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JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 ● sempre síncrona todas as semanas. ● avaliação é a mesma que a de empresarial (questionários). Aula 1 ● sequência da teoria geral dos contratos (Regras genéricas que se aplicam a todos os tipos de contrato, previstas ou não no código - atípicos e típicos). visto a parte geral, agora veremos os contratos em espécie, que são uma relação entre atipicidade e tipicidade. ● “o simples consentimento obriga” - por isso a regra no direito é sempre a atipicidade contratual. ● fase intermediária entre contratos típicos e atípicos - tipicidade social = contrato episodicamente feito se torna rotina, ao ponto que o legislador se sente confortável em dizer que a regra básica é essa (tipifica o contrato na lei). como por exemplo contrato de locação em shopping. ● nenhum contrato vem do nada, pode pegar “pedaços de algum tipo de contrato”, até criar um tipo novo. ● contratos em espécie = o que a lei tipificou considerando a sua aplicação rotineira. ● classificação = eles podem ser aglutinados conforme a pretensão principal(via de regra, é dos dois lados. ex: compra e venda) das partes. existem 6 grupos: - a obrigação é de dar, portanto uma das partes entrega algo, e esta entrega tem como finalidade transferir propriedade. podendo ser a obrigação de dar definitivamente ou temporariamente: permuta (troca uma coisa por outra. tem como intenção adquirir um carro, e a outra um apartamento, por exemplo. obrigação de dar recíproca. contrato mais antigo. a dificuldade da permuta é achar alguém que tiver o que eu quero e queira o que eu tenho); compra e venda (não preciso ir mais atrás mais o que a pessoa quer, e sim pode dar o dinheiro, em troca de receber a coisa que quer. contrato de maior incidência no mundo moderno.); doação (transferência de um determinado bem sem contrapartida, o doador tem obrigação, porém é um contrato unilateral. como é um acordo de vontades, é um contrato.); contrato estimatório (entrego um determinado bem para que alguém venda esse bem pra mim; venda por consignação. compra e venda intervalada. forma onerosa de transferência de propriedade.) - PRIMEIRO GRUPO. - O SEGUNDO GRUPO existe uma obrigação de restituir com transferência de posse, pq o que eu transfiro quando eu dou é a POSSE (empresto pra alguém para que ele use e me devolva). locação (único contrato que se trata fora do código, pq o código trata só de bens MÓVEIS. dada a importância da locação de imóveis, se fala sobre); comodato (se diferencia da locação pq a posse é gratuita, e ele é SEMPRE gratuito. o dia que comodato ser oneroso, ele vira locação. é um contrato comum e muitas vezes acessórios, está vinculado a outros contratos. existe uma obrigação de restituir); mútuo (contrato de empréstimo de coisas fungíveis - podem ser substituídos os bens. ex: empréstimo de banco.); depósito (entrego algo a alguém, mas pra que ele guarde e cuide desse bem, ao invés de usar. entrego a coisa, mas ela tem que restituir. exemplo: pode ser até armazenamento de dados no celular.) - TERCEIRO GRUPO: obrigação de fazer. prestação de serviço (Espécie de gênero do qual surgem outros contratos mais especializados de obrigação de fazer. se eu nao tiver um regra geral, a especial que irá guiar tal contrato. alguém se obriga a fazer alguma coisa em benefício de outrem em troca de dinheiro. ex: advogado presta serviços a alguém); empreitada (espécie do gênero de prestação de serviço. ex: costureira, pintor de quadro, etc. prestação de serviço de uma obra, que vai ser entregue no fim); mandato (mando que alguém faça JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 algo pra mim, ou em meu nome. ex: advogado representando alguém em juízo); comissão (modalidade de prestação de serviço, realização e qualificação de negócios mercantis em uma determinada parte. tipicamente comercial, dificilmente civil.); contrato de agência (conseguir negócios para o agenciado ex: agente de banda consegue negócios para a banda.); corretagem (contrato alguém pra vender algo pra mim. ex: corretor de imóveis. o corretor de seguro é obrigatório por lei); contrato de transporte (também não tava no código velho, como agência e corretagem. prestação de serviços pelo deslocamento de coisas ou pessoas. ex: uber, etc. faceta privada - carga, pessoas - e tem uma faceta de consumo - rodoviário, aeroviário - aqui se trata só dos privados.) ESSE É O MAIOR GRUPO. - QUARTO GRUPO: obrigação de dar e fazer (mista), não sabe dimensionar qual obrigação é a maior. distribuição (há uma obrigação de dar que é entregar o produto para o distribuidor, e tem que ser pago, mas ele tem que revender também. ex: coca-cola é produzida pela coca, mas é revendida em bares, restaurantes, supermercados etc.) constituição de renda (doações periódicos a outro de modo a constituir uma renda pra ele. ex: aluguel de imóvel que dá pra alguém constituir uma renda. plano de aposentadoria complementar também. - QUINTO GRUPO obrigação de garantia. seguro (a seguradora deve garantir indenização em caso de sinistro. previsto no código civil, portanto típico); contrato de fiança (o fiador tem que garantir, e caso o devedor não pague ai sim implementa a garantia.); - SEXTO GRUPO contratos de acertamento (núcleo da pretensão é extinguir ou escolher um modo de extinguir um litígio. tenho um contrato e surge um litígio, pode ser por meio de juízo ou outro contrato. contrato de transação (onde previnem ou põem fim em um litígio.); compromisso (contrato pelo qual as partes acertam que não irão ao judiciário, mas irão a um tribunal arbitral.); jogo ou aposta (existe o jogo reconhecido pelo governo, mas não é regido pelo CC, e sim pela lei das loterias. o CC diz que o jogo ou aposta geram obrigação natural - sem ação, que não pode ser executada, seja pq prescreveu ou pq não está previsto em lei -, não tem como exigi-la. se a pessoa pagar a aposta, não tem como cobrar se ela não quis pagar mais. se não pagar tb não tem consequência jurídica. Compra e Venda ● se analisa o título aquisitivo muito mais do que a compra e venda. o título deve ser válido, tanto que quanto o produto vier defeituoso, o título também não é mais válido. ● art 481 - a compra e venda não tem efeitos reais, ela cria a obrigação de transferir a propriedade e pra que ela seja cumprida, o contrato tem que ter todos os requisitos para a sua estruturação. ● todo contrato deve ter um objeto sob o qual incida o acordo de vontades (forma, objeto e consentimento). o que modifica esses elementos na compra e venda para outros contratos, é o conteúdo desses elementos. ● no contrato de compra e venda existe um mútuo acordo entre as partes, onde uma quer transferir a propriedade e a outra receber. ● A compra e venda exige de um objeto que seja entregue um bem tangível, e a outra lhe de dinheiro. se não é permuta. ● a forma é livre, portanto, qualquer compra e venda poderá ser feita por qualquer forma (escrita, oral etc). a única exceção que o código estabelece é no 108. “Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.” ● contrato preliminar = promessa de compra e venda. ● 496 - “É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.” exceção: “Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.” ● é comum que a preferência seja dada de forma errada, seja no direito de locação, condomínio (em que o condômino tem preferência). a preferência é já ter uma proposta, alguém já quer comprar, ex: 4 pessoas tem um terreno, 1 acha uma pessoa interessada na parte do terreno, sabe em que prazo e condições vai vender quando combina, e apresenta pros condôminos. a preferência deve ser dadanas mesmas condições que o vendedor tem, já tem uma oferta firme e oferece tanto por tanto para os seus condôminos. sem isso, qualquer condômino pode invalidar a venda. “Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.” ● quem tiver mais benfeitorias terá mais direito de comprar. ● A compra e venda entre cônjuges é válida conforme o casamento. 499 - “É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.” AULA 2 - COMPRA E VENDA ● a compra e venda não é um contrato real (que transfere a propriedade através de assinatura), é o adimplemento do contrato (481). ● art. 1268, 1º - ● contrato de terreno = contrato de permuta ● o objeto pode ser futuro, desde que determinável ; pode ser futuro, desde que a pessoa transfira no momento (ex: comprar apartamento na planta) - permite a compra e venda de coisa aleatória e alheia ● o objeto coisa é o que tá em cima, o objeto preço tem que ser DINHEIRO - ou certo ou determinável (critérios externos às partes para determinar o preço). 3 critérios que se aplicam a quaisquer contratos (arbitramento = delegação para uma terceiro de um poder de arbitrar/completar o conteúdo de um contrato, deve ter um critério de fixação de preço, ou vai faltar a determinabilidade do preço - ou certo ou arbítrio de terceiro; pode ser q não faça arbítrio de terceiro, mas pode vender com base na taxa da bolsa - art. 486; não seguir nem um arbitramento nem fixação no mercado, mas seguir um índice ou parâmetro - vender o imóvel com base do CUBI, quanto gasta pra conseguir por metro a casa em um determinado lugar.) e 1 que não se aplica (art. 488 - só se aplica a modalidade de compra e venda mercantil) ● nos efeitos só há essa peculiaridade, o resto é liberdade contratual art. 490- Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. (as obrigações acessórias são de responsabilidade do comprador para garantir a obrigação principal - ex. frete grátis não é ganho, é obrigação do comprador quando o preço está definido) JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 ● modalidades de compra e venda: de imóveis (aqueles que tem que medir a metragem, antes era só no interior, mas agora nos prédios residenciais na planta.) COMPRA E VENDA AD CORPUS: qualquer variação não é relevante. COMPRA E VENDA AD MENSURAM: qualquer variação É relevante; (art. 500, CC) ; quando a compra e venda é feita por catálogo, o código exige que o produto seja igual o da amostra - art. 484; compra e venda de coisas conjuntas: comprando bens coletivos, apesar de serem cada um, eles são uma coletividade (coleção de livros, por ex.) - o defeito parcial não permite a rejeição do todo, pq o todo continua bom (pode pedir um abatimento, um desconto, etc) - art. 503 AULA 3 - RISCOS DA COMPRA E VENDA ● inadimplemento não é risco em sentido estrito ● risco = não dá pra cumprir o contrato por circunstâncias maiores ● res perit dominu = a coisa perece para o proprietário. no caso da compra e venda, ela tem 2 peculiaridades. 1- obrigação = entregar algo para o outro, mas o genérico nunca perece (ex. dinheiro é genérico, se estou devendo tenho que pagar). então a obrigação é sempre de entregar A COISA. 2- res perit debitor = a coisa perece para o devedor. se eu ainda devo a entrega da coisa, a responsabilidade é minha. se eu já entregar, e por força maior a pessoa perder, é responsabilidade dela. art 492, CC - Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador. ● res perit debitor tem 3 exceções, previstas no art. 492 e 494: § 1º Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste; § 2º Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados; e caput do 494, Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor (riscos correrão por conta do comprador). ● na compra e venda, em regra geral, o prejuízo vai pra quem está devendo. ● perpetuatio obligationis = art. 399 - O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. ● art. 481 até o 532 - tudo sobre compra e venda. PERMUTA ● permuta = troca de coisa por coisa diferente da compra e venda. art. 533 - Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações: I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca (exceção ao 490); II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante (diferença em relação ao art. 496); fora isso, a permuta é igual a compra e venda nos outros aspectos. CONTRATO ESTIMATÓRIO JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 ● art. 534 a 537 - venda por consignação - vender o bem de alguém, mas fazendo a intermediação deste bem (vender o carro em uma revenda de carro/ contrato entre editora e livreiro.) ● 534 - Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. o contrato estimatório é um contrato real (as obrigações das partes só começam com a entrega, enquanto não entregar, não está cumprido o contrato) ● esse contrato só serve para bens móveis, pois a consignação pressupõe a entrega. ● no contrato estimatório, o que o consignante transfere é o poder de disposição. o que define a propriedade é que o proprietário tem alguns poderes: uso, fruição e alienar (doar, destruir, vender). na compra e venda, todos esses poderes são anulados, no contrato estimatório, ele tem o poder de dispor/cede a disponibilidade do bem. a consequência disso é que por conta disso eu perco a disponibilidade, portanto, durante o período que vigorar o contrato estimatório, não pode mais vender diretamente o bem. ● obrigação do consignante é dupla ou tripla. 1- tem a obrigação de fixar o preço; 2- ele deve se comprometer a cumprir com o contrato (fazer a documentação necessária, etc); 3- não pode vender o objeto durante o período de vigência do contrato estimatório ● consignatário: vender o bem (anunciar, oferecer o bem, etc. obrigação de MEIO, empenhar os melhores esforços para realizar. se ele não vender, ele deve devolver o bem. discute-se se é possível que o consignatário compre o bem, mas daí seria contrato de compra e venda, e não estimatório. os riscos são suportados pelo consignatário, se ele perder o bem, terá que indenizar o consignante. ● a transferência aqui é onerosa. DOAÇÃO ● transferência gratuita, não mais onerosa do bem ● a doação pode ser tácita, não precisa ser expressa. ● doação feita ao nascituro = personalidade começa com o nascimento com vida, mas enquanto ele é nascituro ele tem direitos garantidos.a doação terá de ser feito por meio de um representante, e não vale a aceitação tácita nesse caso. os incapazes podem ter uma aceitação tácita. (art. 542 e 543) ● DOAÇÃO CONDICIONAL/aceitação presumida: 1- doação em favor de casamento (propter nuptiae) = doação para alguém que vai casar. nesse caso, se não quiser a pessoa terá que recusar expressamente, se casar, vai receber sem aceitar ou não. 2- prole eventual = diferente da doação por nascituro, e que já existe a concepção, aqui se faz uma doação para ESTIMULAR a concepção (se tiver filho, vai receber essa doação). ART. 546 - A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar. ● oferta/liberalidade/aceitação ● requisitos do consentimento da doação: 1- doação de ascendente para descendente (não há necessidade de nenhum tipo de autorização dos demais; considerado como adiantamento de legítimo) ou de um cônjuge pro outro. JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 ● colação: cola no patrimônio tudo aquilo que recebeu em vida e que pode desemparelhar as legítimas ● art. 550 - A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. ● doação remuneratória AULA 4 - DOAÇÃO (CONTINUAÇÃO) ● doação com encargo (onerosa) = a diferença com a obrigação é que na obrigação tem um vínculo jurídico. quando surge uma obrigação, ele precisa que aquele que está ligado a ele se comporte de determinada maneira para satisfazer o credor. a outra parte deve se comportar de certa forma para manter a doação, se não ela perde o objeto doado (ex: levar a vó na missa pro pai dar um carro) ● doação invalidada por ele = por exemplo, doa o dinheiro pra alguém que tá produzindo a vacina e descobre que foi outra pessoa que doou na verdade, pode anular a doação por erro. art. 140 do CC. ● art. 540 - A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto. ● doação condicional = doa algo gravando essa doação com um evento futuro e incerto. ● doação por subvenção periódica = ocorre em sucessivos atos. se não estabelece um prazo para essa doação acabar, em regra ela termina com a morte do doador. Art. 545 - A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. ● doação com cláusula de reversão = art. 547 - O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro ● doação conjuntiva = doando para ambos os cônjuges, caso um deles morra, o bem não vai para os herdeiros necessários, passa para a outra cônjuge. art. 551 - Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo. ● revogação da doação = forma pela qual a doação se extingue. ela precisa ser motivada, e só existem duas formas de revogá-la: 1- aplica-se a doação onerosa, a inexecução do encargo me autoriza a retirar a doação. sempre há a possibilidade do doador querer que esse encargo seja cumprido. 2- revogação por ingratidão. quando se faz uma doação pura, não gera nenhum encargo, porém ele não pode fazer nada que represente a ingratidão ao doador. (art 555). CASOS DE INGRATIDÃO (art. 557) ● art. 564 - quais as doações não podem ser revogadas por ingratidão. AULA 16/3 ● contrato de locação = cede a posse para o locatário (obrigação primária do locador), então a obrigação primária do locatário é pagar aluguel. JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 ● na posse, a pessoa deve ter tranquilidade quando tiver a posse (ex; não pode ter alguém querendo tomar a posse ou achar que tem a posse) - art. 22 da LINQ. ● contrato bilateral e oneroso, ainda há um contrato comutativo (trocando dinheiro por posse). por terem essas características, o locador tem a obrigação de que as qualidades existem ● art 447 - eviccção ● obrigação do locador de dar um relatório de vistoria ● o contrato de locação é um contrato de trato sucessivo ● despesas ordinárias são as corriqueiras (serviço de limpeza, de guarda, etc), e quem usufrui delas é quem tem a posse e está ali no momento. ● esbulho = expulsão da posse ● existe o caução. a fiança é uma garantia pessoal. outra possibilidade, se não tem alguém pra emprestar dinheiro, pode se contratar um seguro de fiação (funciona como um seguro de automóvel). existe também a cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. ● benfeitorias = benfeitorias necessárias são as que podem ser feitas mesmo sem aprovação. as benfeitorias úteis deverão ser aprovadas pelo locador, se não o locatário não pode fazer. as benfeitorias voluptuárias são feitas pelo prazer do beneficiário, podendo ou não valorizar o imóvel (Ex. ar condicionado). art. 35 e 36. ● direito de preferência = o locador deve oferecer a preferência ao locatário (Terceiro tipo de preferência = de condôminos, cláusula de perempção e essa no contrato de locação). exigível sempre que o locador quiser alienar o imóvel. 3 hipóteses de alienação que caem fora disso = doação (não é onerosa e portanto o locatário não tem preferência); permuta (troca de um bem por outro, portanto está se desfazendo da propriedade por outra coisa muito específica e só aquele proprietário do bem que eu quero); incorporação do caso de aumento do capital (cedendo o bem pois a sociedade tem interesse nele, não precisando ceder ao proprietário). outras formas dão direito de preferência ao locatário. essa preferência deve ser não só nas condições de dinheiro, mas de prazo, garantia e todas as modalidades que foram feitas. a preferência pressupõe que o alienante diga quais são exatamente as condições que ele está vendendo (tem que saber em que preço, prazo, garantia, etc = tanto por tanto). prazo mínimo da exercer a preferência = 30 dias. NÃO É POSSÍVEL SE ARREPENDER DA PREFERÊNCIA, SE NÃO cUMPRIR SERÁ OBRIGADA A INDENIZAR. se for um bem condominial, quem tem preferência é o condômino. sub-locação = a preferência deve ser dada ao sub-locatário. mais de um ou o mais antigo = permanece o mais antigo com a posse. mais de um imóvel incide sobre todos. ● ação de adjudicação (o locatário que não é respeitado em seu direito de preferência, pega o dinheiro da compra e venda e deposita em juizo. com isso, ele traz pra junto de seu imóvel, “chama pra si aquele bem”) para que isso aconteça, é necessário ter uma forma específica = contrato de locação por escrito, com registro de imóvel, ter um depósito de 6 meses. se tiver sem registro, tem direito de preferência, mas não o direito de preferência e tem direito de indenização. AULA 23/3 Modalidades de extinção do contrato de locação JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 ● requisitos para renovar o contrato de locação = contrato escrito por prazo determinado (duração mínima de 5 anos); três anos anos no mesmo ramo de comércio para se beneficiar da estabilidade do imóvel. O SUBLOCATÁRIO É QUEM TEM PREFERÊNCIA. o prazo de ajuizamento da ação pra renovar o contrato é 1 ano antes e até 6 meses. não pode ajuizar antes e nem passar desse prazo. ● o locador não será obrigado a renovar se ele tiver uma justa causa para não renovar: 1- se houver obras por determinação do poder público 2- obras que aumentem o valor do imóvel 3- uso próprio ou fundo de comércio de mais de um ano, desde que de outro ramo (se estende para cônjuge, ascendente ou descendente)4- se o inquilino não aceitar a proposta melhor que eu tenho, e tenho outro interessado, não precisa aceitar, mas precisa indenizar a pessoa que vai aceitar a proposta melhor pela mudança que ele está fazendo. ● se não der destinação do imóvel em 3 meses meses, há o dever de indenizar (isso se aplica a imóveis residenciais) ● venda do imóvel (emptio tollit locatio): última modalidade de extinção; termina o contrato de locação. exceção: se tiver uma forma escrita e por prazo determinado, averbado no registro de imóveis e com cláusula de vigência de terceiros. AULA 30/3 COMODATO - empréstimo gratuito de qualquer coisa infungível. ● contrato de fornecimento de bebida. fornece além da bebida, uma geladeira com um logo da empresa, uma mesa com o logo da empresa, etc. é gratuito, mas tem um interesse. ● é unilateral em razão de ser gratuito. todas as obrigações recairão sobre o comodatário. o comodante não tem a obrigação de entregar a coisa, pois isso é o elemento constitutivo do contrato (contrato real só começa com a entrega). ● é um contrato personalíssimo, com relação ao comodatário. não se empresta algo a alguém que tu não conhece tão bem, logo, é um contrato personalíssimo. ELEMENTOS DO COMODATO ● consentimento: para que tutores, curadores e administradores concedam em comodato é preciso uma autorização judicial pq não é deles o bem (art. 580, CC). ● objeto: coisas infungíveis. ● forma livre. por exemplo, esses contratos de amigos são apenas verbais (ex. emprestar um carro pra pessoa ir viajar) OBRIGAÇÕES DO COMODATÁRIO ● conservação: zelar como se estivesse com a sua própria coisa. se acontecer alguma coisa, por exemplo, pegou fogo na casa e tu tem um computador que é empréstimo de comodato, tu tem a obrigação de salvar esse computador se tiver como salvar alguma coisa (582 e 583, CC). ● reparos extraordinários só em consentimento = na locação, era uma obrigação ser feitas as benfeitorias necessárias. entretanto, no comodato, aqui só podem ser feitos com o consentimento do comodante. JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 ● uso adequado. ex: a pessoa empresta uma casa residencial, e a outra transforma em uma empresa. (582, segunda parte, CC) ● restituição EXTINÇÃO DO COMODATO obs. mora gera aluguel com solidariedade em qualquer das hipóteses. ● término do prazo (ex. se empresto a casa por 10 dias, quando fechar esse prazo, acaba o contrato) ● sem prazo - utilidade (ex. a colheitadeira de soja de alguém estragou, ele pede pro vizinho pra ele terminar de colher a soja, e o vizinho presume que será utilizado até ele terminar, enquanto ele precisar. nessas hipóteses, pode se notificar o sujeito, se a dona da coisa quiser de volta) ● necessidade imprevista e urgente: o comodante tem direito de pedir de volta se for uma situação excepcional, se o comodatário se recusar a devolver, ele pode pedir uma determinação judicial. ● descumprimento do contrato ● morte do comodatário CONTRATO DE MÚTUO ● empréstimo de coisa fungível. empréstimo de consumo/para consumo. ex.: empréstimo de dinheiro. ● transfere a propriedade e, com isto, os riscos “ex meo tuum fti” (os riscos correrão pelo mutuário, ex.: se a pessoa é assaltada e levam dinheiro que ela pegou emprestado, não pode dizer que era responsabilidade de quem emprestou, pq ele que era o proprietário enquanto dura o mútuo) AULA 13/04 CONTRATO DE DEPÓSITO ● tem como regra a capacidade de cuidar e devolver. é um contrato real, o depositante deve entregar a coisa para que o contrato comece a valer (não é uma obrigação do depositário). em regra, tem um caráter unilateral e gratuito. para que não seja gratuito, deve estar previsto antes. ● consentimento: incapacidade do depositário; objeto: não há depósito de bens imóveis (se for cuidado de casa, é locatário) - art. 617; forma: contrato ad probationem ● obrigações: art. 629 - o depositário deve zelar, guardar e proteger o bem como se fosse seu (ex. estacionamento), MAS NÃO PODE USAR; mantê-lo no estado em que recebeu; pode ser utilizado APENAS com autorização expressa, em regra, não pode usar que nem no comodato; não pode ceder o bem também, se c/ autorização, ainda responde por culpa in eligendo = culpa na escolha (art. 640, parágrafo único); devolução do bem no mesmo local. não precisa devolver apenas se houver retenção (forma de garantir o pagamento a respeito disso, se o depositante se recusa a pagar as despesas, etc), se houver o embargo judicial do bem (ordem judicial que o bem não deve ser entregue) e se houver suspeita de que foi obtido dolosamente (art. 633 e 634); ● outras obrigações: quando o depositário não precisa devolver (exceções): 1- não precisa devolver o mesmo objeto (ex. bens fungíveis = dinheiro), no depósito irregular: perda inimputável (ex. guarda um objeto em uma casa, mas a casa pega fogo. se tiver um seguro e cobrir o valor, pode substituir o bem por JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 aquele valor. não é de responsabilidade do depositário a causa de perda); perda imutável, quando a perda é de responsabilidade do depositário e deve devolver o equivalente + perdas e danos, ao contrário da perda inimputável; vendido pelo herdeiros de boa-fé - valor e ação. ● não precisa devolver para o depositante: depósito em favor de terceiros, quem vai ir buscar o bem não é a própria pessoa, mas a uma outra. a segunda hipótese é quando houver condôminos. OBS.: quando não tiver mais como guardar o bem justificadamente, o depositário pode ir a juízo pedir depósito judicial. OBRIGAÇÕES DO DEPOSITANTE ● bilateral perfeito: remuneração ● bilateral imperfeito: os valores devidos (retenção) ● Em qualquer das hipóteses citadas acima, existe a possibilidade do depositante pagar pelos danos do depósito. MODALIDADES DE DEPÓSITO ● VOLUNTÁRIO: ninguém obriga que deposite o carro em um estacionamento de aeroporto, por exemplo, foi feito um depósito voluntário. pode ser regular ou irregular. ● NECESSÁRIO: não decorre de um contrato, mas se rege pelas regras do CC sobre contratos de depósito. apartir do art. 647. 4 hipóteses: 1- depósito legal: em decorrência de uma obrigação prevista em lei; 2- miserável: feito em situação de calamidade (incêndio, enchente, etc). se a casa de algum vizinho pega fogo, o outro vizinho tem a obrigação de guardar os bens que sobraram da calamidade; 3- judicial; 4- equiparado: contratos em hotéis e pensões, o dono do hotel é depositário das bagagens enquanto durar a estadia. ● art. 652 - prisão civil por depositário infiel 04/05 - CONTRATO DE TRANSPORTE CONCEITO: - regra geral que pode ser derrogada por transportes regulamentados - transportador e passageiro (pessoas) ou transportador e expedidor (coisas) - pode haver um beneficiário (em favor de terceiros) - obrigação de resultado - obrigação de incolumidade - transporte de cortesia não segue regras contratuais - o transportador fica com a coisa que está sendo transportada às vezes. subsidiariamente ao contrato de transporte, vigoram as regras de depósito. MODALIDADES: - conforme o objeto - coisas ou pessoas (bagagens são acessórios caso a pessoa vá viajar com mala etc) - conforme o meio - aéreo/marítimo/fluvial/terrestre (rodoviário e ferroviário); cada uma terá regras administrativas próprias dependendo do meio. - conforme os contratantes: individual ou coletivo - conforme o percurso: cumulativo ou sucessivo (art. 730, CC); há sempre um percurso traçado pra ser estabelecido, e esse percurso pode ser simples ou envolver vários contratos de transporte. OBRIGAÇÕES: - transporte de coisas: JULIA GALVÃO LIMA - CONTRATOS EM ESPÉCIE - 2020/2 a) expedidor: aquele que entrega a coisa, identificando o destinatário; emite conhecimento (documento ad probationem); e declarar conteúdo e valor (indenização e ilegalidade. ex: o que ele tá levando é erva e não droga kkkkkk ele tem que conhecer o que está levando); acondicionar a coisa (não pode mexer nas coisas que estão sendo transportadas, porém se ele desconfiar que é alguma coisa ilegal ele pode abrir. outro exemploé o do vaso de cristal que está mal embalado, o transportador pode embalar direito ou limitar a indenização); pagar o frete; riscos; b) transportador: receber a coisa, transportar a coisa, entregar na data aprazada (dívida quérable) e indenizar perdas e avarias (aparente ou não aparente); interrupção do transporte (depósito ou venda); enquanto não entrega é depositário - transportar pessoa e bagagem (recusa/limitação)
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