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Anestesia em Testudines
	Este grupo engloba tartarugas marinhas e de água doce, cágados e jabutis. São de uma subclasse distinta dos demais répteis, o que é facilmente notável quando se observa sua morfologia. A coluna vertebral fundida a suas carapaças, o tamanho reduzido de suas caudas e a ausência de dentes (sendo substituídos por um bico córneo) são características clássicas de testudíneos. Ainda dentro da subclasse, existem duas subclasses: Cryptodira, onde seu pescoço se retraí verticalmente para o interior do casco, e Pleurodira, onde o pescoço se recolhe lateralmente sob o casco.
	Seus hábitos alimentares e habitats são variados, a maioria são onívoros e apresentam hábitos terrestres e aquáticos. Membros da família Cheloniidae (tartarugas marinhas) são exclusivamente marinhas, enquanto os da Testudinidae (jabutis) são exclusivamente terrestres. Espécies herbívoras não processam nada de sua alimentação em suas bocas, utilizando-se de gastrólitos (pedras pequenas ingeridas) para a quebra de alimentos fibrosos, enquanto em seu trato intestinal existem bactérias responsáveis pela digestão do restante dos compostos. No caso de alimentos cárneos, são digeridos por enzimas ao longo do trato intestinal. 
Como em todas as classes de répteis, a temperatura interna do animal e seu metabolismo são intensamente dependentes do meio externo. Logo, a eficiência do protocolo anestésico é dependente de um controle adequado da temperatura e umidade adequadas a cada espécie. Todos os medicamentos irão ter alguma influência no funcionamento cardiorrespiratório dos animais, portanto é importante monitorar ambos os parâmetros antes e durante a cirurgia. Como seu metabolismo pode ser extremamente lento, é possível que uma doença respiratória ou cardíaca passe despercebido pela monitoração.
Em casos em que os animais apresentam dor ou desconforto, é importante que o animal receba analgésicos durante a MPA, como o butorfanol ou a buprenorfina. É importante ressaltar que o uso de hipotermia não pode ser usado como uma contenção para procedimentos, pois não gera analgesia ou anestesia e é doloroso para o animal e pode levar o animal a um quadro de necrose cerebral devido à baixa circulação vinda do baixo metabolismo.
Diazepam, midazolam e outros benzodiazepínicos devem ser combinados com outros fármacos como a cetamina e outros opióides, pois apresentam um fraco efeito sedativo. A cetamina sozinha não é uma escolha boa, por ter pouca eficiência na analgesia e relaxamento muscular, além de uma recuperação extensa. Um protocolo alternativo é a combinação de tiletamina com zolazepam, ambos a 6mg/kg, que já apresenta relatos de usos em testudineos, embora também apresente um longo período de recuperação.
Quanto ao uso do propofol, seu tempo de ação ultracurto o faz ser escolha para o uso tanto como indutor ou como manutenção em acessos de vasos, podendo ser administrado tanto na forma intravenosa como intraóssea. Quando este é usado, a aplicação deve ser lenta para evitar induzir o animal à apnéia e deve-se ficar atento para sinais de depressão respiratória, independentemente da velocidade de aplicação.
	Durante processos cirúrgicos, é importante tomar cuidado com o decúbito, visto que os pulmões podem ser comprimidos contra a carapaça em decúbitos dorsais. No caso de anestesias inalatórias, isso deve ser levado em conta, por dificultar a respiração e a taxa de metabolização dos anestésicos. Sua excreção urinária vem sempre na forma de ácido úrico, acompanhado de uratos ou ureia. 
	O isofluorano (5%) é o agente inalatório de eleição em testudíneos, pois tem ação e recuperação rápida, além de poucos efeitos nocivos ao sistema cardiovascular e hepatorrenal. Sua alternativa é o Sevofluorano, o qual apresenta tempo de ação e recuperação ainda menor, sendo uma boa escolha para correções rápidas do plano anestésico.

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