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Encefalopatia e hipertensão portal

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Encefalopatia Hepática 
A encefalopatia hepática é uma 
complicação potencialmente fatal, 
ocorre com insuficiência hepática 
profunda; passagem de substâncias 
tóxicas para o cérebro. 
Fatores causadores: digestão de 
proteínas, diurese excessiva, 
desidratação, infecções, febre, 
cirurgia, medicamentos (bzd – 
clonazepam), níveis elevados de 
manganês. 
AMÔNIA: provém da digestão 
enzimática e bacteriana de 
proteínas nutricionais e sanguíneas 
no sistema digestório. Ela pode 
aumentar em consequência do 
sangramento GI, dieta 
hiperproteica, infecção bacteriana 
ou uremia. A amônia sérica pode 
ser diminuída pela eliminação da 
proteína da dieta e administração 
de agentes antibióticos que irão 
reduzir o número de bactérias que 
convertem ureia em amônia. 
Manifestações clínicas: confusão 
leve e alterações do humor, 
padrões alterados de sono, 
dificuldade em acordar, 
desorientado quanto a tempo e 
espaço, asterixe, hálito hepático. 
Com o agravamento, reflexos 
desaparecem, membros tornam-se 
flácidos, pode apresentar coma 
franco e crises convulsivas, apraxia 
de construção. 
Paciente torporoso: apresenta 
retirada somente a estímulos 
dolorosos. O coma é um estado de 
arresponsividade. 
Manejo clínico: 
 Lactulose: reduz níveis 
séricos de amônia, atuando 
por meio de retenção nas 
fezes. 2 ou 3 evacuações por 
dia são desejáveis. Atentar 
quanto a efeitos colaterais. 
 Glicose IV: minimizar 
degradação de proteínas, 
adm vitaminas e eletrólitos. 
 Antibióticos: neomicina, 
metronidazol e rifaximina. 
 Sedativos, tranquilizantes e 
analgésicos devem ser 
interrompidos. 
 Adm antagonistas 
benzodiazepínicos 
(flumazenil). 
Manejo de Enfermagem: 
 Manter ambiente seguro. 
 Administrar tratamentos 
prescritos e atentar quanto 
efeitos colaterais. 
 Avaliar estado neurológico e 
mental. 
 Registrar equilíbrio hídrico e 
peso corporal, SV 4/4h. 
 Avaliar locais potenciais de 
infecção. 
 Monitorar diariamente níveis 
séricos de amônia. 
 Incentivar respiração 
profunda e mudanças de 
decúbito. 
 Instruir a família e observar 
aparecimento de sinais de 
encefalopatia recorrente. 
Orientar sobre ingestão 
calórica e proteica. 
 Instruir o paciente sobre 
maneiras de administrar a 
lactulose e monitorar efeitos 
colaterais. 
 
Hipertensão Portal 
É a pressão aumentada em todo o 
sistema portal venoso, que resulta 
da obstrução do fluxo sanguíneo 
dentro e através do fígado. Está 
comumente associado à cirrose 
hepática. 
Manifestações clínicas: 
esplenomegalia com ou sem 
hiperesplenismo, circulação 
colateral tipo porta, varizes de 
esôfago, ascite e peritonite 
bacteriana espontânea, varizes de 
reto, encefalopatia hepática, 
Fisiopatologia da ascite: a ascite é 
decorrente de uma vasodilatação 
arterial esplâncnica, diminuição do 
volume sanguíneo arterial 
circulante, ativação do sistema R-
AGT-ALD, sistema nervoso 
simpático, e hormônio antidiurético. 
Ocorre retenção renal de sódio e 
água, hipervolemia, causando uma 
ativação persistente dos sistemas 
para retenção de sódio e água, 
formação de ascite e edema. 
Manifestações clínicas: aumento da 
circunferência abdominal, rápido 
ganho de peso, falta de ar, 
desconforto, estrias e veias 
distendidas visíveis no abdome. 
Com frequência ocorrem hérnias 
umbilicais e desequilíbrios 
eletrolíticos. 
Manejo clínico: terapia nutricional 
com equilíbrio de sódio negativo, 
para reduzir retenção de líquido 
(evitar consumo de sal); terapia 
farmacológica com agentes 
diuréticos (espironolactona, 
furosemida); repouso no leito (a 
postura ereta está associada à 
ativação do sistema R-AGT-ALD; 
paracentese (remoção de líquido 
da cavidade peritoneal por meio de 
punção). Ainda há a opção de 
inserção de um shunt 
peritoniovenoso. 
Manejo de Enfermagem: 
 Avaliação e documentação 
de equilíbrio hídrico, 
circunferência abdominal e 
pesagem diária. 
 Monitoramento do estado 
respiratório e níveis séricos 
de amônio, creatinina e 
eletrólitos. 
 Orientar paciente quanto ao 
plano de tratamento, 
incluindo a necessidade de 
evitar consumo de bebida 
alcoólica, dieta com baixo 
teor de sódio, tomar 
medicamentos conforme 
prescrição e verificar com o 
médico antes de tomar 
qualquer outro. 
Varizes Esofágicas 
O sangramento ou hemorragia de 
varizes esofágicas constitui uma 
das principais causas de morte em 
pacientes com cirrose. Consistem 
em veias sinuosas dilatadas, 
encontradas na submucosa da 
parte inferior do esôfago; condição 
causada por hipertensão portal. 
Fatores de risco: esforço muscular 
com objetos pesados, esforço na 
defecação, espirros, tosses ou 
vômitos, esofagite, irritação dos 
vasos por alimentos ou líquidos, 
refluxo do conteúdo gástrico ou 
medicamentos (salicilatos). 
Manifestações clínicas: 
hematêmese, melena, deterioração 
geral do estado mental ou físico, 
presença de sinais e sintomas de 
choque (pele fria e pegajosa, 
hipotensão arterial, taquicardia). 
Manejo clínico: transferência do 
paciente para UTI (avaliação da 
extensão do sangramento e 
monitoramento de SV constantes), 
CVC ou cateter de artéria 
pulmonar para monitorar volume 
sanguíneo; adm oxigênio e líquidos 
IV, eletrólitos e expansores de 
volume; terapia farmacológica com 
octreotida, somatostatina, 
vasopressina, agentes 
betabloqueadores, nitratos; 
tamponamento por balão, terapia 
com laqueadura esofágica, TIPS. 
Manejo cirúrgico: laqueadura 
cirúrgica direta das varizes, shunt 
portossistêmico, desvascularização 
e transecção. Adesivos teciduais e 
cola de fibrina, stents expansíveis 
revestidos. 
Manejo de Enfermagem: 
 Monitorar estado físico do 
paciente e avaliar respostas 
emocionais e estado 
cognitivo; 
 Monitorar SV, PA; 
 Realizar exame neurológico, 
atentar sinais de 
encefalopatia; 
 Avaliar estado nutricional, 
iniciar NP; 
 Após cirurgia, buscar sinais 
de sangramento, perfuração 
ou pneumonia, administrar 
antiácidos; 
 Ajudar o paciente a evitar 
esforços e vômitos – realizar 
aspiração gástrica; 
 Fornecer higiene oral 
frequente e aplicar gazes 
úmidas nos lábios. 
 Adm terapia com vit K e 
transfusões de sangue; 
 Proporcionar ambiente 
tranquilo para reduzir 
ansiedade e agitação; 
 Fornecer apoio e explicações 
cuidados durante e após 
intervenções; 
 Monitorar rigorosamente o 
paciente para detectar e 
tratar complicações.

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