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Características Gerais dos Helmintos NEMATELMINTOS (Filo) - CILÍNDRICOS ● Nematódeos (Classe) ○ Ascaris lumbricoides - Ascaridíase ○ Trichuris trichiura - Tricuríase ○ Strongyloides stercoralis – Estrongiloidíase PLATELMINTOS (Filo) - ACHATADOS ● Trematódeos (Classe) ○ Schistosoma mansoni - Esquistossomose ● Cestódeos (Classe) ○ Taenia solium - Cisticercose ○ Taenia saginata – Teníase Teníase e Cisticercose ● Filo: Platyhelminthes ● Classe: Cestoidea ● Ordem Cyclophyllida ● Família: Teniidae ● Espécies: Taenia solium e Taenia saginata Doença: Teníase e Cisticercose Histórico Antes de se descobrir o ciclo biológico das tênias, o verme adulto e as larvas de uma mesma espécie eram denominados como se fossem espécies diferentes. Friedrich Kuckenmeister realizou experimentos na metade do século XIX, alimentando prisioneiros condenados à morte com carne de suíno contendo cisticercos. Após a execução dos prisioneiros, ele recuperou os vermes adultos no intestino, demonstrando que a larva e o verme adulto eram apenas formas evolutivas do mesmo parasita. Teníase, Cisticercose e Esquistossomose Bibliografia Indicada ● Parasitologia Contemporânea - Ferreira ● Microbiologia Médica – Murray ● Microbiologia e Imunologia - Levinson Taenia MORFOLOGIA MORFOLOGIA DO VERME ADULTO Cabeça ou escólex (órgãos de fixação) Pescoço Corpo ou estróbilo (segmentos chamados proglotes) REPRODUÇÃO E CICLO VITAL - OVOS ● Ovos - idênticos nas 2 espécies ● Forma esférica (30 a 40 um) ● Possuem uma membrana espessa e estriada - Embrióforo: resistência no meio ambiente ● Internamente possuem embrião infectante - oncosfera CISTICERCO - FORMA LARVAL Canjiquinha/ pipoquinha 1. Vesícula transparente 2. Presença de escólex (menos desenvolvido) 3. Permanece viável na musculatura do porco por vários anos (T, solium) Os cisticercos são destruídos em 10 min pelo aquecimento a 96°C e em 2 h quando expostos à temperatura de 45°C; 12 h de congelamento a – 20°C também resultam em sua morte. Teníase Desenvolvimento do verme na forma adulto - ingestão do cisticerco - forma larval. T. saginata e T, solium – frequentemente assintomática TRANSMISSÃO DA TENÍASE ● Ingestão da larva (carne) ● Ingestão de carne ou vísceras de bovino (teníase por T. saginata) ou suíno (T. solium) crua ou mal cozida infectada por larvas de Taenia. TENÍASE - CICLO BIOLÓGICO E TRANSMISSÃO 1. O ser humano com Teníase elimina as PROGLOTES GRÁVIDAS, pelas fezes, no meio ambiente, que se rompem e liberam os OVOS. Eventualmente, as proglotes podem se romper ainda no ser humano e os ovos serem eliminados diretamente nas fezes; 2. Uma vez no meio ambiente, os ovos podem ser ingeridos por suínos ou bovinos; 3. No intestino dos animais, as oncosferas (embriões) são liberadas pela ação dos sais biliares, penetram no órgão, através de acúleos e atingem a corrente sanguínea; 4. Na corrente sanguínea, as oncosferas podem penetrar em qualquer tecido e quando isso ocorrer, desenvolvem-se em CISTICERCOS (LARVAS), que permanecem viáveis por alguns meses. O ser humano ingere carne crua ou mal passada, contaminada com cisticercos. 5. No intestino delgado do ser humano, o escólex é liberado pelo cisticerco fixa na mucosa e se desenvolve em um VERME ADULTO (TÊNIA ADULTA). Três meses após a ingestão do cisticerco, as PROGLOTES GRÁVIDAS são liberadas para o meio ambiente, através das fezes. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Assintomático (maioria) Sintomático (dor abdominal, náuseas, vômitos, fraqueza, perda ou aumento do apetite, etc). Os sintomas, geralmente, estão associados ao rápido crescimento do parasito e sua necessidade por nutrientes. Ação espoliativa. O acelerado crescimento do verme adulto requer muito suplemento nutricional, que leva a uma competição com o hospedeiro. Persistência do parasito: ● Ação tóxica: reações alérgicas (toxinas excretadas pelo parasito) ● Ação mecânica: obstrução de apêndice, colédoco e ducto pancreático são complicações que podem acontecer ● Ação espoliativa: hemorragia (fixação na mucosa por um longo período) Cisticercose Taenia solium TRANSMISSÃO ● Ingestão do ovo (água, alimentos, etc) ● Ingestão de ovos viáveis de Taenia solium ○ Hetero-infecção ○ Auto-infecção externa Auto infecção externa: ● Ingestão de proglotes e ovos da própria tênia ● Coprofagia (pacientes psiquiátricos) Auto infecção interna: ● Vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino –proglotes grávidas no estômago Heteroinfecção: ● Ingestão de alimentos e água contaminada com ovos PATOGENIA ● Fase inicial: invasão do embrião (oncosfera): enzimas proteolíticas e os acúleos desempenham importante papel. Os embriões que sobrevivem atingem inúmeros tecidos, notadamente nos sistema nervoso central e nos olhos (mais de 80% dos casos), locais em que o calibre dos vasos é menor e o fluxo sanguíneo mais lento ● Fase intermediária: na qual a resposta imune é demorada e persistente, possibilitando a sobrevivência do cisticerco no hospedeiro imunocompetente. Resposta Th1: resposta protetora. Resposta Th2: favorece a doença ● Destruição do cisticerco por reação inflamatória: formação de granuloma rico em eosinófilos *Os cistos podem ser calcificados ou viáveis MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Neurocisticercose ● Substância cinzenta - mais frequente ● Processo inflamatório (eosinofílico e neutrófilo) e calcificação ● Dores de cabeça com vômitos, ataques epileptiformes, delírio, prostração, alucinações, hipertensão intracraniana (visão pode ser afetada), demência (raro) Cisticercose cardíaca ● Palpitações, ruídos anormais ou dispneia. Cisticercose ocular ● Crescimento da larva: deslocamento da retina ou perfuração da mesma ● Reações inflamatórias ● Consequências: perda parcial ou total da visão/ perda do olho ● Parasito não atinge o cristalino, mas pode causar catarata (opacificação) Cisticercose muscular ● Reação inflamatória local e calcificação (após morte) ● Dor (calcificados ou não) em pernas, região lombar, nuca, etc; fadiga e cãibras. NEUROCISTICERCOSE ● Neurocisticercose (NCC): 90% dos casos - epilepsia, hipertensão intracraniana, meningite, distúrbios psíquicos. Forma assintomática: aproximadamente 50% dos casos de NCC. DIAGNÓSTICO ● Teníase: clínico: inconclusivo/ Complementar: pesquisa de proglotes ou ovos nas fezes. Por que é importante saber de quem é a proglote? ● Cisticercose: clínico: inconclusivo/ Complementar: exame de imagem (cisticerco calcificado) e sorológico (pesquisa de anticorpos) TRATAMENTO ● Teníase: Niclosamida (tenicida), Praziquantel (tenicida e cercaricida) etc., que pode ser acompanhado de purgativos e antieméticos. Os medicamentos, em geral, permitem a morte de tênias inteiras (a morte do colo garante a não produção de proglotes), evitando a auto-infecção interna por T. solium e consequentemente cisticercose. ● Cisticercose: Praziquantel etc. (antiparasitário causa morte no cisticerco, com liberação de líquido antigênico/ reação inflamatória), uso de corticoide, cirurgias em alguns casos. PROFILAXIA ● Teníase: não ingerir carne suína ou bovina crua ou mal passada, qualidade nos criadouros dos animais de consumo (vigilância sanitária, saneamento básico e higiene), tratamento do indivíduo infectado, educação em saúde, destruição dos proglotes com fogo. ● Cisticercose: lavagem e higienização dos alimentos ingeridos crus, lavagem e higienização das mãos, saneamento básico, tratamento de indivíduos com teníase, educação em saúde. TRATAMENTO - GERAL ● Realizado com os anti-helmínticos tradicionais● É necessário fazer controle da cura. Se o escólex do parasita não for eliminado, a eliminação de proglotes e de ovos reinicia poucos meses depois. PREVENÇÃO E CONTROLE: TENÍASE E CISTICERCOSE ● Interrupção do ciclo evolutivo do parasita – diagnóstico e tratamento de indivíduos acometidos pela teníase ● Melhorias das condições sanitárias da população ● Melhorias das condições sanitárias dos criadouros de animais ● Campanhas educativas – adoção de hábitos de higiene adequados ● Inspeção sanitária dos alimentos ● Tratamento carcaças com cisticerco para consumo ○ Congelamento carne -15º C por 6 dias ou - 10º C por 10 dias ○ Salgar a carne por 21 dias ● Controle de abates clandestinos COMO DIFERENCIAR TENÍASE DE CISTICERCOSE? RESPOSTA IMUNOLÓGICA ● Resposta imune adaptativa celular predomínio da resposta Th2 ● Produção de IgE ● Ativação de eosinófilos ● Secreção de muco ● Peristaltismo intestinal Esquistossomose INTRODUÇÃO ● Doença: Esquistossomose ou Esquistossomíase. Conhecida como “xistose”, barriga d’água, mal do caramujo ● Hospedeiro intermediário: moluscos da Família Planorbidae (ex.: Biomphalaria glabrata – Brasil – água doce). ● Doença vinculado ao recurso hídrico e saneamento básico ● Esquistossomose no mundo (África, Ásia e América do Sul) ● Esquistossomose no Brasil (regiões endêmicas: Alagoas, Bahia, Maranhão, Pernambuco e Sergipe, Minas Gerais e Espírito Santo. Há registro de focos de transmissão no Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, São Paulo e Pará) DISTRIBUIÇÃO NO MUNDO ● Schistosoma mansoni ○ África (52 países), Caribe, Mediterrâneo, Oriental, América Latina (Brasil, Venezuela e Ilhas do Caribe) ● Schistosoma japonicum ○ Países asiáticos e Pacífico ● Schistosoma haematobium ○ África (54 países), Mediterrâneo Oriental HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO ● Moluscos da Família Planorbidae ● Várias Espécies do Gênero Biomphalaria ● Água doce ou salobra; infecção por toda vida Espécies brasileiras: ● Biomphalaria glabrata - regiões nordeste e sudeste, Goiás e Paraná ● Biomphalaria tenagophila - região sul ● Biomphalaria straminea - região nordeste SCHISTOSOMA MANSONI – MORFOLOGIAS: OVO E MIRACÍDIO SCHISTOSOMA MANSONI MORFOLOGIAS: CERCÁRIA E ESQUISTOSSÔMULO SCHISTOSOMA MANSONI MORFOLOGIAS: VERMES ADULTO DESENVOLVIMENTO NO MOLUSCO Miracídio (Infecta o molusco) ● (Origina 1 esporocisto primário) Esporocisto Primário ● (Origina 20-40 esporocistos secundários) Esporocisto Secundário ● (Origina 1000-3000 cercárias em 3-4 semanas) Cercária (infecta o homem) RESUMO DAS MORFOLOGIAS CICLO EVOLUTIVO ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA ● Transmissão: penetração ativa da cercária na pele ○ Dermatite cercariana ● Eliminação dos ovos: ○ A partir da 5a semana de infecção (por um período de 6-10 anos, podendo chegar até mais de 20 anos) ● Eliminação das cercárias: ○ A partir 4-7 semanas, por toda a vida (cerca de 1 ano) ● Não ocorre transmissão: ○ Por contato direto ○ Autoinfecção Susceptibilidade à infecção ● Qualquer pessoa, independente de idade, sexo ou grupo étnico, que entre em contato com as cercárias, pode vir a contrair a infecção ● Áreas hiperendêmicas: certo grau de resistência (infecções com carga parasitária menor), com quadro clínico menos grave PATOGÊNESE E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO Direto Parasito, suas partes, ovos, substâncias antigênicas ou fragmentos celulares sendo dos mais frequentes os exames de fezes, biopsia retal. Pesquisa de antígenos circulantes e reação de polimerase em cadeia (PCR) Técnicas quantitativas de sedimentação. Dentre elas, destaca-se a técnica de Kato-Katz. Indireto Exames ultrassonográficos Testes imunológicos de reação intradérmica ou sorológica TRATAMENTO Praziquantel: (antiparasitário) é o medicamento de escolha para tratar a esquistossomose em todas as suas formas clínicas e faixas etárias. o Aumenta o influxo de cálcio e afeta a contração muscular o Liga-se à miosina do parasita (PLoS 2009) Indicação 50 mg/kg de peso do paciente, dose única, por via oral. Crianças: 60 mg/kg de peso, dose única, por via oral. Critério de cura pós-tratamento: exames de fezes negativo por mais de 4 meses CONTROLE Tratamento dos doentes: problemas Controle do molusco (drogas ou biológico) Saneamento básico e educação
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