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Microeconomia: Princ´ıpios Ba´sicos Cap´ıtulo 14. O excedente do consumidor Escola de Po´s-Graduac¸a˜o em Economia 2009 Mestrado em Financ¸as e Economia Empresarial V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 1 / 38 To´picos cobertos 1 Demanda de um bem discreto 2 Construc¸a˜o da utilidade a partir da demanda 3 Outras interpretac¸o˜es do excedente do consumidor 4 A aproximac¸a˜o de uma demanda cont´ınua 5 Utilidade quase-linear 6 Como interpretar a variac¸a˜o do excedente do consumidor 7 Variac¸a˜o equivalente e variac¸a˜o compensadora 8 Excedente do produtor 9 Ana´lise custo-benef´ıcio V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 2 / 38 Demanda de um bem discreto Suponhamos que a func¸a˜o de utilidade tenha a forma u(x, y) = v(x) + y e que o bem x somente esteja dispon´ıvel em quantidades inteiras Seja p o prec¸o do bem x e fixemos em 1 o prec¸o do bem y que e´ interpretado como o dinheiro a ser gasto em outros bens Vimos que o comportamento do consumidor pode ser descrito em termos dos prec¸os de reserva r1 = v(1)− v(0), r2 = v(2)− v(1) . . . Se n unidades do bem discreto fossem demandadas, enta˜o o prec¸o do bem x tera´ de satisfazer rn > p > rn+1 A lista dos prec¸os de reserva conte´m toda a informac¸a˜o necessa´ria para descrever o comportamento da demanda V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 3 / 38 Construc¸a˜o da utilidade a partir da demanda Se tivermos uma curva de demanda, podemos elaborar (no caso especial da utilidade quase-linear) uma func¸a˜o de utilidade Lembra que temos r1 = v(1)− v(0) r2 = v(2)− v(1) r3 = v(3)− v(2) Par calcular v(3), por exemplo, basta somamos para encontrar v(3)− v(0) = r1 + r2 + r3 Por convenieˆncia, podemos impor v(0) = 0 e enta˜o ∀n > 1, v(n) = r1 + r2 + . . . rn V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 4 / 38 Construc¸a˜o da utilidade a partir da demanda V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 5 / 38 Construc¸a˜o da utilidade a partir da demanda A utilidade v(n) de consumir n unidades do bem discreta e´ a a´rea das primeiras n barras que formam a func¸a˜o de demanda Essa a´rea e´ chamada de benef´ıcio bruto ou excedente bruto do consumo associado ao consumo do bem A utilidade final do consumo (bem 1 e bem 2) e´ v(n) + m− pn onde m e´ a riqueza inicial do consumidor O termo v(n)− pn e´ chamado de excedente do consumidor ou excedente l´ıquido do consumidor Ele mede os benef´ıcios de consumir n unidades do bem discreto menos a reduc¸a˜o no gasto de consumo no outro bem V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 6 / 38 Construc¸a˜o da utilidade a partir da demanda V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 7 / 38 Outras interpretac¸o˜es do excedente do consumidor O valor que o consumidor da´ a` primeira unidade de consumo do bem discreto e´ r1 (supondo v(0) = 0) Mas se o prec¸o do bem discreto e´ p, ele so´ tem de pagar p por ela Isso lhe proporciona um “excedente” de r1 − p na primeira unidade de consumo Ele da´ um valor adicional de r2 a` segunda unidade de consumo, mas tem de pagar apenas p por ela Isso lhe da´ um excedente de r2 − p Se somarmos, o excedente total de todas n unidades e´ EC = (r1 − p) + (r2 − p) + . . . + (rn − p) = (r1 + . . . + rn)− np = v(n)− np V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 8 / 38 Outras interpretac¸o˜es do excedente do consumidor Suponhamos que um consumidor esteja consumindo n unidades do bem discreto e pagando pn por elas Quanto dinheiro seria necessa´rio para induzi-lo a reduzir a zero seu consumo do bem? Seja R a quantidade de dinheiro requerida Enta˜o, R tem de satisfazer a equac¸a˜o v(0) + m + R = v(n) + m− pn Dado que suponhamos v(0) = 0, essa equac¸a˜o se reduz a R = v(n)− pn V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 9 / 38 Excedente dos consumidores Se houver va´rios consumidores, podemos somar os excedentes de todos eles para criar uma medida agregada do excedente dos consumidores O excedente dos consumidores serve como medida conveniente dos ganhos agregados obtidos com as trocas V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 10 / 38 Aproximac¸a˜o de uma demanda cont´ınua V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 11 / 38 Utilidade quase-linear Em geral, o prec¸o ao qual o consumidor esta´ disposto a comprar determinada quantidade do bem 1 dependera´ de quanto dinheiro ele dispuser para consumir outros bens Em geral, os prec¸os de reserva do bem 1 dependera˜o do quanto do bem 2 estiver sendo consumido No caso especial da utilidade quase-linear, os prec¸os independem da quantidade de dinheiro que o consumidor possua para gastar nos outros bens Os economistas dizem que com a utilidade quase-linear na˜o ha´ “efeito-renda”, uma vez que a variac¸a˜o da renda na˜o afetam a demanda O uso da a´rea abaixo da curva de demanda para medir utilidade so´ sera´ completamente correto quando a func¸a˜o de utilidade for quase-linear V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 12 / 38 Utilidade quase-linear Se a demanda de um bem na˜o se altera muito quando a renda variar Os efeitos renda na˜o sera˜o muito importantes E a variac¸a˜o no excedente do consumidor sera´ uma aproximac¸a˜o bastante razoa´vel da variac¸a˜o da utilidade do consumidor V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 13 / 38 Como interpretar a variac¸a˜o do excedente do consumidor Estamos interessados pela variac¸a˜o do excedente do consumidor em consequ¨eˆncia de alguma variac¸a˜o de pol´ıtica Suponhamos que o prec¸o de um bem varie de p′ para p′′ V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 14 / 38 Como interpretar a variac¸a˜o do excedente do consumidor O retaˆngulo indicado por R mede a perda de excedente resultante do fato de que o consumidor agora paga mais por todas as unidades que continua a consumir O consumidor continua a consumir x′′ unidades do bem, mas tem de gastar (p′′ − p′)x′′ mais dinheiro de que pagava antes O aumento do prec¸o do bem x faz com que o consumidor decida consumir menos desse bem O triaˆngulo T mede o valor do consumo perdido do bem x A perda total corresponde a` soma desse dois efeitos V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 15 / 38 Variac¸a˜o no excedente do consumidor: exemplo Imagina a curva de demanda linear D(p) = 20− 2p Quando o prec¸o varia de 2 para 3, qual a variac¸a˜o correspondente no excedente do consumidor? Quando p = 2 temos D(2) = 16, e quando p = 3, temos D(3) = 14 A a´rea do retaˆngulo R (1 de altura e 14 de base) e´ 14 e a a´rea do triaˆngulo T (1 de altura e 2 de base) e´ 1 A a´rea total sera´ de 15 V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 16 / 38 Variac¸a˜o equivalente e variac¸a˜o compensada Em geral, o excedente do consumidor pode ser uma medida razoa´vel (mesmo se a utilidade na˜o for quase-linear) do bem-estar do consumidor Ja´ vimos que observando um certo nu´mero de escolhas de consumidor (demandas), podemos estimar a func¸a˜o de utilidade Isso e´ importante para avaliar o impacto de propostas de mudanc¸as dos prec¸os e dos n´ıveis de consumo Em algumas aplicac¸o˜es, pode ser conveniente usar certas medidas moneta´rias da utilidade Quanto dinheiro ter´ıamos de dar a um consumidor para compensa´-lo por uma variac¸a˜o nos seus padro˜es de consumo? De outra forma, essa medida avalia uma variac¸a˜o da utilidade mas em unidades moneta´rias V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 17 / 38 Variac¸a˜o equivalente e variac¸a˜o compensada Suponhamos que estejamos examinando a situac¸a˜o seguinte O consumidor defronta-se com alguns prec¸os (p?1, 1) e consome uma determinada cesta (x?1, x ? 2) Logo, o prec¸o do bem 1 aumenta de p?1 para p̂1, e o consumidor passa a consumir (x̂1, x̂2) Em que medida o consumidor e´ afetado por essa variac¸a˜o do prec¸o? V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) MicroeconomiaNovembro, 2009 18 / 38 Variac¸a˜o equivalente e variac¸a˜o compensadora Um modo de responder e´ perguntar quanto dinheiro ter´ıamos de dar ao consumidor depois da variac¸a˜o do prec¸o para deixa´-lo exatamente (nem menos nem mais) ta˜o bem quanto estava antes dessa variac¸a˜o O que perguntamos e´ quanto ter´ıamos de deslocar para cima a nova reta orc¸amenta´ria para fazeˆ-la tangenciar a curva de indiferenc¸a que passa pela cesta x? A variac¸a˜o de renda necessa´ria para levar o consumidor a sua curva de indiferenc¸a original e´ chamada variac¸a˜o compensadora da renda E´ a variac¸a˜o na renda que compensa o consumidor pela variac¸a˜o do prec¸o V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 19 / 38 Variac¸a˜o equivalente e variac¸a˜o compensadora V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 20 / 38 Variac¸a˜o equivalente e variac¸a˜o compensadora Outra forma de medir o impacto de uma variac¸a˜o de prec¸o em termos moneta´rios Consiste em perguntar quanto dinheiro teria de se tirar do consumidor antes da variac¸a˜o de prec¸o para deixa´-lo ta˜o bem quanto (nem mais nem menos) estaria depois da variac¸a˜o de prec¸o Isso e´ chamado de variac¸a˜o equivalente da renda A variac¸a˜o equivalente mede a quantidade ma´xima de renda que o consumidor estaria disposto a pagar para evitar a variac¸a˜o de prec¸o V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 21 / 38 Variac¸a˜o equivalente e variac¸a˜o compensadora V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 22 / 38 Variac¸a˜o equivalente e variac¸a˜o compensadora Em termos geome´tricos, as variac¸o˜es compensadora e equivalente sa˜o duas formas distintas de medir o afastamento entre duas curvas de indiferenc¸a pela observac¸a˜o da distaˆncia que separa suas linhas tangentes A variac¸a˜o equivalente e a variac¸a˜o compensadora sa˜o iguais no caso da utilidade quase-linear Nesse caso, as curvas de indiferenc¸a sa˜o paralelas, de modo que a distaˆncia entre duas curvas de indiferenc¸a quaisquer e´ a mesma, na˜o importando onde elas sejam medidas V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 23 / 38 Variac¸a˜o equivalente e variac¸a˜o compensadora V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 24 / 38 Variac¸o˜es equivalente e compensadora: exemplo Suponhamos que o consumidor tenha uma func¸a˜o de utilidade u(x1, x2) = x 1/2 1 x 1/2 2 Originalmente, o agente se defronta com prec¸os p? = (1, 1) e tem uma renda de $100 Enta˜o o prec¸o do bem 1 aumenta para 2: quais sa˜o as variac¸o˜es compensadora e equivalente? V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 25 / 38 Variac¸o˜es equivalente e compensadora: exemplo Sabemos que as func¸o˜es de demanda de Cobb–Douglas sa˜o dadas por x1(p1, p2,m) = m 2p1 e x2(p1, p2,m) = m 2p2 As demandas do consumidor mudam de x? = (50, 50) para x̂ = (25, 50). Variac¸a˜o compensadora: quanto dinheiro seria necessa´rio aos prec¸os (2, 1) para deixar o consumidor ta˜o bem quanto estava ao consumir a cesta (50, 50) Temos que resolver a equac¸a˜o(m 4 ) 1 2 (m 2 ) 1 2 = (50) 1 2 (50) 1 2 Obtemos m = 100 √ 2 ≈ 141 e a renda compensadora e´ 141− 100 = 41 V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 26 / 38 Variac¸o˜es equivalente e compensadora: exemplo Variac¸a˜o equivalente: quanto dinheiro m seria necessa´rio aos prec¸os p? = (1, 1) para que o consumidor ficasse ta˜o bem quanto estava ao consumir a cesta x̂ = (25, 50) Temos que resolver a equac¸a˜o(m 2 ) 1 2 (m 2 ) 1 2 = (25) 1 2 (50) 1 2 Ao resolvermos, obtemos m = 50 √ 2 ≈ 70 Se o consumidor tivesse uma renda de 70 aos prec¸os originais p?, estaria ta˜o bem quanto ao defrontar-se com os novos prec¸os p̂ e ter uma renda 100 A variac¸a˜o equivalente na renda e´ 100− 70 = 30 V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 27 / 38 Variac¸o˜es compensadora e equivalente das prefereˆncias quase-lineares Suponhamos que o consumidor tenha um func¸a˜o de utilidade quase linear u(x1, x2) = v(x1) + x2 Sabemos que a demanda do bem 1 dependera´ somente do prec¸o desse bem (o prec¸o do bem 2 esta´ fixado a 1): x1(p1) Suponhamos que o prec¸o varie de p?1 para p̂1: quais sera˜o as variac¸o˜es compensadora e equivalente? V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 28 / 38 Variac¸o˜es compensadora e equivalente das prefereˆncias quase-lineares Ao prec¸o p?1, o consumidor escolhe x ? 1 = x1(p ? 1) e tem a utilidade v(x?1) + m− p?1x?1 Ao prec¸o p̂1, o consumidor escolhe x̂1 = x1(p̂1) e tem a utilidade v(x̂1) + m− p̂1x̂1 Seja C a variac¸a˜o compensadora: essa a quantia de dinheiro adicional de que o consumidor necessitaria apo´s a variac¸a˜o do prec¸o para ficar ta˜o bem quanto antes: v(x̂1) + m + C − p̂1x̂1 = v(x?1) + m− p?1x?1 Obtemos C = v(x̂1)− v(x?1) + p̂1x̂1 − p?1x?1 V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 29 / 38 Variac¸o˜es compensadora e equivalente das prefereˆncias quase-lineares Seja E a variac¸a˜o equivalente: e´ a quantia de dinheiro que voceˆ poderia tirar do consumidor antes da variac¸a˜o do prec¸o para deixa´-lo com a mesma utilidade que teria apo´s a variac¸a˜o de prec¸o v(x?1) + m− E − p?1x?1 = v(x̂1) + m− p̂1x̂1 Obtemos E = v(x̂1)− v(x?1) + p̂1x̂1 − p?1x?1 As variac¸o˜es compensadora e equivalente sa˜o iguais e tambe´m correspondem a` variac¸a˜o do excedente (l´ıquido) do consumidor ∆Excedente = [v(x?1)− p?1x?1]− [v(x̂1)− p̂1x̂1] V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 30 / 38 Excedente do produtor A curva de oferta mede a quantidade que seria ofertada a cada prec¸o A a´rea acima da curva de oferta e´ chamada de excedente (l´ıquido) do produtor Dever´ıamos usar o termo “excedente do ofertante” (e excedente do demandante) ja´ que um bem pode ser ofertado por uma pessoa que o possui ou por uma empresa que o produza Se o produtor puder vender num mercado x? unidades de seu produto ao prec¸o p?, qual sera´ seu excedente? Desenvolvemos a ana´lise em termos da curva de oferta inversa do produtor: x 7→ ps(x) e´ a func¸a˜o que mede qual deveria ser o prec¸o para que o produtor ofertasse x unidades do bem V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 31 / 38 Excedente do produtor Consideremos um bem discreto O produtor quer vender a primeira unidade do bem ao prec¸o ps(1) Mas ele obte´m o prec¸o do mercado p? por essa unidade Do mesmo modo, ele quer vender a segunda unidade por ps(2) mas obte´m p? por ela A diferenc¸a entre a quantia mı´nima pela qual o produtor esta´ disposto a vender as x? unidades e a quantia pela qual realmente as vende e´ o excedente l´ıquido do produtor V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 32 / 38 Excedente do produtor V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 33 / 38 Ana´lise custo-benef´ıcio Examinemos por exemplo o efeito de um prec¸o ma´ximo pc V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 34 / 38 Ana´lise custo-benef´ıcio As autoridades acreditam que o prec¸o de equil´ıbrio sem intervenc¸a˜o pe e´ demasiado alto e impo˜em um prec¸o ma´ximo pc Isso reduz a quantidade que os fornecedores se dispo˜em a oferecer para qc: isso diminui o excedente l´ıquido do produtor Quem fica com a quantidade qc? Supomos que o produto va´ para os consumidores que esta˜o dispostos a pagar mais Digamos que pe, prec¸o efetivo, seja o prec¸o que induz os consumidores a demandar qc As perdas so´cias devidas ao prec¸o ma´ximo tambe´m pode ser interpretadas como perdas so´cias devidas a um racionamento V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 35 / 38 Apeˆndice Utilizemos um pouco de ca´lculo para tratar de modo rigoroso o excedente do consumidor Comecemos com o problema de maximizac¸a˜o de uma utilidade quase-linear x(p,m) ≡ argmax{v(x) + y : px + y = m e (x, y) > 0} Ao substituirmos a partir da restric¸a˜o orc¸amenta´ria, teremos x(p,m) = argmax{v(x) + m− px : px 6 m e x > 0} V. FilipeMartins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 36 / 38 Apeˆndice Supomos que a soluc¸a˜o x(p) da condic¸a˜o de primeira ordem v′(x) = p satisfaz x(p) > 0 e px(p) < m Isso acontece quando v′(0) > p (lembra que v e´ coˆncava) Podemos provar que nesse caso teremos x(p,m) = x(p) a demanda na˜o depende da renda A func¸a˜o de demanda inversa x 7→ x(p) e´ definida por p(x) = v′(x) Observe a analogia com o caso do bem discreto V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 37 / 38 Apeˆndice Para achar a func¸a˜o de utilidade, podemos integrar a func¸a˜o de demanda inversa v(x) = v(x)− v(0) = ∫ x 0 v′(t)dt = ∫ x 0 p(t)dt Portanto, a utilidade associada ao consumo do bem e´ justamente a a´rea embaixo da curva de demanda V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Microeconomia Novembro, 2009 38 / 38 Main Talk
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