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Nervos cranianos Os nervos cranianos são aqueles que fazem conexão com o encéfalo. Existem 12 pares desses nervos, cada um tem uma nomenclatura diferente e são numerados em algarismos romanos. Eles são: olfatório (I), óptico (II), oculomotor (III), troclear (IV), trigêmeo (V), abducente (VI), facial (VII), vestibular (VIII), glossofaríngeo (IX), vago (X), acessório (XI) e hipoglosso (XII). Os pares cranianos fazem, de maneira geral, o suprimento sensitivo e motor da cabeça e do pescoço. Podem ser classificados em eferentes/motores, quando a informação sai do sistema nervoso central, aferentes/sensitivos, quando a informação entra no sistema nervoso central, ou mistos. As informações transmitidas por eles podem ser: especiais, quando responsáveis pela visão, olfato, paladar, tato e audição; somáticas, quando vão em direção ou são originadas pela pele e músculos esqueléticos; viscerais, se são originadas ou vão para os órgãos internos; ou ainda gerais, quando originam-se de exteroceptores e proprioceptores. Definição José Cláudio C. Nogueira Filho Turma MED - FAP Araripina É um nervo exclusivamente sensitivo, contém fibras aferentes viscerais especiais. Sua emergência craniana se localiza na lâmina crivosa do osso etmoide e a encefálica, no bulbo olfatório, na porção inferior do lobo frontal; o seu núcleo é o olfatório anterior, logo, é responsável pela inervação da mucosa olfatória. Está distribuído no epitélio olfatório da cavidade nasal, formado por neurônios bipolares que são as células receptoras olfatórias. Seus axônios se dividem em: estria medial e lateral. A lateral envia estímulos para o hipocampo e para a amigdala, já a medial, envia para o tálamo e depois para o córtex orbitofrontal, responsável pela percepção do cheiro. olfatório (I) óptico (II) É um nervo unicamente sensitivo, suas fibras são somáticas especiais e é responsável pela visão, mais especificamente por transmitir impulsos aferentes especiais de luz para o cérebro. Sua emergência craniana é o canal óptico e a encefálica é o quiasma óptico; o seu núcleo é o geniculado lateral. As fibras ópticas provenientes da parte nasal da retina cruzam no quiasma óptico para o lado oposto, enquanto as da parte lateral permanecem do mesmo lado. O trato óptico é a continuação intracraniana desse nervo e é uma estrutura par, formada pelas fibras citadas anteriormente. A maior parte dessas fibras vai em direção ao núcleo geniculado lateral, onde a informação será transmitida para o córtex visual primário, localizado na área 17 de Brodmann. Algumas dessas fibras podem terminar no núcleo pré-tectal e no colículo superior. José Cláudio C. Nogueira Filho Turma MED - FAP Araripina oculomotor (III) troclear (IV) É um nervo exclusivamente motor somático e visceral, que contém fibras pré-ganglionares parassimpáticas. Sua emergência craniana é a fissura orbital superior e a encefálica é o sulco medial do pedúnculo cerebral, seus núcleos são o oculomotor e o Edinger- Westphal. As fibras primárias são responsáveis pela inervação dos seguintes músculos extraoculares: levantador da pálpebra, reto inferior, superior, medial e obliquo inferior. Já as secundárias, inervam o corpo ciliar, íris e músculo esfíncter da pupila. Ele contrai o músculo ciliar, que, por sua vez, relaxa as zônulas ciliares, deixando o cristalino mais arredondado, conferindo acuidade visual. Além disso, por possuir fibras parassimpáticas, realiza a miose da pupila. Ao aplicar um reflexo luminoso em apenas um olho, haverá a contração das duas pupilas, pois será recrutado um núcleo ipsilateral e contralateral. É um nervo exclusivamente motor, formado por fibras somáticas gerais. Sua emergência craniana é a fissura orbital superior e a encefálica é o véu medular superior; é o único par craniano que tem origem posterior no tronco encefálico e seu núcleo pode ser encontrado ao nível do colículo inferior do tronco cerebral. Ele é responsável pela inervação do músculo obliquo superior. Esse músculo realiza os movimentos de adução, depressão e rotação medial (interna) do olho. trigêmeo (V) É um nervo misto, ou seja, tem função motora e sensitiva, constituído por fibras viscerais especiais e somáticas gerais. É importante salientar que a partir do gânglio trigeminal surgem três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular e cada um tem a sua emergência craniana, a fissura orbital superior, forame redondo e oval, respectivamente. Já a encefálica está localizada entre a ponte e o pedúnculo cerebral médio, seus núcleos estão no tronco encefálico e na parte superior da medula espinhal. A inervação somática é responsável por carregar informações relacionadas a dor, propriocepção, temperatura, tato da face, 2/3 do couro cabeludo e língua, cavidade nasal, seios paranasais e conjuntiva ocular. Já a inervação motora é relacionada aos músculos da mastigação: masseter, temporal, pterigoideo lateral e medial. O ramo oftálmico é formado por fibras pré- ganglionares do gânglio ciliar e fibras dos ramos periféricos. Ele forma uma sinapse com o gânglio trigeminal e inerva a região anterior do crânio, nariz e regiões oftálmicas da face. Ao chegar à órbita, fornece três ramos terminais, que são os nervos nasociliar, frontal e lacrimal. O ramo maxilar inerva a região maxilar e abaixo dos olhos. Ao penetrar na cavidade orbital passa a ser chamado de nervo infraorbital, que, por sua vez, fornece outros ramos, como o nervo alveolar superior. O ramo mandibular possui dois ramos principais, o nervo lingual e alveolar inferior. Ele tem como função a inervação da porção mais inferior da face. José Cláudio C. Nogueira Filho Turma MED - FAP Araripina abducente (VI) facial (VII) É exclusivamente motor, constituído por fibras eferentes somáticas gerais. Sua emergência craniana é a fissura orbital superior, a encefálica o sulco bulbo pontinho e o seu núcleo pode ser encontrado no colículo facial do tronco encefálico. Assim como o oculomotor e troclear, tem como função a motricidade do globo ocular. É responsável, mais especificamente, pela inervação do músculo reto lateral, que realiza o movimento de abdução do olho. É evidente a semelhança na função desses três pares cranianos, com isso pode-se explicar a razão de possuírem a mesma emergência craniana. É um nervo misto, possui uma raiz motora, nervo facial propriamente dito e uma raiz sensorial, chamada de nervo intermédio, suas fibras são pré-ganglionares parassimpáticas. Sua emergência craniana é o forame estilomastoideo e a encefálica é o sulco bulbo pontino. Possui quatro núcleos, o lacrimal, motor, salivatório superior e o núcleo do trato solitário. O nervo facial possui cinco ramos principais: auricular, marginal, mandibular, bucal, zigomático e temporal, que realizam a inervação dos músculos da expressão facial. O intermédio inerva os 2/3 anteriores da língua, gerando o paladar. Logo, de maneira geral, esse par craniano é responsável pela mímica facial, inervação dos 2/3 anteriores da língua, das glândulas salivares e lacrimal. vestibular (VIII) É exclusivamente sensitivo e formado por fibras somáticas especiais. Ele penetra no osso temporal pelo meato acústico interno e sua emergência encefálica é o sulco bulbo pontino, possui um núcleo vestibular e outro coclear. O componente vestibular é responsável pelo equilíbrio e possui quatro núcleos: superior, inferior, medial e lateral. O coclear fica responsabilizado pela audição e possui um núcleo anterior e outro posterior. Esses núcleos se encontram lateralmente ao pedúnculo cerebelar inferior. glossofaríngeo (IX) É um nervo misto, suas fibras são motoras e parassimpáticas eferentes. Sua emergência craniana é o forame jugular e a encefálica é o sulco lateral posterior, possui os núcleos ambíguo, salivatório inferior e solitário. Realiza a inervação da glândula parótida, 1/3 posterior da língua, tuba auditiva, faringe, constritor da faringe, úvula e tonsilas. Além disso, também inerva os músculosestilofaríngeo constritor superior da faringe. José Cláudio C. Nogueira Filho Turma MED - FAP Araripina É um nervo misto e o maior nervo craniano. Sua emergência craniana é o forame jugular, enquanto a encefálica é o sulco lateral posterior e seus núcleos são o ambíguo, vagal motor dorsal e solitário. Suas fibras são eferentes motoras e parassimpáticas e fibras aferentes sensitivas. Tem como função a inervação dos músculos da faringe, traqueia, laringe, estruturas torácicas e abdominais e conduz a inervação parassimpática para os órgãos viscerais. É um nervo exclusivamente motor e é formado por uma raiz craniana e uma espinhal. Sua emergência craniana é o forame jugular e a encefálica é o sulco lateral posterior, possui o núcleo ambíguo e acessório espinhal. Possui uma divisão interna e externa, a interna segue junto com o vago e forma o laríngeo recorrente, já a externa vai para o trapézio e esternocleidomastoideo. Realiza a inervação do musculo trapézio e esternocleidomastoideo. vago (X) acessório (XI) hipoglosso (XII) É um nervo essencialmente motor, suas fibras nervosas se comunicam com a alça cervical. Sua emergência craniana é o canal do hipoglosso e a encefálica é o sulco lateral anterior do bulbo; o seu núcleo está localizado no tronco encefálico, ao nível do trígono do hipoglosso. Sua função é a inervação dos músculos intrínsecos e extrínsecos da língua, ou seja, permite que eles se movimentem.
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