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Enfermagem em Clínica Médica COLÉGIO E CURSO DINÂMICO HABILITAÇÃO: TÉCNICO EM ENFERMAGEM PROFESSOR: BRUNO NOGUEIRA (ENFERMEIRO) Assistência de Enfermagem ao Paciente Clínico Assistência de Enfermagem ao Paciente Clínico • Desde os tempos de Florence Nightingale, que em 1858, escreveu que a meta da enfermagem era "deixar o paciente na melhor condição que a natureza pudesse atuar sobre ele", os expoentes da enfermagem descreveram-na como uma arte e uma ciência. • A America Nurses Association (ANA) definiu a enfermagem como o diagnóstico e tratamento das respostas humanas à saúde e a doença. • O paciente que procura atendimento para um problema é, além de uma pessoa, um membro de uma família e um cidadão na comunidade. Dentre as funções importantes da enfermagem na prestação de cuidados de saúde estão a de identificar as necessidades imediatas do paciente e a de empreender as medidas para abordá-las. Assistência de Enfermagem ao Paciente Clínico • Saúde - A percepção da saúde depende de como esta é definida. • OMS - "estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença e enfermidade". • O conceito de um continuum de saúde-doença possibilita uma maior gama na descrição do estado de saúde de uma pessoa. • O bem-estar implica ser pró-ativo e envolver pessoas em esforços na direção de um estado de bem-estar físico, psicológico e espiritual, no qual elas se vêem e se sentem melhores. • A meta dos profissionais de saúde consiste em promover as mudanças positivas que visem a saúde e ao bem-estar. Assistência de Enfermagem ao Paciente Clínico • O serviço de enfermagem tem como finalidade primordial a prevenção e a promoção da assistência. Promover assistência envolve a administração direta de cuidados aos pacientes e o planejamento e gestão dessa assistência. • O cuidado é a marca e o núcleo do processo de trabalho de enfermagem. Assistência de Enfermagem ao Paciente Clínico • A evolução de enfermagem e sua consolidação enquanto ciência é caracterizada pela construção de um corpo de conhecimento próprio no decorrer de sua história, mas especificamente a partir da década de 50. • Dentro desse corpo de conhecimentos, baseado em teorias de enfermagem, surge o processo de enfermagem (PE), sendo a representação do mecanismo por meio do qual esses conhecimentos são aplicados a prática profissional. • Trata- se de um método que organiza a forma de cuidar do paciente, seguindo alguns passos previamente estabelecidos. Dentre as vantagens de utilizar-se de um método como estratégia para organização da assistência de enfermagem está à sustentação de um padrão mínimo de qualidade da assistência e um melhor sistema de registro de informações sobre o paciente. Assistência de Enfermagem ao Paciente Clínico • O Processo de enfermagem é a dinâmica das ações sistematizadas e interrelacionadas, que viabiliza a organização da assistência de enfermagem. Representa uma abordagem de enfermagem ética e humanizada, dirigida a resolução de problemas, atendendo as necessidades de cuidados de saúde e de enfermagem de uma pessoa. • A SAE é uma metodologia científica de que o profissional enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência aos pacientes. • A enfermagem como ciência deve estar pautada em uma ampla estrutura teórica, aplicada a prática por meio do PE, porém é necessário que o processo seja guiado por uma teoria de enfermagem a fim de tornar mais operacionalizáveis os resultados da assistência prestada aos pacientes. Assistência de Enfermagem ao Paciente Clínico • A clínica médica é um setor hospitalar onde acontece o atendimento integral do indivíduo adulto que se encontra em estado crítico ou semicrítico, que não são provenientes de tratamento cirúrgico e ainda aqueles que estão hemodinamicamente estáveis, neste setor é prestada a assistência integral de enfermagem aos pacientes de média complexidade. • A clínica médica é um setor onde temos pacientes com as mais diversas doenças, e é um setor que tem uma ligação direta com a maioria dos setores do hospital e que para isso compreende um grupo de especialidades médicas desenvolvidas dentro de uma unidade hospitalar, organizada segundo uma série de requisitos, onde o paciente internado é submetido a exames clínicos, físicos, laboratoriais, e especiais com a finalidade de definir um diagnóstico e, a seguir um tratamento específico. Assistência de Enfermagem ao Paciente Clínico • A enfermagem na clínica médica tem o papel de propiciar a recuperação dos pacientes para que alcancem o melhor estado de saúde física, mental e emocional possível, e de conservar o sentimento de bem estar social e espiritual dos mesmos, sempre envolvendo e capacitando-os para o auto cuidado juntamente com os seus familiares, prevenindo doenças e danos, visando a recuperação dentro do menor tempo possível ou proporcionar apoio e conforto aos pacientes em processo de morrer e aos seus familiares, respeitando as suas crenças e valores. Assistência de Enfermagem ao Paciente Clínico • Como profissional da enfermagem você irá se deparar com muitas situações clínicas envolvendo clientes, membros da família, a equipe da saúde e da própria enfermagem. • Quando um cliente apresenta um novo conjunto de sintomas, pede a você para reconfortá-lo ou precisa de um procedimento, é importante pensar criticamente e fazer julgamentos sensatos de modo que o cliente receba o melhor cuidado de enfermagem. Assistência de Enfermagem ao Paciente Clínico Ao cuidar de um cliente, pense sempre bem adiante e faça essas perguntas: • Qual é o estado do cliente agora? • Como ele pode se alterar e por quê? • O que eu sei para melhorar a condição do cliente? • De que maneira uma terapia específica vai afetar o cliente? Não deixe seu pensamento se tornar rotineiro e padronizado. Em vez disso, aprenda a olhar além do óbvio em qualquer situação clínica, explorar as respostas do cliente as alterações de saúde e reconhecer as providências que são necessárias para beneficiar o cliente. Assistência de Enfermagem ao Paciente com Afecções do Sistema Respiratório DISTÚRBIOS PULMONARES OBSTRUTIVOS CRÔNICOS: • DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) • ENFISEMA • BRONQUITE CRÔNICA • ASMA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA • DPOC - É uma estado patológico caracterizado por limitação do fluxo de ar que não é totalmente reversível. • Pode incluir as doenças que causam limitação do fluxo de ar, como enfisema, brônquite crônica, ou qualquer combinação desses distúrbios. • A DPOC pode copexixtir com a asma. Ambas apresentam os mesmo sintomas; no entanto, os sintomas são mais variáveis na asma. FISIOPATOLOGIA • Limitação do fluxo de ar progressiva • Resposta inflamatória anormal Brônquite Crônica Definida como a presença de tosse e produçã de escarro durante, pelo menos, 3 meses a cada dois anos consecutivos. • Aumento do número de glândulas secretoras de muco e células caliciformes. • Função ciliar reduzida e produção de mais muco. • Espessamento da parede brônquica e estreitamento da sua luz; • Bronquiolos podem tornar-se lesionados e fibrosados • Função alteradas dos macrofagos alveolares • Aumento da suscetibilidade a infecções respiratórias Enfisema Pulmonar • É um termo patológico que descreve uma distensão anormal dos espaços aéreos além dos bronquíolos terminais, com a destruição das paredes dos alvéolos. • Comprometimento da troca gasosa (O² - CO²); • Diminuição progressiva da área de superfície alveolar; • Redução do leito capilar; • Aumento do espaço morto; • Hipercapnia; • Expiração torna-se ativa e requer esforço muscular. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA FATORES DE RISCO • Tabagismo; • Exposição prolongada e intensa a substâncias químicas, poeiras ocupoacionais; • Deficiencia de alfa-antitripsina DOENÇA PULMONAR OBSTRUTUVA CRÔNICA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Três sintomas principais: • Tosse crônica, produção de escarro e dispneia de esforços.Outros achados relacionados: • Perda de peso • Torax em barril DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA HISTÓRICO E ACHADOS DIAGNÓSTICOS • Exposição a fatores de risco • História clínica pregressa • História familiar • Padrão de desenvolvimento de sintomas • História de exarcebações • Morbidades • Pertinência dos tratamentos • Impacto sobre a vida DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA HISTÓRICO E ACHADOS DIAGNÓSTICOS Achados Físicos • Inspeção - cianose central, anormalidades da parede torácica, FR aumentada, uso de musculos acessórios, edema. • Palpação e percussão - batimento cardiaco apical, hiperinsuflação. • Ausculta – MV diminuído, sibilos, bulhas cardíacas. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA HISTÓRICO E ACHADOS DIAGNÓSTICOS • Espirometria • A DPOC é definida como uma relação VEF/CVF de menos de 70%. • Testes de reversibilidade com broncodilatadores; • Gasometria arterial na DPOC avançada • Triagem para deficiencia de alfa-antitripsina DPOC – Classificação de acordo com a gravidade DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA TRATAMENTO • Cessação do tabagismo Terapia farmacológica: • Broncodilatadores • Corticosteróides • Oxigenioterapia Tratamento cirúrgico: • Bulectomia; • redução de volume pulmonar; • transplante. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA DIRETRIZES DO CUIDADO PARA O PACIENTE COM DPOC • OXIGENAÇÃO/VENTILAÇÃO • CIRCULAÇÃO/PERFUSÃO • LIQUIDOS/ELETRÓLITOS • MOBILIDADE/SEGURANÇA • INTEGRIDADE CUTÂNEA • NUTRIÇÃO • CONFORTO/CONTROLE DA DOR • PSICOSSOCIAL • EDUCAÇÃO EM SAÚDE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (alguns exemplos relacionados a OXIGENAÇÃO/VENTILAÇÃO) • Troca Gasosa Prejudicada, relacionada a desequilibrio na ventilação-perfusão, mudanças na membrana alveolo-capilar; caracterizado por hipercapnia PaCO² acima de 45mmHg, hipoxia PaO² abaixo de 50mmHg, cianose, confusão, dispneia, taquicardia. • Ventilação Espontânea Prejudicada, relacionado a fadiga da musculatura respiratória; caracterizado por volume corrente diminuido, uso da musculatura acessória, dispneia. • Padrão Respiratório Ineficaz, relacionado deformidade da parede do torax, dor, dano cognitivo, caracterizado por capacidade vital diminuida, profundidade respiratória alterada. ASMA • Doença inflamatória das vias aéreas • Caracterizada por hiperreatividade, edema de mucosa, e produção de muco. • Limitação do fluxo de ar REVERSÍVEL • Inflamação Crônica da submucosa ASMA FISIOPATOLOGIA • Caracterizada por ativação dos mastócitos • Infiltração de celulas inflamatórias • Edema • Ruptura do epitélio brônquico • Hiperplasia das celulas caliciformes • Espessamento da musculatura lisa ASMA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Três sintomas mais comuns: tosse, dispneia e sibilância • Sintomas e padrões dos sintomas • Fatores precipitantes e agravantes • Tratamento atual • Testes alergicos • Medições da CVF, VEF • Razão VEF/CVF menos que 65% ASMA TRATAMENTO Conduta farmacológica Broncodilatadores Xantinas Antiinflamatórios esteroides Educação em saúde PNEUMONIA CONCEITOS • Infecção comum, encontrada tanto na comunidade quanto no hospital, apesar dos esforços na identificação de pessoas de risco e na implemetação de medidas preventivas. • Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) - ocorre em um indivíduo que não permabeceu hospitalizado ou que não residiu em uma instituição de cuidados prolongados por mais de 14 dias antes do aparecimento dos sintomas. • Pneumonia Hospitalar Adquirida (PHA) - ocorre dentro de mais de 48 horas após a internação, o que exclui a infecção em fase de incubação no momento da internação do indivíduo. • Pneumonia Associada ao Ventilador (PAV) - é definida como a ocorrência de pneumonia dentro de mais de 48 a 72 horas após a intubação. • Pneumonia Associada a Cuidados Médicos (PACM) - pneunmonia em qualquer paciente que foi internado em um hospital de cuidado agudos por 2 ou mais dias dentro de 90 dias de infecção; que residiu em instituição de cuidasdos prolongado; que recebeu antibióticoterapia intravenosa ou cuidados de ferida nos ultimos 30 dias. PNEUMONIA ETIOLOGIA Inflamação do parenquima pulmonar causada por vírus, bactérias, micoplasma, fungos, outros agentes infecciosos e corpos estranhos. • Os fatores etiológicos podem ser utilizados para classificar a pneumonia em típica e atípica. • Pneumonia típica - causada por patógenos com S. pneumoniae, Streptococcus pyogenes e S. aureus. Resulta da multiplicação das bactérias nos alveolos, provocando inflamação e acumulo de liquido no interior destes. • Pneumonia atípica - causada por patógenos como Mycoplasma pneumoniae, C. pneumoniae, Vírus influenza, Adenovírus e espécies de Legionella. Provocam alterações nos septos alveolares e no interstício pulmonar. FISIOPATOLOGIA • Resposta inflamatória ao corpo estranho inalado ou aspirado ou a multiplicação descontrolada de microorganismos que invadem o trato respiratório inferior. • Acúmulo de neutrófilos e outras citocinas pró- inflamatórias. • Meios pelos quais os patógenos penetram no trato respiratório inferior: broncoaspiração, inalação, disseminação hematogênica, e translocação. • Fatores de risco: condições que aumentam a colonização da orofaringe, condições que favorecem a broncoasiração, intubação prolongada, e fatores do hospedeiro. PNEUMONIA PNEUMONIA HISTÓRICO • Fatores de risco e sintomas ACHADOS FÍSICOS • Exame cardiovascular e pulmonar abrangente. • Sinais de hipoxia e dispneia. • Tosse e produção de escarro acompanhados por febre e calafrios • MV diminuido, estertores crepitantes • Sintomas extrapulmonares EXAMES DIAGNÓSTICOS • RX de tórax PNEUMONIA TRATAMENTO • ANTIBIOTICOTERAPIA • É a pedra angular dp tratamento • TERAPIA DE APOIO • Oxigenio • Ventilação mecânica • Higienização pulmonar DERRAME PLEURAL FISIOPATOLOGIA • É acumulo de líquido pleural, devido a uma velocidade aumentada de formação do líquido, a uma velocidade diminuída de remoção do líquido ou ambas. Mecanismos envolvidos: • Pressão aumentada mos linfáticos ou capilares subpleurais • Permeabilidade capilar aumentada • Pressao coloidosmótica diminuida do sangue • Pressão negativa intrapleural aumentada • Drenagem linfática prejudicada do espaço pleural DERRAME PLEURAL FISIOPATOLOGIA • TRANSUDATOS - infiltrado de plasma, indicativo de mebranas pleurais não comprometidas. É causado por fatores sistêmicos que afetam a formação e absorção do líquido pleural. Principais causas: ICC, Atelectasia • EXSUDATOS – extravasamento de líquido por um leito capilar lesionado para dentro da pleura ou do pulmão adjacente. Principais causas: Pneumonia, Neoplasia. Hemotórax - é um derrame pleural exsudativo sanguinolento. O trauma é a causa mais comum. Empiema - presença de pus na cavidade pleural. Quilotorax - presença de substância gordurosa no espaço pleural. DERRAME PLEURAL • HISTÓRICO • Falta de ar, dor torácíca pleurítica • Taquipnéia, hipoxemia, MV diminuído • Exames diagnósticos • Rx de torax • TC, Ultrassom DERRAME PLEURAL TRATAMENTO • É necessário tratar a causa subjacente. • Remoção do derrame pleural por toracocentece ou a colocação de um dreno torácico. EDEMA PULMONAR • Definido como o acumulo anormal de líquido no tecido pulmonar, no espaço alveolar ou em ambos. É uma condição grave com risco de vida. FISIOPATOLOGIA • Pressão microvascular aumentada devido a função cardiaca anormal. • Refluxo de sangue para dentro da vasculatura pulmonar decorrente da função ventricular esquerda inadequada. • Liquido extravasa para dentro do espaço intersticial e alvéolos. • Hipervolemia • Pneumectomia EDEMA PULMONAR MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Angústia respiratória crescente caracterizada por dispneia, fome de ar e cianose central. • A medida que o liquido extravasa para os alveolos e se mistura com o ar, forma-se uma espuma que o paciente expectora, com frequência manchadas de sangue. • Confuso ou torporoso. • Ausculta – estertores nas bases • Hipoxemia • Taquicardia EDEMA PULMONAR TRATAMENTO Focaliza a correçãodo distúrbio subjacente. Meta: melhoria da função cardiaca. • Vasodilatadores, inotrópicos • Diuréticos • Oxigênio EMBOLIA PULMONAR • Ocorre quando um trombo que se desprende e migra para as artérias pulmonares provoca obstrução de parte da árvore vascular pulmonar. • Habitualmente resulta de trombose venosa profunda. • Causas não trombóticas incluem gordura, ar. EMBOLIA PULMONAR FISIOPATOLOGIA Triade de Virchow : • Estase venosa - imobilidade, ICC, desitratação, veias varicosas. • Hipercoagulabilidade – trauma, cirurgia, neoplasia. • Lesão da parede venosa – aderência e agregação de plaquetas. EMBOLIA PULMONAR TRATAMENTO • Heparina e agentes trombolíticos • A antigoagulação com heparina é o pilar do tratamento. • A terapia trombolítica só é recomendada para pacientes com embolia pulmonar maciça aguda que estão hemodinamicamente instáveis e não sdão propensos a sangramento. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA • É uma deterioração súbita e potencialmente fatal na troca gasosa pulmonar, resultando em retenção de dióxido de carbono e oxigênação inadequada. • A troca de oxigênio por dióxido de carbono nos pulmões não pode se compatibilizar com a velocidade de comsumo de oxigênio e de produção de dióxido de carbono pelas células do organismo. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA FISIOPATOLOGIA • É definida como uma PaO² de 50 mmHg ou menos, uma PaCO² maior que 50 mmHg e um pH arterial menor que 7,35. • Pode ser causada por várias doenças pulmonares e não pulmonares. • A hipoxia afeta todos os órgãos e tecidos, e a hipercapnia prejudica as funções celulares. Hipoxia e Hipercapnia podem ter efeitos acentuados, como: • Resistência vascular pulmonar aumentada; • Cor pulmonale; • Insuficiência cardíaca direita; • Função ventricular esquerda prejudicada; • Débito cardíaco reduzido; • Edema pulmonar cardiogênico; • Fadiga diafragmática. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA CLASSIFICAÇÃO Insuficiência Respiratória Hipoxêmica (Tipo I) • Transporte de O² anormal secundário à doença do parênquima pulmonar. • Incapacidade de alcançar a oxigenação adequada • PaO² de 50 mmHg ou menos e uma PaCO² de 40 mmHg ou menos • Desequilibrio da ventilação/perfusão Insuficiênica Respiratória Hipercápnica (Tipo II) • Ventilação alveolar inadequada – acentuada elevação do CO² com preservação relativa do O². • Estimulo ventilatório diminuido, falência ou fadiga da musculatura respiratória e aumento do esforço respiratório INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Os sinais iniciais são aqueles associados a oxigenação prejudicada e podem incluir a inquietação, fadiga, cefaléia, dispinéia, fome de ar, taquicardia, e aumento da PA. • A medida que progride a hipoxia, os sinais incluem confusão, letargia, taquicardia, taquipnéia, cianose central, e por fim, parada respiratória. • Achados Físicos: uso de musculatura acessória,, MV diminuídos. INSUFUCIÊNCIA RESPIRATÓRIA TRATAMENTO • Corrigir a causa subjacente e restaurar a troca gasosa adequada no pulmão. • Intubação e ventilação mecânica podem ser necessárias para manter a ventilação e oxigenação adequadas enquanto a causa subjacente é corrigida. MODALIDADES DE CUIDADO RESPIRATÓRIO CUIDADO RESPIRATÓRIO Provas de função pulmonar • As provas de função pulmonar (PFP) são realizadas rotineiramente nos clientes com distúrbios respiratórios crônicos. Esses testes são realizados para avaliar a função respiratória e determinar o grau de disfunção. • As PFP facilitam a triagem dos clientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de grande porte, o monitoramento da evolução dos clientes com doença respiratória diagnosticada e a avaliação da resposta ao tratamento. Esses exames são úteis como testes de triagem nas atividades ocupacionais potencialmente perigosas (p. ex., mineração de carvão e atividades que envolvam exposição ao asbesto e outras fumaças, poeiras ou gases tóxicos). Gasometria arterial • As determinações do pH sanguíneo e das pressões arteriais de oxigênio e dióxido de carbono são realizadas para tratar clientes com distúrbios respiratórios e ajustar a oxigenoterapia, conforme a necessidade. A pressão arterial de oxigênio (PaO2 ) indica o grau de oxigenação do sangue, enquanto a pressão arterial de dióxido de carbono (PaCO2 ) reflete a adequação da ventilação alveolar (i. e., o grau de eficiência com que o CO2 é eliminado do corpo). • A gasometria arterial (GA) ajuda a avaliar a capacidade de os pulmões fornecerem quantidades adequadas de oxigênio e removerem o dióxido de carbono, bem como a capacidade de os rins reabsorverem ou excretarem íons bicarbonato para manter o pH normal do corpo. A gasometria arterial é realizada por punção da artéria radial, braquial ou femoral, ou por um cateter arterial de longa permanência. Antes de obter uma GA da artéria radial, é necessário testar a perviedade da artéria ulnar por meio do teste de Allen. CUIDADO RESPIRATÓRIO Oximetria de pulso • A oximetria de pulso é uma técnica não invasiva de monitoramento contínuo da saturação de oxigênio da hemoglobina (SaO2 ). Quando a saturação de oxigênio é determinada pela oximetria de pulso, o exame é descrito como SpO2. • Embora a oximetria de pulso não substitua a GA, ela é um recurso eficaz para monitorar alterações súbitas ou sutis da saturação de oxigênio. Um sensor (ou sonda) é fixado à ponta de um dedo bem perfundido, à fronte, ao lobo da orelha ou à ponte nasal. O sensor detecta alterações dos níveis de saturação de oxigênio monitorando os sinais luminosos emitidos pelo oxímetro e refletidos pelo sangue pulsando através dos tecidos sob a sonda. • Os valores normais de SpO2 variam de 95 a 100%. Valores inferiores a 90% indicam oxigenação inadequada e requerem avaliação mais detalhada. CUIDADO RESPIRATÓRIO VIAS RESPIRATÓRIAS ARTIFICIAIS O cliente com distúrbios das vias respiratórias, como obstrução ou câncer de laringe, pode precisar usar uma via respiratória artificial temporária ou, em alguns casos, permanente. Os dois tipos de via respiratória artificial que podem ser usados são o tubo endotraqueal (TET) e o tubo de traqueostomia. As recomendações gerais favorecem o tubo de traqueostomia em vez do TET quando o cliente precisa ficar intubado por 21 dias ou mais, mas o TET é preferível ao tubo de traqueostomia quando o suporte respiratório é necessário por 10 dias ou menos. De modo a assegurar a ventilação adequada, pode ser necessário usar um respirador artificial para fornecer oxigenação suficiente. O TET e os tubos de traqueostomia têm várias desvantagens. Esses tubos causam desconforto, suprimem o reflexo da tosse porque o fechamento da glote é impedido, e as secreções tendem a se tornar mais espessas porque os efeitos de aquecimento e umidificação das vias respiratórias superiores são suprimidos. Os reflexos da deglutição são abolidos em razão do desuso prolongado e do traumatismo mecânico causado pelo tubo endotraqueal ou de traqueostomia e, por essa razão, o risco de aspiração aumenta. Além disso, o cliente pode ter úlcera e estenose da laringe ou da traqueia. Um problema muito preocupante para o cliente é a impossibilidade de falar e comunicar suas necessidades. CUIDADO RESPIRATÓRIO VIAS RESPIRATÓRIAS ARTIFICIAIS Intubação endotraqueal A intubação endotraqueal é um meio temporário de ventilar os clientes que não conseguem manter espontaneamente vias respiratórias desobstruídas (p. ex., indivíduos em coma, ou com obstrução das vias respiratórias superiores), que precisam de ventilação mecânica e que necessitam de aspiração das secreções da árvore traqueobrônquica. A intubação endotraqueal consiste em introduzir um TET pela boca ou pelo nariz até a traqueia com a ajuda de um laringoscópio por um profissional especialmente treinado. Essa é a técnica preferida nas situações de emergência. Depois que o tubo estiver colocado, o balonete é inflado para evitar que o ar vaze ao redor da superfície externa do tubo, reduzindo a possibilidade de aspiração subsequente e evitando que o tubo seja deslocado. CUIDADO RESPIRATÓRIO VIAS RESPIRATÓRIASARTIFICIAIS TRAQUEOSTOMIA Traqueostomia é um procedimento cirúrgico no qual o cirurgião faz um orifício na traqueia. O tubo de longa permanência introduzido na traqueia é conhecido como tubo de traqueostomia. A traqueostomia pode ser temporária ou permanente. A traqueostomia é realizada para fazer um bypass quando há obstrução das vias respiratórias superiores, permitir a remoção das secreções traqueobrônquicas, possibilitar o uso prolongado do respirador artificial, evitar aspiração das secreções orais ou gástricas pelos clientes inconscientes ou paralisados (em razão do fechamento da traqueia pelo esôfago) e substituir um tubo endotraqueal. Muitas doenças e situações de emergência tornam necessário fazer uma traqueostomia, inclusive laringectomia total. Procedimento • O orifício cirúrgico é produzido entre o segundo e o terceiro anéis traqueais. Depois da exposição da traqueia, um obturador guia a inserção do tubo de traqueostomia com balonete, formando um trajeto para que o tubo passe. O obturador é retirado imediatamente após a colocação do tubo de traqueostomia. O obturador deve ficar disponível no quarto, caso ocorra deslocamento acidental do tubo de traqueostomia. O balonete é inflado para fechar o espaço entre as paredes da traqueia e o tubo, para permitir a ventilação mecânica eficaz e para reduzir o risco de aspiração. O tubo de traqueostomia é mantido na posição por fitas amarradas ao redor do pescoço do cliente. Em geral, uma gaze estéril quadrada é colocada entre o tubo e a pele para absorver secreções e reduzir o risco de infecção. VENTILAÇÃO MECÂNICA Definição • A ventilação mecânica (VM) ou, como seria mais adequado chamarmos, o suporte ventilatório, consiste em um método de suporte para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. Objetivos • Tem por objetivos, além da manutenção das trocas gasosas, ou seja, correção da hipoxemia e da acidose respiratória associada à hipercapnia: aliviar o trabalho da musculatura respiratória que, em situações agudas de alta demanda metabólica, está elevado; reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória; diminuir o consumo de oxigênio, dessa forma reduzindo o desconforto respiratório; e permitir a aplicação de terapêuticas específicas. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM AFECÇÕES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR INSUFICIÊNCIA CARDIACA • Sindrome clínica caracterizada por falta de ar, dispneia de esforços, dispneia paroxística noturna, ortopneia e edema periférico ou pulmonar. CLASSIFICAÇÃO • Aguda versus Crônica • Insuficiência Cardiaca Ersquerda versus Insuficiência Cardiaca Direita INSUFICIÊNCIA CARDICA FATORES DETERMINANTES DO DÉBITO CARDÍACO O resultado de todos os tipos de insuficiência cardiaca é o débito cardíaco insuficiente. • Demanda de oxigênio • Fatores mecânicos - Volume sistólico (pré-carga; pós-carga; contratilidade) - Frequência cardíaca • Mecanismos Neuro-Hormonais – Catecolaminas (epinefrina; noradrenalina) - Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona INSUFICIÊNCIA CARDÍACA FISIOPATOLOGIA • Miocardiopatia – Hipertrófica; Dilatada; Isquêmica; Não isquêmica • Arritmia - Atriais; Ventriculares INSUFICIÊNCIA CARDÍACA HISTÓRICO • Sintomas inespecíficos A história é empregada para colocar os sintomas em um contexto que possa levar a sua interpretação com insuficiência cardíca e não como doença pulmonar ou outras condições que produzam falta de ar, dispneia de esforço, fadiga e edema de membros inferiores. • Sobrecarga de volume • Aumento na ureia e creatinina • Débito cardíaco diminuído, manifestado pelo aumento da dispneia de esforço, e menor tolerância ao exercicio em geral, descrita como fadiga. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EXAMES LABORATORIAIS São usados para excluir algumas causas reversíveis de disfunção sistólica e para monitorar os efeitos das estratégias de tratamento. • Na avaliação inicial é prescrito uma série de exames, tais como hemograma, eletrólitos, ureia e creatinina, painel lipídico. • O nivel do PNB é um indicador chave. EXAMES DIAGNÓSTICOS • ECG • Ecocardiografia • RX de tórax • Teste de esforço INSUFICIÊNCIA CARDÍACA TRATAMENTO As metas globais são de aliviar os sintomas do paciente, melhorar o estado funcional e a qualidade de vida e estender a sobrevida. As opções variam de acordo com a gravidade e podem imcruir alterações no estilo de vida, controle farmacológico, implante de dispositivos e as condutas cirúrgicas. Em geral, as estratégias de tratamento são direcionadas no sentido de controle da pressão arterial, o volume de líquidos e o ritmo e a frequência cardíaca. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA TRATAMENTO Tratamento farmacológico • Inibidores da enzima conversora de angiotênsina (ECA) • Digoxina • Diuréticos • Betabloqueadores • Bloqueadores dos Canais de Cálcio Nitratos INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO • Isquemia prolongada causada por um desequilibrio entre o aporte e a demanda de oxigênio causa o IM. A isquemia prolongada causa comprometimento celular irreversível e morte muscular. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO PRINCÍPIOS FISIOPATÓGICOS • Aterosclerose – acumulo anormal de substâncias lipídicas ou gordurosas e tecudo fibroso no revestimento das paredes vasculares arteriais. • Síndrome Coronariana Aguda – termo usado para descrever pacientes com sintomas clínicos compatíveis com isquemia miocárdica aguda. Esse termo inclui a angina instável e o IM agudo. • Angina de Peito – termo empregado para descrever o desconforto ou a dor torácica que resulta da cardiopatia coronária. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO FATORES DE RISCO - SINDROME METABÓLICA - Refere-se a um grupo de fatores de risco associados a um risco aumentado de desenvolver doença cardiovascular e diabetes tipo 2. Diagnosticada quando três ou mais dos seguintes fatores de risco estão presentes: Glicemia de jejum de 100mg/dL ou mais HDL colesterol abaixo de 40mg/dL Triglicerídios de 150mg/dL ou mais Circunferência abdominal de 102cm ou mais em homens ou de 88cm ou mais em mnulheres PA sistólica de 130mmHg ou mais, e diastólica de 85mmHg ou mais ou tratamento medicamentoso para HAS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO • EXAMES DIAGNÓSTICOS • ECG • Exames laboratoriais – CK; mioglobina; troponina • Angiografia Coronária INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO TRATAMENTO PRECOCE • Terapia fibrinolítica • Intervenção Coronária Percutânea - PTCA PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS • Enxerto de desvio da artéria coronária (Bypass) INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ARRITMIAS CARDÍACAS • São disturbios da formação ou da condução do impulso elétrico dentro do coração. • Podem provocar alterações na da frequencia cardiaca, do ritmo cardiaco ou de ambos. • São evidenciadas a principio, pelo efeito hemodinâmico que causam. ARRITMIAS CARDÍACAS SISTEMA DE CONDUÇÃO ELÉTRICA ARRITMIAS CARDÍACAS ECG – Formas de onda e intervalos ARRITMIAS CARDÍACAS RITMO SINUSAL NORMAL Possui as seguintes características: • Frequencias ventricular e atrial: 60 a 100 no adulto • Ritmos ventricular e atrial: Regulares • Formato e duração do QRS: Usualmente normais, mas podem ser regularmente anormais. • Onda P: Formato normal e consistente; sempre na frente do QRS • Intervalo PR: Intervalo consistente entre 0,12 a 0,20 segundo • Relação P:QRS: 1:1 TIPOS DE ARRITMIA • Sinusais • Atriais • Juncionais • Ventriculares ARRITMIAS CARDÍACAS • ARRITIMIAS DO NODO SINUSAL • Bradicardia Sinusal – impulso em uma frequencia mais lenta que o normal • Frequencias ventricular e atrial: menores que 60 no adulto • Taquicardia Sinusal – impulso em uma frequencia maior que o normal • Frequencias ventricular e atrial: maiores que 100 no adulto ARRITMIAS CARDÍACAS ARRITMIAS DO NODO SINUSAL Bradicardia Sinusal • Estimulação vagal, uso de beta-bloqueador, • Tratamento: quando causa alterações hemodinamicas signifucativas, resultando em falta de ar, alteração aguda do estado mental, angina, hipotensão, alterações do segmento ST, o tratamento é direcionado no sentido de aumentar a frequencia cardiaca.Atropina /, 0,5 mg administrada em bolo intravenoso é o medicamento de escolha. Taquicardia Sinusal • Estresse fisiológico ou psicológico (anemia, hipervolemia, insuficiencia cardiaca, dor, ansiedade, exercício); uso de medicamentos que estimulam a resposta sipática (catecolaminas, aminofilina, atropina); estimulantes (cafeína, alcool, nicotina) e drogas ilícitas (anfetaminas, cocaina, ecstasy). • Tratamento: uso de betabloqueadores, bloqueadores do canal de cálcio. ARRITMIAS CARDÍACAS ARRITMIAS ATRIAIS Flutter atrial – cria impulsos em uma frequencia atrial irregular entre 250 e 400 vezes por minuto. • O nodo AV funciona como um "porteiro", impedindo que muitos impulsos alcancem o ventriculo. • Produz ondas P "serrilhadas" ou "cerca de piquete" no ECG. • Pode provocar dor torácica, falta de ar e pressão arterial baixa • Tratamento: paciente instável - cardioversão elétrica; paciente estável - adenosina, 6mg, bolos IV seguido de 20ml de S.F. 0,9% e elevação do braço para promover a circulação rápida do medicamento. ARRITMIAS CARDÍACAS ARRITMIAS ATRIAIS Fibrilação Atrial – ocorre com frequencias atriais de 350 a 500 bpm. Caracteriza-se por atividade atrial caótica com ausencia de ondas P definíveis. • Perda da sincronia AV e o chute atrial. • Há risco aumentado para formação de trombos e eventos embolicos, como AVC, IM, e embolia pulmonar. • Os princípios de tratamento são identicos aqueles para o flutter atrial. ARRITMIAS CARDÍACAS ARRITMIAS JUNCIONAIS Ritmo Juncional – acontece quando o nodo AV, em lugar do nodo sinusal, se transforma no marcapasso do coração. • A frequencia de um ritmo juncional varia de 40 a 60 bpm. • Quando o débito cardiaco é reduzido, o tratamento é identico aquele para bradicardia sinusal. ARRITMIAS CARDÍACAS ARRITMIAS VENTRICULARES Taquicardia Ventricular – definida como três ou mais CVP em uma série, occorendo em uma frequencia superior a 100 bpm. • Está usualmente associada a doença da artéria coronária. • É uma emergência porque, em geral, o paciente não responde e fica sem pulso. • A amiodarona administrada por via EV é o medicamento antiarritmico de escolha para um paciente estável com TV. Procainamida e sotalol tambem podem ser empregados. • Qualquer tipo de TV em um paciente inconsciente e sem pulso é tratado da mesma maneira que para a FV: a desfibriliação imediata é a ação de escolha. ARRITMIAS CARDÍACAS ARRITMIAS VENTRICULARES Fibrilação Ventricular - é um ritmo ventricular rápido e desorganizado que provoca o tremor ineficaz dos ventrículos • Nenhuma atividade atrial é notada no ECG. • As causas são idênticas aquelas para TV. • Como não exixte atividade cardiaca coordenada, a parada cardiaca e a morter são iminentes quando a FV não é corrigida. • O tratamento de escolha é a reanimação cardiopulmonar (RCP), e a desfibrilação logo que possível e a ativação dos serviços de emergência. ARRITMIAS CARDÍACAS ARRITMIAS VENTRICULARES Assistolia ventricular – comumente chamada de linha plana. Caracteriza-se por complexos QRS ausentes. • Não existe batimento cardiaco, nenum pulso palpável, e nenhuma respiração. • Pode ser causada por acidose, distúrbio eletrolítico grave, overdose de drogas, hipovolemia, pneumotorax hipertensivo, trombose coronária e pulmonar, trauma ou hipotermia. • É tratada focalizando a RCP. Epinefrina poderá ser administrado. ARRITMIAS CARDÍACAS BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES • Ocorrem quando a condução do impulso através da área nodal AV é diminuida ou interrompida. • Podem ser causados por medicamentos, infarto do miocárdio, distúrbios valvulares ou miocardite. • No bloqueio AV de primeiro e segundo graus, o bloqueio é incompleto; os impulsos são parcial ou totalmente conduzidos para os ventrivulos. No bloqueio cardiaco de terceiro grau ou completo, nenhum dos impulsos iniciados pelo nodo sinusal é conduzido. • Com base na causa e na instabilidade do paciente,o tratamento é direcionado no sentido de aumentar a frequencia cardiaca para manter um débito cardiaco normal. • Tratamento - Medicamentos como atropina ou isoproterenol podem ser necessários, ou marcapasso cardíaco ARRITMIAS CARDÍACAS ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM AFECÇÕES DO SISTEMA HEMATOLÓGICO SISTEMA HEMATOLÓGICO • Origina-se na medula óssea • Veias, vênulas, capilares, arteríolas e artérias constituem uma intrincada rede de condutos para o transporte de sangue, o qual conduz gases respiratórios, nutrientes e produtos tresiduais para o terído orgânico e a partir dele. • Sistemas hemostático e fibrinolítico atuam em conjunto para manutenção da perviedade dos condutos e contenção do sangue na rede vascular. SISTEMA HEMATOLÓGICO O SANGUE E SUAS FUNÇÕES • É uma solução aquosa de coloide e eletrólitos que serve como meio de troca entre as celulas do organismo e o meio exterior ou externo. Carateristicas: coloração variável; viscosidade; pH de 7,35 a 7,4; volume de aproximadamente 70 a 75 mL/kg; aproximadamente 55% do volume é constituido de plasma, e os 45% restantes constituido por elementos celulares. Funções Vitais: • Transporte de O² e nutrientes até as celulas • Transporte de CO² e outro resíduos até pulmões, rins, sist. gastrointestinal, e pele. • Transporte de hormônios • Proteção contra microorganismos • Regulação do equilíbrio ácido-básico • Hemostasia • Regulação da temperatura SISTEMA HEMATOLÓGICO COMPONETES DO SANGUE: PLASMA - é a porção líquida e contém ampla variedade de componentes orgânicos e inorgânicos. Tem aproximadamente 90% de água e 10% de solutos dissolvidos. • Proteinas plasmáticas (albumina, fibrinogênio, imunoglobulinas) • Lipoprteínas • Fatores de coagulação • Eletrólitos (sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloreto, bicarbonato, fosfato) • Nutrientes (glicose) • Gase como O² 2 CO² ELEMENTOS CELULARES - são os eritrócitos, leucócitos e as plaquetas DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS ANEMIA • É um distúrbio comum em unidades de clínica médica; as causas são multifatoriais e incluem doenças preexixtentes, perda de sangue de multipls fontes e supressão da eritropoiese. • São classificadas em anemia por perda de sangue, hemolítica (destruição aumentada dos eritrócitos) ou hipoproliferativa. • Além disso, podem ser classificadas , com base no tamanho do eritrócito, em microcíticas, normocíticas e macrocíticas. DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS ANEMIA POR PERDA DE SANGUE • É, proavelmente, a anemia mais comum que exige internação do paciente. • A perda de sangue sempre deve ser excluida em qualquer anemia aguda. • O principal enfoque no cuidado ao paciente é identificar e tratar a causa subjacente. • A gastrite por estresse pode constituir a fonte de perda significativa de sangue. DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS ANEMIA FERROPRIVA • Resulta quando a ingestão de ferro na dieta é inadequada. • É o tipo mais comum de anemia em todos os grupos etários. • Nos adultos a causa de anemia ferropriva deve ser considerada como sendo o sangramento até que se prove o contrário. • Pacientes com alcoolismo crônico frequentemente aprensentam perda sanguínea crõnica pelo trato gastrointestinal. Outras etiologias compreendem má absosrção de ferro. ANEMIA FERROPRIVA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Quanto mais rapidamente se desenvolve, mais graves são os seus sintomas. • Discreta taquicardia aos esforços e fadiga, dispneia, dor torácica, dor ou cãimbras musculares. HISTÓRICO E ACHADOS DIAGNÓSTICOS • Hemoglobina, hematócrito, índices eritrocitários. • Exames do ferro (ferro sérico, ferritina). ANEMIA FERROPRIVA TRATAMENTO MÉDICO • Preparações de ferro oral: sulfato ferroso, gluconato ferroso, fumarato ferroso. • Ferrodextrana (IM) TRATAMENTO DE ENFERMAGEM • Educação preventiva – fontes alimentatres ricas em ferro (miúdos como fígado, outras carnes, feijões, vegetais verdes folhosos.a vitamina C facilita a absorção de ferro. • O ferro é mais bem absorvido com o estomago vazio. • Efeitos colaterais gastrointestinais (constipação, colicas, náuseas, vômitos). • Formas líquidas provocam menos desconforto (utilizar canudo). • Saisde ferro podem corar as fezes verde-escuro ou preto. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA • Deficiências de vitamimnas b¹² ou ácido fólico. • Eritrócitos anormalmente grandes. FISIOPATOLOGIA • Deficiência de folato – ingesta nutricional deficiênte; alcolísmo; gravidez; • Deficiência de vitamina b¹² - absorção defeituosa; ausencia de fator intrínseco; raramente por ingesta nutricional inadequada. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Fraquesa, fadiga, inquietação; • Lingua avermelhada, ulcerada e lisa; • Mucosas pálidas, confusão; parestesias nos membros; dificuldade de equilibrio. DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS • HISTÓRICO E ACHADOS DIAGNÓSTICOS • Teste de schilling ( dose oral de vitamina B¹² radioativa) • TRATAMENTO • Administração de ácido fólico 1mg diariamente. • Reposição de vitamina B¹² ANEMIA FALCIFORME • Anemia hemolítica grave que resulta da herança do gene da hemoglobina falciforme. • Hemoglobina defeituosa • Eritrócitos rigidos e longos podem aderir ao endotélio de pequenos vasos. • "Crises falsiformes" intermitentes. • Frio agrava o processo (vasoconstrição) • Viscosidade sanguínea aumentada • "Traço falciforme" refere-se ao estado de portador para as doenças SC; é o tipo mais benigno da doença SC. Menos de 50% é HbS. • Se duas pessoas com traço falsiforme têm filhos, as crianças podem herdar dois genes anormais. ANEMIA FALCIFORME MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Resultam da hemólise crônica ou trombose. • Eritrócitos afoiçados possuem espectro de vida curto. • Valores de hemoglobina de 7 a 10 g/dL • Icterícia é característica • Por vezes aumento dos ossos da face e do crânio • Quase todos os orgão podem ser afetados por trombose. • Crises falsiforme, aplasica, e de sequestro • Síndrome torácica aguda • Hipertensão pulmonar ANEMIA FALCIFORME ACHADOS DIAGNÓSTICOS • Eletroforese da hemoglobina. TRATAMENTO • Terapia farmacológica (hidroxiuréia) • Terapia transfusional • Terapia de suporte HEMOFILIA HEMOFILIA • Dois distúrbios hemorragicos herdados – hemofilia A e Hemofilia B - são clinicamente indistinguíveis por exames laboratoriais. • Causada por um defeito genético que resulta em fator VIII deficiente ou defeituoso para Hemofilia A; defeito na produção de fator IX deficiente ou defeituoso para Hemofilia B. • Herdado como traço ligado ao X de modo que quase todas as pessoas afetadas são homens; mulheres geralmente são assintomáticos. HEMOFILIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Hemorragias em diversas partes do corpo • Pode ocorrer mesmo depois de trauma mínimo • Cerca de 75% de todos os sangramentos ocorrem nas articulações • Hematomas • Hematúria espontânea e sangramento GI podem acontecer TRATAMENTO • Concentrados de fator VIII e fator IX estão disponíveis nos bancos de sangue. DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS LEUCEMIA • Leucocitose refere-se a um nível aumentado de leucócitos na circulção. • Malignidade é uma causa significativa de leucocitose persistente. • A leucemia, literalmente "sangue branco", é uma proliferação neoplásica de determinado tipo celular (granulócitos, monócitos, leucócitos, ou, raramente, eritrócitos e megacariócitos). • Defeito origina-se na celula tronco hematopoiética, na celula mielóide, ou na celula tronco linfóide. • Um aspecto comum é a proliferação desrregulada de leucócitos na medula óssea. • São comumente classificadas de acordo com a linhagem de células-tronco envolvida, tanto linfóide quanto mielóide. DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS LEUCEMIA Manifestações Clínicas • Resultam da produção insuficiente de células sanguíneas normais. • Febre e infecção resultam da neutropenia • Fraqueza e fadiga, da anemia • Tendências hemorrágicas, da trombocitopenia. • Proliferação de celulas leucêmicas dentro dos orgãos leva a varios sintomas adicionais: dor a partir do baço e figado aumentado, hiperplasia das gengivas e dor óssea causadaa pela expanção da medula DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS LEUCEMIA Histórico e Achados Diagnósticos • Influências genéticas • Patogenia viral • Lesão da medula óssea pela exposição a radiação ou por substâncias químicas. • Desenvolve-se sem aviso, com sintomas ocorrendo durante um periodo de semanas a meses • Hemograma mosta diminuição nos eritrócitos e plaquetas. • Percentual de leucócitos normais estão diminuidos. • Excesso de celulas blásticas imaturas na medula óssea DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS LEUCEMIA Tratamento Médico • Objetivo global é a remissão completa, na qual não existe evidência de leucemia residual na medula óssea. • Quimioterapia (terapia de indução) • Cuidado de suporte (hemoderivados, tratar infecções) • TMO ou o TCTSP LEUCEMIA TRATAMENTO DE ENFERMAGEM Histórico Diagnósticos de Enfermagem • Risco de infecção e sangramento • Risco de integridade da pele prejudicada relacionado com os efeitos tóxicos da quimioterapia, alteração na nutrição e mobilidade prejudicada • Troca gasosa prejudicada • Mucosas comprometidas devido a alteraçoes no revestimento epitelial do trato GI pela quimioterapia, uso prolongado de antimicrobianos • Nutrição alterada, menores que as necessidades corporais relacionado com estado hipermetabólico • Dor aguda e desconforto relacionado a mucosite • Hipertermia relacionada com infecção • Fadiga e intolerância a atividade relacionado com a anemia e infecção • Mobilidade física prejudicada relacionada a anemia e isolamento protetor • Risco de excesso de volume de líquidos relacionado a disfunção renal, hemoderivados LEUCEMIA TRATAMENTO DE ENFERMAGEM Prescrições de Enfermagem: Prevevir e tratar infecção e sangramento • Evitar aspirina e outros inibidores da função plaquetária • Não administrar injeções intramusculares • Não inserir sondas de demora • Não obter temperaturas fecais, nao realizar enemas. • Evitar constipação usando emolientes orais • Usar as menores agulhas ao reralizar punções venosas • Aplicar pressão nos sitios de punção por 5 minutos • Não permitir uso de fio dental • Usar apenas cotonetes para cuidado bucal quando houver sangramento gengival • Lubrificar os labios com lubrificante hidrossolúvel a cada 2 horas • Desencorajar a tosse vigorosa ou assoar o nariz • Usar apenas barbeador elétrico LEUCEMIA TRATAMENTO DE ENFERMAGEM PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM • Tratando a mucosite • Melhorando a ingesta nutricional • Diminuindo a dor e o desconforto • Diminuindo a fadiga e o descondicionamento • Mantendo o equilibrio hidroeletrolítico • Melhorando o autocuidado • Tratando a ansiedade e o pesar • Incentivando o bem-estar espiritual • Promovendo o cuidado domiciliar e comunitário DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM Resultados Esperados do Paciente • Não mostra evidência de infecção • Não experimenta sangramento • Apresenta mucosas intactas • Atinge o nível ótimo de nutrição • Relata satisfação com os níveis de dor e desconforto • Tem menos fadiga e atividade aumentada • Mantém o equilibrio hidroeletrolítico • Participa no autocuidado • Lida com a ansiedade e o pesar • Ausência de complicações TRANSFUSÃO SANGUÍNEA • ADMINISTRAÇÃO DE SANGUE E HEMODERIVADOS • Os hemocomponentes e hemoderivados se originam da doação de sangue por um doador. No Brasil, este processo está regulamentado pela Lei nº 10.205, de 21 de março de 2001, e por regulamentos técni- cos editados pelo Ministério da Saúde. Toda doação de sangue deve ser altruísta, voluntária e não gratificada direta ou indiretamente, assim como o anonimato do doador deve ser garantido. • Para a obtenção destes produtos, os serviços de hemoterapia são estruturados em rede, com níveis de complexidade diferentes, a depender das atividades que executam. Serviços mais completos executam todas as etapas do ciclo do sangue, que correspondem à captação de doado- res, à triagem clínica, à coleta de sangue, ao processamento de sangue em hemocomponentes, às análises sorológicas e imuno-hematológicas no sangue do doador, ao armazenamento e à distribuição destes produtos e à transfusão. TRANSFUSÃO SANGUÍNEA • As técnicas de processamento atuais permitem a produção e o armazenamento de diferentes hemocomponentes em condições adequadas parapreservação de suas características terapêuticas, possibilitando que o receptor receba, em menor volume, somente elementos sanguíneos dos quais necessita, o que minimiza os riscos inerentes à terapêutica transfusional. Deste modo, a partir de uma única doação, vários pacientes poderão ser beneficiados de forma mais segura. • Hemocomponentes e hemoderivados são produtos distintos. Os produtos gerados um a um nos serviços de hemoterapia, a partir do san- gue total, por meio de processos físicos (centrifugação, congelamento) são denominados hemocomponentes. Já os produtos obtidos em escala industrial, a partir do fracionamento do plasma por processos físico-químicos são denominados hemoderivados. TRANSFUSÃO SANGUÍNEA • No Brasil, as bolsas de sangue total coletadas devem ser 100% proces- sadas de acordo com a legislação vigente. O processamento é feito por meio de centrifugação refrigerada, por processos que minimizam a contaminação e proliferação microbiana, nos quais se separa o sangue total em hemocomponentes eritrocitários, plasmáticos e plaquetários. TRANSFUSÃO SANGUÍNEA • Soluções anticoagulantes-preservadoras e soluções aditivas são utilizadas para a conservação dos produtos sanguíneos, pois impedem a coagulação e mantêm a viabilidade das células do sangue durante o armazenamento. • A depender da composição das soluções anticoagulantes-preservadoras, a data de validade para a preservação do sangue total e concentrados de hemácias pode variar. • O sangue total coletado em solução CPDA-1 (ácido cítrico, citrato de sódio, fosfato de sódio, dextrose e adenina) tem validade de 35 dias a partir da coleta e de 21 dias quando coletado em ACD (ácido cítrico, citrato de sódio, dextro- se), CPD (ácido cítrico, citrato de sódio, fosfato de sódio, dextrose) e CP2D (citrato, fosfato e dextrose-dextrose). As soluções aditivas são utilizadas para aumentar a sobrevida e a possibilidade de armazenamento das hemácias por até 42 dias em 4 ± 2 °C. Um exemplo de solução aditiva é o SAG-M composto por soro fisiológico, adenina, glicose e manitol. CONCENTRADO DE HEMÁCIA (CH) • é obtido por meio da centrifugação de uma bolsa de sangue total (ST) e da remoção da maior parte do plasma. Seu volume varia entre 220mL e 280mL. • Assim como o ST, o concentrado de hemácias deve ser mantido entre 2°C e 6°C e sua validade varia entre 35 e 42 dias, dependendo da solução conservadora. CONCENTRADO DE PLAQUETAS (CP) • pode ser obtido a partir de unidade individual de sangue total ou por aférese, coletadas de doador único. Cada unidade de CP unitários contém aproximadamente 5,5 x 10¹ plaquetas em 50-60mL de plasma, já as unidades por aférese contém pelo menos 3,0 x 1011 plaquetas em 200-300mL de plasma (correspondente de 6 a 8 unidades de CP unitários). PLASMA FRESCO CONGELADO (PFC) • consiste na porção acelular do san-gue obtida por centrifugação a partir de uma unidade de sangue total e transferência em circuito fechado para uma bolsa satélite. • É completamente congelado até 8 horas após a coleta e mantido, no mínimo, a 18°C negativos, sendo, porém, recomendada a temperatura igual ou inferior a 25°C negativos. Sua validade se armazenado entre 25°C negativos e 18°C negativos é de 12 meses. Se mantido congelado a temperaturas inferiores a 25°C negativos sua validade é de 24 meses. • O congelamento permite a preservação dos fatores da coagulação, fi- brinólise e complemento, além de albumina, imunoglobulinas, outras proteínas e sais minerais, e mantém constantes suas propriedades. CRIOPRECIPITADO (CRIO) • é uma fonte concentrada de algumas pro- teínas plasmáticas que são insolúveis a temperatura de 1°C a 6°C. É preparado descongelando-se uma unidade de PFC à temperatura de 1°C a 6°C. Depois de descongelado, o plasma sobrenadante é removido deixando-se na bolsa a proteína precipitada e 10-15mL deste plasma. Este material é então recongelado no período de 1 hora e tem validade de 12 meses REAÇÕES TRANSFUSIONAIS • A transfusão é um evento irreversível que acarreta benefícios e riscos potenciais ao receptor. Apesar da indicação precisa e administração correta, reações às transfusões podem ocorrer. Portanto, é importante que todos profissionais envolvidos na prescrição e administração de hemocomponentes estejam capacitados a prontamente identificar e utilizar estratégias adequadas para resolução e prevenção de novos episódios de reação transfusional. • A ocorrência destas reações está associada a diferentes causas, dentre as quais fatores de responsabilidade da equipe hospitalar como erros de identificação de pacientes, amostras ou produtos, utilização de insumos inadequados (equipos, bolsa, etc.), fatores relacionados ao receptor e/ou doador como existência de anticorpos irregulares não detectados em testes prétransfusionais de rotina. REAÇÕES TRANSFUSIONAIS Definição • A reação transfusional é, portanto, toda e qualquer intercorrência que ocorra como consequência da transfusão sanguínea, durante ou após a sua administração. Classificação • As reações transfusionais podem ser classificadas em imediatas (até 24 horas da transfusão) ou tardias (após 24 horas da transfusão), imu- nológicas e não imunológicas Sinais e sintomas • A ocorrência destas reações pode associar-se a um ou mais dos seguin- tes sinais e sintomas como: a) Febre com ou sem calafrios (definida como elevação de 1°C na temperatura corpórea), associada à transfusão; b) Calafrios com ou sem febre; c) Dor no local da infusão, torácica ou abdominal; d) Alterações agudas na pressão arterial, tanto hipertensão como hi- potensão; e) Alterações respiratórias como: dispnéia, taquipnéia, hipóxia, sibilos; f ) Alterações cutâneas como: prurido, urticária, edema localizado ou generalizado; g) Náusea, com ou sem vômitos. REAÇÕES TRANSFUSIONAIS Conduta Clínica • Interromper imediatamente a transfusão e comunicar o médico responsável pela transfusão; • Manter acesso venoso com solução salina a 0,9%; • Verificar sinais vitais e observar o estado cardiorrespiratório; • Verificar todos os registros, formulários e identificação do recep- tor. Verificar à beira do leito, se o hemocomponente foi correta- mente administrado ao paciente desejado; • Manter o equipo e a bolsa intactos e encaminhar este material ao serviço de hemoterapia; • Registrar as ações no prontuário do paciente. SISTEMA DIGESTÓRIO • Consiste no trato gastrointestinal e nos orgãos glandulares acessórios, que liberam seu conteúdo no trato gastrointestinal. • Principais estruturas: boca, faringe, esofago, estômago, intestino delgado, intestino grosso. • Orgãos glandulares acessórios: glandulas salivares, fígado, vesicula biliar, e pâncreas. • Principais funções fisiológicas consistem em fornecer nutrientes para manutenção e crescimento das células e eliminar os resíduos - • Ingestão - motilidade - digestão - absorção - eliminação • É regulada e coordenada pelo SNA e diversos peptídeos, que são classificados ainda como endócrinos (hormônios). SISTEMA DIGESTÓRIO • FUNÇÃO DO SISTEMA GSTROINTESTINAL • Decompor alimentos em uma forma de energia utilizável. • O alimento é ingerido na forma de macromoléculas, que não podem ser absorvidas. Essas macroléculas são convertidas em formas utilizáveis de energia através de sua mistura com enzimas e secreções digestivas a medida que se movem pelo trato gastrointestinal. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO • FUNÇÃO DO SISTEMA GASTROINTESTINAL • Orofaringe • Glandulas salivares - a saliva é composta por muco, lipase lingual, amilase salivar e anticorpos da classe A. • Boca – quebra mecanicamente o alimento em particulas menores. • Esofago – celulas mucosas secretam muco – peristalse primária faz com que o EEI relaxe. • Estômago - as principais secreções são acido clorídrico, fator intrínseco, pepsinogênio, gastrina e muco. • Hormônios que controlam a secreção e motilidade: gastrina, secretina, colecistocinina, peptídeo inibitório gastrico, motilinia. OROFARINGE ESÔFAGO - ESTÔMAGO JUNÇÃO GASTRODUODENALPARTE - INTESTINO INTESTINO GROSSO JUNÇÃO ILEOCECAL Vísceras – Cavidade Abdominal FÍGADO VASCULARIZAÇÃO E DUCTOS INTRAHEPÁTICOS VESÍCULA BILIAR PÂNCREAS VASCULARIZAÇÃO TRATO GASTROINTESTINAL VASCULARIZAÇÃO TRATO GASTROINTESTINAL INERVAÇÃO DO TRATO GASTROINTESTINAL SISTEMA DIGESTÓRIO FUNÇÕES DO SISTEMA GASTROINTESTINAL Pâncreas - composto tanto de tecido exócrino quanto de tecido endócrino. • As inlhotas de langerhans secretam insulina, glucagon e hormônios polipeptídicos pancreáticos que auxuliam no processo digestivo. • Celulas acinares secretam tanto uma solução de bicarbonato aquosa e alcalina quanto enzimas (amilase, tripsinogênio, quimiotripsina, elastase, carboxipeptidade, lipase, fosfolipase, nucleases, bicarbonato, agua e eletrólitos). • As enzimas ão secretadas na forma inativa. Quando chegam no duodeno são ativadas. SISTEMA DIGESTÓRIO VESÍCULA BILIAR • Os hepatócitos produzem a bile – uma mistura de sais biliares, colesterol, bilirrubina e acidos suspensos em água. Essa solução Funções da bile: • Emulsifica a gordura no quimo, clivando os lipídios em pequenos globulos que podem ser absorvidos na luz intestinal. • Ioniza vitaminas em formas absorvíveis • Suspende o colesterol, triglicerídeos e lipoproteínas na corrente sanguínea, impedindo a precipitação e deposição dessas moléculas na rede vascular até serem catabolizadas. • A bile é armazenada e concentrada na vesícula biliar. • A CCK provoca a contração da vesícula e o relaxamento do esfincter de Oddi, permitindo a liberação da bilé no duodeno para misturar-se com o quimo. SISTEMA DIGESTÓRIO INTESTINO DELGADO Partes: duodeno – jejuno - íleo Funções: • Secreções (3 a 4 L de secreções alcalinas por dia) • Motilidade (movimentos propulsivo e de mistura) • Absorção (carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais, agua) INTESTINO GROSSO Partes: ceco - apêndice vermiforme - cólon ascendente - cólon transverso - cólon descendente - cólon sigmoide – reto – ânus. Funções: • Secreções (muco) • Motilidade (mistura e movimentos peristálticos, movimentos de massa) • Absorção (água e potássio) SISTEMA DIGESTÓRIO FÍGADO Funções: • Metabolismo de carboidratos (glicogênio) • Metabolismo de proteína (aminoácidos) • Metabolismo lipídico e de lipoproteínas (acidos graxos e glicerol) • Síntese e excreção de ácidos biliares • Armazenamento (vitaminas e minerais) • Biotransformação (sistema de enzimas de oxidase de função mista – OFM degradam medicamentos e substâncias) • Catabolismo de esteróides (degrada hormónios esteróides) AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DISTURBIOS DO ESÔFAGO ACALASIA – peristalse ausente ou ineficaz da porção distal do esôfago acompanhada pela falha do esfincter esofágico em relaxar em resposta à deglutição. Manifestações clínica • dificuldade de deglutição de líquidos e sólidos. • Sensação de que o alimento está aderido na porção inferior do esôfago. • O alimento é regurgitado, quer de maneira espontânea, quer de forma intencional. • Azia (pirose) e dor torácica. • Complicações pulmorares secundárias podem resultar da aspiração do conteúdo gástrico. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DISTÚRBIOS DO ESÔFAGO ACALASIA Histórico e achados diagnósticos • RX - dilatação esofágica acima do estreitamento na junção gastroesofágico • TC de tórax e endoscopia podem ser empregadas. • Manometria - medida da pressão esofágica confirma o diagnóstico • Tratamento • Instruir paciente a ingerir lentamente e a beber líquidos às refeições • Injeção de toxina botulínica através de endoscopia • Bloqueadores dos canais de cálcio p/ diminuir a pressão esofágica • Esofagomiotomia por meios laparoscópicos AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DISTÚRBIOS DO ESÔFAGO HÉRNIA DE HIATO A abertura no diafragma para a passagem do esôfago aumenta, e parte da porção superior do estômago se move para cima, para dentro da porção inferior do tórax. • Tipos: deslizamento e paraesofágica. DISTÚRBIOS DO ESÔFAGO HERNIA DE HIATO Manifestações Clínicas • Pirose, regurgitação e disfagia. • Está frequentemente implicada no refluxo • Sensação de plenitude ou dor torácia depois da alimentação • Hemorragia, obstrução e estrangulamento podem acontecer Histórico e achados diagnósticos • Exames radiográficos, seriografia com bário e fluoroscopia Tratamento • Alimentações frequentes e pequenas • Não se reclinar durante 1 hora após alimentação • Elevar a cabeceira em blocos de 10 a 20 cm p/ evitar deslizamento p/cima da hérnia DISTÚRBIOS DO ESÔFAGO HERNIA DE HIATO Tratamento Médico • Antiácidos ou antagonistas H², inibidores da bomba de prótons, podem ser prescritos • Cirurgia (fundoplicadura de Nissen) AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DISTÚRBIOS DO ESÔFAGO Doença do Refluxo Gastroesofágico (DREG) - fluxo retrógrado do conteúdo ou duodenal para dentro do esôfago. • EEI incompetente, estenose do piloro, disturbio da motilidade. • Incidencia aumenta com a idade Manifestações Clínicas • Pirose, regurgitação, disfagia ou odinofagia, ptialíase, e esofagite. Histórico e Achados Diagnósticos • Endoscopia ou radiografia contrastada Tratamento • Similar ao instituido para a hérnia de hiato. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO GASTRITE - inflamação da mucosa gástrica ou estomacal • Pode ser aguda ou crônica • Ingestão de alimento irritativo, muito condimentado ou contaminado. • Uso excessivo de aspirina e outros AINE • Ingesta excessiva de alcoól, refluxo biliar e radioterapia. • Pode desenvolver-se também nas doenças agudas, principalmente quando o paciente sofreu leões traumáticas importantes; quaimaduras; infecção grave; insuficiência hepática, renal ou respiratória; ou cirurgia. • Pode ser o primeiro sinal de infecção sistêmica aguda. • A inflamação crônica ou prolongada podem ser causadas por ulceras benignas ou malignas ou pela bactéria Helicobacter Pylori (H. Pylori) AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO • GASTRITE Fisiopatologia • A mucosa torna-se edemaciada e hiperemiada (congesta com líquidos e sangue) e sofre erosão superficial. • Pouca secreção de suco gástrico (pouco ácido, mas bastante muco) • Ulceração superficial pode levar a hemorragia Manifestações Clínicas • Desconforto abdominal, cefaléia, nauseas, anorexia, vômitos e soluços. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO GASTRITE Histórico e Achados Diagnósticos • Acloridria ou hipocloridria (baixo nível de HCL) • Seriografia ou endoscopia GI alta Tratamento • Abstenção de alcool e alimento até que os sintomas diminuam • Administração de liquidos intravenosos • Terapia de suporte – sondagens, analgésicos, sedativos, antiácidos. • Tratamento para H. Pylori AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DOENÇA DA ÚLCERA PÉPTICA • É uma escavação que se forma na parede de mucosa do estômago, no piloro, no duodeno, ou no esôfago. • Essa erosão pode estender-se tão profundamente quanto até a camada muscular ou através do musculo até o peritônio. • São mais prováveis de ocorrer no duodeno que no estômago. • Ocorrem isoladamente mas podem ser múltiplas. Fisiopatologia • Ocorre principalmente na mucosa gastroduodenal , porque esse tecido não pode suportar a ação digestiva do HCL e da pepsina • A erosão é causada pela atividade ou concentração do ácido-pepsina ou pela resistência diminuida da mucosa. • Pode ocorrer infecção por H. Pylori. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DOENÇA DA ÚLCERA PÉPTICA • Manifestações Clínicas • Sensação de queimação na região epigástrica ou nas costas • Dor - estimulação das terminações nervosas devido a erosão da mucosa • Pirose, vômitos, constipação ou diarreia e sangramento. Histórico e Achados Diagnósticos • Um exame físico revela dor, hipersensibilidade epigástrica ou distensão abdominal • Exame com bário • Endoscopia é o procedimento diagnostico preferido Tratamento • Os métodos empregados incluem medicamentos, alterações no estilo de vida e intervenção cirúrgica. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO APENDICITE • O apêndice enche-se de alimento e esvasia-se regularmente para dentro do ceco. Como ele se esvazia de maneira ineficaze sua luz é pequena, está propenso a obstrução e é vulnerável à infecção. • É a causa mais comum de abdomen agudo e cururgia abfominal de emergência. Fisiopatologia • O apênidce fica inflamado e edemaciado em consequencia de se dobrar ou ficar ocluido por fecalito, tumor, ou corpo estranho. Manifestações clínicas • Dor epigástrica ou periumbilical progride para dor no quadrante inferior direito, acompanhada por febre baixa, náuseas, vômitos. • Dor local é produzida no ponto de McBurney quando se aplica pressão. • Sinal de Rovsing pode ser produzido palpando-se o quadrante inferior esquerdo. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO APENDICITE Histórico e Achados Diagnósticos • O diagnóstico baseia-se em um exame físico completo, achados laboratoriais, e exames de imagem (hemograma, radiografia, ultra-sonografia). Complicações • A principal complicação da apendicite é a perfuração do apêndice, podendo causar peritonite. Tratamento Médico • A cirurgia imediata está indicada. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO • DOENÇAS HEPÁTICAS • Icterícia A coloração amarelada da pele e das escleróticas é causada pela redução da capacidade do fígado de metabolizar e secretar bilirrubina. O diagnóstico diferencial da icterícia pode incluir as seguintes causas: • Icterícia hepatocelular causada por hepatites virais, hepatotoxinas (inclusive fármacos e álcool), doenças metabólicas, isquemia, hepatite autoimune ou gravidez • Icterícia obstrutiva causada pela obstrução dos ductos biliares; cálculos biliares; inflamação dos ductos biliares causada por colangite esclerosante primária, estenoses biliares, neoplasias malignas do sistema biliar, cânceres de pâncreas e fígado ou pancreatite • Icterícia hemolítica causada pela produção aumentada de bilirrubina em consequência de hemólise, doenças hematológicas, reabsorção de hematomas ou transfusões repetidas • Hiperbilirrubinemia hereditária causada por distúrbios hereditários do metabolismo da bilirrubina, inclusive várias síndromes, sendo que algumas requerem transplante de fígado. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO Hipertensão portal • A hipertensão portal é causada pelo aumento da resistência ao fluxo sanguíneo do fígado e ao aumento do fluxo sanguíneo devido à dilatação da circulação esplâncnica. As duas complicações principais da hiperte Ascite • Nos clientes com ascite, líquidos acumulamse na cavidade peritoneal. O aumento do fluxo sanguíneo das veias que drenam o sistema portal causa dilatação e formação de veias varicosas. nsão portal são ascite e varizes esofágicas • Fisiopatologia • A hipertensão portal e o aumento resultante da pressão capilar e a obstrução do fluxo sanguíneo venoso pelo fígado doente • A incapacidade do fígado de metabolizar aldosterona AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO ASCITE Manejo clínico e de enfermagem • Modificação da dieta • Diuréticos • Paracentese • Shunt portossistêmico intra-hepático transjugular Complicações • Peritonite bacteriana espontânea (PBE) AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO Varizes esofágicas • Varizes esofágicas são encontradas em 50% dos clientes com cirrose e esta é a complicação potencialmente mais grave dos clientes com doença hepática crônica. O sangramento ou a hemorragia das varizes esofágicas está associado a redução expressiva da sobrevivência em geral e a taxa de mortalidade alta Fisiopatologia • Varizes esofágicas são veias dilatadas e tortuosas, geralmente encontradas na camada submucosa do terço inferior do esôfago, embora possam também se formar nos segmentos esofágicos mais altos ou se estender até o estômago. Hipertensão portal é o mecanismo principal responsável pela formação da circulação colateral. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO Manifestações clínicas e avaliação • O cliente com hemorragia de varizes esofágicas pode apresentar hematêmese, melena ou deterioração geral do estado físico ou mental e, em geral, refere história de ingestão abusiva de álcool. Manejo clínico • O sangramento agudo das varizes esofágicas é uma emergência, que pode rapidamente evoluir para choque hemorrágico. • Procedimentos endoscópicos terapêuticos Ligadura elástica das varizes esofágicas • Escleroterapia endoscópica • Tamponamento gastresofágico por balão AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO Colelitíase • Os cálculos da vesícula biliar geralmente se formam na vesícula a partir dos componentes sólidos da bile; estes cálculos variam amplamente quanto ao tamanho, à forma e à composição. Fisiopatologia • Existem dois tipos principais de cálculos biliares: os que são formados principalmente de pigmentos e os que são compostos basicamente por colesterol. Os cálculos de pigmentos formam-se quando pigmentos não conjugados na bile precipitam para formar cálculos. O risco de desenvolver esses cálculos é maior nos clientes com cirrose, hemólise e infecções do sistema biliar. Os cálculos de pigmentos não podem ser dissolvidos e precisam ser removidos cirurgicamente. Manifestações clínicas O cliente com doença da vesícula biliar causada por cálculos pode ter dois tipos de sintomas: os que são devidos à própria doença da vesícula biliar e os que são causados pela obstrução das vias biliares por um cálculo. Os sintomas podem ser agudos ou crônicos. desconforto epigástrico - sensação de plenitude - distensão abdominal - dor difusa no quadrante superior direito do abdome AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO Colecistite • Colecistite é uma inflamação aguda da vesícula biliar. O empiema da vesícula biliar ocorre quando a vesícula fica cheia de líquido purulento (pus). Episódios repetidos de obstrução do ducto cístico por cálculos biliares causam colecistite. Fisiopatologia • Colecistite calculosa é a causa mais comum • Colecistite acalculosa descreve a inflamação aguda da vesícula biliar sem obstrução por cálculos biliares Manifestações clínicas e avaliação • Dor, hipersensibilidade e rigidez no quadrante superior direito do abdome; em geral, a dor irradiase para o dorso, o ombro direito ou a escápula direita. Náuseas e vômitos são comuns. O cliente tem leucocitose e o exame físico pode detectar sinal de Murphy positivo. Manejo clínico • Os objetivos principais do tratamento são reduzir a incidência de episódios agudos de dor na vesícula biliar e de colecistite por medidas de suporte e intervenções dietéticas e, quando possível, remover a causa da colecistite por tratamento farmacológico, procedimentos endoscópicos ou ressecção cirúrgica. Manejo cirúrgico AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DOENÇAS DO PÂNCREAS Pancreatite • Pancreatite (inflamação do pâncreas) é uma doença grave • Embora os mecanismos que causam inflamação do pâncreas sejam desconhecidos, a pancreatite é descrita comumente como um processo de autodigestão do pâncreas. Aparentemente, o ducto pancreático fica transitoriamente obstruído e, consequentemente, há secreção excessiva de enzimas exócrinas do pâncreas. Essas enzimas entram no ducto biliar, onde são ativadas e, junto com a bile, refluem para dentro do ducto pancreático, causando pancreatite. Fisiopatologia • A autodigestão do pâncreas por suas próprias enzimas proteolíticas, principalmente tripsina, causa pancreatite aguda. A ativação das enzimas pode causar vasodilatação, inflamação, aumento da permeabilidade vascular, necrose, erosão e hemorragia. Essa série de eventos também pode levar à falência múltipla dos órgãos AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DOENÇA DO PANCREAS Manifestações clínicas e avaliação • Dor abdominal intensa é o sintoma principal da pancreatite, que leva o cliente a buscar atendimento médico. Nos casos típicos, a dor localiza-se na região mesogástrica. Em geral, a dor começa repentinamente, cerca de 24 a 48 h depois de uma refeição muito copiosa ou ingestão excessiva de álcool; a dor pode ser difusa e difícil de se localizar. A dor geralmenteé mais intensa depois das refeições e não pode ser aliviada com antiácidos. A dor pode acompanhar-se de distensão abdominal, massa palpável mal definida e peristalse reduzida. A dor da pancreatite geralmente é acompanha de vômitos, que não conseguem aliviar a dor ou as náuseas. Manejo clínico • A taxa de mortalidade global dos clientes com pancreatite aguda é alta em consequência de choque, anoxia, hipotensão ou distúrbios hidreletrolíticos. • O tratamento da pancreatite aguda tem como objetivos aliviar os sinais e sintomas e evitar ou tratar complicações. AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO
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