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WL-OO-Apostilas-12-Direito Processual Civil-01

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Estado tem como uma de suas funções o poder de intervir na sociedade, com o objetivo de solucionar conflitos existentes, a fim de assegurar o direito das partes que estão discordantes.
A vontade legal substitui a vontade dos que estão em litígio (disputa que ocorre quando uma das partes contesta (discute) o que foi dito pelo autor da ação).
O Processo Civil é instrumento que o Estado coloca à disposição dos litigantes (das partes que discutem no processo), a fim de administrar justiça. 
E atua não só no interesse de uma ou da outra parte, mas sim por meio do interesse de ambos. O interesse das partes é o meio que serve para conseguir a finalidade do processo, quando dá lugar ao impulso destinado a satisfazer o interesse público da atuação da lei na solução dos conflitos.
Cada parte deseja ter razão, portanto a finalidade do processo é a de dar razão a quem efetivamente a tem.
Assim, o Processo Civil é pré-ordenado a assegurar que a lei seja observada, e para tanto, realiza tantos atos quantos forem necessários para alcançar essa finalidade.
Esse conflito entre as partes, recebe o nome de LIDE, e é o objetivo principal do processo civil, e nela se exprimem as aspirações em conflito de ambos os litigantes.
O julgamento da lide, onde o Juiz recebe ou não o pedido, dá a razão a uma das partes e nega-a a outra, e constitui este julgamento em uma sentença definitiva de mérito.
O Processo Civil então, é o instrumento que o Estado coloca à disposição dos discordantes, para que seja exercido o direito e realizada a justiça. Não deve portanto ser usado pelas partes, faltando ao dever da verdade, agindo com deslealdade e empregando meios fraudulentos.
O Processo Civil regulamenta os conflitos de natureza civil, que não são penais, nem trabalhistas.
O Processo é formado por diversos Atos, e tais Atos formam o Procedimento.
No processo atuam três entes: 
Autor, Juiz e o Réu.
O Processo Civil divide-se em: 
- Processo de Conhecimento (Ordinário ou Sumário); 
- Processo Cautelar e 
- Processo de Execução.
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA E DO OFICIAL DE JUSTIÇA
ARTIGO 139
dos auxiliares DA JUSTIÇA
 São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o Oficial de Justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete.
São funcionários servidores ou cidadãos comuns investidos de fé pública que auxiliam o Juiz no exercício de sua função, atendendo as determinações do mesmo.
Escrivães- Dirigem a secretaria do Cartório Judicial e coordenam os trabalhos de realização dos atos processuais, respondendo pela guarda dos autos dos processos. Redigem também os ofícios, mandados, cartas precatórias, e executam ordens judiciais, promovendo citações e intimações.
Oficiais de Justiça - São os auxiliares da justiça encarregados de transmitir às partes e as demais pessoas interessadas, o conhecimento da existência de atos processuais, realizando as diligências necessárias ao andamento do processo. 
Aos oficiais de justiça cabem o cumprimento dos mandados expedidos pelo Juiz de direito de sua Comarca (citação, notificação, intimação, arresto, seqüestro, penhora, etc.), bem como, proceder a avaliação de bens nos processos de execução fiscal, efetuar despejos, realizar praças e leilões etc.
Peritos - São os auxiliares da justiça que possuem conhecimentos técnicos para, após exame, emitir parecer a respeito de questões relativas ao seu campo de conhecimento.
Executam tarefas que proporcionam subsídios técnicos necessários ao esclarecimento dos fatos que serão objeto de análise pelo Juiz.
Intérpretes - São os auxiliares da justiça por meio dos quais outras pessoas se entendem e se comunicam. Participam dos atos processuais para tornar conhecida manifestação de vontade exposta em língua diferente da nacional, ou em linguagem mímica dos surdos mudos que não puderem transmitir sua vontade por escrito.
Depositários e Administradores - São aqueles a quem é confiada a guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, seqüestrados ou arrecadados. Depositários e Administradores assumem o dever de guarda, vigilância, administração e conservação dos bens constritos judicialmente.
 
ARTIGO 143
do Oficial de Justiça
Incumbe ao Oficial de Justiça:
I - fazer pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e mais diligências próprias do seu ofício, certificando no mandado o ocorrido, com menção de lugar, dia e hora. A diligência, sempre que possível, realizar-se-á na presença de duas testemunhas;
II - executar as ordens do Juiz a que estiver subordinado;
III - entregar, em cartório, o mandado, logo depois de cumprido;
IV - estar presente às audiências e coadjuvar o Juiz na manutenção da ordem.
O (a) oficial de justiça é o auxiliar imediato do Juiz. A ele cabe realizar pessoalmente as citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias de seu ofício.
O (a) oficial de justiça tem fé pública, ou seja., a presunção da lei por necessidade imperiosa do serviço judiciário, de que tudo aquilo que os funcionários da justiça afirmam é considerado como verdadeiro.
Ao cumprir a diligência, o oficial de justiça deve certificar no verso do mandado o ocorrido, mencionando o lugar, dia e hora, e logo depois de cumprir o mandado deve entregá-lo ao cartório. Sempre que possível a diligência deverá ser realizada na presença de duas testemunhas.
O (a) oficial de justiça também poderá coadjuvar o Juiz nas audiências.
ARTIGO 144
Responsabilidade do Oficial de Justiça
O escrivão e o Oficial de Justiça são civilmente responsáveis:
I - quando, sem justo motivo, se recusarem a cumprir, dentro do prazo, os atos que lhes impõe a lei, ou os que o Juiz a que estão subordinados lhes comete;
II - quando praticarem ato nulo com dolo ou culpa.
Quando o oficial de justiça ou o escrivão, sem motivo justificado, se recusarem a cumprir dentro do prazo, os atos impostos pela lei, ou aqueles que o Juiz a que estão subordinados determinar, serão responsabilizados civilmente, devendo responder pelos prejuízos resultantes.
Na hipótese de, haver dano por ato culposo ou doloso, a pessoa prejudicada poderá pleitear indenização junto ao poder público.
O escrivão e o oficial, ainda poderão responder por falta administrativa.
DO TEMPO, DO LUGAR E DOS PRAZOS DOS ATOS PROCESSUAIS
Ato do Latim "actos" (agere) significa levar, conduzir. 
Ato - É toda ação resultante da manifestação da vontade ou promovida pela vontade da pessoa. É tudo o que ocorre pela vontade de alguém.
Fato - do Latim "facto"(fazer, causar)
É todo acontecimento produzido independentemente da vontade da pessoa. 
Isto posto, podemos agora conceituar o que são 
Atos e Fatos Processuais
Atos processuais ou Atos Jurídicos, são ações que se exercem com o fim de adquirir, modificar ou transferir direitos. São atos que tem efeitos a cumprir. 
Fatos Processuais ou Fatos Jurídicos são fatos que possam gerar efeitos jurídicos, determinando a modificação a transformação ou a extinção de direitos.
ARTIGO 172
do tempo e do lugar dos atos processuais
Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das seis às vinte horas.
§ 1º. Serão, todavia, concluídos depois das vinte horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
Dias úteis são os que há expediente no Fórum. Somente o domingo é considerado feriado forense (CPC - 175), ou seja, dia não útil.
Sábado não é feriado, de maneira que nesse dia poderão ser praticados atos processuais, como por exemplo a citação pelo (a) oficial de justiça.
Entretanto, para efeito de contagem de prazo, o sábado é considerado dia não útil, pelo fato de não haver expediente forense.
O (a) oficial de justiça só pode entrar na residência de uma pessoa, para realizar a citação, penhora, ou outro ato processual, dentro do horário legal (das 06:00 às 20:00 horas). Em situações excepcionais, porém, os atos processuais poderão ser realizadosaos domingos e feriados, mas somente com autorização expressa do Juiz.
O período das 06:00 às 20:00 horas é fixado pela Lei para realização dos atos processuais objetivando que a pessoa não seja incomodada em seu horário de repouso. Mas, conforme o disposto no parágrafo em pauta poderão ser concluídos depois das 20:00 horas, os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar graves danos. Por outro lado, não constitui excesso, se por exemplo, um ato processual terminar alguns minutos após as 20:00 horas, no caso às 20:15 horas.
A organização judiciária local não pode ir além do que determina a norma federal geral, que é o artigo 172. Assim, não pode ser fixado horário de expediente forense local, ultrapassando o limite das 20:00 horas. 
Quando o ato tiver que ser praticado por petição (pedido formulado por escrito fundamentado no direito da pessoa perante Juiz competente, solicitando sua intervenção em fatos que se mostrem ofensivos aos seus direitos) , deve sê-lo até o último dia do prazo, dentro do expediente do protocolo, fixado pela norma local da organização judiciária.
§ 2º. A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante autorização expressa do Juiz, realizar-se em domingos e feriados, ou nos dias úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º., inciso XI, da Constituição Federal.
§ 3º. Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local.
ARTIGO 173
Férias e feriados
Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais. 
Excetuam-se:
I - a produção antecipada de provas (art. 846);
II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o sequestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiros, a nunciação de obra nova e outros atos análogos.
Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado ou às férias.
Produção Antecipada de Provas - É a faculdade concedida ao interessado de realizar uma prova, que ao passar do tempo ou devido a ocorrência de outros fatores poderão impossibilitar o julgamento de uma ação. A produção antecipada de provas é justificada por diversas razões, como por exemplo, nos casos em que a testemunha precisa se ausentar da sede da comarca, ou se houver perigo na demora, ou por motivos de doença, idade etc., ou seja, devido as circunstâncias em que há risco da testemunha vir a falecer, antes do término da férias ou feriados.
Outros atos processuais podem ser realizados durante as férias e feriados :
A Citação - Ato pelo qual se chama a juízo o réu ou interessado, para que possa se defender.
O Arresto, o Sequestro , a Penhora - Que são atos realizados no processo de execução (cobrança de dívida por intermédio do Poder Judiciário, para forçar o devedor a cumprir com sua obrigação) .
A Busca e Apreensão - Diligência policial ou judicial para procurar e apreender coisa ou pessoa (busca e apreensão de um carro).
A arrecadação que é a apreensão de coisas ou bens, em poder de outrem, afim de serem recolhidas a determinado local ou submetidas a certas circunstâncias.
Nunciação de Obra Nova - A ação denunciação de obra nova é o meio de que se vale a pessoa, que se vê prejudicada em sua propriedade ou posse, por obra nova em prédio vizinho, afim de que se impeça a construção ou para que seja mesma demolida se já estiver terminada, e seja a pessoa indenizada dos prejuízos e danos que forem causados.
Também poderão ser realizados os embargos de terceiros, os depósitos, separação de corpos, abertura de testamento e outros atos análogos.
Férias Forenses - São as férias coletivas fixadas pela organização judiciária. O período de férias coletivas na primeira instância é de 2 a 31 de janeiro. Na segunda instância, os períodos de férias coletivas são de 2 a 31 de janeiro e de 2 a 31 de julho. Os feriados forenses são : 
Domingos , 1o de janeiro , terça - feira de carnaval, Sexta - feira santa, 21 de abril , 1o de maio, 7 de setembro, 12 de outubro , 15 de novembro, 8 de dezembro (dia da justiça) e 25 de dezembro.
ARTIGO 174
Atos que não se suspendem nasférias
Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas:
I - os atos de jurisdição voluntária, bem como são necessários à conservação de direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento;
II - as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e curadores, bem como as mencionadas no art. 275;
III - todas as causas que a lei federal determinar.
Jurisdição Voluntária - É aquela que versa sobre interesses que não estão em conflito, e tem por finalidade tutelar aqueles que merecem atenção especial do Estado. Assim por exemplo, no que se refere a pessoa física a Lei ampara o nascimento ou o óbito, o reconhecimento de filho ilegítimo etc.
Ação de Alimentos Provisionais - É aquela em que uma pessoa exige alimentos provisionais de outras. 
Exemplo : O filho pode exigir alimentos do pai, o avô do neto etc.
As causas mencionadas no artigo 275 são : 
I - todas as causas de valor até 20 (vinte) salários mínimos;
II - Nas causas quaisquer que sejam os valores ;
a) De arrendamento rural e parceria agrícola.
b) De cobrança de condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio.
c) De ressarcimento por danos em prédio urbano e rústico.
d) De reparação de dano causado em acidente de veículo terrestre.
e) De cobranças de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução.
f) De cobrança de honorários de profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial.
g) Nos demais casos previstos em Lei.
III - Todas as causas que a Lei Federal determinar :
Ações de falência, de desapropriação, de despejo, consignação de pagamento de aluguel e acessório, revisionais de aluguel e ações renovatórias de locação.
ARTIGO 175
Feriados forenses
São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei.
ARTIGO 176
do lugar
Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-se em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de obstáculo argüido pelo interessado e acolhido pelo Juiz.
Normalmente, os atos se realizam na sede do juízo onde ocorre o processo, mas se houver necessidade, serão realizados fora da sede do juízo. 
A realização de exame pericial na pessoa de operário morador em local distante e beneficiário da justiça gratuita, deve realizar-se no lugar onde se acha.
Uma pessoa que seja testemunha importante em um processo, e que não possa comparecer ao Fórum para depor, por estar hospitalizada em decorrência de um acidente grave, poderá ser ouvida pelo Juiz no próprio hospital, onde realizará o ato processual, inquirindo a testemunha.
ARTIGO 177
doS prazos
Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o Juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa.
Prazo - É o espaço que decorre entre o começo e o fim de qualquer coisa.
Prazo Legal - É aquele fixado por Lei, para que dentro dele, se execute determinado ato jurídico ou processual.
Prazo Judicial - É o prazo concedido para a execução de um ato processual ou promoção de uma diligência necessária ao esclarecimento de uma controvérsia ou demanda, trazida a juízo. É o prazo processual.
Prazo Comum - É aquele que existe para as partes simultaneamente, para praticarem o ato processual.
Prazo Convencional - É o prazo que se ajustou, mediante um acordo estabelecido entre as partes. 
Prazo Próprio - É aquele fixado para o cumprimento de determinado ato processual e quando não cumprido acarreta conseqüências processuais para quem deixou de cumpri-los.Prazo Impróprio - É aquele que quando não cumprido não acarreta conseqüência processual para quem deixou de cumpri-lo, mas somente sanção disciplinar.
Prazo Dilatório - É aquele que foi concedido ou marcado com ampliação do tempo em relação ao prazo comum legalmente estabelecido. O prazo dilatório admite prorrogação, mas esta só será possível, caso o prazo não estiver vencido ou houver motivos imperiosos apresentados pelas partes para esta prorrogação.
Prazos Peremptórios - O vocábulo "perempção" significa extinguir, prescrever e se refere no sentido jurídico, a extinção relativa ao direito para praticar um ato processual ou continuar o processo, quando dentro do prazo definido, não se exercitar o direito de agir ou não se pratica o ato. Portanto, prazos peremptórios são prazos improrrogáveis, dentro dos quais se devem praticar ou executar certos atos (contestar, recorrer), que perecerão, isto é, perderão sua validade jurídica após o término do prazo.
Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em Lei. Entretanto, quando a Lei se omitir os prazos serão fixados pelo Juiz dependendo da complexidade da causa.
ARTIGO 178
prazo contínuo
O prazo, estabelecido pela lei ou pelo Juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados.
Prazo Contínuo - É aquele que corre sem ser interrompido, incluindo-se nele os dias úteis, os feriados, os sábados e os domingos. 
 Exemplo : 
Um prazo de 5 dias começa a correr numa Sexta-feira, então contaremos da seguinte forma:
Sexta-feira 1o dia, sábado 2o dia domingo 3o dia , segunda-feira 4o dia , terça 5o dia (último dia do prazo).
ARTIGO 179
suspensão do prazo pelas férias forenses
A superveniência de férias suspenderá o curso do prazo; o que lhe sobejar, recomeçará a correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias.
O início da férias suspende o curso dos prazos processuais.
Os dias que sobrarem do prazo, recomeçarão a correr do primeiro dia útil seguinte ao término da férias.
Fiquemos com este exemplo prático: Para apelar de uma sentença o prazo é de 15 dias. Caso a parte for intimada dia 28, o prazo será contado: 29,30,31 de junho e 1o de julho, pois as férias forenses no Estado de São Paulo compreendem o período (02 à 31 de julho) , reiniciando suas atividades dia 1o de agosto. Como já haviam sido contados (4) quatro dias (29,30,31 e 1o de julho), contam-se mais (11) onze dias que faltam para completar os 15 dias.
Atenção : A recontagem dos prazos terá sempre início em dia útil. 
Caso o dia 1o de agosto seja em sábado ou domingo, a recontagem do prazo será iniciada na segunda feira.
ARTIGO 180
suspensão por outros motivos
Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 265, nº.s. I e III; casos em que o prazo será restituído por tempo igual ao que faltava para a sua complementação.
A suspensão do prazo poderá ocorrer, nos casos em que a parte criar obstáculo ou, se ocorrer as hipóteses previstas no artigo 265 - incisos I e III.
I - Morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, ou de seu represente ou procurador.
Provado o falecimento ou incapacidade, o Juiz suspenderá o processo, salvo se já estiver iniciado a audiência de instrução e julgamento. No caso da morte do procurador (advogado), de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o Juiz marcará, a fim de que a parte constitua novo procurador, o prazo de 20 (vinte) dias.
III - Quando oposta exceção de incompetência do juízo. Incompetência aqui não é sinônimo de incapacidade.
Competência é o campo de ação do poder do Juiz praticar o direito. Por isso, um Juiz competente para causas trabalhistas poderá não sê-lo para questões penais, não porque ele não conheça direito penal mas porque a própria Lei estabelece que um Juiz não pode invadir a competência do outro, no caso o Juiz penal. Neste caso o Juiz competente para causas trabalhistas será incompetente para questões penais. 
A suspensão se dá também quando o obstáculo é judicial como no caso de greve nos serviços judiciários.
ARTIGO 181
redução ou prorrogação de prazos
Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo dilatório; a convenção, porém, só tem eficácia se requerida antes do vencimento do prazo, e se fundar em motivo legítimo.
§ 1º. O Juiz fixará o dia do vencimento do prazo da prorrogação.
§ 2º. As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em favor de quem foi concedida a prorrogação.
ARTIGO 182
prazos peremptórios
É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos peremptórios. O Juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas nunca por mais de sessenta dias.
Parágrafo único. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto neste artigo para a prorrogação de prazos.
Defeso - Tudo o que é proibido ou interdito, seja por Lei, por sentença judicial ou por outro ato, a que se deve obediência.
ARTIGO 183
fim do prazo
Decorrido o prazo, extingue-se, independentemente de declaração judicial, o direito de praticar o ato, ficando salvo, porém à parte provar que não o realizou por justa causa.
§ 1º. Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.
§ 2º. Verificada a justa causa o Juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar.
O direito de praticar o ato se extingue quando o ato não for praticado dentro do prazo. Mas, se a parte alegar que não o praticou por justa causa, e o Juiz concluir que a alegação é legítima, então permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe fixar.
ARTIGO 184
contagem do prazo
Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e incluindo o do vencimento.
§ 1º. Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia em que:
1 - for determinado o fechamento do fórum;
2 - o expediente forense for encerrado antes da hora normal.
§ 2º. Os prazos somente começam a correr do 1º. (primeiro) dia útil após a intimação (art. 240 e parágrafo único).
O dia do início não se conta, e inclui-se o dia do final.
O prazo se inicia ou termina em dia útil. Mas, é necessário que seja dia útil integral, e não dia de meio período. Sábados, domingos e feriados não há expediente no Fórum. Portanto, se um prazo termina num desses dias, prorroga-se o término do prazo para o dia útil imediato.
Exemplo: Paulo é intimado no dia 11.
Se o prazo estabelecido fosse de (8) oito dias, teríamos, 12 que é o 1o dia, 13 o segundo, 14, 15, 16, 17, 18 e 19 que seria o oitavo dia. 
Entretanto , se o dia 19 fosse um sábado ou um domingo, o oitavo dia passaria a ser a segunda feira imediata e seria prorrogado, se segunda feira fosse feriado.
O término do prazo seria no primeiro dia útil imediato, ou seja, terça feira.
ARTIGO 185
prazo não informado
Não havendo preceito legal nem assinação pelo Juiz, será de cinco (5) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
Assinação - Quer dizer marcação, fixação.
O prazo definido em Lei deverá ser respeitado. Mas, se o prazo não estiver estipulado, o Juiz deverá fixá-lo (assinação). Todavia, se não o fizer, fica subentendido que o prazo é de 5 (cinco) dias.
ARTIGO 186
renúncia ao prazo
A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor. 
Há casos em que as partes não necessitam do prazo a que tem direito renunciando ao mesmo.
Mas, a renúncia de uma das partes ao prazo, não significa que a outra parte deva renunciar também.
Exemplo: Fato que ocorre com freqüência em casos de separação judicial, é quando um casal deseja resolver a situação de vez, renunciando ao prazo de recurso, abreviando assim o trânsito em julgado.
ARTIGO 187
possibilidade de exceder os prazos do CPC
Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o Juiz exceder, por igualtempo, os prazos que este Código lhe assina.
Jurisdição - É o poder de julgar pertencente ao Estado delegado aos magistrados.
Grau de Jurisdição - É a posição hierárquica entre um magistrado e outro ou entre tribunais.
Os graus de jurisdição formam as instâncias que se dizem primeira instância (inferior) e segunda instância (superior).
Por princípio todas as pendências judiciais são sujeitas a dois graus de jurisdição, ou seja, a primeira e segunda instâncias, sendo que nesta última, a decisão proferida põe fim a contenda reconhecendo ou não a decisão da primeira instância.
O Juiz que preside o processo tem prazos para cumprir, caso não os cumpra, deverá justificar-se mencionando nos autos as razões pelas quais excedeu-se nos prazos.
O Juiz pode exceder-se por igual tempo os prazos fixados pelo Código de Processo Civil. 
Por exemplo : Os despachos de expediente devem ser proferidos em 2 (dois) dias. Mas, havendo razão que justifique poderá exceder-se no prazo mais 2 (dois) dias, proferindo este despacho em 4 (quatro) dias. 
ARTIGO 188
contagem para fazenda pública e ministério Público
O Ministério Público, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios bem como suas Autarquias e Fundações, gozarão do prazo:
 Observação : Artigo com redação determinada pela Emenda Provisória n 1774-20/98.
I - Em dobro para recorrer e ajuizar ação rescisória; e
II - em quádruplo para contestar.
ARTIGO 189
prazos para o Juiz
O Juiz proferirá:
I - os despachos de expediente, no prazo de dois (2) dias;
II - as decisões, no prazo de dez (10) dias.
Despacho - Significa resolver, deferir, expedir, aviar. O vocábulo exprime a decisão proferida por autoridade judicial ou administrativa nas petições, ou demais papéis submetidos pelas partes ao seu conhecimento ou solução.
Despacho de Expediente - É o despacho inicial a qualquer petição ou requerimento. O despacho de expediente compreende não somente a solução do requerimento levado ao Juiz, como a liberação e o aprontamento de papéis sujeitos a sua assinatura ou aprovação, tais como mandados, alvarás, precatórias, despacho para intimar testemunhas e outros.
Decisões - São atos que visam resolver questões incidentes. A decisão refere-se também a conclusão e o julgamento do processo.
ARTIGO 190
prazo para o serventuário da justiça
Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de vinte e quatro (24) horas e executar os atos processuais no prazo de quarenta e oito (48) horas, contados:
I - da data em que houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto pela lei;
II - da data em que tiver ciência da ordem, quando determinada pelo Juiz.
Parágrafo único. Ao receber os autos, notificará o serventuário o dia e a hora em que ficou ciente da ordem, referida no nº. II.
Também para os serventuários há prazos estabelecidos pela Lei.
Para o serventuário remeter os autos conclusos (autos prontos para o Juiz despachar), o prazo é de 24 (vinte e quatro) horas. Para executar os atos processuais o prazo é de 48 (quarenta e oito) horas, que será contado a partir do momento que o serventuário recebeu o processo. Por esta razão, conforme o parágrafo único, ao receber os autos, o serventuário notificará o dia e a hora em que ficou ciente da ordem.
ARTIGO 191
litisconsórcio e diferentes advogados
Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
Litisconsórcio - É a reunião de vários interessados num mesmo processo, na qualidade de autores ou de réus, para a defesa de interesses comuns. Pode ser ativo (quando os interessados forem autores) ou passivo (quando forem réus).
Falar nos autos - Esta expressão abrange todas as manifestações da parte no processo, inclusive contra razões de recurso e sustentação oral no tribunal.
Quando os litisconsortes tiverem diferentes advogados, ao invés de um advogado comum a todos, os prazos para contestar, recorrer e falar nos autos serão contados em dobro, ou seja, serão beneficiados pelo prazo. 
A regra é válida mesmo que os advogados sejam companheiros ou sócios do mesmo escritório de advocacia ou peticionem em conjunto, pois o requisito legal para ter lugar o beneficio do prazo é que os litisconsortes tenham diferentes advogados. 
ARTIGO 192
prazo para intimações sem outros prazos
Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento depois de decorridas vinte e quatro (24) horas.
O escrivão ou o oficial de justiça, deverá informar (certificar) a hora em que fez a intimação à parte ou ao seu advogado. 
Caso as partes não sejam informadas, o prazo será contado a partir da juntada do mandado de intimação aos autos, ou a partir do encerramento do expediente forense do dia em que foi feita. 
Portanto, toda vez que a Lei não definir o prazo de comparecimento, as partes só serão obrigadas a comparecer a qualquer ato judicial se forem intimadas com 24 horas de antecedência.
citações
ARTIGO 213
das citações
Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou interessado, a fim de se defender. 
Do latim ciere, pôr em movimento, agitar, chamar, convocar.
Ato processual em que o Poder Judiciário dá conhecimento, ao demandado, da ação sobre a qual deve se manifestar. O art. 213 do CPC a define como o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou interessado a fim de se defender.
ARTIGO 214
citação necessária
Para a validade do processo, é indispensável a citação inicial do réu.
§ 1º. O comparecimento espontâneo do réu supre, entretanto, a falta de citação.
§ 2º. Comparecendo o réu apenas para arguir a nulidade, e sendo esta decretada, considerar-se-á feita a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.
A citação do réu é indispensável para a validade do processo, pois sem a citação o processo é nulo, uma vez que sem ela, o processo não se inicia.
A finalidade da citação é informar ao réu que existe uma ação contra ele e que deve comparecer a juízo para se defender.
Ora, se o réu comparecer expontâneamente , tomará conhecimento da existência da acusação, e mesmo que a citação não tenha sido realizada, a finalidade será alcançada, pois o réu tomou conhecimento da existência do processo, podendo assim, exercer seu direito de defesa.
Portanto, o comparecimento do réu supre a falta de citação. Por outro lado, se o réu comparecer a audiência, sem ter sido regularmente citado, para argüir nulidade, isto é, alegar falha na citação por não ter sido realizada em conformidade com a Lei, e sendo a nulidade decretada, a citação será considerada como feita, mas somente na data em que o réu ou seu advogado for intimado da decisão.
ARTIGO 215
a quem se faz a citação
Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador legalmente autorizado.
§ 1º. Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2º. O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou a localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber a citação, será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.
Quando a ação se referir a atos praticados por mandatário, administrador, feitor ou gerente, e o réu estiver ausente, a citação poderá ser feita a estas pessoas.
É o caso por exemplo da turbação da posse (fato que impede o livre uso da posse) de um terreno, praticada pelo ato arbitrário de um feitor, estando o fazendeiro - proprietário ausente; poderá ser promovida a ação possessória contra o fazendeiro, fazendo-se a citação na pessoa do feitor.
Nos casos concernentes a localização, a citação do locador pode ser feita a pessoa encarregada de receber os aluguéis caso o locador tenha se ausentado do país sem cientificar o locatário de que deixou na localidade onde está situado o imóvel, um procuradorcom poderes especiais para recebê-la. 
ARTIGO 216
lugar da citação
A citação efetuar-se-á em qualquer lugar em que se encontre o réu.
Parágrafo único. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo, se não for conhecida a sua residência ou nela não for encontrado.
A citação pode ser realizada em qualquer lugar em que se encontre o réu, e não apenas na sede do juízo.
Portanto, o réu poderá ser citado em sua casa, no restaurante, na farmácia, na rua etc.
A citação do militar será feita conforme a disposição do parágrafo único do artigo em análise.
ARTIGO 217
quando não pode ser feita a citação
Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I - a quem estiver assistindo a qualquer ato de culto religioso;
II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, consangüíneo ou afim, em linha reta, ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos sete (7) dias seguintes;
III - aos noivos, nos três (3) primeiros dias de bodas;
IV - aos doentes, enquanto grave o seu estado.
Perecimento do Direito - A palavra perecimento tem o significado de "falecimento ou morte", ou como o fato pelo qual coisas e pessoas deixam de existir. Na terminologia jurídica, o vocábulo é empregado, em relação aos direitos que deixam de existir.
O artigo em questão, estabelece normas para alguns casos em que as citações não deverão ser realizadas, por motivos de humanidade e respeito. Uma outra razão é que as vezes os termos da citação pode ser vexatório ou desagradáveis, não devendo pois, ser feita em situações públicas que podem acarretar transtornos desnecessários a pessoa que vai ser citada.
Entretanto, mesmo nas hipóteses enumeradas nos incisos do artigo 217, a citação poderá ser feita com o objetivo de evitar o perecimento do direito (que poderá ser prescrito) do autor.
Nestas circunstâncias, até mesmo os doentes graves podem ser citados. Contudo, se a doença do réu por sua gravidade for causa impeditiva para que ele seja citado, por impossibilitá-lo de receber a citação (artigo 218 CPC), o oficial de justiça lavrará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O Juiz então nomeará um médico afim de examinar o citando. O laudo médico será apresentado em 5 (cinco) dias.
Reconhecida a impossibilidade o Juiz dará ao citando um curador, observando quanto à sua escolha a preferência estabelecida na Lei Civil (parágrafo 2o do artigo 218 do CPC) 
A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu. A citação será válida, caso a pessoa venha a falecer no mesmo dia em que foi citada. 
 
ARTIGO 218
capacidade de quem será citado
Também não se fará a citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê-la.
§ 1º. O Oficial de Justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a ocorrência. O Juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será apresentado em cinco (5) dias
§ 2º. Reconhecida a impossibilidade, o Juiz dará ao citando um curador, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A nomeação é restrita à causa.
§ 3º. A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.
Curador - Na linguagem jurídica é a pessoa a quem é dado o encargo com poderes para cuidar, tratar e administrar os interesses de outra pessoa.
Dementes - São pessoas acometidas por enfermidades mentais graves, sendo consideradas incapazes.
O réu demente, dificilmente entenderá os termos da citação. Nestas circunstâncias, se o oficial de justiça ao citar o réu perceber que este sofre das faculdades mentais, não deverá realizar a citação e sim lavrar a certidão descrevendo a ocorrência ao Juiz que determinou a citação.
O Juiz então nomeará um médico que examinará o citando, com o objetivo de constatar a suposta demência. O médico após o exame emitirá um laudo que será apresentado em 5 (cinco) dias, confirmando ou não a demência do réu. Se o réu não for considerado demente pelo médico, será citado regularmente. Mas se for demente, o Juiz nomeará um curador que representará o incapaz durante o processo. A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.
ARTIGO 219
citação inicial válida
A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda, quando ordenada por Juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
§ 1º. A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação.
§ 2º. Incumbe a parte promover a citação do réu nos dez dias subsequentes ao despacho que a ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
§ 3º. Não sendo citado o réu, o Juiz prorrogará o prazo até o máximo de noventa dias.
§ 4º. Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á por não interrompida a prescrição.
§ 5º. Não se tratando de direitos patrimoniais, o Juiz poderá, de ofício, conhecer da prescrição e decretá-la de imediato.
§ 6º. Passada em julgado a sentença, a que se refere o parágrafo anterior, o escrivão comunicará ao réu o resultado do julgamento.
Citação válida é aquela realizada de acordo com os requisitos legais. 
A citação válida produz os seguintes efeitos: 
- torna prevento o juízo;
- induz litispendência;
- torna a coisa litigiosa;
- constitui em mora o devedor.
Tornar Prevento o Juízo - Significa conceder a prioridade do julgamento da causa àquele Juiz que primeiro realizou a citação. Assim, se outras ações iguais forem distribuídas a outros juízos, o Juiz competente para a causa, será aquele sob cuja ordem a citação foi realizada. Isto significa que este juízo será o único competente para as demais causas do processo, pois só neste juízo podem ser tomadas outras medidas processuais. Todos os outros serão incompetentes.
Prevenir, vem de chegar antes (Prae e Venire) Se há vários juizes o que chegar antes dos outros no processo está prevenido (prevento). 
Litispendência - É a situação de litígio desde a citação até o trânsito em julgado da sentença (sentença para a qual não cabe mais recurso). É uma pendência de lide (conflito de interesses), ainda não decidido, achando-se pendente a decisão judicial. É uma causa não julgada, em andamento. 
Assim, efetivada a citação, constitui-se a litispendência, e por esta razão, as partes não podem ajuizar a mesma questão em outro juízo, ou seja, não se pode iniciar outro processo em outro juízo, uma vez que não se admite duplicidade de processos sobre um mesmo motivo em juízos diversos.
Coisa litigiosa - É aquela sobre a qual é movido o litígio em juízo entre as partes.
A citação válida constitui em mora o devedor.
Mora - Significa atraso, retardamento, impontualidade no cumprimento de uma obrigação.
Constituir em mora significa que o atraso no cumprimento da obrigação, leva o devedor a sofrer penalidades que implicam em pagar juros e correção.
Prescrição - É a maneira pela qual um direito se extingue pela inércia durante certo período de tempo, de seu titular. Se o prazo durante o qual o direito deve ser exercido, transcorrer sem que seu titular pratique ato para conservá-lo, a Lei o declara extinto, impedindo a partir daí a ação cabível. 
A interrupção da prescrição paralisa a contagem do prazo que extingue o direito de ação. Esta interrupção é considerada como feita no dia efetivo da citação, não na data de entrega do mandado cumprido.
ARTIGO 220
aplicação aos prazos extintivos
O disposto no artigo anterior aplica-se a todos os prazos extintivos previstos na lei.
Prazo extintivo - É aquele que extingue algum direito, como a prescrição.
Exemplo: O prazo para se mover uma ação trabalhista é de 5 (cinco) anos, a partir da data de demissão. Após ter decorrido este prazo, a pessoa perde o direito de mover a ação por extinção do prazo.
ARTIGO 221
como se dÁ a citação
A citação far-se-á:
I - pelo correio;
II - por Oficial de Justiça;
III - por edital.
ARTIGO 222
exceções paracitação por correio
A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do país, exceto:
a) nas ações de estado;
b) quando for o réu pessoa incapaz;
c) quando for o réu pessoa de direito público;
d) nos processos de execução;
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
f) quando o autor a requerer de outra forma.
a) Nas Ações do Estado - Ações de Estado são aquelas que se referem às causas que discutem a existência, validade ou dissolução do casamento (divórcio). São ações que também dizem respeito a casos que envolvem certos aspectos do direito de família, como ações de reconhecimento de paternidade, maternidade etc.
b) Quando for Ré Pessoa Incapaz - Tratando-se de réu incapaz, a citação deve ser feita por oficial de justiça, para se evitar eventuais erros da entrega postal.
Para o Código Civil Brasileiro, o termo incapaz abrange o relativamente capaz (16 a 18 anos de idade) , o absolutamente incapaz (menores de 16 anos) e os interditos (pessoas impossibilitadas para regerem seus atos na vida civil, abrangendo os loucos de todos os gêneros, surdos - mudos e os pródigos). 
Pródigos- São as pessoas que se desfazem de seus haveres ou bens, sem justificativa, de forma deliberada e desordenadamente, em visível ameaça à estabilidade econômica de seu patrimônio.
Quando o réu for absolutamente incapaz, a citação é realizada na pessoa de seu representante legal (pai, mãe, tutor, curador).
Se o réu for relativamente incapaz, a citação deve ser feita ao próprio incapaz assim como ao assistente do mesmo.
Se o citando é interdito, a citação será feita na pessoa do curador.
c) Quando o Réu for Pessoa de Direito Público
São pessoas jurídicas de direito público, a União, Os Estados membros, o Distrito Federal, os Municípios e as Autarquias Federais, Estaduais e Municipais, e as representações de outros países, por serem pessoas de direito público internacional. Estas últimas por representarem os interesses da coletividade, não devem ser citadas por via postal, pois caso ocorra algum erro do Correio, extraviando a citação, o patrimônio público e a comunidade correrão o risco de sofrerem prejuízos graves.
d) A exceção a regra nos casos de processo de execução, justifica-se pela confiabilidade de que a citação será realizada, pois se ocorrer falha na citação, e a determinação judicial não for cumprida, as consequências serão graves.
e) Quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência.
f) Há casos em que o autor da ação, temendo a ocorrência de falha na citação via postal, prefere que a citação seja feita de outra forma. Neste caso, deve requerer na petição inicial que a citação seja feita pessoalmente ou por edital.
Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria remeterá ao citando Cópias da Petição Inicial e do despacho do juiz, expressa​mente consignada em seu inteiro teor, comunicando, ainda, o prazo para a res​posta e o juízo e cartório, com o respectivo endereço. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração..
ARTIGO 223
citação por carta registrada
Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do Juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, comunicando ainda, o prazo para a resposta e o juízo e cartório, com o respectivo endereço.
Parágrafo único. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração.
A citação via postal é realizada da seguinte forma :
 O escrivão ou chefe da secretaria enviará ao citando uma carta contendo:
a) cópia da petição inicial;
b) cópia do despacho do Juiz;
c) advertência do artigo 285 do C.P.C, segunda parte que dispõe "Não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor ".
d) Comunicado informando o prazo para contestar e o local onde deverá apresentar sua defesa, ou seja, o juízo e o cartório com seus respectivos endereços.
ARTIGO 224
citação por Oficial de Justiça
 Far-se-á a citação por meio de Oficial de Justiça nos casos ressalvados no art. 222, ou quando frustrada a citação pelo correio.
Far-se-á a citação por oficial de justiça nos casos ressalvados no art. 222, ou quando frustrada a citação pelo correio. Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas.
ARTIGO 225
conteúdo do mandado de citação
O mandado que o Oficial de Justiça tiver de cumprir, deverá conter:
I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou residências;
II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis;
III - a cominação, se houver;
IV - o dia, hora e lugar do comparecimento;
V - a cópia do despacho;
VI - o prazo para defesa;
VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do Juiz.
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte integrante do mandado.
Mandado - É uma ordem do Juiz concedendo ao oficial de justiça autoridade para realizar a citação do réu. A citação é ato realizado em nome e por ordem do Juiz e não por autoridade própria do oficial de justiça.
Petição - É um pedido ou uma reclamação formulada por escrito, feita a um Juiz competente, solicitando sua intervenção em fatos que mostrem ofensivos a seus direitos ou aos interesses coletivos.
Petição Inicial - É a petição que se faz inicialmente para dar começo a um litígio. É, portanto, o primeiro requerimento dirigido pela autoridade judiciária, para que, segundos os preceitos legais, se inicie o processo ou comece a demanda.
Cominação - É a pena estabelecida por Lei para determinada infração.
ARTIGO 226
procedimento pelo Oficial de Justiça
Incumbe ao Oficial de Justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:
I - lendo o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III - obtendo a nota de ciente, ou certificado de que o réu não a opôs no mandado.
De posse do mandado, o oficial de justiça se encaminhará ao lugar indicado e, pessoalmente lerá ao réu (citando) o conteúdo do mandado, entregando-lhe a contra-fé.
Contra Fé - É a cópia fiel do mandado que será entregue ao réu pelo oficial de justiça.
Ciente - É a afirmação que o réu coloca no final do mandado ou no verso, datando e assinando, declarando estar ciente do teor do mandado.
Efetuada a citação, o oficial de justiça certificará (escreverá) no verso da via que permanecerá em seu poder que realizou o ato citatório, informando se o réu recebeu ou se recusou a receber a contra fé. Em seguida solicitará ao réu para que este assine a certidão, obtendo a nota do ciente. Caso o réu se recuse assinar, o oficial de justiça certificará o fato no verso de sua via.
Quando possível a diligência deverá ser realizada na presença de duas testemunhas.
ARTIGO 227
citação por hora certa
Quando, por três vezes, o Oficial de Justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato voltará, a fim de efetuar a citação, na hora em que designar.
- Cuida a norma dachamada citação com hora certa. Quando há dificuldade de encontrar o citando por estar se ocultando, agindo maliciosamente a fim de impedir o ato, caberá ao oficial de justiça recorrer ao preceito desta norma, intimando um dos moradores da casa, ou mesmo vizinho, de que no dia seguinte virá procurá-lo em determinada hora a fim de efetuar a citação.
O dia designado não precisa ser o dia imediatamente posterior, tampouco é indispensável que o dia determinado seja útil,podendo recair em domingo ou feriado, desde que autorizado pelo juiz através da aplicação do artigo 172, parágrafo segundo, necessário apenas que o oficial indique o dia que voltará.
 Os requisitos para a citação por hora certa são:
a) deve ser o citando procurado na sua residência e não no local de trabalho;
b) ser procurado por três vezes em dias e horários diferentes;
c) deve o oficial suspeitar de que está o citando querendo ocultar-se;
d) certificar o Oficial de Justiça pormenorizadamente o porque da suspeita;
e) deve o escrivão proceder a remessa da carta de hora certa.
ARTIGO 228
comparecimento do Oficial de Justiça para citação com hora certa
No dia e hora designados, o Oficial de Justiça, independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência.
§ 1º. Se o citando não estiver presente, o Oficial de Justiça procurará informar-se das razões de ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca.
§ 2º. Da certidão da ocorrência, o Oficial de Justiça deixará a contrafé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
ARTIGO 229
aviso ao citando da citação por hora certa
Feita a citação por hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma, dando-lhe de tudo ciência.
A Legislação Processual Brasileira prevê a citação com hora certa, que é uma exceção a regra da citação pessoal, quando o réu se oculta.
A citação por hora certa só deve ser realizada, quando há suspeita de que o réu está se ocultando para não ser citado. Esta suspeita nasce, quando o oficial de justiça após ter procurado o réu por tres vezes em dias e horários diferentes, não o encontra em sua residência.
O oficial de justiça deverá intimar a qualquer pessoa da família do réu, ou em sua falta a qualquer vizinho, de que no dia imediato (seguinte), voltará a fim de encontrar o réu para citá-lo.
No dia seguinte, na hora designada, independentemente de novo despacho do Juiz, o oficial de justiça comparecerá a residência do réu para realizar a diligência. Mas, se o réu não estiver presente na hora marcada, o oficial deverá informar-se das razões da ausência, certificando a ocorrência, dando por feita a citação, ainda que o citando tenha se ocultado em outra comarca.
Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará a contra fé com pessoa da família ou com qualquer vizinho, mencionando o nome e assinatura de quem recebeu a contra fé.
Após realizada a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma, comunicando-lhe a citação por hora certa. Esta comunicação é obrigatória e de capital importância, para que este não possa argüir (alegar) ignorância quanto a citação.
Para a validade do ato, é necessário que o réu seja informado da citação, pois caso contrário a citação poderá ser anulada, pois nula é a citação por hora certa, quando não atender aos requisitos legais.
ARTIGO 230
citação e intimação possíveis em outra comarca
Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana, o Oficial de Justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas.
Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá realizar citações e intimações, sem necessidade de autorização do Juiz local.
Região Metropolitana - É um aglomerado urbano constituído por agrupamentos de municípios. Ex: São Paulo, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul , Santo André, etc.
A incursão na comarca contígua, é válida, mesmo em se tratando de cidades fronteiriças interestaduais, como por exemplo São Paulo e Minas Gerais, São Paulo e Paraná, etc.
ARTIGO 231
citação por edital
 Far-se-á a citação por edital:
I - quando desconhecido ou incerto o réu;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;
III - nos casos expressos em lei.
§ 1º. Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
§ 2º. No caso de ser inacessível o lugar em que se encontre o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio se na comarca houver emissora de radiodifusão.
A palavra edital significa publicar, tornar sabido, anunciar. O conteúdo do edital é o mesmo do mandado.
OBS: Caso um país se recuse a realizar a citação do réu, solicitada pelo Ministério da Justiça por carta rogatória, a citação deverá ser realizada por edital.
ARTIGO 232
requisitos da citação por edital
São requisitos da citação por edital:
I - a afirmação do autor , ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas nos ns. I e II do artigo antecendente;
II - a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão;
III - a publicação do edital no prazo máximo de quinze (15) dias, uma vez no órgão oficial e pelo menos duas vezes em jornal local onde houver;
A exigência da parte final do inciso III do art. 267 do CPC pressupõe que jornal local tenha pelo menos regular circulação quinzenal.
Superação do prazo de quinze dias entre a primeira e a última publicação. Art. 232, III, do CPC. Ausência de culpa do autor. Irrelevância. Nulidade que configura objetivamente, decorrendo o dano ao citando ou eventuais terceiros in re ipsa.
IV - a determinação, pelo Juiz, do prazo, que variará entre vinte (20) e sessenta(60) dias, correndo da data da primeira publicação;
V - a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis.
§ 1º. Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio, de que trata o número II deste artigo;
§ 2º. A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial, quando a parte for beneficiária da Assistência Judiciária.
O artigo 285 indicado no inciso V se refere a revelia. Com efeito, o referido artigo informa que se a ação não for contestada pelo réu, serão considerados como verdadeiros os fatos descritos na petição inicial.
ARTIGO 233
multa por descumprimento dos requisitos do art. 231
A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231, I e II, incorrerá dolosamente em multa de cinco (5) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.
A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente desconhecer o paradeiro do réu, com o fim de cercear seu direito de defesa, para que este seja citado por edital, incorrerá em multa de 5 vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo.
Esta multa será revertida em benefício do réu.
PARA NÃO ESQUECER !
Além do réu propriamente dito devem ser citados:
- O litisconsorte necessário (art. 47 par. único)
- oposto (art. 57); 
- o denunciado à lide (art. 71);
- o chamado ao processo (art. 79)
- o réu no caso de indeferimento da petição inicial (art. 296 § 1º);
- o réu revel, quando o autor quiser alterar o pedido ou a causa de perdir (art. 321).
Formas especiais de citação 
- o militar, na unidade em que serve (art. 216, par. Único);
- do detento ou impossibilitado de recebe-la, na pessoa do curador (art. 218); 
- do incapaz ou pessoa jurídica, na pessoa do seu representante legal (art. 215);
- do réu ausente que tiver administrador, feitor ou gerente, na pessoa do seu preposto (art. 215 § 1º).
Cartas Citatórias 
- carta precatória, quando o réu residir fora do juízo onde corre a causa;
- carta de ordem, quandoum juiz superior envia a um inferior Para cumprir;
- carta rogatória, quando o réu estiver no estrangeiro;
- carta postal com AR, salvo exceções legais.
INTIMAÇÕES
ARTIGO 234
das intimações
Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Importante: 
Não devemos confundir intimação que é a ordem feita a alguém, por autoridade pública, para que faça ou deixe de fazer algo, a intimação tem caráter de uma ordem para que se faça ou se deixe de fazer algo, e por isso que não devemos confundir com a citação, que representa, apenas, uma comunicação a alguém para que compareça em juízo, para responder à lide, sob pena de revelia. CPC: arts. 234 a 242.
A intimação é destinada tanto para o advogado quanto para a parte. Sua finalidade é promover o intercâmbio entre os atos praticados pelos advogados constituídos pelas partes, informando sobre atos ocorridos durante o processo ou ainda de atos a serem realizados.
A intimação também tem por finalidade informar a outras pessoas ligadas ao processo tais como os auxiliares da justiça (para expedirem mandados), peritos (para realizarem uma perícia), oficiais de cartórios, testemunhas, autoridades, empregadores, etc.
Em caso de revelia, o réu não será intimado dos atos que correm contra ele.
Nesta situação o curador nomeado é quem será intimado.
 
ARTIGO 235
quando ocorre as intimações
As intimações efetuam-se de ofício, em processos pendentes, salvo disposição em contrário.
Ato de Ofício - Significa que o próprio Juiz, em processos pendentes, determinará que todos sejam intimados do ato processual, independentemente de pedido de qualquer uma das partes para que a outra seja intimada.
O escrivão, por determinação do Juiz deve realizar as intimações de ofício nos próprios autos (processo) ou enviá-las para publicação, ou por carta registrada (via postal) para o intimando.
ARTIGO 236
intimação feita só por publicação
No Distrito Federal e nas Capitais de Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1º. É indispensável sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para a identificação.
§ 2º. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
Conforme reza o artigo 236, no Distrito Federal e nas capitais de Estados e de Territórios, consideram-se feitas as intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial. 
Órgão oficial é o Diário Oficial.
A expressão "só publicação dos atos no órgão oficial" significa que as intimações só deverão ser publicadas no Diário Oficial.
Na verdade, somente os advogados das partes por necessidade profissional tem de ler o órgão oficial, para poderem acompanhar o desenvolvimento do processo.
 
O § 1o do referido artigo dispõe que é indispensável sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, suficientes para a identificação. Isto significa que, a publicação por jornal seja feita de maneira tal que a identificação seja possível, pois se a publicação não contiver o mínimo de condições para se identificar o nomeado, a intimação será nula.
A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente ao promotor de justiça que atue no processo, sob pena de nulidade do ato.
ARTIGO 237
intimação em comarcas do interior
Nas demais comarcas aplicar-se-á o disposto no artigo antecedente, se houver órgão de publicação dos atos oficiais; não havendo, competirá ao escrivão intimar, de todos os atos do processo, os advogados das partes:
I - pessoalmente, tendo domicílio na sede do juízo;
II - por carta registrada, com aviso de recebimento quando domiciliado fora do juízo.
Nas comarcas onde haja Diário Oficial, a intimação deverá ser feita por meio de publicação neste órgão. Não havendo, a intimação deverá ser feita pessoalmente pelo escrivão aos advogados das partes, se os mesmos tiverem domicílio (escritório) na sede do juízo.
Entretanto, caso o escritório ou residência do advogado situar-se em outra comarca, isto é, fora da sede do juízo, e a intimação não for realizada em Diário Oficial, então o escrivão deverá enviar a intimação através de carta registrada, um aviso de recebimento para comprovação da entrega.
ARTIGO 238
forma de proceder a intimação
Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais e aos advogados, pelo correio, ou se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.
Conforme o artigo 238, as intimações serão efetuadas por via postal objetivando a agilização do processo. Como o código não proíbe, se os advogados ou as partes estiverem presentes no cartório, a intimação será feita ali mesmo pelo escrivão ou chefe da secretaria.
ARTIGO 239
intimação por Oficial de Justiça
Far-se-á a intimação por meio de Oficial de Justiça quando frustrada a realização pelo correio.
Parágrafo único. A certidão de intimação deve conter:
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando possível, o número de sua carteira de identidade e o órgão que a expediu;
II - a declaração de entrega da contra fé;
III - a nota de ciente ou certidão de que o interessado não a pôs no mandado.
A intimação conforme o artigo 239, deverá ser feita pelo correio. Contudo, se o carteiro não encontrar o réu, ou se este houver mudado de endereço, o Juiz neste caso determinará que a intimação seja feita por meio do oficial de justiça. 
Caso, o correio venha a devolver a carta de intimação comunicando a mudança de endereço do acusado, o oficial de justiça deverá aguardar que o autor da ação forneça o novo endereço do réu, para dar cumprimento ao mandado.
Quando a intimação for efetuada por oficial de justiça, é indispensável registrar no processo que ela foi realizada. Por esta razão o oficial de justiça deverá mencionar na certidão o nome e o endereço da pessoa intimada, se possível o número de sua carteira de identidade e o órgão que a expediu, declarando ainda que entregou a contra fé, se a pessoa assinou a nota de ciente, ou certificando que o intimado não a pôs no mandado.
ARTIGO 240
prazo da intimação
Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o Ministério Público contar-se-ão da intimação.
Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense.
ARTIGO 241
Quando começa a correr o prazo
Começa a correr o prazo:
I - quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso do recebimento;
II - quando a citação ou intimação for do oficial da justiça, da data da juntada aos autos do mandado cumprido;
III - quando houver vários réus, da data da juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido;
IV - quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;
V - quando a citação for por edital, finda a dilação assina da pelo Juiz.
ARTIGO 242
prazos para recorrer
O prazo para a interposição de recurso conta-se da data em que os advogados são intimados da decisão, da sentença ou acórdão.
§ 1º. Reputam-se intimados na audiência, quando nesta é publicada a decisão ou a sentença.
§ 2º. Havendo antecipação da audiência, o Juiz, de ofício ou a requerimento da parte, mandará intimar pessoalmente os advogados para a ciência da nova designação.
O prazo inicia-se a partir do pronunciamento do ato que se vai recorrer.
Durante a audiência quando nesta é publicada a decisão ou a sentença, as partes e seus advogados alí presentes, ao mesmo tempo que tomam conhecimento da sentença, são intimados. 
Quando a audiência é feita por estenotipia (taquigrafia), o prazo para recurso conta a partir do momento da intimação da transcriçãoda audiência e do pronunciamento judicial.
O parágrafo II deste artigo dispõe que: havendo antecipação da audiência por decisão do Juiz ou por requerimento das partes, o mesmo determinará que os advogados recebam pessoalmente nova intimação por meio do Oficial de Justiça.
PROCESSO DE EXECUÇÃO
Execução é a cobrança de uma dívida por intermédio do poder judiciário, tendo por base um título judicial (sentença proferida em juízo reconhecendo ou não um direito) ou extra judicial (duplicata, nota promissória, cheque etc.) , empregando medidas de coação, para forçar o devedor a cumprir com sua obrigação, pois caso contrário, sofrerá as sanções cabíveis.
No processo de execução, o Juiz expropria alguns bens do devedor, para serem leiloados se forem bens móveis, ou levados a hasta pública ou praça, se forem bens imóveis.
O dinheiro obtido, será utilizado para pagar o credor, e, se depois de deduzidas todas as despesas do total apurado, houver sobra, a diferença será restituída ao devedor.
ARTIGO 646
execução por quantiA certa
A execução por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor.
Execução por Quantia Certa - É a fixação da sentença, quando esta condena o réu a entregar coisa certa ou em espécie. É chamada também de execução real. É uma modalidade de execução forçada que tem por finalidade expropriar bens do devedor afim de satisfazer a dívida para com o credor.
Na execução por quantia certa, a execução depende da sentença proferida em anterior processo de conhecimento (processo que tem por finalidade reconhecer ou não um direito em litígio).
ARTIGO 647
expropriação
A expropriação consiste:
I - na alienação de bens do devedor;
II - na adjudicação em favor do credor;
III - no usufruto de imóvel ou de empresa.
Bens alienáveis são aqueles que podem ser transferidos para outros.
Alienação - É a transferência ou venda dos bens do devedor.
Adjudicação - É o ato judicial que se estabelece e se declara por sentença, a transferência dos bens penhorados do devedor para o credor. É uma forma de pagamento ao credor.
Caso não seja necessário expropriar o bem, pode-se permitir que o credor tenha o usufruto (direito real de usar a coisa alheia), do bem, se for imóvel ou empresa, até que o devedor quite a sua dívida.
PENHORA
Penhora é o ato de apreensão judicial dos bens do devedor, dados ou não em garantia, para assegurar o pagamento da dívida ao credor. Pela penhora, os bens são tirados do poder ou posse do devedor para servirem de garantia à execução.
O devedor deve designar os bens a serem penhorados, mas quando não o faz no devido tempo, a nomeação que lhe é facultada, a penhora será feita compulsóriamente. Neste caso, será o credor que indicará os bens que quer que sejam penhorados (imóvel, carro, computador, etc.).
A penhora pode recair sobre quaisquer bens do devedor, respeitada a graduação legalmente assentada, isto é, deve ser promovida nos bens preferencialmente assinalados em primeiro lugar, na ordem em que são mencionados.
A penhora só poderá ser efetivada em bens penhoráveis. A penhorabilidade dos bens é também determinada por Lei, e quando impenhoráveis, a execução não os pode atingir, sendo inválida a que se fizer neles.
A penhora será realizada por um oficial de justiça, autorizado pelo competente mandado judicial, que lavrará um auto de penhora, onde será relatado o que foi penhorado e designará também um depositário, em poder do qual, e sob a superintendência do Juiz, ficarão os bens até que seja ultimada a execução.
O depositário pode ser o próprio executado. Se o depositário se desfizer de qualquer um dos bens sob sua guarda, se tornará um depositário infiel, sujeito a prisão.
 
ARTIGO 648
bens não executáveis
Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.
Bem Ímpenhoráveis - São aqueles que não podem ser penhorados.
Bens Inalienáveis - São aqueles que não podem ter sua propriedade transferida para terceiros
ARTIGO 649
impenhorabilidade
São absolutamente impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - as previsões de alimentação e de combustível, necessárias à manutenção do devedor e de sua família durante um mês;
III - o anel nupcial e os retratos de família;
IV - os vencimentos dos magistrados, dos professores e dos funcionários públicos, o soldo e os salários, salvo para pagamento de prestação alimentícia;
V - os equipamentos dos militares;
VI - os livros, as máquinas, os utensílios e os instrumentos, necessários e úteis ao exercício de qualquer profissão;
VII - as pensões, as tenças ou os montepios, percebidos dos cofres Públicos, ou de institutos de providência, bem como os provenientes de liberalidade de terceiro, quando destinados ao sustento do devedor ou de sua família;
VIII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se estas forem penhoradas;
IX - o seguro de vida;
X - o imóvel rural, até um módulo, desde que este seja o único de que disponha o devedor, ressalvada a hipoteca para fins de financiamento agropecuário.
A IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA
 LEI nº. 8.009/90
ARTIGO 1o
 O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos conjugues ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único: A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarneçem a casa desde que quitados.
ARTIGO 2o
 Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos.
Parágrafo único: No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis que guarneçam a residência e que seja de propriedade do locatário observado o disposto neste artigo.
ARTIGO 3o
 A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - Em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias;
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III- pelo credor de pensão alimentícia;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação 
ARTIGO 4o
 Não se beneficiará do disposto nesta Lei aquele que, sabendo se insolvente, adquire de má fé imóvel o mais valioso para transferir a residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga.
Parágrafo primeiro : Neste caso poderá o Juiz, na respectiva ação do credor transferir a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para a execução ou concurso, conforme a hipótese.
Parágrafo segundo: Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os respectivos bens móveis, e, nos casos do artigo 5o inciso XVI, da Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural.
ARTIGO 5o
 Para os efeitos de impenhorabilidade, de trata esta Lei, considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único : Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, serpossuidora de vários imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no registro de imóveis e na forma do artigo 70 do Código Civil.
ARTIGO 6o
 São canceladas as execuções suspensas pela medida provisória nº. 143, de 08 de março de 1990, que deu origem a esta Lei.
ARTIGO 7o
Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
ARTIGO 8o
 Revoga-se as disposições em contrário.
 LEI N° 8009 / 90
A Lei 8009 / 90 de 29 de março de 1990 estabelece que o imóvel do devedor que possua apenas um único imóvel, e os móveis que guarnecem a casa são impenhoráveis, bem como, os móveis do devedor que more em imóvel locado. Portanto, armário , cama, fogão, geladeira, televisão, etc não podem ser penhorados, a não ser que a dívida relativa à compra desses bens não foram pagas. 
Há porém exceções à regra como as dispostas no artigo 3o da Lei 8009 / 90 que permite a penhora de bens, segundo o exposto nos incisos de I a VII do referido artigo.
OBS: As penhoras realizadas antes da entrada em vigor da Lei 8009 / 90 não terão validade, caso tenha sido penhorado qualquer um dos bens protegidos pela impenhorabilidade, pois conforme o julgamento de recurso especial n° 30.1627 - 2 - PR, julgado em 9 de fevereiro de 1993 (decisão unânime da 3a turma do S.T.J. ), "não perdura a penhora sobre o bem, quando a Lei posterior vem a declará-lo impenhorável, aplicando-se a vedação aos processos pendentes, com a desconstituição do ato processual respectivo".
A IMPENHORABILIDADE DA PEQUENA PROPRIEDADE RURAL
A Constituição Federal de 1998 em seu artigo V Inciso XXVI, assegura a impenhorabilidade da pequena propriedade rural.
Art. V- inciso XXVI da C.F. - (Veja em Direito Constitucional) 
ARTIGO 650
BENS RELATIVAMENTE IMPENHORÁVEIS
São bens que normalmente não deveriam ser penhorados, mas se o devedor não possuir um outro bem para saldar a dívida em execução, será realizada a penhora desses bens.
Podem ser penhorados, à falta de outros bens:
I - os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados a alimentos de incapazes, bem como de mulher viúva, solteira, desquitada, ou de pessoas idosas;
II - as imagens e os objetos do culto religioso, sendo de grande valor.
ARTIGO 651
remição da execução
Antes de arrematados ou adjudicados os bens, pode o devedor, a todo o tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios.
Arrematação - Não tem o mesmo sentido a adjudicação, embora os efeitos de uma e outra sejam idênticos, ou seja, o de transmitir a propriedade da coisa a quem adjudica ou arremata.
Na arrematação há sempre licitação (dar preço, oferecer lanço). A licitação não se confunde com o leilão ou hasta pública porque é apenas uma parte deles. Arremata o bem a pessoa que oferecer maior lanço.
Na adjudicação nem sempre se faz necessário a efetividade do leilão ou hasta pública, e esta se opera porque não houve licitação, ou porque a pessoa com direito a pedi-la, preferiu receber o bem pelo preço da maior oferta, quando houve, ou pelo valor da própria exigível.
O devedor pode remir (pagar) a execução ou consignar a importância da dívida, mais juros, custos e honorários advocatícios. Mas, só poderá assim proceder antes de arrematados ou adjudicados os bens.
ARTIGO 652
da citação do devedor e da nomeação de bens
O devedor será citado para, no prazo de vinte e quatro (24) horas, pagar ou indicar bens à penhora.
§ 1º. O Oficial de Justiça certificará, no mandado, a hora da citação.
§ 2º. Se não localizar o devedor, o oficial certificará cumpridamente as diligências realizadas para encontrá-lo.
Nomeação de Bens - É a indicação dos bens, feita pelo devedor ou por quem está sendo executado, para que sobre os mesmos recaia a penhora judicialmente autorizada.
A Lei permite ao devedor ou executado, que nomeie os bens à sua vontade, afim de se evitar maiores danos a ele próprio com uma penhora feita com bens não escolhidos ou não indicados expontâneamente por ele.
Na cobrança de uma dívida, o Juiz determinará que o oficial de justiça realize a citação do devedor e o advirta de que terá 24 horas para pagar. Caso o devedor não pague a dívida no prazo de 24 horas, deverá nomear bens de sua propriedade que serão penhorados. Estes bens ficarão à disposição da justiça para que em caso de necessidade, sejam levados a hasta pública ou leiloados, para que se apure o dinheiro para pagamento do credor.
Somente depois que os bens forem penhorados, é que a cobrança (execução) poderá ser contestada pelo devedor.
Conforme o parágrafo 1o do artigo em questão, o oficial de justiça certificará no mandado a hora da citação, pois o prazo é de 24 horas, e se após as 24 horas estipuladas por Lei, o devedor não efetuar o pagamento da dívida ou não nomear bens à penhora, o oficial de justiça deverá penhorar os bens que encontrar.
 
ARTIGO 653
arresto de bens
O Oficial de Justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
Parágrafo único. Nos dez (10) dias seguintes à efetivação do arresto, o Oficial de Justiça procurará o devedor três (3) vezes em dias distintos; não o encontrando, certificará o ocorrido.
Arresto - É a apreensão judicial dos bens do devedor, ordenada pela justiça, como medida cautelar de segurança ou para garantir o credor quanto à cobrança de seu crédito, evitando que seja injustamente prejudicado, pelo desvio destes bens.
Como medida de garantia, o arresto visa a assegurar a eficácia de uma execução futura ou uma execução já em andamento.
O arresto é medida que antecede a execução, tendo sempre caráter preventivo.
Sua finalidade é proteger o direito do credor, mediante a apreensão dos bens do devedor, de valor aproximado ou igual ao crédito do arrestante (credor), suficientes para a cobertura da obrigação exigível, podendo recair sobre quaisquer bens, tanto quantos forem necessários para cobrir o montante da dívida.
Estes bens depois de arrestados, ficam sob a guarda da justiça até que se resolva a pendência que justificou o arresto.
Medida Cautelar - É todo ato forense ou processo intentado por uma pessoa na justiça para prevenir, conservar ou defender direitos. É ato de precaução ou de prevenção promovido pelo judiciário, revelado na providência judicial pedida e autorizada pelo Juiz em face de fato de gravidade ou de motivo justo.
Conforme o disposto no artigo em questão, se o oficial de justiça não encontrar o devedor, realizará o arresto dos bens suficientes, para garantir a execução. 
Nos dez dias seguintes após ter sido realizado o arresto o oficial de justiça procurará o devedor três vezes em dias distintos. Essas diligências realizadas pelo oficial de justiça, tem por objetivo citar o devedor e realizar a penhora de seus bens. Não o encontrando, certificará o ocorrido 
ARTIGO 654
conversão do arresto em penhora
Compete ao credor, dentro de dez (10) dias, contados da data em que foi intimado do arresto a que se refere o parágrafo único do artigo anterior, requerer a citação por edital do devedor. Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo a que se refere o art. 652, convertendo-se o arresto em penhora em caso de não pagamento.
O credor também deve ser intimado do arresto, e não somente o devedor. 
O credor terá o prazo de dez dias contados da data em que foi intimado do arresto a que se refere o artigo anterior (art.653), requerer a citação por edital do devedor. Findo o prazo do edital, terá o devedor o prazo a que se refere o artigo 652, convertendo -se o arresto em penhora, em caso de não pagamento.
ARTIGO 655
nomeação dos bens
Incumbe ao devedor, ao fazer a nomeação de bens, observar a seguinte ordem:
I - dinheiro;
II - pedras e metais preciosos;
III - títulos da dívida pública da União ou dos Estados;
IV - títulos de créditos, que tenham cotação em bolsa;
V - móveis;
VI - veículos;
VII - semoventes;
VIII - imóveis;

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