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Guia para Gestantes e Amamentação

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GESTAÇÃO
O M E U L I V R O D A
APRESENTAÇÃO
Este livro é para você, que está grávida ou planeja engravidar.
Esta edição contém informações para auxiliá-la no decorrer
da gestação e amamentação. Como este é um período de
muitas incertezas e afazeres, a proposta foi reunir em
linguagem clara e objetiva, esclarecimentos de dúvidas muito
frequentes nesta fase.
É provável que você se depare com pessoas dispostas a lhe
dar muitos conselhos, o que pode tornar tudo ainda mais
confuso. Buscar informações com os profissionais de saúde é
fundamental, além de estabelecer uma relação de confiança e
respeito.
Uma gestante bem informada faz escolhas mais acertadas! E
isso é muito importante nesse tempo de espera do bebê, para
que você e sua família tenham tranquilidade e possam superar
qualquer dificuldade no decorrer da gravidez.
Consulte este livro sempre que precisar.
Boa leitura! 
Leliane Fraga
Nutricionista Materno Infantil
Querida Mamãe,
Dentro de alguns meses estarei nos seus braços! Meu coração
já bate acelerado! O cordão que nos une irá me nutrir e
oxigenar. 
Nas primeiras semanas talvez você fique enjoada, cansada,
irritada e ansiosa. Mesmo assim, terá que fazer suas primeiras
escolhas: o médico e onde fará os exames.
Comece logo o pré-natal para ter certeza de que está tudo
bem comigo e depois conte às pessoas que estou a caminho. 
Com três meses, ainda sou bem pequenininho, mas já começo
a me exercitar. Rolo de um lado para outro, estico os braços,
dou chutes e posso chupar meus dedinhos! 
Temos seis meses pela frente, mas o tempo passa rápido e
você precisa tomar algumas decisões... 
Aos quatro meses, já estarei muito ligado a você afetivamente!
Talvez já seja possível saber se sou menino ou menina! Sei que
está ansiosa por este momento, pois quer escolher o meu
enxoval e a decoração do meu cantinho. Também sei que
tudo isso será emocionante! Ah, mãezinha, já posso
reconhecer sua voz e sentir suas emoções. Reajo aos sons e
aos toques. Gosto tanto quando faz carinho na barriga! Mas
me assusto quando está nervosa! Já tenho alguma
sensibilidade musical. Escolha músicas para ouvirmos e conte-
me histórias. 
No sexto mês já cresci um bocado e já faço traquinagens. Dou
cambalhotas. Posso rir e chorar. Ouço os batimentos do seu
coração e isso me acalma!
 Já pensou no meu chá de bebê? Mais uma escolha: quem irá
ajudá-la a organizá-lo.
Sétimo mês! Passo a maior parte do tempo dormindo e
sonhando.
Se ainda não decidiu, está na hora de escolher o meu nome e
a maternidade. 
Estamos na reta final.
Tenho oito meses e já me comporto como um bebê recém-
nascido. Meus pulmões estão quase prontos. O espaço na
barriga está menor, mas me sinto em segurança aqui dentro. 
Último mês! Em breve estarei nos seus braços. Precisamos
manter a calma e não tenha medo... A natureza é tão perfeita!
Até daqui a pouco!
Amo você, mamãe!
SUMÁRIO
Importância do Ácido Fólico
Toxoplasmose
Alimentos que devem ser evitados na gestação
Enjoos, dicas para conviver melhor com eles
Anemia e sintomas comuns 
Diabetes Gestacional
Orientações para refluxo e azia
Hipertensão na gestação
Alimentos que ajudam na produção de leite
Estágios da Lactação 
Pega Correta
Livre Demanda
Como Intercalar os Seios
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
Importância do
Ácido Fólico
O que é ácido fólico?
O ácido fólico é uma forma artificial de uma vitamina B chamada folato. O
folato desempenha um papel importante na produção de glóbulos
vermelhos e ajuda o tubo neural do bebê a se desenvolver em seu
cérebro e medula espinhal. O folato é encontrado naturalmente em
vegetais verdes escuros e frutas cítricas.
Quando devo começar a tomar ácido fólico?
Defeitos de nascimento ocorrem nas primeiras 3-4 semanas de gravidez.
Portanto, é importante ter folato em seu sistema durante os estágios
iniciais do desenvolvimento do cérebro e da medula espinhal do bebê.
 
Se você conversou com seu médico quando estava tentando engravidar,
provavelmente foi aconselhada para começar a tomar uma vitamina pré-
natal com ácido fólico. Um estudo mostrou que mulheres que tomaram
ácido fólico por pelo menos um ano antes de engravidar diminuíram em
50% ou mais as chances de parto prematuro.
O CDC (Centers for Disease Control and Prevention) recomenda que você
comece a tomar ácido fólico todos os dias por pelo menos um mês antes
de engravidar e todos os dias enquanto estiver grávida.
O meu livro da Gestação - Importância do ácido fólico 08
O ácido fólico é um super-herói da
gravidez! Ele é recomendado antes e
durante a gravidez, pois pode ajudar a
prevenir defeitos congênitos do 
cérebro e da medula espinhal do bebê.
Espinha bífida: desenvolvimento incompleto da medula espinhal ou
das vértebras
Anencefalia: desenvolvimento incompleto das principais partes do
cérebro
Fenda labial (lábio leporino) e palatina
Nascimento prematuro
Baixo peso ao nascimento
Aborto espontâneo
Fígado de galinha, peru ou boi cozido;
Levedo de cerveja;
Feijão-preto cozido;
Espinafre cozido;
Macarrão cozido; 
Ervilhas ou lentilhas
Quais são os benefícios do ácido fólico?
Sem ácido fólico suficiente no corpo, o tubo neural do bebê pode não
fechar corretamente e ele pode desenvolver problemas de saúde
chamados defeitos do tubo neural. Esses incluem:
Quando tomado antes e durante a gravidez, o ácido fólico
também pode proteger seu bebê contra:
 
O ácido fólico também foi sugerido para reduzir o risco de complicações
na gravidez (um relatório constatou que mulheres que tomaram
suplementos de ácido fólico durante o segundo trimestre tiveram um
risco reduzido de pré-eclâmpsia).
Alimentos ricos em Ácido fólico:
O meu livro da Gestação - Importância do ácido fólico 09
Toxoplasmose
O que é toxoplasmose e como ocorre a transmissão?
A toxoplasmose é uma doença provocada pelo protozoário Toxoplasma
gondii. Essa doença é transmitida aos seres humanos por meio das fezes
de animais contaminados com o protozoário. A gestante pode adquirir a
doença por meio da ingestão dos cistos em água e alimentos
contaminados (frutas e vegetais) e ingestão de carne crua e mal cozida
infectada com cistos. 
Embora seja conhecida popularmente como doença do gato, a incidência
de toxoplasmose não é maior em pessoas que têm gato como animal
de estimação.
Como a doença pode ser detectada?
A infecção da mãe é geralmente assintomática (sem sintomas). O
sintomas, quando presentes são inespecíficos, como febre, calafrio,
sudorese, cefaleia e faringite. Por isso, toda mulher grávida deve realizar
o exame durante o acompanhamento pré-natal.
Toxoplasmose e gravidez: por que é perigosa para as gestantes?
Embora a doença seja assintomática em grande parte dos casos, a mãe
pode transmiti-la para o futuro bebê (transmissão vertical). Segundo a
Sociedade Brasileira de Infectologia, a toxoplasmose em fetos pode variar 
A toxoplasmose geralmente é
assintomática e passa despercebida em
adultos não grávidos. No entanto,
gestantes que apresentam a doença
podem transmiti-la para o bebê.
O meu livro da Gestação - Toxoplasmose 11
Evitar consumir alimentos crus e lavar bem as mãos após manipular
carnes cruas (procure usar luvas);
Higienizar bem frutas, legumes e verduras antes de ingeri-las;
Congelar a carne por 3 dias, a 15º negativos;
Lavar bem as mãos após ter contato com gatos;
de assintomática à letal, dependendo da idade do feto e de outros
fatores não conhecidos. Os problemas mais comuns incluem nascimento
prematuro, baixo peso, aumento no tamanho do fígado (hepatomegalia)
e icterícia (pele amarelada).
Quando a infecção ocorre no último trimestre de gravidez, o recém-
nascido pode apresentar baixo peso, pneumonia e hepatomegalia, ou
pode permanecer assintomático. 
Quando a infecção ocorre no segundo trimestre da gestação, o bebê
pode nascer prematuro, mostrar sinais de inflamação no cérebro
(encefalite) com convulsões e calcificações no cérebro. Também pode
apresentar microcefalia (diminuição no tamanho do cérebro e da cabeça
com hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro).Em qual idade gestacional o risco de infecção fetal é maior?
O risco de infecção fetal é maior no terceiro trimestre e no período
periparto (período definido como desde o último mês de gravidez até
cinco meses após o parto). No entanto, caso a soroconversão (detecção
através de exame pré-natal) da gestante tenha ocorrido no primeiro
trimestre, o risco de lesões fetais graves é maior.
Como prevenir a toxoplasmose na gravidez?
Uma vez que a principal forma de contaminação é a via oral, para evitar a
doença a gestante deve, de modo geral, evitar a ingestão de carnes cruas
ou mal cozidas, comer apenas vegetais e frutas higienizados
corretamente e evitar contato com fezes de gato. Por isso é importante:
O meu livro da Gestação - Toxoplasmose 12
Sempre manter seu gato bem alimentado para que ele não precise
caçar para comer;
Nunca oferecer carne crua para o seu gato; 
Não deixar seu gato ter contato com a rua;
Renovar a caixa de dejetos dos gatos a cada 3 dias e a coloque ao sol
com freqüência;
Cães também podem transmitir toxoplasmose ao sujarem o pelo no
solo onde haja fezes de gato;
Evitar acariciar cães que andem soltos;
Descartar corretamente o lixo doméstico para controlar insetos e
ratos;
Lavar bem as mãos e as unhas após trabalhar na terra. Gestantes
devem evitar essa atividade ou devem utilizar luvas;
Manter os reservatórios de água bem fechados e se a água não for
tratada, deve ser fervida antes do consumo.
O meu livro da Gestação - Toxoplasmose 13
Alimentos que
devem ser evitados
na gestação
15O meu livro da Gestação - Alimentos que devem ser evitados
Durante a gravidez, a mulher não deve restringir sua
ingestão de alimentos, já que, sem os nutrientes
adequados, o bebê não consegue se desenvolver bem.
No entanto, algumas substâncias 
presentes em produtos específicos
podem causar problemas tanto 
ao feto quanto à evolução da gestação.
Coma com moderação
Carboidratos refinados
Calma, não estou querendo que você faça a dieta das proteínas, até
porque os carboidratos devem responder por cerca de 50% da ingestão
diária de calorias das grávidas. Porém, há tipos diferentes de
carboidratos. Os refinados geralmente são os “branquinhos”: arroz
branco, farinha branca, açúcar branco. Você deve evitar doces e tentar
substituir pães e massas pelas versões integrais. Isso tornará sua
alimentação mais rica, além de prevenir a formação de gases. Ainda
sobre os gases, vale dizer que, se você já conhece os alimentos que seu
corpo não digere bem, tente evitá-los, porque, quanto mais sua barriga
crescer, mais tendência você terá para esse desconforto.
 
Café
Você pode consumir até duas xícaras (pequenas) por dia. Ou seja, um
café com leite de manhã e um expresso depois do almoço dificilmente
atrapalharão sua gravidez e seu bebê. Mas como a cafeína está presente
em outras bebidas, como aquelas do tipo cola e chá preto, considere
também esse consumo. Lembre-se também que a cafeína é diurética.
Assim, se você já está incomodada com as idas ao banheiro, talvez valha a
pena diminuir ainda mais a dose.
16O meu livro da Gestação - Alimentos que devem ser evitados
Coma com moderação
Alguns peixes 
Peixes que estão no topo da cadeia alimentar, como cação, marlim e
peixe-espada devem ser evitados, pois contêm níveis mais altos de
mercúrio, o que pode causar problemas de desenvolvimento no feto.
Peixes gordos, como cavala, sardinha, truta e atum fresco, são
recomendados para as grávidas, mas não devem entrar no cardápio mais
de duas vezes por semana
 
Atenção com as frutas e verduras
Alimentos como tomate e morango são as culturas mais expostas à ação
de pesticidas utilizados nas plantações. É importante só consumir os que
vêm de produtores que respeitam as normas da Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária). Se puder optar pelos orgânicos, melhor ainda.
Isso porque os agrotóxicos podem afetar os ovários, reduzindo a
fertilidade da mãe e de seus bebês. No entanto, atenção com alguns
mitos que você ouve, como o abacaxi ser abortivo. O consumo de
qualquer tipo de fruta está liberado e é fundamental na gestação.
ATENÇÃO: As frutas e os legumes mal lavados são fontes de
contaminação da doença toxoplasmose, que pode causar aborto, parto
prematuro, mal formações e morte do bebê. Assim, todos os vegetais
devem ser bem lavados e higienizados com hipoclorito de sódio antes do
consumo, e deve-se evitar ingerir vegetais crus fora de casa.
Não comer
Carnes cruas e mal passadas
O risco aqui é principalmente em relação à toxoplasmose, um micro-
organismo que pode estar presente nas fezes de animais. Portanto, o
ideal é evitar carnes como rosbife, kibe cru e carpaccio.
17O meu livro da Gestação - Alimentos que devem ser evitados
Não comer
Ovos crus
Para evitar a salmonelose, cozinhe bem os ovos (a bactéria resiste ao
cozimento brando) e exclua alimentos que contêm ovos crus da dieta,
como maionese e mousses.
 
Bebidas alcoólicas
Vários estudos já associaram o consumo de álcool na gravidez com
problemas no desenvolvimento do feto. Portanto, fuja,
independentemente do teor alcoólico da bebida.
 
Alguns leites e queijos
Os leites e queijos não pasteurizados podem ser fontes de uma bactéria
que causa a listeriose. Casos mais graves dessa infecção são raros, mas
podem provocar aborto, parto prematuro e infecções no bebê, como
meningite. Se for passar dias de descanso em uma fazenda, nunca tome
o leite recém-ordenhado.
Enjoos
Inicialmente, pode haver sintomas gastrointestinais (como náuseas e
vômitos), neuroendócrinos (sonolência, alteração do humor, “desejos”,
dor e sensibilidade nas mamas), alterações circulatórias bastante
significativas (aumento do volume sanguíneo circulante – o que por sua
vez causa uma diminuição da pressão arterial com sobrecarga cardíaca e
pulmonar) – essas ão as maiores causadoras de mal estar – é um ciclo:
gravidez + hormônios = tonturas, baixa pressão, náuseas e vômitos, má
alimentação, baixa glicose (sem energia) = mal-estar.
Não serve muito de consolo, mas saiba que entre 75 e 80% de todas as
grávidas passam as primeiras semanas de gestação com a sensação de
que podem vomitar a qualquer momento. E não é só ao acordar, pode
ser de manhã, à tarde e à noite.
Quanto tempo o enjoo vai durar?
Uma gestação nunca é igual à outra, e a mesma coisa vale para o enjoo
que para cada pessoa é diferente. A sensação de náusea pode durar
algumas semanas ou alguns meses; só em casos raros persiste por mais
tempo. No final do terceiro mês, a maioria das mulheres para de se
sentir enjoada o tempo todo. Mas o enjoo pode ir e vir durante a
gestação, muitas vezes deflagrado por determinados cheiros, que variam
de pessoa para pessoa.
Não existe uma explicação isolada 
para a náusea da gravidez. 
Um dos motivos é o 
aumento de hormônios.
O meu livro da Gestação - Enjoos 19
Pica é como chamamos a vontade de comer alimentos estranhos
(como barro, gelo, cabelo – todos esses podem ser prejudiciais,
dependendo do caso). 
“Desejo” é vontade urgente e cobiça por determinado alimento.
Como amenizar?
Alguns alimentos podem ser aliados nesta fase. Contudo, cada caso é um
caso. E nem frente o que funciona para uma gestante funcionará para
outra. Torradas, biscoitos de água e sal e macarrão são digeridos mais
rápido. Muitas gestantes relatam alívio das sensações quando consomem
pela manhã os biscoitos, por exemplo.
Frutas cítricas podem ser consumidas entre as refeições principais. Outra
sugestão é fazer sucos ou gelinhos, com uma forma de gelo.
IMPORTANTE: Manter-se hidratada é primordial. Leve sempre uma
garrafinha de água com você.
E se eu não conseguir segurar nada no estômago?
É uma síndrome chamada hiperemese gravídica, o excesso de vômito na
gravidez, que é bem rara, mas tem tratamento. Se não for tratado,
ovômito excessivo pode levar à desnutrição, à desidratação e outras
complicações para você e para o bebê. O médico pode ajudar, durante
uma crise de vômitos, sugerindo repouso ou até internando você no
hospital se você estiver desidratada, pode ter que tomar soro naveia,
para repor líquidos, glicose e eletrólitos. Também pode receber
medicamentos para aliviar a náusea e os vômitos.
As futuras mamães podem ceder aos desejos durante a gestação?
Importante diferenciar duas condições: 
 
Então, se aquele desejo não for prejudicial, não há grandes problemas
provar uma porção, mas tudo que está em excesso é sabido que
devemos ser cuidadosos. Já se o “desejo” for por algo estranho e
prejudicial você precisa evitar e se persistir, comunicar seu médico.
O meu livro da Gestação - Enjoos 20
Anemia e sintomas
comuns 
Tiver duas gestações muito próximas uma da outra
Está grávida de mais de um filho
Anemia ocorre quando o número de glóbulos vermelhos saudáveis no
corpo é muito baixo. Os glóbulos vermelhos transportam oxigênio para
todos os tecidos do corpo; portanto, uma contagem baixa de glóbulos
vermelhos indica que a quantidade de oxigênio no sangue é menor do
que deveria.
Seu corpo passa por mudanças significativas quando você engravida. A
quantidade de sangue no seu corpo aumenta em cerca de 20 a 30%, o
que aumenta o suprimento de ferro e vitaminas que o corpo precisa para
produzir hemoglobina. 
Muitas mulheres não têm a quantidade suficiente de ferro necessária
para o segundo e terceiro trimestres. Quando seu corpo precisa de mais
ferro do que o disponível, você pode se tornar anêmica. Se você é
significativamente anêmica durante os dois primeiros trimestres, corre
um risco maior de ter um parto prematuro ou um bebê com baixo peso
ao nascer. Ser anêmica também sobrecarrega a mãe, aumentando o
risco de perda de sangue durante o parto e dificultando o combate a
infecções.
Você corre um risco maior de se tornar anêmico durante a
gravidez se:
O meu livro da Gestação - Anemia e sintomas comuns 22
Anemia leve é normal durante a
gravidez devido a um aumento no
volume sanguíneo. Anemia
mais grave, no entanto, pode
colocar seu bebê em maior risco de
anemia mais tarde na infância.
Vomita frequentemente devido a enjoos matinais
Não consome ferro suficiente
Tiver um fluxo menstrual grande antes da gravidez
Sentir-se cansada ou fraca
Palidez progressiva da pele
Batimento cardíaco acelerado
Falta de ar
Problema de concentração
Muitos dos sintomas de anemia durante a gravidez também são
sintomas que você pode experimentar, mesmo que não seja
anêmico; esses incluem:
Os médicos normalmente realizam vários testes para verificar a
porcentagem de glóbulos vermelhos no plasma e a quantidade de
hemoglobina no sangue. Faz parte dos exames de rotina.
23O meu livro da Gestação - Anemia e sintomas comuns
Diabetes
Gestacional
25O meu livro da Gestação - Diabetes Gestaional
Existem duas classes de diabetes gestacional.
Mulheres que podem controlá-lo através 
de dieta e exercício. E aquelas
precisam tomar insulina ou 
outros medicamentos.
Você está com mais sede do que o normal 
Você está com mais fome e come mais do que o habitual 
Você faz xixi mais do que o habitual
O diabetes gestacional desaparece após o parto. Mas isso ode afetar a
saúde do seu bebê e aumenta o risco de contrair diabetes tipo 2 mais
tarde na vida. Você pode tomar medidas para que você e seu bebê
permaneçam saudáveis. 
Sintomas de diabetes gestacional
Mulheres com diabetes gestacional geralmente não apresentam sintomas
ou podem atribuí-los à gravidez. A maioria só descobre que o possui
durante uma triagem de rotina.
Você pode perceber que: 
 
Causas do Diabetes Gestacional
Quando você come, o pâncreas libera insulina, um hormônio que ajuda a
mover um açúcar chamado glicose do sangue para as células, que o
utilizam como energia.
Durante a gravidez, sua placenta produz hormônios que aumentam a
glicose no sangue. Geralmente, seu pâncreas pode enviar insulina
suficiente para lidar com isso. Mas se seu corpo não consegue produzir
insulina suficiente, seus níveis de açúcar no sangue aumentam e você
sofre de diabetes gestacional.
25O meu livro da Gestação - Diabetes Gestaional
Testes e diagnóstico de diabetes gestacional
O diabetes gestacional geralmente ocorre no segundo trimestre da
gestação. O seu médico deverá solicitar o teste de tolerância a glicose
entre as semanas 24 e 28 ou mais cedo, se você estiver em alto risco. Se
você for diagnosticada com diabetes gestacional, precisará de tratamento
o mais rápido possível para manter você e seu bebê saudáveis durante a
gravidez e o parto. 
A American Diabetes Association (ADA) incentiva os médicos a rastrear
rotineiramente as mulheres grávidas em busca de sinais de diabetes
gestacional. Se você não tem histórico conhecido de diabetes e níveis
normais de açúcar no sangue no início da gravidez, seu médico
provavelmente fará o rastreamento de diabetes gestacional quando você
estiver com 24 a 28 semanas de gravidez.
Teste de tolerância à glicose
O teste para diagnosticar a diabetes mellitus gestacional é conhecido por
TOTG (Teste Oral de Tolerância a Glicose), em que é possível verificar
como o organismo da mulher reage a grandes quantidades de açúcar, já
que para fazer esse teste é preciso ingerir até 75 g de um líquido muito
açucarado que é dado no local em que for feito o exame.
Orientações para
refluxo e azia
Deitar 2 a 3 horas após as refeições;
Se for o caso, parar de fumar;
Evitar o ganho de peso excessivo;
Elevar cabeceira da cama para os casos com maior frequência
noturna;
Mulheres que apresentam esse quadro antes de engravidar, tem grandes
chances de mantê-lo na gravidez. O sintoma tende a piorar conforme a
gravidez vai avançando e costuma passar após o parto. Em geral,
mulheres que tiveram em uma gravidez, tendem a ter em futuras
gestações.
A causa do refluxo na gravidez tem basicamente dois fatores, os
mecânicos e hormonais. O aumento da pressão abdominal associada a
ação da progesterona, que diminui a pressão da válvula que isola o
esôfago do estômago, favorece o refluxo do conteúdo do segundo para o
primeiro.
Os sintomas são os mesmo de uma mulher não grávida. Na maioria das
vezes cursam com azia e regurgitação. Apesar de incômodo, o refluxo não
causa nenhum efeito prejudicial para a gravidez e não está relacionado
com a condição do bebê ser cabeludo ou não, conforme algumas
crendices populares afirmam.
O tratamento deve começar com modificações no estilo de
vida como:
28O meu livro da Gestação - Azia e Refluxo
O refluxo gastroesofágico, conhecido
popularmente como "queimação", é uma das
queixas mais comuns durante a gravidez e
acomete cerca de 30% a 50% das gestantes.
Fracionar a dieta e evitar os pratos "cheios";
Evitar alguns alimentos que sabidamente agravam o quadro,
especialmente: frituras, comidas gordurosas, chocolate, pimenta,
sucos ácidos, refrigerantes e bebidas alcólicas;
Evitar roupas apertadas que aumentem ainda mais a pressão
abdominal;
Usar goma de mascar pode colaborar através do aumento na
produção de saliva que contribui para neutralizar a acidez do refluxo;
 
29O meu livro da Gestação - Azia e Refluxo
Hipertensão na
gestação
Pré-eclâmpsia (que também pode ser assintomática): Hipertensão
arterial, edema (inchaço), principalmente nos membros inferiores, que
pode surgir antes da elevação da pressão arterial, aumento exagerado
do peso corpóreo e proteinúria, isto é, perda de proteína pela urina.
Eclâmpsia: Convulsão (às vezes precedida por dor de cabeça, de
estômago e perturbações visuais), sangramento vaginal e coma.
Hipertensão arterial sistêmica crônica;
Primeira gestação;
Diabetes;
Lúpus;
As causas dessas enfermidades ainda não foram bem estabelecidas. O
que se sabe é que estão associadas à hipertensão arterial, que pode ser
crônica ou específica da gravidez.
Sintomas:
 
 
 
Diagnóstico:
O diagnóstico de eclâmpsia é estabelecido com base nos níveis elevados
da pressão arterial, na história clínica, nos sintomas da paciente e nos
resultados de exames laboratoriais de sangue e de urina.
São fatores de risco:
31O meu livro da Gestação - Hipertensão na Gestação
A hipertensão arterial específica da
gravidez recebe o nome de pré-eclâmpsia
e,em geral, instala-se a partir da 20
semana, especialmente no 3° trimestre.
Obesidade;
Histórico familiar ou pessoal das doenças supra-citadas;
Gravidez depois dos 35 anos e antes dos 18 anos;
Gestação gemelar.
 
Tratamento:
A única maneira de controlar a pré-eclâmpsia e evitar que evolua para
eclâmpsia é o acompanhamento pré-natal criterioso e sistemático da
gestação.
Pacientes com pré-eclâmpsia leve devem fazer repouso, medir com
frequência a pressão arterial e adotar uma dieta com pouco sal.
Medicamentos anti-hipertensivos e anticonvulsivantes são indicados para
o controle dos quadros de eclâmpsia mais graves, que podem exigir a
antecipação do parto. A doença regride espontaneamente com a retirada
da placenta.
32O meu livro da Gestação - Hipertensão na Gestação
Alimentos que
ajudam na
produção de leite
. Algumas delas inclusive podem comprometer a qualidade do leite e até
a saúde da criança.
Por isso, explicarei melhor alguns sobre alguns alimentos que as pessoas
costumam dizer que aumentam a produção do leite. 
Cerveja preta
A cerveja preta é um dos alimentos que muitas mães costumam tomar no
intuito de produzir mais leite. Na verdade, isso é um erro, já que a cerveja
é uma bebida alcoólica e pode fazer mal ao bebê, além de causar
sonolência e interferir na capacidade de sucção da criança.
O mais recomendado é que a mãe corte todas as bebidas com álcool
enquanto estiver amamentando. Os níveis da substância no sangue
costumam se alterar durante aproximadamente uma hora, embora isso
varie de pessoa para pessoa. Mesmo as cervejas ditas sem álcool podem
conter traços da substância em pequenas quantidades, portanto, é
melhor não arriscar..
Canjica e cuscuz
Muitas pessoas dizem que a canjica pode aumentar a produção do leite.
Na verdade, não há comprovação desse fato. Pode ser apenas que ela
seja muito nutritiva para a mãe. Ao ingerir mais calorias, a mulher eleva
seus níveis de glicose, o que, em alguns casos, pode ser benéfico para a
alimentação. No entanto, não há uma relação direta entre o aumento da
produção de leite e a ingestão de milho.
34O meu livro da Gestação - Produção de Leite
São vários os boatos sobre alimentos que
podem auxiliar na produção de leite
materno, no entanto, não existem estudos
científicos que comprovem que alguma
comida ou bebida tenha essa capacidade
Tabagismo - A recomendação é bem clara: não é indicado fumar
enquanto se está amamentando. Isso porque, além das substâncias
passarem para o leite e prejudicarem a saúde da criança, o fumo
abaixa os níveis de prolactina, resultando na diminuição da produção 
Rapadura
É rica em sacarose (açúcar) e, portanto, não é indicada para lactantes.
Caso seja consumida, o indicado é optar por pequenas quantidades, mas
com a consciência de que esse alimento não fará diferença para a
produção de leite materno.
Chá
 Provavelmente você já escutou alguém dizer que “um chazinho não faz
mal a ninguém”. Esse é um erro muito frequente, já que, além de não
ajudar a produzir mais leite, o chá ainda pode ser tóxico para o bebê. As
plantas medicinais têm esse nome justamente porque possuem
propriedades que interagem com as funções do nosso organismo.
Causas da baixa produção de leite
Normalmente, as mães que procuram formas de aumentar a produção
de leite fazem isso porque acreditam que a quantidade produzida não
está sendo suficiente. Primeiro, é importante entender que são poucos os
casos em que esse problema realmente existe.
Poucas lactantes sabem que o corpo se adapta à necessidade do bebê.
Por isso, é normal que, depois de algum tempo a mulher pare de sentir o
peito vazar ou encher. Além disso, alguns bebês sentem a necessidade de
mamar mais em algumas épocas, dando a sensação à mãe de que o leite
que ela está produzindo não é suficiente.
Se o bebê mama em poucos minutos, pode ser que o motivo seja o fato
de que ele já mamou o suficiente. No entanto, existem alguns casos em
que realmente há a baixa produção de leite. Citarei alguns dos possíveis
motivos:
35O meu livro da Gestação - Produção de Leite
Forma de amamentar inadequada - É preciso ensinar os bebês a
chuparem o peito. Como algumas mãe têm apenas algumas breves
instruções nas maternidades, nem sempre elas conseguem saber
como fazer com que eles se alimentem adequadamente. Como o
corpo produz leite conforme a quantidade que é retirada (quanto
mais ele mama, mais é produzido), caso ele esteja mamando
inadequadamente, o corpo pode interpretar esse fator como um
motivo para produzir menos leite
Estresse e cansaço - No início, é comum que os pequenos troquem a
noite pelo dia, o que podem encurtar o período de descanso das
mães. O estresse e o cansaço podem interferir na produção de leite,
portanto, é importante que a lactante descanse bem para conseguir
nutrir a criança.
Problemas de saúde do bebê - Crianças com língua presa ou freio
lingual curto podem ter mais dificuldade para mamar. A fenda palatina
é um problema também, já que ela forma um vácuo na boca da
criança, fazendo com que seja necessário ajudá-la para que ocorra a
amamentação.
Alimentação inadequada - Embora os alimentos específicos não
tenham o objetivo de aumentar a quantidade de leite que é
produzido, uma alimentação equilibrada é fundamental para
conseguir proporcionar à criança um leite com muitas vitaminas e
minerais. Converse com seu médico a respeito e, se possível, consulte
também uma nutricionista para montar uma dieta adequada para
você.
Ensine a criança a mamar
Aumente a ingestão de líquidos
Tome suplementos
Faça atividades relaxantes
Amamente com bastante frequência
de leite.
Dicas de como ajudar na produção de leite materno:
36O meu livro da Gestação - Produção de Leite
Estágios da
Lactação
A produção desse hormônio passa por um aumento desde o período em
que a mulher engravida. É feita naturalmente pelo corpo. Ao engravidar, o
corpo da mulher já envia sinais para a adenoipófise. Apesar de já passar a
produzir o hormônio, o leite materno só passa a ser liberado após o
parto. O período em que a mulher amamenta, também envia sinais para
que a prolactina continue a ser produzida. 
Você olha para o seu bebê, ele olha de volta e a intensidade do que você
sente aí dentro do peito é inexplicável? Uma palavra pode ajudar a
entender essa emoção: ocitocina. A ocitocina tem um papel fundamental
nas relações e, por isso, ficou conhecida como o hormônio do amor.
A ocitocina liga mães e bebês através da amamentação, pois é chave
essencial na liberação de leite pelas glândulas mamárias. Durante cada
mamada, a liberação de ocitocina pelo cérebro feminino, além de
promover a contração das glândulas mamárias e a ejeção do leite,
também causa profunda sensação de prazer e relaxamento materno, pois
a ocitocina age nas células cerebrais do sistema límbico – relacionado às
emoções. É por isto que as mamíferas se entregam aos bebês de uma
maneira tão instintiva durante o período de lactação.
A ocitocina, também produzida no cérebro, age na glândula mamária
atuando na liberação do leite armazenado. Além da sucção e das técnicas
corretas para amamentação, a síntese desse hormônio está condicionada
ao estado emocional materno. A ansiedade, o medo e o estresse inibem a
produção e a liberação da ocitocina.
38O meu livro da Gestação - Estágios da Lacttação
A prolactina é mais conhecida por ser o
hormônio responsável pela produção do
leite materno durante o período em que a
mulher amamenta. Nessa fase, a produção
da prolactina pode aumentar em até 20
vezes o seu nível tradicional.
Estágios da Lactação
A amamentação tem diversos benefícios, entre eles a reduzir o risco de
doenças, além de estimular o desenvolvimento físico e cognitivo do bebê
e orquestrar a colonização adequada do intestino. Mas você sabia que
existem fases do leite materno? Que ele passa por algumas mudanças
nos primeiros dias após o início da amamentação?
O leite materno é um complexo fluído que fornece a quantidade de água
e nutrientes necessários para o bebê. Contém proteínas, lipídeos e
carboidratosque são absorvidos pelo organismo da criança. Mas, ao
contrário do que muita gente pode acreditar, o leite da mãe não é igual o
tempo todo. Na verdade, ele sofre alterações durante todo o período de
amamentação para se adaptar às necessidades da criança.
Existem três fases do leito materno: o colostro, o leite de transição
e o leite maduro.
Colostro
Esse é o primeiro leite produzido pela mãe, entre o 1° e o 5° dia após o
parto. É um líquido mais transparente ou amarelo, que é rico em
proteínas. Também possui alta concentração de imunoglobulinas, o que
faz com que tenha um papel de destaque para a imunidade do recém-
nascido.
Por ser rico em anticorpos, o colostro é considerado “a primeira vacina do
recém-nascido”. O colostro contribui para a maturação do trato
gastrointestinal do bebê, pois possui substâncias anti-inflamatórias,
antimicrobianas e propriedades que ajudam na defesa do organismo do
bebê. Isso o protege contra várias doenças. O colostro é mais rico em
proteínas, vitamina A e minerais, e menos concentrado em carboidratos e
gordura em comparação com o leite materno maduro.
As características do colostro são apropriadas às necessidade do bebê
recém-nascido. Tem aspecto espesso e coloração amarela ou
transparente (semelhante à água de coco). O líquido começa a ser 
39O meu livro da Gestação - Estágios da Lacttação
produzido antes mesmo do bebê nascer, em torno da vigésima semana
de gravidez. A descida ocorre algumas horas após o parto, quando o bebê
começa a sugar o seio da mãe. Geralmente, dura de três a cinco dias até
ser substituído pelo leite maduro. 
Leite de Transição
O leite de transição é a segunda etapa da produção de leite materno. A
produção do leite de transição é uma combinação de colostro e leite
materno maduro (o terceiro e último estágio do leite materno). Quando o
leite materno maduro começa a segregar se mistura com o colostro e
recebe o nome de leite materno de transição.
A quantidade de leite aumenta entre o 6° e o 15° dia após o nascimento
do bebê. E sua composição também é alterada: ele se torna mais rico em
gorduras e nutrientes que contribuem para o desenvolvimento e o
crescimento da criança.
O que fazer para aliviar a congestão mamária durante o período
de transição do leite?
É conveniente amamentar o bebê frequentemente durante os primeiros
dias para aliviar a pressão. No entanto, se as mamas ficarem muito
inchadas pode ficar difícil para o bebê agarrar o mamilo. Para ajudar o
bebê é bom retirar um pouco de leite antes de oferecer o peito. Isso irá
amolecer o peito e facilitar o trabalho do bebê.
Leite maduro
É o leite que alimentará o bebê do 15° dia em diante. Ele contém todos os
nutrientes necessários para o desenvolvimento físico e cognitivo da
criança.
É importante lembrar que a Organização Mundial de Saúde (OMS)
recomenda o aleitamento exclusivo nos 6 primeiros meses de vida,
podendo ser prolongado até os 2 anos ou mais.
 
40O meu livro da Gestação - Estágios da Lacttação
Pega Correta
Verifique sua posição para a pega da mama : antes de começar, seja
qual for a posição de amamentação que você escolher, a cabeça, o
pescoço e a coluna do bebê devem estar alinhados, e não torcidos. O
queixo deve estar levantado, não abaixado no peito dele. Você
também deve ficar
A dinâmica de sucção e extração do leite materno, quando ocorre de
forma correta, facilita o esvaziamento da mama e leva à produção
adequada do leite materno.
Já uma técnica inadequada de amamentação contribui para várias
dificuldades do AM como ferimentos do mamilo, infecções mamilares,
mastite, diminuição da produção láctea e consequente ganho de peso
inadequado do bebê.
É imprescindível a monitoração da primeira mamada (do início ao final)
por uma pessoa capacitada, tranquila, sem pressa, solícita, que escute e
ofereça ajuda, mas sem impor.
Pega Correta
Todas as mulheres por natureza são capazes de amamentar. Para
receber leite suficiente na amamentação, seu bebê precisa pegar bem a
mama (pega correta).
Como ajudar seu bebê a pegar a mama:
42O meu livro da Gestação - Pega Correta
As principais dificuldades no aleitamento
materno, em geral, ocorrem por erros de
técnica de amamentação. A técnica correta
é compreendida como uma série de
condições gerais e de posicionamentos do
corpo da mãe e do bebê,
Estimule o bebê a abrir a boca: segure-o bem perto, com o mamilo no
nível do nariz dele. Encoste suavemente o mamilo no lábio superior
para que ele abra bem a boca. Quanto mais aberta estiver a boca,
mais fácil será conseguir uma boa pega.
Aproxime o bebê do seu peito: assim que a boca estiver bem aberta e
a língua sobre a gengiva inferior, traga o bebê para o peito, apontando
o mamilo para o céu da boca. O queixo do bebê deve ser o primeiro a
encostar na mama. O bebê deve abocanhar a aréola, com o lábio
inferior e o maxilar cobrindo quase toda a parte inferior. Não se
preocupe se notar que uma parte da aréola não está dentro da boca -
todas temos aréolas e bebês de tamanhos diferentes! Algumas mães
acreditam que moldar a mama delicadamente ao aproximar o bebê
ajuda na pega. Experimente e veja se funciona. 
Mantenha o bebê bem perto enquanto ele pega a mama: lembre-se
de que cada mãe tem um formato de seios e posição dos mamilos
diferente, por isso nem sempre você deve conseguir a pega ideal,
mostrada nos livros. Sempre que possível, fique com o bebê bem
perto, com o queixo em contato com o seu peito. O nariz do recém-
nascido deve ficar levantado para que ele respire com facilidade
enquanto mama, e aprenda a coordenar a sucção e a respiração. 
Observe e ouça: quando o bebê mama, o mamilo fica encostado no
céu da boca e envolvido suavemente pela língua embaixo. A pega da
mama não deve ser desconfortável – deve ser mais a sensação de um
leve puxão. Observe seu bebê. No início, ele vai usar movimentos de
sucção curtos e rápidos para estimular o fluxo de leite (reflexo de
descida do leite). Assim que o leite começa a fluir, ele suga com
movimentos mais lentos e profundos, com algumas pausas, que
podem indicar que está mamando - é um ótimo sinal! Você deve ver o
maxilar se movimentando e ouvi-lo sugar e engolir enquanto mama.
São todos bons sinais, mas também é importante verificar se o bebê
molha e suja muitas fraldas e ganha peso como esperado. 
confortável. Use travesseiros ou almofadas para apoiar as costas, os
braços ou o bebê. 
43O meu livro da Gestação - Pega Correta
Como interromper a pega do bebê na mama: se o bebê estiver
pegando a mama de forma superficial ou dolorosa, começar a morder
o mamilo ou a esfregar a língua na ponta, tire-o do peito e tente
novamente. Introduza o dedo, limpo, suavemente no canto da boca
para parar a sucção, se for necessário.
o queixo está encostando na mama e se ele consegue respirar pelo
nariz
a boca está bem aberta e ele abocanha a aréola (não só o mamilo)
a pega da mama não dói
ele começa com sugadas curtas e depois suga de forma mais lenta e
profunda
Mãe relaxada e confortável em posição a escolher. A mãe pode ficar
DEITADA, SENTADA ou EM PÉ. O importante é a mãe e o bebê se
sentirem bem confortáveis; 
O corpo do bebê deve estar inteiramente de frente para a mãe e bem
próximo (barriga do bebê voltada para o corpo da mãe); 
O bebê deve estar alinhado, a cabeça e a coluna em linha reta, no
mesmo eixo. 
A mãe deve apoiar com o braço e mão o corpo e o “bumbum” do
bebê; 
O nariz do bebê deve estar apontado para o mamilo; 
Aproximar a boca do bebê de frente para a mama, para que ele possa
abocanhá-la, ou seja, colocar a maior parte da aréola (área mais
escura e arredondada da mama) dentro da boca.
 
Sinais de uma boa pega:
Sempre que amamentar o bebê, verifique se:
 
Se seus mamilos forem planos ou invertidos, o bebê pode ter mais
dificuldade de pegar a mama. Lembre-se de que, se a amamentação for
dolorosa, se o bebê parecer sentir fome depois de mamar ou não ganhar
peso, o motivo pode ser a pega incorreta da mama. Procure um consultor
em aleitamento ou especialista em amamentação o mais rápido possível.
Posicionamentoda mãe e do bebê
44O meu livro da Gestação - Manejo adequado
Boca bem aberta; 
Lábios virados para fora; 
Queixo tocando a mama da mãe; 
Aréola mais visível na parte superior que na inferior (a pega é
assimétrica); 
Bochecha redonda (“cheia”), sem estalidos ou covinhas. 
Ao dar de mamar, a mãe deve estar calma e não apressar o bebê; 
Quando a mama estiver muito cheia, antes de amamentar, a mãe
deve fazer uma ordenha manual para facilitar a pega do bebê. Com os
dedos indicador e polegar, ela deve comprimir suavemente as regiões
acima e abaixo do limite da aréola para a ordenha do leite materno; 
Encostar o mamilo na boca do bebê, para ele virar a cabeça e
abocanhar a maior parte da aréola (reflexo de busca); 
Levar o bebê à mama e não a mama ao bebê; 
Segurar a mama com o polegar acima da aréola e o indicador e a
palma da mão abaixo, com a mão em formato de “C”, isto facilita a
“pega” adequada; 
O bebê abocanhando a maior parte da aréola suga mais leite e evita
fissuras na mama. A mãe deve ouvir o ritmo cadenciado de sucção,
deglutição e pausa; 
A alternância das mamas é necessária. A cada mamada deve ser
oferecida a mama oposta da mamada anterior; 
Recomenda-se que a criança seja amamentada em livre demanda, ou
seja, sem restrições de horários e de duração das mamadas. Nos
primeiros meses, é normal que a criança mame com maior frequência
e sem horários regulares;
Pega Adequada 
 
Como Colocar o Bebê para Mamar 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca quatro pontos-chave que
caracterizam o posicionamento e a pega adequados:
Pontos-chave do posicionamento adequado:
45O meu livro da Gestação - Manejo adequado
Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz na altura do mamilo; 
Corpo do bebê próximo ao da mãe; 
Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido);
Bebê bem apoiado.
Visualiza-se mais aréola acima da boca do bebê que abaixo;
Boca bem aberta; 
Lábio inferior virado para fora e queixo tocando a mama.
Bochechas do bebê encovadas a cada sucção; 
Ruídos da língua; 
Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada; 
Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou
achatadas quando o bebê solta a mama; 
Dor na amamentação.
Pontos-chave da pega adequada: 
Os seguintes sinais são indicativos de técnica inadequada de
amamentação: 
46O meu livro da Gestação - Manejo adequado
Livre Demanda
Além disso, irá mamar o quanto quiser, até se sentir satisfeito. Isso
depende do ritmo de cada criança e da quantidade de leite disponível em
cada mama. 
Estabelecer horários para as mamadas ou dar de mamar sempre
que o bebê quiser? De acordo com o Ministério da Saúde, a
amamentação em livre demanda traz mais benefícios. Ao adotar essa
prática, a mãe deve seguir os sinais de fome que o filho apresenta.
Apesar de falarmos tanto em livre demanda, ainda existem MUITAS
pessoas, inclusive profissionais da saúde, que orientam amamentar
olhando no relógio. Bebês nas primeiras semanas de vida, principalmente
nas primeiras 6 a 8 semanas, tem fome.
Quais são os benefícios da amamentação em livre demanda?
Há diversos benefícios tanto para a mãe, quanto para o bebê. Nos
primeiros meses, é normal que a criança mame com frequência e sem
horários regulares. Em geral, deve mamar de oito a 12 vezes por dia.
Como a amamentação exclusiva é recomendada pelo Ministério da Saúde
até os seis meses de idade, é importante deixar que o bebê se sacie
apenas com o leite do peito.
Além de o leite do peito ser o melhor alimento para o bebê, a
amamentação também está relacionada ao carinho e ao conforto.
Portanto, amamentar auxilia na formação de vínculo e permite que a
criança se sinta protegida e segura.
48O meu livro da Gestação - Livre Demanda
Em poucas palavras, amamentar em
livre demanda significa não se
preocupar com o relógio. Ou seja, o
bebê será amamentado sempre que
sentir fome, seja noite ou dia.
Para a mãe, amamentar em livre demanda estimula a produção de leite. É
justamente o ato de dar de mamar que faz a mama produzir o alimento.
Além disso, os seios devem ser esvaziados com regularidade para evitar
condições como o ingurgitamento mamário.
A amamentação em livre demanda também pode ser um método natural
para evitar uma nova gravidez nos primeiros seis meses após o parto. Se
a mãe estiver amamentando exclusivamente e em livre demanda, é
possível que seu ciclo menstrual só se restabelecerá quando o bebê
iniciar a alimentação complementar.
E se meu bebê não chorar, nem sequer acordar para mamar?
Alguns bebês são extremamente sonolentos e precisam de um
“empurrãozinho" para mamar, principalmente se for “Pequeno para Idade
Gestacional” (PIG), “Grande para a Idade Gestacional” (GIG), ou prematuro.
Alguns bebês simplesmente não acordam! 
Além de muito estímulo e pele a pele, esses bebês podem precisar de
acompanhamento profissional. Não hesite em chamar um profissional se
você estiver com dificuldades. Alguns bebês tem uma imaturidade no
sistema nervoso central que dificulta a coordenação das mamadas. Os
primeiros dias são essenciais.
E se passar muitas horas, por exemplo, 5 ou 6 horas, sem o bebê
sequer dar sinais de fome?
DEPENDE. Não existe uma resposta única para isso. Se for um bebê
prematuro, ou nessas condições que falei acima, cuidado. Se o bebê
estiver mamando bem, mamãe sem dor e bom ganho de peso, sim, isso é
possível e normal!
Muitos bebês acabam dormindo por mais horas, principalmente durante
a noite e após um salto de crescimento! Não há nada de errado. Porém,
se a mãe está com dificuldade para amamentar, com o bebê irritado ao
longo do dia, ou sonolento demais, ou com baixo ganho de peso, pode
ser um alerta!
49O meu livro da Gestação - Livre Demanda
Bebês recém-nascidos, geralmente até 8 semanas, mamam a toda
hora, mama muito pois têm muita fome!
Bebês em salto de crescimento mamam muito, mama a toda hora e
dão um trabalho danado! (Isso também passa…)
Bebês sugam para alimentar-se, mas também para conforto e
consolo. 
A sucção não nutritiva ajuda na produção de leite pela sucção.
Inquietação aparente. 
Vira o rosto para os lados, abrindo a boca;
Suga as mãos;
Choro (é o último sinal);
Bebês dormem muitas vezes após tentar mamar por horas, de exaustão.
Um sinal simples de avaliar as mamadas são as fraldas cheias.
Usualmente um bebê que está mamando satisfatoriamente faz bastante
xixi! Em média pelo menos 6 fraldas cheias. 
Mas o bebê quer mamar toda hora, isso é normal?
A resposta a essa pergunta é complexa, pois também depende de vários
fatores! Algumas coisas são claras:
LEMBRE-SE – Na livre demanda você não precisa colar seu filho ao seu
peito. Ele pode estar chorando por outras necessidades (frauda, colocar
para arrotar, tédio, quer atenção, roupa incomodando, temperatura).
Sinais da Fome:
50O meu livro da Gestação - Livre Demanda
Como Intercalar
os Seios
Na prática e geralmente você saberá qual o peito está mais cheio
apalpando mesmo. Quando o bebê soltar o 1º peito, oferecer o outro. Se
ele mamou nos 2 na mamada, quando o bebê desejar comer novamente
você oferece o último peito que você deu. Muitos bebês “elegem” o peito
favorito. Isso é muito comum. Não se preocupe, pois não atrapalhará a
demanda de nutrientes, pois o seu corpo se adaptará.
Sobre a questão de amamentar de um lado só. Eu não vou dizer para
você amamentar de um lado só. Eu também não vou dizer para você
amamentar SEMPRE oferecendo os dois lados. E eu também não vou
dizer que EXISTE UMA REGRA! Porque na verdade não há regra para isso!
Entretanto, oferecer sempre somente um peito por mamada pode levar a
uma diminuição na produção de leite, e ser preocupante. A ideia de
amamentar somente um lado por vez surgiu do dogma que para o bebê
chegar no tão falado leite posterior, o leite mais rico em gordura e
portanto mais calórico, responsável pelo ganho de peso do bebê, o bebê
precisaria esvaziar completamente um lado do peito, para então trocar o
lado, de forma que chegasse ao leite posterior.
A gordura do leite aumenta PROPORCIONALMENTE ao longo da mamada,
enão há um divisor de águas como até aqui, “leite anterior”, após, “leite
posterior”.
Se o bebê estiver mamando adequadamente, ele vai receber tudo o que
ele precisa, e não precisaremos nos preocupar se o leite é o anterior ou
posterior!
52O meu livro da Gestação - Como intercalar os seios
Não siga uma regra! Amamentação
e regras não combinam.
O fato de o bebê estar sugando o peito não significa que ele está
retirando leite adequadamente e satisfatoriamente. Isso quer dizer que o
bebê pode passar o dia todo no peito e não conseguir retirar quase
nada de leite!
O bebê suga para consolo, pela necessidade de sucção e principalmente
para obter o alimento de que precisa. Se o bebê passa o dia todo no peito
e ainda está irritado, pode ser fome!
Como posso saber se o bebê “terminou” um lado?
Observamos que o bebê não está mais engolindo leite, mesmo com as
compressões na mama. Geralmente deixamos o bebê mais alguns
minutos e vemos se ele volta a sugar E ENGOLIR leite. Se isso não ocorrer,
e for apenas uma SUCÇÃO NÃO NUTRITIVA, podemos então oferecer o
outro lado.
Se o bebê estiver com um comportamento irritado, empurrando o peito,
gritando, chorando ou dormindo no peito, você pode oferecer o outro
lado. Se esse comportamento persistir, em todas as mamadas e ao
oferecer os dois lados, procure ajuda.
Lembre-se: bebês respondem ao FLUXO DE LEITE. Se o fluxo está lento,
diminuído ou demora em descer o leite ou o fluxo é muito rápido, isso
pode deixar o bebê irritado, o bebê pode engasgar, ou adormecer no
peito.
Nesse caso pode-se usar a técnica de compressões no peito, para facilitar
a ejeção do leite e aumentar o fluxo, para então o bebê voltar a sugar
com avidez.
Nunca se baseie nas experiências pessoais dos outros. Os bebês são
diferentes, reagem de forma diferente e o seu bebê é único, por isso deve
ser avaliado individualmente.
53O meu livro da Gestação - Como intercalar os seios
SOBRE MIM
Mãe da Justine.
Nutricionista desde 2008 pela Universidade de Fortaleza.
Pós graduada em Nutrição Clínica pela Universidade Estadual do Ceará
em 2010.
Pós graduada em Nutrição Materno Infantil pela Estácio em 2015.
Mestranda em Alimentos e Bebidas pela Universidade de Luxemburgo
(trancado).
Durante todos esses anos me dediquei a minha profissão e por tudo
relacionado a nutrição durante a gestação. Estou sempre buscando me
aprimorar e me manter informada para oferecer o melhor para todas as
minhas pacientes.
Passei 2 anos unindo duas grandes paixões: viagens e nutrição. Neste 2
anos rodei por muitos países aprendendo sobre as diferenças culturais e
o comportamento alimentar das gestantes de cada um deles. E que
incrível foi esta experiência. Hoje carrego na bagagem muitas coisas que a
universidade e a pós graduação não me ensinaram. Ter minha própria
percepção sobre alimentação durante a gestação é algo inenarrável.

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