Teníase

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PARASITOLOGIA HUMANA 
John Santos 
Teníase 
 Introdução 
A teníase trata-se de uma parasitose 
intestinal que pode causar abdominalgia, 
náuseas, debilidade, perda de peso, 
flatulência, diarreia ou constipação. Na 
maioria das vezes é a assintomática, 
porém, em alguns casos pode ocasionar 
retardo no desenvolvimento das crianças 
e baixa produtividade no adulto. 
A teníase é um importante problema de 
saúde pública, especialmente, no Brasil 
devido ao seu caráter de pais em 
desenvolvimento e aos aspectos políticos 
e socioeconômicos. 
 Agente Etiológico 
Os cestódeos Taenia solium e Taenia 
saginata são os agentes responsáveis 
pela teníase. Essas espécies, 
popularmente conhecidas como 
“solitárias”, são responsáveis pelo 
complexo teníase-cisticercose1. 
Taenia solium e Taenia saginata 
apresentam corpo achatado, dividido em 
escólex ou cabeça, colo ou pescoço e 
estróbilo ou corpo. O escólex situa-se na 
extremidade anterior e funciona como 
órgão de fixação do cestódeo à mucosa 
do intestino delgado humano. Quanto ao 
 
1 Didaticamente, a teníase e a cisticercose são 
duas entidades mórbidas distintas, causadas pela 
mesma espécie. 
estróbilo é preciso ressaltar que Cada 
segmento formado denomina-se 
proglote. As proglotes2, por sua vez, são 
subdivididas em jovens, maduras e 
grávidas. Nelas podem ser visualizados 
órgãos genitais masculinos e femininos, 
demonstrando ser a tênia hermafrodita. 
 
O ciclo das tênias implica dois 
hospedeiros, um definitivo e um 
intermediário, e uma fase de vida livre. 
Em ambas as tênias, o hospedeiro 
definitivo é o ser humano, em cujo 
intestino delgado se alojam. Os 
hospedeiros intermediários de Taenia 
solium são os suínos e os de T. saginata 
são os bovinos, desenvolvendo-se na 
musculatura. 
Os humanos adquirem ao ingerir carne 
contaminada ou mal cozida contendo 
cisticercos. Os cisticercos são liberados 
durante a digestão da carne e o escólex 
desenvagina sob ação da bile, fixando-se 
no intestino delgado. 
2 No caso de T. solium saem passivamente com as 
fezes. Em contraste, as proglotes de T. saginata 
saem ativamente no intervalo das defecações. 
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Na figura abaixo é possível evidenciar o 
ciclo da teníase de forma didática. 
 
↪ 1) Humano portador da tênia adulta eliminando 
proglotes grávidas; 
2) ovos no exterior contaminando ambiente; 
3) suíno ingere ovos; 
4) formação de Cysticercus cellulose nos músculos 
do porco; 
5) homem ingere carne crua com cisticercos; 
estes, ao chegarem ao intestino delgado humano, 
darão o verme adulto, que três meses após a 
infecção começará a eliminar a proglote. 
A T. saginata apresenta ciclo semelhante (2’: 3’: 4’) 
tendo o bovino (3’) como hospedeiro intermediário. 
 
 Patogenia e Sintomatologia 
Em virtude do longo período em que a 
solium ou T. saginata parasita o homem, 
elas podem causar fenômenos tóxicos 
alérgicos, através de substâncias 
excretadas, provocar hemorragias 
através da fixação na mucosa, destruir o 
epitélio e produzir inflamação com 
infiltrado celular com hipo ou 
hipersecreção de muco. 
Além disso, o crescimento acelerado do 
verme demanda bastante suprimento 
nutricional, ocasionando uma competição 
com o hospedeiro. Essa ação espoliativa 
provoca consequências maléficas, como: 
Tonturas, astenia, apetite excessivo, 
náuseas, vômitos, alargamento do 
abdômen, dores de vários graus de 
intensidade em diferentes regiões do 
abdômen e perda de peso. 
Complicações como obstrução intestinal 
provocada pelo estróbilo ou apendicite 
causada pela penetração de uma 
proglote no apêndice, apesar de raras, já 
foram relatadas na literatura. 
 Diagnóstico 
O diagnóstico clínico é difícil, tendo em 
vista que a maioria dos casos é 
assintomático ou apresentam sintomas 
inespecíficos. Portanto, é conveniente a 
comprovação por exames laboratoriais e 
os aspectos epidemiológicos, como: 
procedência do paciente, criação 
inadequada de suínos, hábitos 
higiênicos, serviço de saneamento 
básico, qualidade da água utilizada para 
beber e irrigar hortaliças, ingestão de 
carne de porco malcozida, relato de 
teníase do paciente ou familiar. 
➝PARASITÓLOGICO 
Envolve a pesquisa de proglotes e, mais 
raramente, de ovos de tênia nas fezes 
pelos métodos rotineiros ou pelo método 
da fita gomada. A tamização permite 
recolher as proglotes existentes e 
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identifica-las pela morfologia da 
ramificação uterina. 
➝IMUNOLÓGICO 
Imunofluorescência indireta e o método 
ELISA. 
 Tratamento 
As opções de tratamento para a teníase 
incluem as seguintes drogas: 
Praziquantel, Niclosamida, Mebendazol, 
Albendazol e Nitazoxanida. 
 Profilaxia 
As medidas mais importantes são: 
melhoramento das condições de 
saneamento do meio ambiente; 
tratamento de toda a população; 
melhoramento da criação de animais 
(evitar o acesso de animais a fezes 
humanas); incrementar a inspeção 
veterinária de produtos cárneos; evitar o 
abate e comércio de produtos 
clandestinos; educação em saúde 
enfatizando a adoção de hábitos de 
higiene. 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
NEVES, David Pereira. Parasitologia 
humana. 13. ed. São Paulo: Editora 
Atheneu, 2016. 
PFUETZENREITER, Márcia Regina; 
PIRES, Fernando Dias de Ávila. 
Epidemiologia da teníase/cisticercose por 
Taenia solium e Taenia saginata. Ciência 
Rural, [s. l], v. 30, n. 3, p. 541-548, jun. 
2000. 
TOLEDO, Rômulo César Clemente. 
COMPLEXO TENÍASE/ CISTICERCOSE: 
uma revisão. Higiene Alimentar, [s. l], v. 
32, n. 282/283, p. 30-34, jul./ago. 2018.