas delgadas que, quando justapostas, formam uma folha laminada que circunda o centro parcialmente líquido, parcialmente gelatinoso. - São três: · Túnica fibrosa externa, confere forma e proteção ao bulbo – é a única completa. Presente na esclera e na córnea. · Túnica vasculosa média, consiste de vasos sanguíneos e músculos lisos – provê a nutrição do bulbo e a regulação no formato da lente e do tamanho da pupila. Presente na coróide, corpo ciliar e íris. · Túnica nervosa interna, consiste em grande parte de tecido nervoso e é a camada mais envolvida com a visão – faz a conversão de estímulos visuais em impulsos nervosos. Presente na retina. · Túnica fibrosa - É composta por um tecido colágeno denso que, por resistir a pressão interna, confere forma e tônus ao olho. - Consiste em esclera e córnea, que se unem na região do limbo. · Esclera - É a face opaca posterior da túnica fibrosa. - Consiste de fibras colágenas e elásticas que formam o “branco do olho”. · Podem apresentar tonalidade azul ou cinza dependendo da espécie. - Ventral ao polo posterior há uma pequena área cribriforme (área crivosa da esclera), na qual passam as fibras do nervo óptico. - O nervo é envolto por uma bainha de tecido conjuntivo que prolonga a dura-máter à esclera. - Posteriormente, com exceção das áreas abrangidas pelo músculo retrator do bulbo, a região é recoberta por uma membrana delgada (bainha do bulbo), que a separa da gordura retrobulbar, criando uma área côncava que permite a livre movimentação do bulbo. - Próximo ao limbo, a esclera é revestida pela conjuntiva que estabelece conexão com a parte interna das pálpebras. · Córnea - Constitui cerca de ¼ da túnica fibrosa e apresenta um abaulamento frontal. - Sua estrutura é composta por um tipo especial de tecido conjuntivo denso. - Sua massa principal (substancia própria) é contínua com a esclera e envolvida por membranas limitantes anteriores e posteriores e por camadas epiteliais. - Não apresenta vasos sanguíneos. - Os nutrientes são obtidos a partir de vasos no limbo ou são transportadas as suas superfícies pelo líquido lacrimal e pelo humor aquoso. - A superfície da córnea é muito sensível, devido à presença de terminações nervosas livres próximas ao epitélio anterior. · Seus axônios formam o seguimento aferente do reflexo corneano, que oclui as pálpebras quando a córnea é tocada. · Esse reflexo é checado no monitoramento da anestesia profunda. · Túnica vascular - Também conhecida como úvea, está localizada profunda à esclera. - É composta pela coróide, o corpo ciliar e a íris. - A coróide é a que reveste a esclera desde o nervo óptico até próximo ao limbo. - O corpo ciliar está numa zona espessa oposta ao limbo. - A íris projeta-se na cavidade do bulbo do olho posterior à córnea e pode ser vista a olho nu. - A túnica vascular afasta a lente, regula sua curvatura e ajusta o tamanho da pupila por meio da musculatura lisa do corpo ciliar e da íris. · Coróide - Apresenta uma densa rede de vasos sanguíneos associados com o tecido conjuntivo tornando-a intensamente pigmentada. - Uma lâmina de capilares da superfície interna é responsável pela nutrição. · O sangue nesses capilares gera a coloração intensamente avermelhada na região do fundo do olho. - Tapete lúcido é uma camada avascular entre os capilares e a rede de vasos maiores. · As células do tapete contêm bastonetes cristalinos dispostos de maneira que a luz incidente sobre eles se divide em seus componentes, resultando na iridescência característica. · O tapete faz os olhos dos animais “brilhar” ao olharem em direção à luz, como os faróis de um carro que se aproxima. ** Acredita-se que esse tapete é uma adaptação noturna. · Corpo ciliar - Se caracteriza como um anel em relevo com cristas convergindo em direção à lente no centro. - O anel é continuado pela íris. - As cristas radiais, conhecidas como processos ciliares, emitem fibras zonulares ao equador da lente, suspendendo-a em torno de sua periferia. - Entre o corpo ciliar e a esclera estão o músculo ciliar liso que atua na acomodação (foco). · Íris - Está suspensa entre a córnea e a lente. - É um anel plano de tecido fixo em sua periferia à esclera (pelo ligamento pectinado) e ao corpo ciliar. - A abertura no centro é a pupila através da qual a luz ingressa na parte posterior do olho. - O tamanho da pupila é regulado pelos músculos lisos esfíncter e dilatador da íris. - O esfíncter situa-se próximo à margem pupilar, enquanto as fibras do dilatador estão distribuídas radialmente e, na contração, dilatam a pupila. - Protuberâncias irregulares (grânulos irídicos) contendo espirais de capilares são frequentemente observadas nas margens pupilares superior e inferior dos ungulados. - A íris divide o espaço entre a lente e a córnea em câmaras anterior e posterior, que se comunicam por meio da pupila. - Humor aquoso são um fluido de coloração clara. · Túnica nervosa - Apresenta células fotossensíveis e é conhecida como retina. - A retina começa quando o nervo penetra a coroide e assume o formato de cálice côncavo, reveste a coroide e termina na margem pupilar. - Ora serrata junção das partes óptica e cega, e que também delimita a coróide do corpo ciliar. - Iniciando na coroide, a parte óptica da retina é constituída por uma camada única de células pigmentadas. · Uma camada neuroepitelial, que contém as células receptoras, bastonetes, cones e seus núcleos (os bastonetes, pelo que sabemos até o momento, estão relacionados com a visão noturna em preto e branco, e os cones com a visão colorida durante o dia); · Uma camada de células ganglionares bipolares; · E uma camada de células ganglionares multipolares, cujos axônios amielínicos, de localização interna (profunda) às células, passam para o disco óptico, onde se unem para formar o nervo óptico. - As arteríolas e as vênulas que emergem do disco óptico se difundem em vários padrões específicos de cada espécie, a fim de nutrir e drenar a retina. - Arteríolas são ramos da artéria central da retina que chegam ao disco óptico no centro do nervo óptico. · Meios de refração do bulbo do olho - A córnea é uma parte da túnica fibrosa de suporte. · Ela se apresenta transparente, o que permite a entrada de luz no olho. · Faz refração – atua como lente. · Desvia feixes de luz de modo que o objeto visualizado pelo animal seja suficientemente reduzido para ser focalizado na retina. - Os raios adentram o humor aquoso, que preenche o espaço entre a córnea e a lente. · É um fluido de coloração clara que faz manutenção da pressão intraocular. · É produzido continuamente pelas células dos processos ciliares,e penetra o sistema na câmara posterior. · A partir desse ponto, o líquido passa através da pupila para a câmara anterior e pelos espaços no tecido trabecular (ligamento pectinado) do ângulo iridocorneal. · Esses espaços o transportam para os seios venosos na esclera e, posteriormente, para a corrente sanguínea. ** Glaucoma a interferência na drenagem permite o acúmulo de líquido, induzindo o aumento da pressão intraocular. - A lente é uma estrutura sólida e elástica (suficiente para mudar o seu formato). · É biconvexa. · Apresenta 2 polos (anterior e posterior), 1 equador e 1 eixo central (coincide com o eixo óptico). · A superfície posterior é mais convexa. · A cápsula da lente é elástica e está permanentemente sob tensão, a qual, sem a oposição exercida na periferia, resultaria em uma lente com formato mais esférico. · Por ter propriedades elásticas, córtex pode ser moldado de maneira que a lente mude de formato durante a acomodação. ** Em animais idosos, a lente se torna turva, prejudicando a visão catarata. · Acomodação - Quando o animal deseja focar um objeto próximo, o músculo na superfície do corpo ciliar se contrai, espessando o corpo ciliar. · Isso desloca os processos em direção à lente e, dessa forma, relaxa as fibras zonulares. · A lente, livre da tensão no equador, arredonda-se e põe o objeto em foco. - Após a passagem pela lente, os raios luminosos adentram o corpo vítreo. · Corpo vítreo se caracteriza como uma massa gelatinosa, composta principalmente por água (humor vítreo), mas com um estroma de fibras finas transparentes que se unem em uma membrana na superfície. · Está entre a lente e a retina, e mantém a última em contato com a coroide. · Seu volume é constante. · Anexos do olho - São as fáscias orbitais, os músculos oculares, as pálpebras, a túnica conjuntiva e o aparelho lacrimal. · Fáscias orbitais - Apresenta 3 camadas fasciais irregularmente cônicas. · São a periórbita, as fáscias musculares superficial e a profunda. - A periórbita: · Se fixa junto ao forame óptico no ápice do cone. · A periórbita se divide na margem orbital. · A tróclea, uma parte plana de cartilagem inclusa na parede dorsomedial junto a margem orbital, atua como uma roldana em torno da qual o músculo oblíquo dorsal se dobra até mudar de direção em aproximadamente 90º. - Fáscia muscular superficial: · Está no interior da periórbita. · É frouxa e envolve o músculo levantador da pálpebra superior e a glândula lacrimal. - Fáscia muscular profunda: · É mais fibrosa. · Surge das pálpebras e do limbo, o qual envolve firmemente. · Conhecida como bainha do bulbo – se adapta ao globo ocular. · Isso facilita o movimento do globo em contato com a gordura retrobulbar. · Músculos do bulbo - Estes músculos estão localizados atrás do globo ocular. - A maioria se origina na proximidade do forame óptico, no ápice do cone orbital. - Há 4 músculos retos, 2 oblíquos e 1 retrator. - Os músculos retos são o dorsal, ventral, medial e lateral. - Os músculos oblíquos são dorsais e ventrais – tendem a rotacionar ao redor do eixo visual durante a contração. - O músculo oblíquo dorsal também se origina junto ao forame óptico e passa à frente na parede dorsomedial da órbita, antes de sofrer um desvio ao redor da tróclea para terminar sobre a face dorsolateral do globo ocular, abaixo do tendão do músculo reto dorsal. · Uma pequena bainha sinovial protege o músculo ao passar ao redor da tróclea. - O músculo oblíquo ventral tem origem em uma depressão na parede ventromedial da órbita, passando lateralmente sob o bulbo do olho e o tendão do músculo reto ventral, antes de se inserir na parte ventrolateral do globo. · Sua contração, se isolada da ação dos outros músculos, rotacionaria o bulbo do olho em torno do eixo visual, de modo que a parte dorsal do globo se movimentaria lateralmente. - O músculo retrator do bulbo fica adjacente ao forame óptico, mas se insere no bulbo na região posterior ao equador. · Ele forma um cone muscular incompleto ao redor do nervo óptico. - O eixo visual não coincide com o eixo do cone orbital. · Essa leve torção é reflexamente impedida pelo músculo oblíquo ventral, resultando em uma elevação suave do polo anterior. · O inverso ocorre na depressão do globo ocular, quando os músculos retos ventrais e oblíquos dorsais estão envolvidos. - Existe um músculo estriado adicional no interior da órbita o músculo da pálpebra superior. · Ele não se une ao globo ocular, mas passa sobre ele para entrar e elevar a pálpebra superior. · Pálpebras e conjuntiva - Pálpebras são 2 pregas musculofibrosas das quais a superior é a mais extensa e mais móvel. · Apresentam 3 camadas pele, 1 camada fibromuscular média e 1 membrana mucosa (conjuntiva). - A camada fibromuscular é formada pelo músculo orbicular do olho, pelo septo orbital, pela aponeurose do músculo levantador e pelo músculo tarsal, liso. - Uma ligeira elevação da mucosa, a carúncula lacrimal, está presente no ângulo medial do olho. - Entre a carúncula lacrimal e o bulbo do olho há uma prega conjuntival orientada dorsoventralmente, conhecida como terceira pálpebra. - A terceira pálpebra é sustentada por uma cartilagem em forma de T, cujo traço superior se localiza na margem livre da prega e a haste se dirige em sentido inverso à da órbita medial do bulbo do olho. · A haste da cartilagem é envolta por uma glândula lacrimal adicional, a glândula da terceira pálpebra. · A terceira pálpebra mantém-se retraída por músculo liso (m. orbital), sob influência simpática. · Ela desliza sobre o bulbo do olho quando ele sofre retração ou tração em direção à órbita. · Aparelho lacrimal - Consiste na glândula lacrimal, glândulas associadas a 3ª pálpebra e outras acessórias. - A glândula lacrimal são achatadas e localiza-se entre o bulbo do olho e a parede dorsolateral da órbita. - Sua secreção é drenada por vários minúsculos ductos em direção ao fórnix dorsal do saco conjuntival, onde se mistura com as secreções de glândulas menos importantes. - O líquido, sendo repelido pela secreção gordurosa das glândulas tarsais ao longo da margem das pálpebras, acumula-se normalmente no ângulo medial do olho, o chamado lago lacrimal, uma depressão rasa que circunda a carúncula lacrimal, antes de ser removido por ação capilar para o sistema de ductos, por meio dos pontos lacrimais. - Cada ponto conduz a um canalículo curto e estreito, por meio do qual o líquido flui até o ducto nasolacrimal, muito mais longo. - O início do ducto nasolacrimal é levemente dilatado, formando o saco lacrimal, que ocupa uma fossa afunilada junto ao anel ósseo da órbita. - O ducto nasolacrimal estende-se rostralmente, primeiro na espessura do maxilar e, em seguida, sobre sua superfície interna, onde é revestido por mucosa nasal. · Irrigação sanguínea do olho - A irrigação é complexa. - Ela adentra a órbita por meio da artéria oftálmica interna rudimentar. - A irrigação principal é realizada pela artéria oftálmica externa, um ramo separado do maxilar, já que ela passa ventral à órbita para irrigar estruturas mais rostrais da face. - As artérias que se originam das artérias oftálmica externa e malar (um ramo menor do maxilar) podem ser divididas em três grupos: (1) as que irrigam o bulbo do olho, (2) as que irrigam os músculos oculares e (3) as que deixam a órbita para suprir as estruturas adjacentes, associadas ou não ao olho. · Inervação do olho - É realizada por 6 nervos cranianos. - O nervo óptico (II) ingressa na órbita pelo forame óptico e passa para as células fotorreceptoras na retina. · Ele é bem frouxo e é revestido por meninges, adquiridas durante seu desenvolvimento como pedículo da cúpula óptica. - O nervo oculomotor (III) está relacionado ao controle do movimento do bulbo do olho, mas ele não inerva todos os músculos oculares. · Penetra na órbita por meio do forame orbital (fissura; forame orbitorredondo em ruminantes e suínos) e emite ramos para os músculos levantadores da pálpebra, os retos dorsal, medial e ventral, o oblíquo ventral e parte dos músculos retratores.- O nervo troclear (IV) acompanha o terceiro nervo e inerva o músculo oblíquo dorsal. - As divisões oftálmicas e maxilar do nervo trigêmeo (V) emitem ramos ao olho. - O nervo abducente (VI) adentra pelo forame orbital, inervando a maior parte dos músculos retrator do bulbo e reto lateral. - O ramo auriculopalpebral do nervo facial (VII) passa entre o olho e a orelha, aproximando-se pela região posterior das pálpebras. · Ele inerva o orbicular do olho. - As fibras nervosas simpáticas originárias do gânglio cervical cranial acompanham as artérias ou o nervo oftálmico até a órbita, onde inervam os músculos orbital e dilatador da pupila. - As fibras nervosas parassimpáticas pré-sinápticas entram na órbita envoltas pelo nervo oculomotor. - Realizam sinapse no gânglio ciliar, e as fibras pós-sinápticas (formadoras dos nervos ciliares curtos) inervam os músculos ciliar e constritor da pupila.
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