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PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENÇÃO Laura Patrizzi Volf Weberton Souza Lubrificantes Industriais “Devido às necessidades e a modernização dos equipamentos, os lubrificantes sofreram alterações tecnológicas para atender as necessidades extremas em processos industriais. Existem várias empresas no mercado que fabricam tipos de lubrificantes, de origem mineral, sintética e especiais. E é pertinente a premissa de que para uma boa manutenção, de qualquer equipamento, também se faz necessária uma boa lubrificação. Por esse motivo, os responsáveis pela manutenção devem estar atentos às especificidades dos lubrificantes.” (Canalbioenergia) Conceito e objetivos da lubrificação Os lubrificantes são fluidos responsáveis pela redução do atrito entre superfícies. O atrito ocorre a todo o momento, visto que é impossível produzir superfícies perfeitamente lisas na realidade. Estas pequenas fissuras causam atrito, sendo percebido pelo calor gerado na fricção das superfícies de dois blocos lisos de alumínio, por exemplo. Esta resistência ao movimento ocorre entre elementos de mesmo tipo ou entre diferentes (sólido e líquido: água e pedra, sólido e gás: foguete e atmosfera, sólido e sólido: pneu e asfalto). Na indústria, os processos estão constantemente causando atritos, gerando calor, ruídos, desgastes, liberação de partículas, predisposição à corrosão e micro soldagem a frio. Desta forma, o lubrificante deve atender ao menos as seguintes qualidades: 1. Manter as superfícies separadas durante o movimento; 2. Manter a estabilidade com as mudanças de temperatura; 3. Não ser corrosivo (não pode atacar as superfícies); 4. Manter as superfícies limpas e proteger da corrosão. Tipos e Classificação de Lubrificantes Líquidos - óleo mineral ou não, com ou sem aditivos; Pastosos ou graxas - mistura de óleo mineral ou sintético com algum espessante (“sabão”) e aditivos; Sólidos - lubrificante seco, como talcos, grafita, mica e outros; Gasosos - demanda peças altamente precisas e é usado em necessidades de uma extrema fina camada de lubrificação. Aplicações e Características dos óleos lubrificantes Os óleos lubrificantes podem ser de origem animal ou vegetal (óleos graxas), derivados de petróleo (óleos minerais) ou produzidos em laboratório (óleos sintéticos), podendo ainda ser constituídos pela mistura de dois ou mais tipos (óleos compostos). https://pt.wikipedia.org/wiki/Animal https://pt.wikipedia.org/wiki/Vegetal https://pt.wikipedia.org/wiki/Petr%C3%B3leo Óleo Mineral Fonte: https://www.copafer.com.br/oleo-mineral-para-maquina-tipo-vaselina-174-gitanes-p2179754 Óleo mineral Naftnênico - ótimo para ser usado em ambientes de baixas temperaturas; Óleo mineral Parafínico - vida útil longa, usado em ambientes com temperatura relativamente alta, não indicado em situações de baixa temperatura pois pode sedimentar; e Óleo Misto - mistura dos dois anteriores e possui as características, também, mistas. Óleo Sintético Fonte: https://www.directindustry.com/pt/prod/lubricantes-america-mfg/product-180561-2008666.html O óleo sintético é produzido industrialmente através de substâncias inorgânicas e orgânicas. Ele apresenta a capacidade de resistência à propagação do fogo, ou seja, ele é o mais indicado para ambientes que trabalham com altas temperaturas que vão até 150°C. Hidrocarbonetos sintéticos - derivado do óleo mineral, sintetizado para resistir à oxidação; https://www.copafer.com.br/oleo-mineral-para-maquina-tipo-vaselina-174-gitanes-p2179754 https://www.directindustry.com/pt/prod/lubricantes-america-mfg/product-180561-2008666.html Poliolésteres - os poli-alquileno-glicois, não miscíveis e miscíveis em água, tem sido cada vez mais utilizados pela indústria. Sintetizado para fluidos de freio¹, fluido de corte e lubrificantes especiais; Diésteres - formados através da ligação entre álcoois e ácidos por conta da perda de água. Bastante usado em turbinas da viação civil, já que ele apresenta uma resistência elevada tanto a altas quanto a baixas temperaturas; Óleos de silicone - possui um ótimo comportamento de viscosidade, comportando bem em altas e baixas temperaturas; Poliésteres perfluorados - possui ótima estabilidade contra a influência de produtos químicos. ¹ - Fluído de corte reflete a evolução da tecnologia dos materiais, visto o desenvolvimento de feramentas e materiais mais duros, e máquinas com velocidades cada vez maiores (velocidade, atrito e temperatura são diretamente proporcionais). Características Densidade - a densidade do material denota a sua capacidade de variar junto à variação de temperatura. Cor - tem a utilidade de poder acusar, em determinados casos, contaminação do produto durante sua manipulação. Ponto de fugor e de inflamação - análise para conhecer os níveis de interação perigosa do lubrificante com as altas temperaturas; conhecer este limite evita acidentes como um incêndio por inição de algum vapor liberado por algum lubrificante submetido à temperaturas excessivas. Índice de viscosidade - quanto mais viscoso for um lubrificante (mais grosso), mais difícil de escorrer, portanto será maior a sua capacidade de manter-se entre duas peças móveis fazendo a lubrificação das mesmas. Aditivos - Para conferir, retirar ou melhorar certas propriedades especiais dos lubrificantes. Detergentes: neutralizam ácidos do lubrificante e retiram produtos de neutralização da superfície, além de serem usados para ajudar na limpeza dos resíduos de carbono. Anticorrosivos: protegem a superfície do metal para mitigar o processo de corrosão ocasionados pela ação da água, oxigênio e de outras substâncias químicas. Classificação Fonte: https://www.manutencaoemfoco.com.br/oleo-automotivo-e-sua-classificacao/ Classificação SAE - Estabelecida pela SAE - Sociedade dos Engenheiros Automotivos dos Estados Unidos, os óleos lubrificantes são classificados em relação a sua viscosidade. Quanto maior este número, mais viscoso é o lubrificante. Basicamente, podem ser subdivididos em: ● Óleos monoviscosos: SAE 20, 30, 40, 50, 60; ● Óleos multiviscosos: SAE 20W-40, 20W-50, 15W-50. https://www.manutencaoemfoco.com.br/oleo-automotivo-e-sua-classificacao/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Society_of_Automotive_Engineers https://pt.wikipedia.org/wiki/Society_of_Automotive_Engineers Assim, um óleo multiviscoso SAE 20W-40 se comportará como um óleo 20 em temperatura ambiente, reduzindo o desgaste na partida do motor ainda frio, e na temperatura de serviço se comportará como um óleo SAE 40. Fonte: https://blog.bardahl.com.br/qual-lubrificante-comprar/ Classificação API - Desenvolvida pelo Instituto Americano do Petróleo, também dos Estados Unidos, baseia-se em níveis de desempenho dos óleos lubrificantes. São classificados por duas letras, a primeira indica o tipo de combustível do motor e a segunda o tipo de serviço. Classificação JASO - Organização Japonesa de Padrões Automóveis, é a entidade japonesa responsável pela definição da qualidade dos óleos para motores de 4 tempos diesel de veículos ligeiros e pesados. Classificação NMMA - National Marine Manufacturers Association, classifica lubrificantes para usos navais. Lubrificantes sólidos Fonte: https://portallubes.com.br/2020/03/lubrificantes-solidos/ São os lubrificantes que resistem às elevadas temperaturas. Exemplo dos mais comumente usados: a Grafite, o Óxido de zinco (Zn 02), o Talco, a Mica, o Bissulfeto de Molibdênio (MoS2,) e outros. São usadas também, adicionadas a óleos e graxas. As ceras também são consideradas lubrificantes sólidos. https://blog.bardahl.com.br/qual-lubrificante-comprar/ https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Instituto_Americano_do_Petr%C3%B3leo&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/Combust%C3%ADvel https://portallubes.com.br/2020/03/lubrificantes-solidos/ Tipos de graxa e especificações de uso Cerca de 10% do total de lubrificantes consumidos são constituídos por graxas. Visto que, aperfeiçoaíndices de desempenho e qualidade. A graxa comum é uma mistura de óleo mineral ou sintético com um “sabão” (material espessante), e alguns aditivos para finalizar. Este “sabão” serve para reter em suas fibras o óleo da lubrificação, mantendo esta mistura mais coesa. Pois, quando submetida ao trabalho pede um pouco de densidade e flui no sistema. Ao finalizar o movimento, com o resfriamento, a graxa endurece e volta a sua consistência mais pastosa. Essa aplicação pouco frequente é particularmente vantajosa em lugares de difícil acesso, tais como motores selados, mancais selados e outros sistemas. Além disso, a alta viscosidade evita os problemas com gotejamento e desperdício; o que evita a contaminação do processo produtivo. A vida útil dentro do sistema é alta, mesmo que o equipamento fique parado por muito tempo. Por sua alta densidade e baixa viscosidade, permite um ótimo selamento, aderência e serve como um amortecedor, reduzindo muito bem os ruídos e as vibrações. Porém, não é adequada para o uso em altas rotações, pois pode gerar atrito em si mesma elevando a temperatura. Este aumento da temperatura pode ocasionar em secagem do sistema, liberação de gases inflamáveis/tóxicos, e por fim a possível quebra do sistema. Existem alguns fatores que devem ser levados em consideração na escolha de uma graxa, como: faixa de temperatura, consistência, viscosidade do óleo base, proteção contra corrosão, capacidade de carga e miscibilidade. Estes são alguns dos principais tipos de graxas que existem. Graxa à base de cálcio (Ca) Trata-se de uma substância macia e que possui uma elevada solidez mecânica, aplica-se geralmente em cabos de aço, chassis e molas de veículos pesados. As principais vantagens desta graxa são a sua fácil fabricação, seu custo final e resistência à água. O ponto negativo deste tipo de graxa é o baixo ponto de gotejamento, pois caso ocorra a elevação das temperaturas ela começa a se dissolver, fazendo com o que o óleo básico saia do seu ponto de lubrificação Fonte:https://www.lojaderolamentos.com.br/produto/lubrificantes/graxas/graxa-grafitada- de-calcio-1kg/ Graxa à base de Sódio (Na) Esta graxa consiste em uma substância fibrosa que serve para uma variedade de funções, como rolamentos, mancais de rodas e juntas universais. As principais vantagens deste tipo de graxa é a sua ótima propriedade de aderência e vedação, além de sua capacidade de conferir proteção contra corrosão e resistência ao calor. Como desvantagem, o produto apresenta diminuição de sua lubrificação, devido a sua proteção contra corrosão e sua falta de resistência à água. Fonte:https://www.lojadomecanico.com.br/produto/3443/32/250/graxa-para-lubrificacao-d e-articulacoes-do-chassis-1-kg-vonder-5125001000 Graxa à base de Lítio (Li) Esta graxa é muito semelhante à graxa à base de cálcio, também possui uma consistência macia. É utilizada em veículos automotivos e na aviação, esta graxa possui muitas vantagens como, alto grau de aderência a superfícies metálicas, estabilidade em altas temperaturas e resistência à água. A principal desvantagem, é não poder ser usada como lubrificante nas indústrias alimentícias. https://www.lojaderolamentos.com.br/produto/lubrificantes/graxas/graxa-grafitada-de-calcio-1kg/ https://www.lojaderolamentos.com.br/produto/lubrificantes/graxas/graxa-grafitada-de-calcio-1kg/ https://www.lojadomecanico.com.br/produto/3443/32/250/graxa-para-lubrificacao-de-articulacoes-do-chassis-1-kg-vonder-5125001000 https://www.lojadomecanico.com.br/produto/3443/32/250/graxa-para-lubrificacao-de-articulacoes-do-chassis-1-kg-vonder-5125001000 Fonte:https://www.cofermeta.com.br/lubrificacao/graxas/graxa-azul-para-rolamentos-fbs- 180gla-base-de-litio Graxas sintéticas Estas graxas pertencem ao grupo que inclui todas as graxas baseadas em óleos sintéticos, que não corroem tão facilmente como as de óleos minerais e são amplamente utilizadas em aeronaves, satélites e robôs. As suas vantagens são a sua enorme variedade de aplicação e ampla aplicação quando utilizadas em agentes espessantes. A principal desvantagem, está em sua falta de resistência ao atrito em baixas temperaturas. Fonte:https://bandeirantesbauru.com.br/site/produtos/4831-graxa-sintetica-atoxica-az-190 gs-1kg.html Mancais Mancais são dispositivos utilizados para suportar cargas e dar apoio adequado e necessário aos eixos e componentes gerais de uma transmissão. Existem dois tipos mais comuns de mancais: mancais de deslizamento e mancais de rolamento . Lubrificação de mancais de rolamento Fonte:http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EngMec_NOTURNO/TM356/Prof_Jorge_Erthal/Aulas/1 0-Mancais%20de%20Deslizamento.pdf https://www.cofermeta.com.br/lubrificacao/graxas/graxa-azul-para-rolamentos-fbs-180gla-base-de-litio https://www.cofermeta.com.br/lubrificacao/graxas/graxa-azul-para-rolamentos-fbs-180gla-base-de-litio https://bandeirantesbauru.com.br/site/produtos/4831-graxa-sintetica-atoxica-az-190gs-1kg.html https://bandeirantesbauru.com.br/site/produtos/4831-graxa-sintetica-atoxica-az-190gs-1kg.html http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EngMec_NOTURNO/TM356/Prof_Jorge_Erthal/Aulas/10-Mancais%20de%20Deslizamento.pdf http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EngMec_NOTURNO/TM356/Prof_Jorge_Erthal/Aulas/10-Mancais%20de%20Deslizamento.pdf Antes de se fazer a lubrificação deve-se limpar bem o local de aplicação com o intuito de evitar a entrada de partículas abrasivas que danificam os mancais. Deve-se evitar o excesso de graxa nos mancais de rolamento, pois é extremamente prejudicial. Os mancais de rolamento podem ser lubrificados quinzenalmente, já no caso de mancais de rolamento de motores elétricos, a lubrificação deve ser feita uma vez no mês. Lubrificação mancais de deslizamento. Fonte:http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EngMec_NOTURNO/TM356/Prof_Jorge_Erthal/Aulas/1 0-Mancais%20de%20Deslizamento.pdf A lubrificação pode ser realizada das seguintes maneiras; ● Com lubrificação em intervalos, isso significa que o lubrificante é aplicado em determinados espaços de tempo. ● Com lubrificação permanente sem manutenção, isso significa que o lubrificante é aplicado somente uma vez. ● Com matéria- primas auto lubrificantes. Lubrificação de engrenagens fechadas e abertas Sistema de Perda Total – não há recuperação do lubrificante; aplicação por meio de buretas, oleadores, etc. Sistema Selado – o óleo é continuamente re-empregado; protegido do contato exterior reduz as perdas. Métodos de lubrificação Lubrificação por gravidade – manual, conta-gotas, agulha ou vareta; quantidades reguladas em um ponto de forma manual ou não, onde o óleo escoa devido a ação da gravidade e a sua viscosidade. Figura – Lubrificação manual Figura – Lubrificação por conta-gotas Lubrificação por capilaridade – copo com mecha, por estopa ou almofada; lubrificação pela capilaridade do tecido absorvente e a viscosidade do óleo. Figura – Lubrificação com copo com mecha Figura – Lubrificação com estopa Lubrificação por salpico – por salpico, por colar e por anel ou corrente; o lubrificante fica contido num cárter (depósito) é borrifado por meio de uma ou mais peças móveis. Comum em motores. Figura – Lubrificação por salpico Figura – Lubrificação por colar Figura – Lubrificação por anel Lubrificação por imersão – banho de óleo; as peças mergulham no lubrificante, e este em excesso escorre entre as demais peças pelas ranhuras. Geralmente usado em mancais de rolamentos e em caixas de engrenagens. Figura – Lubrificação por banho de óleo Lubrificação por sistema forçado – banho de óleo; bombeamento do óleo no sistema, forçando a circulação do lubrificante. Figura – Lubrificação por banho de óleo Figura – Lubrificação por banho de óleo Lubrificação a graxa – manual ou com pistola; aplicação em um único ponto, e oferece vantagens para sistemas automáticos. Figura – Lubrificação manual Figura – Lubrificação manual com pistola Lubrificação automática – sistema automatizado; sistemas que precisam de lubrificaçãocontínua. Figura – Lubrificação automática Plano de Lubrificação Imagem - Exemplo de uma planilha de um Plano de Lubrificação Referências https://www.youtube.com/watch?v=FrX_SURC39Y&ab_channel=BrunoAlbert http://www.tsambientali.com.br/quais-sao-os-tipos-de-oleos-lubrificantes-e-como-escolher-o-i deal/ https://www.youtube.com/watch?v=FrX_SURC39Y&ab_channel=BrunoAlbert http://www.tsambientali.com.br/quais-sao-os-tipos-de-oleos-lubrificantes-e-como-escolher-o-ideal/ http://www.tsambientali.com.br/quais-sao-os-tipos-de-oleos-lubrificantes-e-como-escolher-o-ideal/