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Giardíase: Parasitose Intestinal

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PARASITOLOGIA HUMANA 
John Santos 
Giardíase 
 Introdução 
A giardíase trata-se de uma parasitose 
intestinal amplamente distribuída pelo 
mundo, com alta prevalência nos países 
emergentes, a exemplo do Brasil. Nessas 
áreas, a giardíase é uma das principais 
causas de diarreia entre crianças, as 
quais em consequência da infecção, 
muitas vezes, apresentam problemas de 
má absorção e retardo no 
desenvolvimento. 
Nestes termos, a giardíase é um 
importante problema de saúde pública. 
Não à toa, a Organização Mundial da 
Saúde (OMS) incluiu a giardíase no grupo 
de doenças negligenciadas. 
 Agente Etiológico 
A Giardia intestinalis (Giardia duodenalis, 
Giardia lamblia) é um protozoário 
flagelado. Apresenta duas forma 
evolutivas: o cisto (A) e o trofozoíto (B). 
CISTO➝ Formato oval. No seu interior 
encontram-se 2 ou 4 núcleos. Trata-se da 
forma infectante do parasito. 
TROFOZOÍTO➝ Formato de pera. O 
trofozoíto apresenta um disco em forma 
de ventosa, denominado disco ventral, 
adesivo ou succional, os quais 
possibilitam a fixação do parasito à 
superfície das células da mucosa 
Intestinal. O trofozoíto possui ainda 4 
pares de flagelos. No seu interior, são 
encontrados 2 núcleos. 
. 
A Giardia possui ciclo biológico 
monoxênico, ou seja, há apenas o 
hospedeiro definitivo. O ciclo inicia-se 
com a ingestão do cisto. A transmissão 
pode ocorrer por meio de água e 
alimentos contaminados. Além disso, 
deve-se ressaltar a transmissão direta 
pelas mãos (fecal -oral). O 
desencistamento é iniciado no 
estômago devido ao pH ácido e completa-
se no duodeno e jejuno, onde ocorre a 
colonização do intestino delgado pelos 
trofozoítos. Os trofozoítos, por sua vez, 
multiplica-se por divisão binária. O ciclo 
se completa pelo encistamento do 
parasito e sua eliminação para o meio 
exterior. 
 PARASITOLOGIA HUMANA 
John Santos 
 
 Patogênese 
O processo patológico depende 
significativamente do número de 
parasitos que colonizam o intestino 
delgado, da cepa do protozoário e do 
sinergismo entre bactérias e fungos, além 
de fatores inerentes ao hospedeiro, como 
hipocloridria 
E deficiência de IgA e IgE na mucosa 
digestiva. 
Nesse sentido, uma alta carga parasitária 
pode provocar ação irritativa, além da 
formação de uma barreira mecânica 
Todos dificultam a absorção de nutrientes 
importantes, como vitaminas 
lipossolúveis, ácidos graxos, vitamina 
B12, ácido fólico e ferro. 
Ocorrem também lesões ocasionadas 
pelos trofozoítos fortemente aderidos ao 
epitélio intestinal ao nível das 
microvilosidades. Os danos estruturais 
provocam redução da área de superfície 
das microvilosidades e, 
consequentemente, diminui a eficiência 
da digestão. 
 
↪ Presença de Giardia nas vilosidades. Na 
imagem, é possível notar alterações nas 
microvilosidades. 
 Aspectos clínicos 
A giardíase apresenta um espectro 
clínico diverso. Geralmente, os casos são 
assintomáticos. Porém, a doença pode 
sintomas mais severos; as crianças 
pequenas podem, em raros casos, evoluir 
com hemorragia retal e fenômenos 
alérgicos. 
A manifestação clínica mais frequente é a 
síndrome diarreica. As fezes são 
pastosas, abundantes, fétidas e com 
predomínio de muco. Em crianças 
pequenas, pode ocorrer: diarreia, 
esteatorreia, irritabilidade, náuseas e 
vômitos. 
Os quadros crônicos de giardíase estão 
associados à má absorção e, 
consequentemente, podem cursar com 
perda de peso, redução do ganho de 
peso e desenvolvimento insuficiente. Ou 
 PARASITOLOGIA HUMANA 
John Santos 
seja, essas deficiências nutricionais 
podem não ocasionar agravos sérios em 
adultos, contudo em crianças, podem ter 
efeitos graves. 
 Diagnóstico 
A clínica é inespecífica. Contudo, Em 
crianças de oito meses a 10-12 anos, a 
sintomatologia mais indicativa de 
giardíase é diarreia com esteatorreia, 
irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, 
perda de apetite (acompanhada ou não 
de emagrecimento) e dor abdominal. 
OBS: Os sintomas apenas indicam. 
Portanto, é conveniente a 
comprovação por exames 
laboratoriais. 
➝PARASITÓLOGICO para a 
identificação de cistos1 ou trofozoítos nas 
fezes. 
➝IMUNOLÓGICO 
Imunofluorescência indireta e o método 
ELISA. 
 Tratamento 
➝ Secnidazol 2g VO em dose única para 
adultos, e 30mg/kg ou 1ml/kg para 
crianças, em dose única, após refeição. 
➝Tinidazol 2g VO, em dose única. 
➝Metronidazol 250mg duas vezes ao 
dia, por cinco dias, para adultos; em 
crianças, 15mg/kg/dia, VO, divididos em 
 
1 Os cistos são encontrados nas fezes da maioria 
dos indivíduos com giardíase 
duas tomadas, por cinco dias, não 
ultrapassando 250mg. 
 Profilaxia 
As medidas mais importantes são: 
- Saneamento básico; 
- Cuidados com a higiene pessoal; 
- Ingestão de água tratada ou fervida; 
- Adequada preparação e conservação 
dos alimentos; 
- Tratamento dos doentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
NEVES, David Pereira. Parasitologia 
humana. 13. ed. São Paulo: Editora 
Atheneu, 2016. 
SANTANA, Luiz Alberto et al. Atualidades 
sobre giardíase. J. Bras. Med, [s. l], v. 
102, n. 1, p. 7-10, jan./fev. 2014.

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