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GESTAÇÃO O M E U L I V R O D A APRESENTAÇÃO Este livro é para você, que está grávida ou planeja engravidar. Esta edição contém informações para auxiliá-la no decorrer da gestação e amamentação. Como este é um período de muitas incertezas e afazeres, a proposta foi reunir em linguagem clara e objetiva, esclarecimentos de dúvidas muito frequentes nesta fase. É provável que você se depare com pessoas dispostas a lhe dar muitos conselhos, o que pode tornar tudo ainda mais confuso. Buscar informações com os profissionais de saúde é fundamental, além de estabelecer uma relação de confiança e respeito. Uma gestante bem informada faz escolhas mais acertadas! E isso é muito importante nesse tempo de espera do bebê, para que você e sua família tenham tranquilidade e possam superar qualquer dificuldade no decorrer da gravidez. Consulte este livro sempre que precisar. Boa leitura! Leliane Fraga Nutricionista Materno Infantil Querida Mamãe, Dentro de alguns meses estarei nos seus braços! Meu coração já bate acelerado! O cordão que nos une irá me nutrir e oxigenar. Nas primeiras semanas talvez você fique enjoada, cansada, irritada e ansiosa. Mesmo assim, terá que fazer suas primeiras escolhas: o médico e onde fará os exames. Comece logo o pré-natal para ter certeza de que está tudo bem comigo e depois conte às pessoas que estou a caminho. Com três meses, ainda sou bem pequenininho, mas já começo a me exercitar. Rolo de um lado para outro, estico os braços, dou chutes e posso chupar meus dedinhos! Temos seis meses pela frente, mas o tempo passa rápido e você precisa tomar algumas decisões... Aos quatro meses, já estarei muito ligado a você afetivamente! Talvez já seja possível saber se sou menino ou menina! Sei que está ansiosa por este momento, pois quer escolher o meu enxoval e a decoração do meu cantinho. Também sei que tudo isso será emocionante! Ah, mãezinha, já posso reconhecer sua voz e sentir suas emoções. Reajo aos sons e aos toques. Gosto tanto quando faz carinho na barriga! Mas me assusto quando está nervosa! Já tenho alguma sensibilidade musical. Escolha músicas para ouvirmos e conte- me histórias. No sexto mês já cresci um bocado e já faço traquinagens. Dou cambalhotas. Posso rir e chorar. Ouço os batimentos do seu coração e isso me acalma! Já pensou no meu chá de bebê? Mais uma escolha: quem irá ajudá-la a organizá-lo. Sétimo mês! Passo a maior parte do tempo dormindo e sonhando. Se ainda não decidiu, está na hora de escolher o meu nome e a maternidade. Estamos na reta final. Tenho oito meses e já me comporto como um bebê recém- nascido. Meus pulmões estão quase prontos. O espaço na barriga está menor, mas me sinto em segurança aqui dentro. Último mês! Em breve estarei nos seus braços. Precisamos manter a calma e não tenha medo... A natureza é tão perfeita! Até daqui a pouco! Amo você, mamãe! SUMÁRIO Importância do Ácido Fólico Toxoplasmose Alimentos que devem ser evitados na gestação Enjoos, dicas para conviver melhor com eles Anemia e sintomas comuns Diabetes Gestacional Orientações para refluxo e azia Hipertensão na gestação Alimentos que ajudam na produção de leite Estágios da Lactação Pega Correta Livre Demanda Como Intercalar os Seios 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Importância do Ácido Fólico O que é ácido fólico? O ácido fólico é uma forma artificial de uma vitamina B chamada folato. O folato desempenha um papel importante na produção de glóbulos vermelhos e ajuda o tubo neural do bebê a se desenvolver em seu cérebro e medula espinhal. O folato é encontrado naturalmente em vegetais verdes escuros e frutas cítricas. Quando devo começar a tomar ácido fólico? Defeitos de nascimento ocorrem nas primeiras 3-4 semanas de gravidez. Portanto, é importante ter folato em seu sistema durante os estágios iniciais do desenvolvimento do cérebro e da medula espinhal do bebê. Se você conversou com seu médico quando estava tentando engravidar, provavelmente foi aconselhada para começar a tomar uma vitamina pré- natal com ácido fólico. Um estudo mostrou que mulheres que tomaram ácido fólico por pelo menos um ano antes de engravidar diminuíram em 50% ou mais as chances de parto prematuro. O CDC (Centers for Disease Control and Prevention) recomenda que você comece a tomar ácido fólico todos os dias por pelo menos um mês antes de engravidar e todos os dias enquanto estiver grávida. O meu livro da Gestação - Importância do ácido fólico 08 O ácido fólico é um super-herói da gravidez! Ele é recomendado antes e durante a gravidez, pois pode ajudar a prevenir defeitos congênitos do cérebro e da medula espinhal do bebê. Espinha bífida: desenvolvimento incompleto da medula espinhal ou das vértebras Anencefalia: desenvolvimento incompleto das principais partes do cérebro Fenda labial (lábio leporino) e palatina Nascimento prematuro Baixo peso ao nascimento Aborto espontâneo Fígado de galinha, peru ou boi cozido; Levedo de cerveja; Feijão-preto cozido; Espinafre cozido; Macarrão cozido; Ervilhas ou lentilhas Quais são os benefícios do ácido fólico? Sem ácido fólico suficiente no corpo, o tubo neural do bebê pode não fechar corretamente e ele pode desenvolver problemas de saúde chamados defeitos do tubo neural. Esses incluem: Quando tomado antes e durante a gravidez, o ácido fólico também pode proteger seu bebê contra: O ácido fólico também foi sugerido para reduzir o risco de complicações na gravidez (um relatório constatou que mulheres que tomaram suplementos de ácido fólico durante o segundo trimestre tiveram um risco reduzido de pré-eclâmpsia). Alimentos ricos em Ácido fólico: O meu livro da Gestação - Importância do ácido fólico 09 Toxoplasmose O que é toxoplasmose e como ocorre a transmissão? A toxoplasmose é uma doença provocada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Essa doença é transmitida aos seres humanos por meio das fezes de animais contaminados com o protozoário. A gestante pode adquirir a doença por meio da ingestão dos cistos em água e alimentos contaminados (frutas e vegetais) e ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos. Embora seja conhecida popularmente como doença do gato, a incidência de toxoplasmose não é maior em pessoas que têm gato como animal de estimação. Como a doença pode ser detectada? A infecção da mãe é geralmente assintomática (sem sintomas). O sintomas, quando presentes são inespecíficos, como febre, calafrio, sudorese, cefaleia e faringite. Por isso, toda mulher grávida deve realizar o exame durante o acompanhamento pré-natal. Toxoplasmose e gravidez: por que é perigosa para as gestantes? Embora a doença seja assintomática em grande parte dos casos, a mãe pode transmiti-la para o futuro bebê (transmissão vertical). Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, a toxoplasmose em fetos pode variar A toxoplasmose geralmente é assintomática e passa despercebida em adultos não grávidos. No entanto, gestantes que apresentam a doença podem transmiti-la para o bebê. O meu livro da Gestação - Toxoplasmose 11 Evitar consumir alimentos crus e lavar bem as mãos após manipular carnes cruas (procure usar luvas); Higienizar bem frutas, legumes e verduras antes de ingeri-las; Congelar a carne por 3 dias, a 15º negativos; Lavar bem as mãos após ter contato com gatos; de assintomática à letal, dependendo da idade do feto e de outros fatores não conhecidos. Os problemas mais comuns incluem nascimento prematuro, baixo peso, aumento no tamanho do fígado (hepatomegalia) e icterícia (pele amarelada). Quando a infecção ocorre no último trimestre de gravidez, o recém- nascido pode apresentar baixo peso, pneumonia e hepatomegalia, ou pode permanecer assintomático. Quando a infecção ocorre no segundo trimestre da gestação, o bebê pode nascer prematuro, mostrar sinais de inflamação no cérebro (encefalite) com convulsões e calcificações no cérebro. Também pode apresentar microcefalia (diminuição no tamanho do cérebro e da cabeça com hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro).Em qual idade gestacional o risco de infecção fetal é maior? O risco de infecção fetal é maior no terceiro trimestre e no período periparto (período definido como desde o último mês de gravidez até cinco meses após o parto). No entanto, caso a soroconversão (detecção através de exame pré-natal) da gestante tenha ocorrido no primeiro trimestre, o risco de lesões fetais graves é maior. Como prevenir a toxoplasmose na gravidez? Uma vez que a principal forma de contaminação é a via oral, para evitar a doença a gestante deve, de modo geral, evitar a ingestão de carnes cruas ou mal cozidas, comer apenas vegetais e frutas higienizados corretamente e evitar contato com fezes de gato. Por isso é importante: O meu livro da Gestação - Toxoplasmose 12 Sempre manter seu gato bem alimentado para que ele não precise caçar para comer; Nunca oferecer carne crua para o seu gato; Não deixar seu gato ter contato com a rua; Renovar a caixa de dejetos dos gatos a cada 3 dias e a coloque ao sol com freqüência; Cães também podem transmitir toxoplasmose ao sujarem o pelo no solo onde haja fezes de gato; Evitar acariciar cães que andem soltos; Descartar corretamente o lixo doméstico para controlar insetos e ratos; Lavar bem as mãos e as unhas após trabalhar na terra. Gestantes devem evitar essa atividade ou devem utilizar luvas; Manter os reservatórios de água bem fechados e se a água não for tratada, deve ser fervida antes do consumo. O meu livro da Gestação - Toxoplasmose 13 Alimentos que devem ser evitados na gestação 15O meu livro da Gestação - Alimentos que devem ser evitados Durante a gravidez, a mulher não deve restringir sua ingestão de alimentos, já que, sem os nutrientes adequados, o bebê não consegue se desenvolver bem. No entanto, algumas substâncias presentes em produtos específicos podem causar problemas tanto ao feto quanto à evolução da gestação. Coma com moderação Carboidratos refinados Calma, não estou querendo que você faça a dieta das proteínas, até porque os carboidratos devem responder por cerca de 50% da ingestão diária de calorias das grávidas. Porém, há tipos diferentes de carboidratos. Os refinados geralmente são os “branquinhos”: arroz branco, farinha branca, açúcar branco. Você deve evitar doces e tentar substituir pães e massas pelas versões integrais. Isso tornará sua alimentação mais rica, além de prevenir a formação de gases. Ainda sobre os gases, vale dizer que, se você já conhece os alimentos que seu corpo não digere bem, tente evitá-los, porque, quanto mais sua barriga crescer, mais tendência você terá para esse desconforto. Café Você pode consumir até duas xícaras (pequenas) por dia. Ou seja, um café com leite de manhã e um expresso depois do almoço dificilmente atrapalharão sua gravidez e seu bebê. Mas como a cafeína está presente em outras bebidas, como aquelas do tipo cola e chá preto, considere também esse consumo. Lembre-se também que a cafeína é diurética. Assim, se você já está incomodada com as idas ao banheiro, talvez valha a pena diminuir ainda mais a dose. 16O meu livro da Gestação - Alimentos que devem ser evitados Coma com moderação Alguns peixes Peixes que estão no topo da cadeia alimentar, como cação, marlim e peixe-espada devem ser evitados, pois contêm níveis mais altos de mercúrio, o que pode causar problemas de desenvolvimento no feto. Peixes gordos, como cavala, sardinha, truta e atum fresco, são recomendados para as grávidas, mas não devem entrar no cardápio mais de duas vezes por semana Atenção com as frutas e verduras Alimentos como tomate e morango são as culturas mais expostas à ação de pesticidas utilizados nas plantações. É importante só consumir os que vêm de produtores que respeitam as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Se puder optar pelos orgânicos, melhor ainda. Isso porque os agrotóxicos podem afetar os ovários, reduzindo a fertilidade da mãe e de seus bebês. No entanto, atenção com alguns mitos que você ouve, como o abacaxi ser abortivo. O consumo de qualquer tipo de fruta está liberado e é fundamental na gestação. ATENÇÃO: As frutas e os legumes mal lavados são fontes de contaminação da doença toxoplasmose, que pode causar aborto, parto prematuro, mal formações e morte do bebê. Assim, todos os vegetais devem ser bem lavados e higienizados com hipoclorito de sódio antes do consumo, e deve-se evitar ingerir vegetais crus fora de casa. Não comer Carnes cruas e mal passadas O risco aqui é principalmente em relação à toxoplasmose, um micro- organismo que pode estar presente nas fezes de animais. Portanto, o ideal é evitar carnes como rosbife, kibe cru e carpaccio. 17O meu livro da Gestação - Alimentos que devem ser evitados Não comer Ovos crus Para evitar a salmonelose, cozinhe bem os ovos (a bactéria resiste ao cozimento brando) e exclua alimentos que contêm ovos crus da dieta, como maionese e mousses. Bebidas alcoólicas Vários estudos já associaram o consumo de álcool na gravidez com problemas no desenvolvimento do feto. Portanto, fuja, independentemente do teor alcoólico da bebida. Alguns leites e queijos Os leites e queijos não pasteurizados podem ser fontes de uma bactéria que causa a listeriose. Casos mais graves dessa infecção são raros, mas podem provocar aborto, parto prematuro e infecções no bebê, como meningite. Se for passar dias de descanso em uma fazenda, nunca tome o leite recém-ordenhado. Enjoos Inicialmente, pode haver sintomas gastrointestinais (como náuseas e vômitos), neuroendócrinos (sonolência, alteração do humor, “desejos”, dor e sensibilidade nas mamas), alterações circulatórias bastante significativas (aumento do volume sanguíneo circulante – o que por sua vez causa uma diminuição da pressão arterial com sobrecarga cardíaca e pulmonar) – essas ão as maiores causadoras de mal estar – é um ciclo: gravidez + hormônios = tonturas, baixa pressão, náuseas e vômitos, má alimentação, baixa glicose (sem energia) = mal-estar. Não serve muito de consolo, mas saiba que entre 75 e 80% de todas as grávidas passam as primeiras semanas de gestação com a sensação de que podem vomitar a qualquer momento. E não é só ao acordar, pode ser de manhã, à tarde e à noite. Quanto tempo o enjoo vai durar? Uma gestação nunca é igual à outra, e a mesma coisa vale para o enjoo que para cada pessoa é diferente. A sensação de náusea pode durar algumas semanas ou alguns meses; só em casos raros persiste por mais tempo. No final do terceiro mês, a maioria das mulheres para de se sentir enjoada o tempo todo. Mas o enjoo pode ir e vir durante a gestação, muitas vezes deflagrado por determinados cheiros, que variam de pessoa para pessoa. Não existe uma explicação isolada para a náusea da gravidez. Um dos motivos é o aumento de hormônios. O meu livro da Gestação - Enjoos 19 Pica é como chamamos a vontade de comer alimentos estranhos (como barro, gelo, cabelo – todos esses podem ser prejudiciais, dependendo do caso). “Desejo” é vontade urgente e cobiça por determinado alimento. Como amenizar? Alguns alimentos podem ser aliados nesta fase. Contudo, cada caso é um caso. E nem frente o que funciona para uma gestante funcionará para outra. Torradas, biscoitos de água e sal e macarrão são digeridos mais rápido. Muitas gestantes relatam alívio das sensações quando consomem pela manhã os biscoitos, por exemplo. Frutas cítricas podem ser consumidas entre as refeições principais. Outra sugestão é fazer sucos ou gelinhos, com uma forma de gelo. IMPORTANTE: Manter-se hidratada é primordial. Leve sempre uma garrafinha de água com você. E se eu não conseguir segurar nada no estômago? É uma síndrome chamada hiperemese gravídica, o excesso de vômito na gravidez, que é bem rara, mas tem tratamento. Se não for tratado, ovômito excessivo pode levar à desnutrição, à desidratação e outras complicações para você e para o bebê. O médico pode ajudar, durante uma crise de vômitos, sugerindo repouso ou até internando você no hospital se você estiver desidratada, pode ter que tomar soro naveia, para repor líquidos, glicose e eletrólitos. Também pode receber medicamentos para aliviar a náusea e os vômitos. As futuras mamães podem ceder aos desejos durante a gestação? Importante diferenciar duas condições: Então, se aquele desejo não for prejudicial, não há grandes problemas provar uma porção, mas tudo que está em excesso é sabido que devemos ser cuidadosos. Já se o “desejo” for por algo estranho e prejudicial você precisa evitar e se persistir, comunicar seu médico. O meu livro da Gestação - Enjoos 20 Anemia e sintomas comuns Tiver duas gestações muito próximas uma da outra Está grávida de mais de um filho Anemia ocorre quando o número de glóbulos vermelhos saudáveis no corpo é muito baixo. Os glóbulos vermelhos transportam oxigênio para todos os tecidos do corpo; portanto, uma contagem baixa de glóbulos vermelhos indica que a quantidade de oxigênio no sangue é menor do que deveria. Seu corpo passa por mudanças significativas quando você engravida. A quantidade de sangue no seu corpo aumenta em cerca de 20 a 30%, o que aumenta o suprimento de ferro e vitaminas que o corpo precisa para produzir hemoglobina. Muitas mulheres não têm a quantidade suficiente de ferro necessária para o segundo e terceiro trimestres. Quando seu corpo precisa de mais ferro do que o disponível, você pode se tornar anêmica. Se você é significativamente anêmica durante os dois primeiros trimestres, corre um risco maior de ter um parto prematuro ou um bebê com baixo peso ao nascer. Ser anêmica também sobrecarrega a mãe, aumentando o risco de perda de sangue durante o parto e dificultando o combate a infecções. Você corre um risco maior de se tornar anêmico durante a gravidez se: O meu livro da Gestação - Anemia e sintomas comuns 22 Anemia leve é normal durante a gravidez devido a um aumento no volume sanguíneo. Anemia mais grave, no entanto, pode colocar seu bebê em maior risco de anemia mais tarde na infância. Vomita frequentemente devido a enjoos matinais Não consome ferro suficiente Tiver um fluxo menstrual grande antes da gravidez Sentir-se cansada ou fraca Palidez progressiva da pele Batimento cardíaco acelerado Falta de ar Problema de concentração Muitos dos sintomas de anemia durante a gravidez também são sintomas que você pode experimentar, mesmo que não seja anêmico; esses incluem: Os médicos normalmente realizam vários testes para verificar a porcentagem de glóbulos vermelhos no plasma e a quantidade de hemoglobina no sangue. Faz parte dos exames de rotina. 23O meu livro da Gestação - Anemia e sintomas comuns Diabetes Gestacional 25O meu livro da Gestação - Diabetes Gestaional Existem duas classes de diabetes gestacional. Mulheres que podem controlá-lo através de dieta e exercício. E aquelas precisam tomar insulina ou outros medicamentos. Você está com mais sede do que o normal Você está com mais fome e come mais do que o habitual Você faz xixi mais do que o habitual O diabetes gestacional desaparece após o parto. Mas isso ode afetar a saúde do seu bebê e aumenta o risco de contrair diabetes tipo 2 mais tarde na vida. Você pode tomar medidas para que você e seu bebê permaneçam saudáveis. Sintomas de diabetes gestacional Mulheres com diabetes gestacional geralmente não apresentam sintomas ou podem atribuí-los à gravidez. A maioria só descobre que o possui durante uma triagem de rotina. Você pode perceber que: Causas do Diabetes Gestacional Quando você come, o pâncreas libera insulina, um hormônio que ajuda a mover um açúcar chamado glicose do sangue para as células, que o utilizam como energia. Durante a gravidez, sua placenta produz hormônios que aumentam a glicose no sangue. Geralmente, seu pâncreas pode enviar insulina suficiente para lidar com isso. Mas se seu corpo não consegue produzir insulina suficiente, seus níveis de açúcar no sangue aumentam e você sofre de diabetes gestacional. 25O meu livro da Gestação - Diabetes Gestaional Testes e diagnóstico de diabetes gestacional O diabetes gestacional geralmente ocorre no segundo trimestre da gestação. O seu médico deverá solicitar o teste de tolerância a glicose entre as semanas 24 e 28 ou mais cedo, se você estiver em alto risco. Se você for diagnosticada com diabetes gestacional, precisará de tratamento o mais rápido possível para manter você e seu bebê saudáveis durante a gravidez e o parto. A American Diabetes Association (ADA) incentiva os médicos a rastrear rotineiramente as mulheres grávidas em busca de sinais de diabetes gestacional. Se você não tem histórico conhecido de diabetes e níveis normais de açúcar no sangue no início da gravidez, seu médico provavelmente fará o rastreamento de diabetes gestacional quando você estiver com 24 a 28 semanas de gravidez. Teste de tolerância à glicose O teste para diagnosticar a diabetes mellitus gestacional é conhecido por TOTG (Teste Oral de Tolerância a Glicose), em que é possível verificar como o organismo da mulher reage a grandes quantidades de açúcar, já que para fazer esse teste é preciso ingerir até 75 g de um líquido muito açucarado que é dado no local em que for feito o exame. Orientações para refluxo e azia Deitar 2 a 3 horas após as refeições; Se for o caso, parar de fumar; Evitar o ganho de peso excessivo; Elevar cabeceira da cama para os casos com maior frequência noturna; Mulheres que apresentam esse quadro antes de engravidar, tem grandes chances de mantê-lo na gravidez. O sintoma tende a piorar conforme a gravidez vai avançando e costuma passar após o parto. Em geral, mulheres que tiveram em uma gravidez, tendem a ter em futuras gestações. A causa do refluxo na gravidez tem basicamente dois fatores, os mecânicos e hormonais. O aumento da pressão abdominal associada a ação da progesterona, que diminui a pressão da válvula que isola o esôfago do estômago, favorece o refluxo do conteúdo do segundo para o primeiro. Os sintomas são os mesmo de uma mulher não grávida. Na maioria das vezes cursam com azia e regurgitação. Apesar de incômodo, o refluxo não causa nenhum efeito prejudicial para a gravidez e não está relacionado com a condição do bebê ser cabeludo ou não, conforme algumas crendices populares afirmam. O tratamento deve começar com modificações no estilo de vida como: 28O meu livro da Gestação - Azia e Refluxo O refluxo gastroesofágico, conhecido popularmente como "queimação", é uma das queixas mais comuns durante a gravidez e acomete cerca de 30% a 50% das gestantes. Fracionar a dieta e evitar os pratos "cheios"; Evitar alguns alimentos que sabidamente agravam o quadro, especialmente: frituras, comidas gordurosas, chocolate, pimenta, sucos ácidos, refrigerantes e bebidas alcólicas; Evitar roupas apertadas que aumentem ainda mais a pressão abdominal; Usar goma de mascar pode colaborar através do aumento na produção de saliva que contribui para neutralizar a acidez do refluxo; 29O meu livro da Gestação - Azia e Refluxo Hipertensão na gestação Pré-eclâmpsia (que também pode ser assintomática): Hipertensão arterial, edema (inchaço), principalmente nos membros inferiores, que pode surgir antes da elevação da pressão arterial, aumento exagerado do peso corpóreo e proteinúria, isto é, perda de proteína pela urina. Eclâmpsia: Convulsão (às vezes precedida por dor de cabeça, de estômago e perturbações visuais), sangramento vaginal e coma. Hipertensão arterial sistêmica crônica; Primeira gestação; Diabetes; Lúpus; As causas dessas enfermidades ainda não foram bem estabelecidas. O que se sabe é que estão associadas à hipertensão arterial, que pode ser crônica ou específica da gravidez. Sintomas: Diagnóstico: O diagnóstico de eclâmpsia é estabelecido com base nos níveis elevados da pressão arterial, na história clínica, nos sintomas da paciente e nos resultados de exames laboratoriais de sangue e de urina. São fatores de risco: 31O meu livro da Gestação - Hipertensão na Gestação A hipertensão arterial específica da gravidez recebe o nome de pré-eclâmpsia e,em geral, instala-se a partir da 20 semana, especialmente no 3° trimestre. Obesidade; Histórico familiar ou pessoal das doenças supra-citadas; Gravidez depois dos 35 anos e antes dos 18 anos; Gestação gemelar. Tratamento: A única maneira de controlar a pré-eclâmpsia e evitar que evolua para eclâmpsia é o acompanhamento pré-natal criterioso e sistemático da gestação. Pacientes com pré-eclâmpsia leve devem fazer repouso, medir com frequência a pressão arterial e adotar uma dieta com pouco sal. Medicamentos anti-hipertensivos e anticonvulsivantes são indicados para o controle dos quadros de eclâmpsia mais graves, que podem exigir a antecipação do parto. A doença regride espontaneamente com a retirada da placenta. 32O meu livro da Gestação - Hipertensão na Gestação Alimentos que ajudam na produção de leite . Algumas delas inclusive podem comprometer a qualidade do leite e até a saúde da criança. Por isso, explicarei melhor alguns sobre alguns alimentos que as pessoas costumam dizer que aumentam a produção do leite. Cerveja preta A cerveja preta é um dos alimentos que muitas mães costumam tomar no intuito de produzir mais leite. Na verdade, isso é um erro, já que a cerveja é uma bebida alcoólica e pode fazer mal ao bebê, além de causar sonolência e interferir na capacidade de sucção da criança. O mais recomendado é que a mãe corte todas as bebidas com álcool enquanto estiver amamentando. Os níveis da substância no sangue costumam se alterar durante aproximadamente uma hora, embora isso varie de pessoa para pessoa. Mesmo as cervejas ditas sem álcool podem conter traços da substância em pequenas quantidades, portanto, é melhor não arriscar.. Canjica e cuscuz Muitas pessoas dizem que a canjica pode aumentar a produção do leite. Na verdade, não há comprovação desse fato. Pode ser apenas que ela seja muito nutritiva para a mãe. Ao ingerir mais calorias, a mulher eleva seus níveis de glicose, o que, em alguns casos, pode ser benéfico para a alimentação. No entanto, não há uma relação direta entre o aumento da produção de leite e a ingestão de milho. 34O meu livro da Gestação - Produção de Leite São vários os boatos sobre alimentos que podem auxiliar na produção de leite materno, no entanto, não existem estudos científicos que comprovem que alguma comida ou bebida tenha essa capacidade Tabagismo - A recomendação é bem clara: não é indicado fumar enquanto se está amamentando. Isso porque, além das substâncias passarem para o leite e prejudicarem a saúde da criança, o fumo abaixa os níveis de prolactina, resultando na diminuição da produção Rapadura É rica em sacarose (açúcar) e, portanto, não é indicada para lactantes. Caso seja consumida, o indicado é optar por pequenas quantidades, mas com a consciência de que esse alimento não fará diferença para a produção de leite materno. Chá Provavelmente você já escutou alguém dizer que “um chazinho não faz mal a ninguém”. Esse é um erro muito frequente, já que, além de não ajudar a produzir mais leite, o chá ainda pode ser tóxico para o bebê. As plantas medicinais têm esse nome justamente porque possuem propriedades que interagem com as funções do nosso organismo. Causas da baixa produção de leite Normalmente, as mães que procuram formas de aumentar a produção de leite fazem isso porque acreditam que a quantidade produzida não está sendo suficiente. Primeiro, é importante entender que são poucos os casos em que esse problema realmente existe. Poucas lactantes sabem que o corpo se adapta à necessidade do bebê. Por isso, é normal que, depois de algum tempo a mulher pare de sentir o peito vazar ou encher. Além disso, alguns bebês sentem a necessidade de mamar mais em algumas épocas, dando a sensação à mãe de que o leite que ela está produzindo não é suficiente. Se o bebê mama em poucos minutos, pode ser que o motivo seja o fato de que ele já mamou o suficiente. No entanto, existem alguns casos em que realmente há a baixa produção de leite. Citarei alguns dos possíveis motivos: 35O meu livro da Gestação - Produção de Leite Forma de amamentar inadequada - É preciso ensinar os bebês a chuparem o peito. Como algumas mãe têm apenas algumas breves instruções nas maternidades, nem sempre elas conseguem saber como fazer com que eles se alimentem adequadamente. Como o corpo produz leite conforme a quantidade que é retirada (quanto mais ele mama, mais é produzido), caso ele esteja mamando inadequadamente, o corpo pode interpretar esse fator como um motivo para produzir menos leite Estresse e cansaço - No início, é comum que os pequenos troquem a noite pelo dia, o que podem encurtar o período de descanso das mães. O estresse e o cansaço podem interferir na produção de leite, portanto, é importante que a lactante descanse bem para conseguir nutrir a criança. Problemas de saúde do bebê - Crianças com língua presa ou freio lingual curto podem ter mais dificuldade para mamar. A fenda palatina é um problema também, já que ela forma um vácuo na boca da criança, fazendo com que seja necessário ajudá-la para que ocorra a amamentação. Alimentação inadequada - Embora os alimentos específicos não tenham o objetivo de aumentar a quantidade de leite que é produzido, uma alimentação equilibrada é fundamental para conseguir proporcionar à criança um leite com muitas vitaminas e minerais. Converse com seu médico a respeito e, se possível, consulte também uma nutricionista para montar uma dieta adequada para você. Ensine a criança a mamar Aumente a ingestão de líquidos Tome suplementos Faça atividades relaxantes Amamente com bastante frequência de leite. Dicas de como ajudar na produção de leite materno: 36O meu livro da Gestação - Produção de Leite Estágios da Lactação A produção desse hormônio passa por um aumento desde o período em que a mulher engravida. É feita naturalmente pelo corpo. Ao engravidar, o corpo da mulher já envia sinais para a adenoipófise. Apesar de já passar a produzir o hormônio, o leite materno só passa a ser liberado após o parto. O período em que a mulher amamenta, também envia sinais para que a prolactina continue a ser produzida. Você olha para o seu bebê, ele olha de volta e a intensidade do que você sente aí dentro do peito é inexplicável? Uma palavra pode ajudar a entender essa emoção: ocitocina. A ocitocina tem um papel fundamental nas relações e, por isso, ficou conhecida como o hormônio do amor. A ocitocina liga mães e bebês através da amamentação, pois é chave essencial na liberação de leite pelas glândulas mamárias. Durante cada mamada, a liberação de ocitocina pelo cérebro feminino, além de promover a contração das glândulas mamárias e a ejeção do leite, também causa profunda sensação de prazer e relaxamento materno, pois a ocitocina age nas células cerebrais do sistema límbico – relacionado às emoções. É por isto que as mamíferas se entregam aos bebês de uma maneira tão instintiva durante o período de lactação. A ocitocina, também produzida no cérebro, age na glândula mamária atuando na liberação do leite armazenado. Além da sucção e das técnicas corretas para amamentação, a síntese desse hormônio está condicionada ao estado emocional materno. A ansiedade, o medo e o estresse inibem a produção e a liberação da ocitocina. 38O meu livro da Gestação - Estágios da Lacttação A prolactina é mais conhecida por ser o hormônio responsável pela produção do leite materno durante o período em que a mulher amamenta. Nessa fase, a produção da prolactina pode aumentar em até 20 vezes o seu nível tradicional. Estágios da Lactação A amamentação tem diversos benefícios, entre eles a reduzir o risco de doenças, além de estimular o desenvolvimento físico e cognitivo do bebê e orquestrar a colonização adequada do intestino. Mas você sabia que existem fases do leite materno? Que ele passa por algumas mudanças nos primeiros dias após o início da amamentação? O leite materno é um complexo fluído que fornece a quantidade de água e nutrientes necessários para o bebê. Contém proteínas, lipídeos e carboidratosque são absorvidos pelo organismo da criança. Mas, ao contrário do que muita gente pode acreditar, o leite da mãe não é igual o tempo todo. Na verdade, ele sofre alterações durante todo o período de amamentação para se adaptar às necessidades da criança. Existem três fases do leito materno: o colostro, o leite de transição e o leite maduro. Colostro Esse é o primeiro leite produzido pela mãe, entre o 1° e o 5° dia após o parto. É um líquido mais transparente ou amarelo, que é rico em proteínas. Também possui alta concentração de imunoglobulinas, o que faz com que tenha um papel de destaque para a imunidade do recém- nascido. Por ser rico em anticorpos, o colostro é considerado “a primeira vacina do recém-nascido”. O colostro contribui para a maturação do trato gastrointestinal do bebê, pois possui substâncias anti-inflamatórias, antimicrobianas e propriedades que ajudam na defesa do organismo do bebê. Isso o protege contra várias doenças. O colostro é mais rico em proteínas, vitamina A e minerais, e menos concentrado em carboidratos e gordura em comparação com o leite materno maduro. As características do colostro são apropriadas às necessidade do bebê recém-nascido. Tem aspecto espesso e coloração amarela ou transparente (semelhante à água de coco). O líquido começa a ser 39O meu livro da Gestação - Estágios da Lacttação produzido antes mesmo do bebê nascer, em torno da vigésima semana de gravidez. A descida ocorre algumas horas após o parto, quando o bebê começa a sugar o seio da mãe. Geralmente, dura de três a cinco dias até ser substituído pelo leite maduro. Leite de Transição O leite de transição é a segunda etapa da produção de leite materno. A produção do leite de transição é uma combinação de colostro e leite materno maduro (o terceiro e último estágio do leite materno). Quando o leite materno maduro começa a segregar se mistura com o colostro e recebe o nome de leite materno de transição. A quantidade de leite aumenta entre o 6° e o 15° dia após o nascimento do bebê. E sua composição também é alterada: ele se torna mais rico em gorduras e nutrientes que contribuem para o desenvolvimento e o crescimento da criança. O que fazer para aliviar a congestão mamária durante o período de transição do leite? É conveniente amamentar o bebê frequentemente durante os primeiros dias para aliviar a pressão. No entanto, se as mamas ficarem muito inchadas pode ficar difícil para o bebê agarrar o mamilo. Para ajudar o bebê é bom retirar um pouco de leite antes de oferecer o peito. Isso irá amolecer o peito e facilitar o trabalho do bebê. Leite maduro É o leite que alimentará o bebê do 15° dia em diante. Ele contém todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento físico e cognitivo da criança. É importante lembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento exclusivo nos 6 primeiros meses de vida, podendo ser prolongado até os 2 anos ou mais. 40O meu livro da Gestação - Estágios da Lacttação Pega Correta Verifique sua posição para a pega da mama : antes de começar, seja qual for a posição de amamentação que você escolher, a cabeça, o pescoço e a coluna do bebê devem estar alinhados, e não torcidos. O queixo deve estar levantado, não abaixado no peito dele. Você também deve ficar A dinâmica de sucção e extração do leite materno, quando ocorre de forma correta, facilita o esvaziamento da mama e leva à produção adequada do leite materno. Já uma técnica inadequada de amamentação contribui para várias dificuldades do AM como ferimentos do mamilo, infecções mamilares, mastite, diminuição da produção láctea e consequente ganho de peso inadequado do bebê. É imprescindível a monitoração da primeira mamada (do início ao final) por uma pessoa capacitada, tranquila, sem pressa, solícita, que escute e ofereça ajuda, mas sem impor. Pega Correta Todas as mulheres por natureza são capazes de amamentar. Para receber leite suficiente na amamentação, seu bebê precisa pegar bem a mama (pega correta). Como ajudar seu bebê a pegar a mama: 42O meu livro da Gestação - Pega Correta As principais dificuldades no aleitamento materno, em geral, ocorrem por erros de técnica de amamentação. A técnica correta é compreendida como uma série de condições gerais e de posicionamentos do corpo da mãe e do bebê, Estimule o bebê a abrir a boca: segure-o bem perto, com o mamilo no nível do nariz dele. Encoste suavemente o mamilo no lábio superior para que ele abra bem a boca. Quanto mais aberta estiver a boca, mais fácil será conseguir uma boa pega. Aproxime o bebê do seu peito: assim que a boca estiver bem aberta e a língua sobre a gengiva inferior, traga o bebê para o peito, apontando o mamilo para o céu da boca. O queixo do bebê deve ser o primeiro a encostar na mama. O bebê deve abocanhar a aréola, com o lábio inferior e o maxilar cobrindo quase toda a parte inferior. Não se preocupe se notar que uma parte da aréola não está dentro da boca - todas temos aréolas e bebês de tamanhos diferentes! Algumas mães acreditam que moldar a mama delicadamente ao aproximar o bebê ajuda na pega. Experimente e veja se funciona. Mantenha o bebê bem perto enquanto ele pega a mama: lembre-se de que cada mãe tem um formato de seios e posição dos mamilos diferente, por isso nem sempre você deve conseguir a pega ideal, mostrada nos livros. Sempre que possível, fique com o bebê bem perto, com o queixo em contato com o seu peito. O nariz do recém- nascido deve ficar levantado para que ele respire com facilidade enquanto mama, e aprenda a coordenar a sucção e a respiração. Observe e ouça: quando o bebê mama, o mamilo fica encostado no céu da boca e envolvido suavemente pela língua embaixo. A pega da mama não deve ser desconfortável – deve ser mais a sensação de um leve puxão. Observe seu bebê. No início, ele vai usar movimentos de sucção curtos e rápidos para estimular o fluxo de leite (reflexo de descida do leite). Assim que o leite começa a fluir, ele suga com movimentos mais lentos e profundos, com algumas pausas, que podem indicar que está mamando - é um ótimo sinal! Você deve ver o maxilar se movimentando e ouvi-lo sugar e engolir enquanto mama. São todos bons sinais, mas também é importante verificar se o bebê molha e suja muitas fraldas e ganha peso como esperado. confortável. Use travesseiros ou almofadas para apoiar as costas, os braços ou o bebê. 43O meu livro da Gestação - Pega Correta Como interromper a pega do bebê na mama: se o bebê estiver pegando a mama de forma superficial ou dolorosa, começar a morder o mamilo ou a esfregar a língua na ponta, tire-o do peito e tente novamente. Introduza o dedo, limpo, suavemente no canto da boca para parar a sucção, se for necessário. o queixo está encostando na mama e se ele consegue respirar pelo nariz a boca está bem aberta e ele abocanha a aréola (não só o mamilo) a pega da mama não dói ele começa com sugadas curtas e depois suga de forma mais lenta e profunda Mãe relaxada e confortável em posição a escolher. A mãe pode ficar DEITADA, SENTADA ou EM PÉ. O importante é a mãe e o bebê se sentirem bem confortáveis; O corpo do bebê deve estar inteiramente de frente para a mãe e bem próximo (barriga do bebê voltada para o corpo da mãe); O bebê deve estar alinhado, a cabeça e a coluna em linha reta, no mesmo eixo. A mãe deve apoiar com o braço e mão o corpo e o “bumbum” do bebê; O nariz do bebê deve estar apontado para o mamilo; Aproximar a boca do bebê de frente para a mama, para que ele possa abocanhá-la, ou seja, colocar a maior parte da aréola (área mais escura e arredondada da mama) dentro da boca. Sinais de uma boa pega: Sempre que amamentar o bebê, verifique se: Se seus mamilos forem planos ou invertidos, o bebê pode ter mais dificuldade de pegar a mama. Lembre-se de que, se a amamentação for dolorosa, se o bebê parecer sentir fome depois de mamar ou não ganhar peso, o motivo pode ser a pega incorreta da mama. Procure um consultor em aleitamento ou especialista em amamentação o mais rápido possível. Posicionamentoda mãe e do bebê 44O meu livro da Gestação - Manejo adequado Boca bem aberta; Lábios virados para fora; Queixo tocando a mama da mãe; Aréola mais visível na parte superior que na inferior (a pega é assimétrica); Bochecha redonda (“cheia”), sem estalidos ou covinhas. Ao dar de mamar, a mãe deve estar calma e não apressar o bebê; Quando a mama estiver muito cheia, antes de amamentar, a mãe deve fazer uma ordenha manual para facilitar a pega do bebê. Com os dedos indicador e polegar, ela deve comprimir suavemente as regiões acima e abaixo do limite da aréola para a ordenha do leite materno; Encostar o mamilo na boca do bebê, para ele virar a cabeça e abocanhar a maior parte da aréola (reflexo de busca); Levar o bebê à mama e não a mama ao bebê; Segurar a mama com o polegar acima da aréola e o indicador e a palma da mão abaixo, com a mão em formato de “C”, isto facilita a “pega” adequada; O bebê abocanhando a maior parte da aréola suga mais leite e evita fissuras na mama. A mãe deve ouvir o ritmo cadenciado de sucção, deglutição e pausa; A alternância das mamas é necessária. A cada mamada deve ser oferecida a mama oposta da mamada anterior; Recomenda-se que a criança seja amamentada em livre demanda, ou seja, sem restrições de horários e de duração das mamadas. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com maior frequência e sem horários regulares; Pega Adequada Como Colocar o Bebê para Mamar A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca quatro pontos-chave que caracterizam o posicionamento e a pega adequados: Pontos-chave do posicionamento adequado: 45O meu livro da Gestação - Manejo adequado Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo; Corpo do bebê próximo ao da mãe; Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido); Bebê bem apoiado. Visualiza-se mais aréola acima da boca do bebê que abaixo; Boca bem aberta; Lábio inferior virado para fora e queixo tocando a mama. Bochechas do bebê encovadas a cada sucção; Ruídos da língua; Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada; Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê solta a mama; Dor na amamentação. Pontos-chave da pega adequada: Os seguintes sinais são indicativos de técnica inadequada de amamentação: 46O meu livro da Gestação - Manejo adequado Livre Demanda Além disso, irá mamar o quanto quiser, até se sentir satisfeito. Isso depende do ritmo de cada criança e da quantidade de leite disponível em cada mama. Estabelecer horários para as mamadas ou dar de mamar sempre que o bebê quiser? De acordo com o Ministério da Saúde, a amamentação em livre demanda traz mais benefícios. Ao adotar essa prática, a mãe deve seguir os sinais de fome que o filho apresenta. Apesar de falarmos tanto em livre demanda, ainda existem MUITAS pessoas, inclusive profissionais da saúde, que orientam amamentar olhando no relógio. Bebês nas primeiras semanas de vida, principalmente nas primeiras 6 a 8 semanas, tem fome. Quais são os benefícios da amamentação em livre demanda? Há diversos benefícios tanto para a mãe, quanto para o bebê. Nos primeiros meses, é normal que a criança mame com frequência e sem horários regulares. Em geral, deve mamar de oito a 12 vezes por dia. Como a amamentação exclusiva é recomendada pelo Ministério da Saúde até os seis meses de idade, é importante deixar que o bebê se sacie apenas com o leite do peito. Além de o leite do peito ser o melhor alimento para o bebê, a amamentação também está relacionada ao carinho e ao conforto. Portanto, amamentar auxilia na formação de vínculo e permite que a criança se sinta protegida e segura. 48O meu livro da Gestação - Livre Demanda Em poucas palavras, amamentar em livre demanda significa não se preocupar com o relógio. Ou seja, o bebê será amamentado sempre que sentir fome, seja noite ou dia. Para a mãe, amamentar em livre demanda estimula a produção de leite. É justamente o ato de dar de mamar que faz a mama produzir o alimento. Além disso, os seios devem ser esvaziados com regularidade para evitar condições como o ingurgitamento mamário. A amamentação em livre demanda também pode ser um método natural para evitar uma nova gravidez nos primeiros seis meses após o parto. Se a mãe estiver amamentando exclusivamente e em livre demanda, é possível que seu ciclo menstrual só se restabelecerá quando o bebê iniciar a alimentação complementar. E se meu bebê não chorar, nem sequer acordar para mamar? Alguns bebês são extremamente sonolentos e precisam de um “empurrãozinho" para mamar, principalmente se for “Pequeno para Idade Gestacional” (PIG), “Grande para a Idade Gestacional” (GIG), ou prematuro. Alguns bebês simplesmente não acordam! Além de muito estímulo e pele a pele, esses bebês podem precisar de acompanhamento profissional. Não hesite em chamar um profissional se você estiver com dificuldades. Alguns bebês tem uma imaturidade no sistema nervoso central que dificulta a coordenação das mamadas. Os primeiros dias são essenciais. E se passar muitas horas, por exemplo, 5 ou 6 horas, sem o bebê sequer dar sinais de fome? DEPENDE. Não existe uma resposta única para isso. Se for um bebê prematuro, ou nessas condições que falei acima, cuidado. Se o bebê estiver mamando bem, mamãe sem dor e bom ganho de peso, sim, isso é possível e normal! Muitos bebês acabam dormindo por mais horas, principalmente durante a noite e após um salto de crescimento! Não há nada de errado. Porém, se a mãe está com dificuldade para amamentar, com o bebê irritado ao longo do dia, ou sonolento demais, ou com baixo ganho de peso, pode ser um alerta! 49O meu livro da Gestação - Livre Demanda Bebês recém-nascidos, geralmente até 8 semanas, mamam a toda hora, mama muito pois têm muita fome! Bebês em salto de crescimento mamam muito, mama a toda hora e dão um trabalho danado! (Isso também passa…) Bebês sugam para alimentar-se, mas também para conforto e consolo. A sucção não nutritiva ajuda na produção de leite pela sucção. Inquietação aparente. Vira o rosto para os lados, abrindo a boca; Suga as mãos; Choro (é o último sinal); Bebês dormem muitas vezes após tentar mamar por horas, de exaustão. Um sinal simples de avaliar as mamadas são as fraldas cheias. Usualmente um bebê que está mamando satisfatoriamente faz bastante xixi! Em média pelo menos 6 fraldas cheias. Mas o bebê quer mamar toda hora, isso é normal? A resposta a essa pergunta é complexa, pois também depende de vários fatores! Algumas coisas são claras: LEMBRE-SE – Na livre demanda você não precisa colar seu filho ao seu peito. Ele pode estar chorando por outras necessidades (frauda, colocar para arrotar, tédio, quer atenção, roupa incomodando, temperatura). Sinais da Fome: 50O meu livro da Gestação - Livre Demanda Como Intercalar os Seios Na prática e geralmente você saberá qual o peito está mais cheio apalpando mesmo. Quando o bebê soltar o 1º peito, oferecer o outro. Se ele mamou nos 2 na mamada, quando o bebê desejar comer novamente você oferece o último peito que você deu. Muitos bebês “elegem” o peito favorito. Isso é muito comum. Não se preocupe, pois não atrapalhará a demanda de nutrientes, pois o seu corpo se adaptará. Sobre a questão de amamentar de um lado só. Eu não vou dizer para você amamentar de um lado só. Eu também não vou dizer para você amamentar SEMPRE oferecendo os dois lados. E eu também não vou dizer que EXISTE UMA REGRA! Porque na verdade não há regra para isso! Entretanto, oferecer sempre somente um peito por mamada pode levar a uma diminuição na produção de leite, e ser preocupante. A ideia de amamentar somente um lado por vez surgiu do dogma que para o bebê chegar no tão falado leite posterior, o leite mais rico em gordura e portanto mais calórico, responsável pelo ganho de peso do bebê, o bebê precisaria esvaziar completamente um lado do peito, para então trocar o lado, de forma que chegasse ao leite posterior. A gordura do leite aumenta PROPORCIONALMENTE ao longo da mamada, enão há um divisor de águas como até aqui, “leite anterior”, após, “leite posterior”. Se o bebê estiver mamando adequadamente, ele vai receber tudo o que ele precisa, e não precisaremos nos preocupar se o leite é o anterior ou posterior! 52O meu livro da Gestação - Como intercalar os seios Não siga uma regra! Amamentação e regras não combinam. O fato de o bebê estar sugando o peito não significa que ele está retirando leite adequadamente e satisfatoriamente. Isso quer dizer que o bebê pode passar o dia todo no peito e não conseguir retirar quase nada de leite! O bebê suga para consolo, pela necessidade de sucção e principalmente para obter o alimento de que precisa. Se o bebê passa o dia todo no peito e ainda está irritado, pode ser fome! Como posso saber se o bebê “terminou” um lado? Observamos que o bebê não está mais engolindo leite, mesmo com as compressões na mama. Geralmente deixamos o bebê mais alguns minutos e vemos se ele volta a sugar E ENGOLIR leite. Se isso não ocorrer, e for apenas uma SUCÇÃO NÃO NUTRITIVA, podemos então oferecer o outro lado. Se o bebê estiver com um comportamento irritado, empurrando o peito, gritando, chorando ou dormindo no peito, você pode oferecer o outro lado. Se esse comportamento persistir, em todas as mamadas e ao oferecer os dois lados, procure ajuda. Lembre-se: bebês respondem ao FLUXO DE LEITE. Se o fluxo está lento, diminuído ou demora em descer o leite ou o fluxo é muito rápido, isso pode deixar o bebê irritado, o bebê pode engasgar, ou adormecer no peito. Nesse caso pode-se usar a técnica de compressões no peito, para facilitar a ejeção do leite e aumentar o fluxo, para então o bebê voltar a sugar com avidez. Nunca se baseie nas experiências pessoais dos outros. Os bebês são diferentes, reagem de forma diferente e o seu bebê é único, por isso deve ser avaliado individualmente. 53O meu livro da Gestação - Como intercalar os seios SOBRE MIM Mãe da Justine. Nutricionista desde 2008 pela Universidade de Fortaleza. Pós graduada em Nutrição Clínica pela Universidade Estadual do Ceará em 2010. Pós graduada em Nutrição Materno Infantil pela Estácio em 2015. Mestranda em Alimentos e Bebidas pela Universidade de Luxemburgo (trancado). Durante todos esses anos me dediquei a minha profissão e por tudo relacionado a nutrição durante a gestação. Estou sempre buscando me aprimorar e me manter informada para oferecer o melhor para todas as minhas pacientes. Passei 2 anos unindo duas grandes paixões: viagens e nutrição. Neste 2 anos rodei por muitos países aprendendo sobre as diferenças culturais e o comportamento alimentar das gestantes de cada um deles. E que incrível foi esta experiência. Hoje carrego na bagagem muitas coisas que a universidade e a pós graduação não me ensinaram. Ter minha própria percepção sobre alimentação durante a gestação é algo inenarrável.
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