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A cromomicose é mais prevalente nas regiões tropicais e subtropicais. Os agentes 
etiológicos mais frequentes, Fonsecaea pedrosoi (73%) e Cladophialophora carrioni, 
geralmente ocorrem em climas úmidos ou semiáridos, respectivamente. Os fungos podem 
ser encontrados em fragmentos de solo e planta. Diante disso, o risco de infecção está 
fortemente associado ao trauma cutâneo obtido durante o trabalho ao ar livre ou 
atividades recreativas, como o pastoralismo, caça e ecoturismo. A maioria dos estudos 
indica uma clara predominância masculina, principalmente em trabalhador rural. 
A infecção geralmente resulta de uma lesão cutânea traumática, onde os agentes 
ganham entrada no corpo humano por contato com solo e planta contaminados. Assim 
como acontece com outros fungos patogênicos, múltiplos fatores de virulência 
provavelmente desempenham um papel no desenvolvimento da cromomicose, tais como: 
presença de melanina na parede celular fúngica, hidrofobicidade e adesão celular. Além 
disso, os mecanismos que interferem com a resposta do hospedeiro podem contribuir para 
a persistência da infecção. As lesões se desenvolvem no local da inoculação, acometendo a 
pele e algumas vezes o tecido subcutâneo. 
 
Trata-se uma infecção fúngica que pode afetar a pele ou, raramente, o cérebro, 
tendo como agente etiológico os fungos: 
1. Fonsecae pedrosoi (O maior responsável pela cromomicose) 
2. Cladosporium carionii, 
3. Phialophora verrucosa 
4. Rhinocladiella aquaspersa. 
Estes fungos são apresentam como habitat natural o solo, os vegetais e a água. 
Embora se trate de uma desordem universal, ocorre com maior frequência na zona 
tropical e subtropical. É descrita com maior frequência em adultos do sexo masculino, 
especialmente entre a segunda e a quarta décadas de vida, predominando em 
trabalhadores ou ex-trabalhadores da área rural. 
No caso da cromomicose cutânea, o contágio ocorre pela inoculação do agente em 
áreas de pele lesionadas. Com relação à cromomicose cerebral existem poucos casos 
https://www.infoescola.com/ecologia/habitat/
https://www.infoescola.com/geografia/clima-tropical/
https://www.infoescola.com/geografia/clima-tropical/
https://www.infoescola.com/geografia/clima-subtropical/
relatados na literatura médica, contudo é provável que as portas de entrada incluam 
os pulmões e os seios paranasais. 
As manifestações clínicas aparecem pela primeira vez no local da inoculação 
semanas a meses após o trauma na pele, muitas vezes despercebido ou não lembrado. 
Desenvolve-se uma pápula pequena, eritematosa, assintomática. À medida que a lesão 
progride, ela assume um aspecto escamoso e infiltrado. Na ausência de diagnóstico 
precoce e tratamento, as lesões podem aumentar de tamanho e/ou espalhar-se 
localmente, produzindo lesões satélite. As manifestações da doença progressiva são 
polimórficas e pode ocorrer uma das cinco morfologias: nodular, verrucosa, tumoral, 
cicatricial e em placa. 
Geralmente, a doença permanece localizada na área da infecção inicial ou da pele 
vizinha, mas pode ocorrer disseminação linfática e hematogênica, produzindo lesões 
metastáticas. O exame da superfície das lesões muitas vezes revela numerosos pontos 
negros ou uma aparência de “pimenta caiena”. 
Os locais mais comumente afetados são as extremidades inferiores, especialmente 
os pés. As mãos, braços e nádegas também são frequentemente envolvidos, e relatos 
esporádicos mencionam lesões nos ouvidos, face, seios e axilas. No início da doença, os 
sintomas são mínimos. Porém, à medida que a doença avança, o prurido torna-se uma 
queixa dominante e pode ser acompanhado de dor local. A infecção secundária com 
bactérias é comum, dando à lesão um mau odor característico. Acredita-se que a infecção 
secundária seja importante na gênese da estase linfática e consequentemente no 
aparecimento do linfedema. 
A forma cutânea costuma desenvolver-se dentro de dois meses após o contágio e 
inicia-se como uma lesão papulosa ou papulo-nodular, que evolui para uma úlcera, 
adquirindo, por conseguinte, um aspecto verrucoso ou serpíngino-vegetantes. É mais 
comum nos membros inferiores e tipicamente fica circunscrita ao membro afetado, 
incapacitando-o. No entanto, pode afetar também os membros superiores, o tronco e a 
extremidade cefálica. Há raros relatos do acometimento da córnea e dos ossos. 
No que diz respeito à forma cerebral, os maiores responsáveis por levar à 
cromomicose são os fungos do gênero Fonsecaea e Cladosporium. Esta forma evolui 
lentamente, propagando-se por contiguidade, sendo rara a disseminação pela corrente 
linfática ou sanguínea. Clinicamente, pode estar presente uma síndrome de hipertensão 
intracraniana, associada ou não a sinais meningorradiculares, podendo evoluir para 
uma meningite. 
https://www.infoescola.com/anatomia-humana/pulmoes/
https://www.infoescola.com/visao/cornea/
https://www.infoescola.com/doencas/meningite/
Pode ser estabelecida por meio de exames laboratoriais, como a análise de 
secreções e crostas, cultura ou histopatologia, com esta última evidenciando a presença 
dos fungos em células gigantes, nos abscessos ou até mesmo difuso pelo epitélio. 
 
A cromomicose possui diagnóstico diferencial em decorrência das características 
clínicas da lesão, sendo fundamentais, para sua confirmação diagnóstica, exames 
específicos. As características da lesão sugerem como hipóteses diagnósticas doenças que 
causam a síndrome verrucosa LECT (leishmaniose, esporotricose, cromomicose e 
tuberculose). 
Um sistema de classificação para a gravidade da doença ajuda a orientar a abordagem do 
tratamento: 
Doença leve: Doença moderada Doença grave 
Placa solitária ou nódulo < 
5 cm de diâmetro 
Lesões únicas ou múltiplas 
com morfologia nodular, 
verruga ou placa < 15 cm de 
diâmetro e envolvendo uma 
ou duas áreas de pele 
adjacentes 
Envolvimento extensivo de 
áreas de pele adjacentes ou 
não adjacentes. 
 
A excisão cirúrgica pode ser curativa e é a abordagem terapêutica recomendada para 
doença leve. 
Administração de um agente antifúngico oral. 
O itraconazol é o agente mais utilizado seguido da terbinafina. 
As doses diárias de itraconazol variam entre 200-400mg, durante 8 a 36 meses. As taxas 
de cura relatadas variam de 15-80%. 
Os casos graves devem ser tratados por vários anos, mas uma cura completa 
raramente é alcançada. 
As doses da terbinafina variam de 250-500mg/dia, com a duração variando de meses a 
anos, com base na gravidade da doença e na resposta ao tratamento. 
Outras drogas que podem ser utilizadas são: 
1. Isavuconazole 
2. Posaconazole 
3. Voriconazole, esta última na dose de 200mg de 12/12 horas via oral por até 1 ano 
de uso. 
A adição de terapias físicas (crioterapia, termoterapia, terapia a laser) à terapia 
antifúngica oral também pode ser útil. As múltiplas modalidades de tratamento são 
muitas vezes combinadas, como longos cursos de antifúngicos, excisão cirúrgica e 
terapias físicas destrutivas, pois a cromomicose é uma das infecções micóticas profundas 
mais difíceis de erradicar.

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