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gabi_fran_ Gabrielle França, CESUPA 2021 Sistema venoso As paredes das artérias e veias contêm três camadas distintas: (1) uma interna, a túnica íntima, (2) uma intermédia, a túnica média, e (3) uma externa, a túnica adventícia. As túnicas das veias não são tão distintas nem bem definidas quanto às túnicas das artérias. Caracteristicamente, as veias apresentam paredes mais finas que as artérias que as acompanham, e têm o lúmen maior que o da artéria. Tradicionalmente, as veias são classificadas em quatro tipos, de acordo com o calibre: Vênulas pós-capilares As vênulas pós-capilares apresentam revestimento endotelial + sua lâmina basal e + pericitos. O endotélio das vênulas pós-capilares constitui o principal local de ação dos agentes vasoativos, como a histamina e a serotonina*. Os pericitos representam células-tronco mesenquimatosas indiferenciadas, que formam conexões semelhantes a guarda-chuva com as células endoteliais. A relação entre as células endoteliais e os pericitos promove a sua mútua proliferação e sobrevida; ambos sintetizam e compartilham a lâmina basal, sintetizam fatores de crescimento e se comunicam entre si através de junções comunicantes. A cobertura de pericitos é mais extensa nas vênulas pós- capilares do que nos capilares. Vênulas musculares As vênulas musculares estão localizadas distalmente às vênulas pós-capilares na rede venosa de retorno e apresentam diâmetro de até 0,1 mm. Enquanto as vênula s pós-capilares não contêm uma túnica média verdadeira, as vênulas musculares apresentam uma ou duas camadas delgadas de músculo liso, que constituem a túnica média. A túnica adventícia desses vasos também é muito delgada. Em geral, não há pericitos nas vênulas musculares. VEIAS DE PEQUENO CALIBRE As veias de pequeno calibre são uma continuação das vênulas musculares, e seus diâmetros variam de 0,1 a 1 mm. Todas as três túnicas estão presentes e podem ser identificadas em uma preparação de rotina. A túnica média é geralmente formada por duas ou três camadas de músculo liso. Esses vasos apresentam uma túnica adventícia mais espessa. VEIAS DE MÉDIO CALIBRE As veias de calibre médio têm diâmetro de até 10 mm. A maioria das veias profundas que acompanham as artérias está incluída nessa categoria (p. ex., veia radial, veia tibial, veia poplítea). As válvulas constituem um aspecto característico desses vasos e são mais numerosas na porção inferior do corpo, particularmente nos membros inferiores. As válvulas impedem o movimento retrógrado do sangue decorrente da gravidade. As três túnicas da parede venosa são mais evidentes nas veias de calibre médio: *OBS: A resposta a esses agentes resulta em extravasamento de líquido e migração dos leucócitos do vaso durante a inflamação e as reações alérgicas. As vênulas pós-capilares dos linfonodos também participam na migração transmural de linfócitos do lúmen do vaso para o tecido linfático. A túnica íntima consiste em endotélio com sua lâmina basal, uma camada subendotelial delgada com raras células musculares lisas dispersas no tecido conjuntivo e, em alguns casos, uma membrana elástica interna fina e frequentemente descontínua. A túnica média das veias de calibre médio é muito mais fina que a mesma camada nas artérias de calibre médio. Ela contém várias camadas de células musculares lisas de disposição circular, entremeadas com fibras colágenas e elásticas. Além disso, células musculares lisas dispostas longitudinalmente podem estar presentes logo abaixo da túnica adventícia. A túnica adventícia é geralmente mais espessa que a túnica média e consiste em fibras colágenas e redes de fibras elásticas. VEIAS DE grande CALIBRE As veias com diâmetro superior a 10 mm são classificadas como veias de grande calibre. A túnica íntima dessas veias consiste em um revestimento endotelial com sua lâmina basal, uma pequena quantidade de tecido conjuntivo subendotelial e algumas células musculares lisas. O limite entre a túnica íntima e a túnica média não está totalmente definido, em laminas é difícil identificar seus componentes. A túnica média é relativamente fina e contém células musculares lisas dispostas circularmente, fibras colágenas e alguns fibroblastos. A túnica adventícia das veias de grande calibre (p. ex., as veias subclávias, a veia porta e as veias cavas) é a camada mais espessa da parede do vaso. Juntamente com as fibras colágenas e elásticas e fibroblastos habituais, a túnica adventícia também contém células musculares lisas dispostas longitudinalmente. Extensões miocárdicas atriais, conhecidas como bainhas miocárdicas, são encontradas na adventícia das veias cavas superior e inferior, bem como na artéria pulmonar. Válvulas venosas A pressão sanguínea nas vênulas e veias de médio calibre é muito baixa para se opuser à pressão da gravidade. Nos membros, essas veias contêm válvulas unidirecionais que são formadas por pregas internas da túnica íntima. Essas válvulas agem como as valvas cardíacas, impedindo o refluxo do sangue. Enquanto as válvulas funcionam normalmente, qualquer movimento que distorça ou comprima as veias propele o sangue em direção ao coração. Por exemplo, enquanto se está em pé, o retorno do sangue (dos pés) precisa sobrepor a força da gravidade para subir ao coração. As válvulas compartiment alizam o sangue no interior das veias, dividindo assim o peso do sangue. As veias de grande calibre, como as veias cavas, são desprovidas de válvulas, mas as mudanças de pressão na cavidade torácica facilitam o movimento do sangue para o coração. Este mecanismo, denominado “bomba toraco- abdominal”. Retorno Venoso O retorno venoso é quantidade de sangue que flui das veias paras o átrio direito a cada minuto. Ele e o débito cardíaco devem ser iguais um ao outro. Para que esse retorno seja possível, diversas válvulas precisam atuar, a presença dessas válvulas nas veias, assim como a contração dos músculos das pernas, impedem o refluxo do sangue. Esse retorno pode ser afetado (aumentado ou diminuído) por diversos fatores 1. SALTO-ALTO: O principal mecanismo de retorno venoso dos membros inferiores é a ejeção do sangue através da contração muscular. A “bomba da panturrilha” é acionada a cada passo dado, ejetando o sangue contra a gravidade e, graças à competência valvar venosa, não há refluxo. A mobilidade do tornozelo é fator essencial para a atuação eficiente da bomba da panturrilha. A contração da panturrilha durante a marcha tem com objetivo elevar o corpo na ponta dos pés, impulsionando-o. Aparentemente, o salto alto limita esse movimento de forma radical, diminuindo a ação da bomba. Quanto mais alto o salto, mais esse fenômeno é notado. 2. MOVIMENTO: A contração dos músculos circundantes facilita a propulsão do sangue em direção ao coração. Este mecanismo é denominado bomba muscular. 3. MEIAS DE COMPRESSÃO: As meias de compressão, quando utilizadas durante os exercícios, proporcionam melhora no retorno venoso, fazendo com que a panturrilha seja esvaziada mais efetivamente e consequentemente, melhoram a performance muscular e concomitantemente do esportista. Além de evitarem, claro, inchaços e varizes. 4. SÍNDROME DA IMOBILIDADE: Nesta síndrome há uma deficiência do retorno venoso, levando a um acúmulo sanguíneo nos membros inferiores, que além de edema nestes membros, promove um enchimento incompleto do ventrículo esquerdo, levando a um déficit cardiovascular. Estes eventos desencadeiam um mecanismo compensatório: o aumento da frequência cardíaca de repouso, onde há o aumento de um batimento por minuto a cada dois dias, elevação da pressão arterial sistólica causado pela resistência periféricaaumentada e o tempo de ejeção sistólico absoluto e de diástole é encurtado, diminuindo o volume sistólico. Capilares Os capilares são os menores vasos do sistema circulatório. Eles são o principal local de troca entre o sangue e o líquido intersticial. Como as paredes são relativamente delgadas, as distâncias de difusão são pequenas e as trocas podem ocorrer rapidamente. Além disso, o sangue flui lentamente através dos capilares, possibilitando tempo suficiente para a difusão ou o transporte ativo de materiais através das paredes dos capilares. Capilares contínuos são encontrados na maioria das regiões do corpo. Nestes capilares o endotélio é um revestimento completo e as células endoteliais são conectadas por junções firmes e desmossomos. Capilares fenestrados (fenestra, janela) são capilares que contêm “janelas” ou poros em suas paredes devido a um revestimento endotelial perfurado ou descontínuo. Os Capilares Sinusóides são semelhantes a capilares fenestrados, exceto pelo fato de os poros serem maiores e a lâmina basal ser mais fina. (Em alguns órgãos, como o fígado, não existe a lâmina basal.) Os capilares sinusóides são irregulares e achatados e seguem o contorno interno de órgãos complexos. Eles permitem uma troca intensa de líquidos e grandes solutos, incluindo proteínas em suspensão, entre o sangue e o líquido intersticial. Os capilares não funcionam como unidades individuais. Cada capilar é parte de uma rede interconectada denominada leito capilar ou rede capilar. Uma única arteríola dá origem a dezenas de capilares que se esvaziam em várias vênulas. A entrada de cada capilar é protegida por uma “banda” de músculo liso, denominada esfíncter pré-capilar. Troca nesses capilares Os capilares são os menores vasos do sistema circulatório. Eles são o principal local de troca entre o sangue e o líquido intersticial. Uma pequena parte das trocas ocorre nas vênulas pós-capilares, nas extremidades distais dos capilares, mas isso não é significativo. Para facilitar as trocas de materiais, os capilares não possuem o reforço de músculo liso e tecido elástico ou fibroso. Suas paredes consistem em uma camada achatada de endotélio sustentada por uma matriz acelular, a lâmina basal. Os pericitos contribuem para diminuir a permeabilidade capilar: quanto mais pericitos, menos permeável é o endotélio capilar. Os pericitos secretam fatores que influenciam o crescimento capilar e novas células endoteliais ou músculo liso. Para que a troca metabólica entre o Sistema Circulatório e os tecidos ocorra corretamente, devem ser respeitadas as FORÇAS DE STARLING, e o que essa teoria mostra é que, em situações fisiológicas, há um equilíbrio entre a filtração (depende da pressão hidrostática) e a reabsorção (que depende da pressão oncótica). A filtração é um processo que ocorre pela pressão exercida no capilar, que é a pressão hidrostática capilar. O normal é que sejam filtrados 10ml a cada minuto. Já a reabsorção ocorre por influência da pressão coloidosmótica ou pressão oncótica. A principal proteína que exerce essa função é a albumina. Sendo um soluto, ela “puxa” o líquido que foi filtrado para o vaso novamente. Assim, cerca de 9ml são reabsorvidos a cada minuto. Esse 1ml, que é filtrado a cada minuto e não é reabsorvido, é captado pelos vasos linfáticos. E assim percebemos que, o fisiológico é que, ao fim do processo, não sobre líquido no interstício. Sistema linfático As funções do sistema linfático incluem: (1) restituir de volta ao sistema circulatório os líquidos e proteínas filtrados para fora dos capilares, (2) capturar a gordura absorvida no intestino delgado e transferi-la para o sistema circulatório e (3) atuar como um filtro para ajudar a capturar e destruir patógenos. Esses vasos transportadores de linfa atuam como adjuvantes dos vasos sanguíneos. Diferentemente dos vasos sanguíneos, que transportam o sangue para os tecidos, e a partir deles, os vasos linfáticos são unidirecionais e transportam líquido apenas a partir dos tecidos. Capilares linfáticos São particularmente numerosos nos tecidos conjuntivos frouxos, sob o epitélio da pele e das mucosas. Os capilares linfáticos começam como tubos de “extremidade cega” (em fundo cego) nos leitos microcapilares; são essencialmente tubos de endotélio que, diferentemente dos capilares sanguíneos típicos, requerem uma lâmina basal contínua. Tal lâmina basal incompleta pode estar correlacionada com a sua alta permeabilidade. Filamentos de ancoragem estendem-se entre a lâmina basal incompleta e o colágeno perivascular. Esses filamentos consistem em microfibrilas de fibrilina. As microfibrilas de fibrilina são compostas de moléculas de fibrilina 1 e da proteína associada à microfibrila, a emilina 1. Os filamentos de fixação mantêm a permeabilidade dos vasos em situações de aumento da pressão tecidual, como no caso de inflamação. Os capilares linfáticos constituem uma parte singular do sistema circulatório, formando uma rede de pequenos vasos nos tecidos. Em virtude de sua maior permeabilidade, os capilares linfáticos são mais efetivos que os capilares sanguíneos na remoção de líquido rico em proteínas dos espaços intercelulares. Eles também são especializados na captação de moléculas inflamatórias, lipídios dietéticos e células imunes. Uma vez coletado, o líquido que entra no vaso linfático é denominado linfa. Vasos linfáticos Os capilares linfáticos convergem em vasos coletores cada vez maiores, denominados vasos linfáticos. Além da linfa, os vasos linfáticos também servem para transportar proteínas e lipídios, que são moléculas muito grandes para atravessar as fenestrações dos capilares absortivos no intestino delgado. Diferentemente dos capilares linfáticos, os vasos linfáticos exibem características para impedir o extravasamento da linfa do lúmen. Incluem junções de oclusão entre as células endoteliais e a lâmina basal contínua, que é circundada por células musculares lisas. À medida que os vasos linfáticos adquirem maior calibre, a parede torna-se mais espessa. O aumento de espessura deve-se ao tecido conjuntivo e aos feixes de músculo liso. Os vasos linfáticos contêm válvulas que impedem o fluxo retrógrado da linfa, auxiliando, assim, o fluxo unidirecional. Não há bomba central no sistema linfático. A linfa move-se lentamente, impulsionada principalmente pela compressão dos vasos linfáticos pelos músculos esqueléticos adjacentes. Além disso, a contração da camada de músculo liso que circunda os vasos linfáticos pode ajudar a propelir a linfa. A linfa A maioria dos componentes do plasma sanguíneo se infiltra livremente pelas paredes dos capilares sanguíneos para formar líquido intersticial (no espaço intersticial), porém, mais liquido é removido dos vasos sanguíneos do que retornam para eles, por meio da reabsorção. O excesso de liquido filtrado drena para os capilares linfáticos e trona-se LINFA. Em intervalos ao longo dos vasos linfáticos, a linfa flui pelos linfonodos. Ela é um líquido claro pobre em proteínas e rico em lipídios, parecido com o sangue, mas com a diferença de que as únicas células que contém são os glóbulos brancos que migram dos capilares sanguíneos, sem conter hemácias. Contato com o sist. cardíaco O plasma, juntamente com alguns leucócitos, sai rotineiramente dos capilares para o espaço intersticial. A maior parte do líquido e seus constituintes são absorvidos pelas células teciduais ou reabsorvidos pela árvore vascular, dependendo do equilíbrio entre as pressões. Mas parte do líquido, juntamente com certas células e detritos celulares entra no sistema linfático. Os vasos linfáticos drenam para os linfonodos, que filtram o material celular,incluindo células neoplásicas, e partículas estranhas. Finalmente ela chega aos canais coletores, que esvaziam seu conteúdo nas duas veias subclávias, essas veias unem-se para formar a veia cava superior, a grande veia que drena o sangue da parte superior do corpo até o coração. Edema O edema é um sinal de que as trocas normais entre os sistemas circulatório e linfático estão alteradas. O edema, em geral, ocorre por uma destas duas causas: (1) drenagem inadequada da linfa sendo TRANSXUDATO ou (2) filtração capilar sanguínea que excede muito a absorção capilar o EXUDATO. A drenagem inadequada da linfa ocorre por obstrução do sistema linfático, particularmente nos linfonodos. Parasitos, câncer ou o crescimento de tecido fibrótico, causado por radioterapia, podem bloquear o movimento da linfa pelo sistema. Por exemplo, a elefantíase. A drenagem da linfa pode também ser prejudicada quando os linfonodos são removidos. Um desequilíbrio nas forças de Starling é essencial para formar um edema, três fatores que rompem o balanço normal entre a filtração e a absorção capilar são: 1. AUMENTO NA PRESSÃO HIDROSTÁTICA CAPILAR. O aumento da pressão hidrostática provoca um aumento do tempo de filtração e reduz o tempo de reabsorção. Com isso, uma maior quantidade de liquido vai para o interstício, enquanto uma quantidade menor é reabsorvida de volta ao vaso. Isso faz com que líquidos se acumulem no interstício, sendo uma causa para a ocorrência de edema. Chamado de transxudato. 2. UMA DIMINUIÇÃO NA CONCENTRAÇÃO DE PROTEÍNA PLASMÁTICA. As concentrações de proteína plasmática podem diminuir como um resultado de desnutrição severa ou insuficiência hepática. O fígado é o principal local de síntese de proteínas plasmáticas, e essas proteínas são responsáveis pelo componente pressão coloidosmótica do sangue. 3. AUMENTO NAS PROTEÍNAS INTERSTICIAIS. Como discutido, o vazamento excessivo de proteínas para fora do sangue diminui o gradiente de pressão coloidosmótica e aumenta a filtração capilar resultante. 4. AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR. Em processos inflamatórios, algumas substâncias são liberadas, os mediadores pró-inflamatórios. Eles promovem vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular (ocorre contração das células endoteliais, aumentando o espaço entre elas). Esse aumento da permeabilidade permite a passagem de macromoléculas, saindo do espaço vascular em direção ao interstício. Com isso, há passagem de células, como os leucócitos, e proteínas, como a albumina. E forma-se, então, o exsudato. 5. CACIFO Um dos sinais típicos do edema nas pernas, também chamado de sinal de Godet, que é a presença de um pequeno afundamento na pele quando a pressionamos com o dedo. Este é um sinal de excesso de líquido no tecido subcutâneo. Trombos Solidificação dos constituintes normais do sangue, dentro do sistema cardiovascular, no animal vivo. Trombo é a massa sólida formada a partir do processo da trombose. Deve ser diferenciado da coagulação extra vascular (hemostasia) e da coagulação post mortem. Classificação Quanto à estrutura: TROMBOS VERMELHOS, ou "de coagulação", ou ainda "de estase": ricos em hemácias, mais frequentes em veias (Flebotrombose); TROMBOS BRANCOS ou "de conglutinação": constituídos basicamente de plaquetas e fibrina, estão geralmente associados às alterações endoteliais, sendo mais frequentes em artérias. TROMBOS HIALINOS: constituídos principalmente de fibrina, estão geralmente associados à alterações na composição sangüínea, sendo mais freqüentes em capilares. TROMBOS MISTOS: são os mais comuns. Formados por estratificações fibrinosas (brancas), alternadas com partes cruóricas (vermelhas). São alongados e apresentam 3 partes: Quanto à localização: VENOSOS: Geralmente vermelhos e localizados predominantemente dos membros inferiores (Flebotrombose humana). São úmidos e gelatinosos, associam-se às flebectasias e à estase prolongada, mas podem advir também de flebites. CARDÍACOS: Murais (principalmente no endocárdio da aurícula direita e no ventrículo esquerdo) ou valvulares (principalmente na aórtica e na mitral). ARTERIAIS: Geralmente brancos, acometendo mais comumente as coronárias, as cerebrais, as ilíacas e as femurais no ser humano. CAPILARES: Geralmente hialinos, ocorrendo nas coagulopatias de consumo (Coagulação Intravascular Disseminada). Quanto à interrupção do fluxo sanguíneo: OCLUSIVOS OU OCLUDENTES: obstruem totalmente a luz vascular. É relativamente comum tanto nas tromboses arteriais (ateroscleróticas) quanto nas venosas. MURAIS, PARIETAIS, OU SEMI-OCLUDENTES: obstruem parcialmente a luz vascular. Comuns na trombose arterial e na cardíaca. A trombose venosa mural é rara ou não existe. CANALIZADO: Trombo oclusivo que sofreu proliferação fibroblástica e neovascularização, restabelecendo pelo menos parte do fluxo sanguíneo. Quanto à presença de infecção: SÉPTICO: quando o trombo sofreu colonização bacteriana ou quando se formou às custas de um processo inflamatório infectado . ASSÉPTICO. Etiopatogenia A trombose é uma consequência de 3 tipos de alterações ("Tríade de Virchow) 1. ALTERAÇÕES DA PAREDE VASCULAR OU CARDÍACA; Lesão endotelial ou endocárdica provocando exposição do colágeno subendotelial, com consequente adesão e agregação plaquetária, e desencadeamento do processo de "coagulação", além da contração das células endoteliais ou endocárdicas. Causada, normalmente, por traumas. 2. ALTERAÇÕES REOLÓGICAS OU HEMODINÂMICAS; Por menor fluxo: Importante principalmente na trombose venosa. A estase altera o fluxo lamelar fazendo com que as células (inclusive plaquetas) que ocupavam a corrente axial passem à corrente marginal, facilitando o contato plaquetas - endotélio, ao tempo que concentra os fatores da coagulação. Por turbulência: Predispõem à deposição de plaquetas (por alterar o fluxo lamelar com modificação da corrente axial em marginal) e por traumatizar a íntima cardiovascular, facilitando a exposição do colágeno subendotelial. 3. ALTERAÇÕES NA COMPOSIÇÃO SANGUÍNEA COM HIPERCOAGULABILIDADE; Trombocitose, incremento de fatores da coagulação (na gestação), redução da atividade fibrinolítica: diabete, obesidade, síndrome nefrótica (perda urinária de antagonistas da coagulação). Aumento da viscosidade sanguínea. Fatores de risco 1. IDADE: pacientes com idade igual ou superior a 60 anos tem maior chance de desenvolver trombose venosa e/ou arterial; 2. TABACO: Produtos encontrados no cigarro, como a nicotina, induzem estado pro trombótico, através da ativação plaquetária, aumentando em torno de 16 vezes as chances de desenvolvê-la, 3. SEXO: A frequência superior em pacientes trombofílicos do sexo feminino é justificada, por alguns autores, pelos fatores de risco aumentados como o uso de contraceptivos orais, alterações nas proteínas do sistema anticoagulante em gestantes, além da terapia de reposição hormonal na menopausa. 4. VIAGEM: Realmente um vôo, ou viagem longa de ônibus e carro é um momento em que o risco deste problema aparecer é maior, já que a pessoa fica sem mover as pernas, o que prejudica o retorno do sangue venoso para o coração. 5. OBESIDADE; 6. PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA; Complicações Em geral temos: Isquemia, levando à degenerações e às hipotrofias ou ao infarto; Hiperemia passiva, levando ao edema, às degenerações e às hipotrofias, ou ao enfarte vermelho e Embolia, decorre da fragmentação ou descolamento de trombos inteiros. É favorecida pelo amolecimento puriforme, pela fragilidade na fixação do trombo, pelo retardamento na lise ou na organização, etc... Trombose venosa profunda A trombosevenosa profunda é a coagulação do sangue em uma veia profunda de um membro (em geral de panturrilha, coxa) ou pelve. A trombose venosa profunda aguda é a causa principal de embolia pulmonar. Decorre de condições que comprometem o retorno venoso, acarretando disfunção ou lesão endotelial ou provocando hipercoagulabilidade. Pode ser assintomática ou acarretar dor e edema do membro; embolia pulmonar é uma complicação imediata. Quando presentes, os sinais e sintomas da DC (p. ex., dor vaga, sensibilidade ao longo da distribuição das veias, edema e eritema) são inespecíficos, a frequência e a gravidade são variáveis e são semelhantes em braços e pernas. As veias superficiais colaterais dilatadas podem se tornar visíveis ou palpáveis. Ocasionalmente, provoca-se desconforto na panturrilha com flexão dorsal do tornozelo (sinal de Homan), com o joelho estendido, na vigência de trombose venosa profunda da parte distal do membro inferior, mas não é sensível e nem específico. Varizes São veias superficiais dilatadas e tortuosas que perderam sua principal função de retorno venoso do sangue dos membros inferiores em direção ao coração. O defeito nas veias das pessoas que têm varizes está nas válvulas e nas paredes das veias. CLassificação De acordo com o diâmetro venoso, podem ser classificadas em 3 tipos: 1. VEIAS VARICOSAS: que sobressaem na pele e ficam protuberantes, com diâmetro acima de 3 milímetros, acometendo os troncos das veias safenas internas e/ou externas e suas veias colaterais; 2. VEIAS RETICULARES: que variam de 1 a 3 milímetros de diâmetro, não possuindo relação direta com os troncos principais; 3. VEIAS TELANGECTASIAS: popularmente conhecidas como vasinhos, cujo diâmetro não ultrapassa 1 mm. Formação A partir de válvulas insuficientes nas veias, acontece uma inversão no caminho do sangue (refluxo + estase), que passa a ir de cima para baixo e da veia profunda para a superficial. Este fato provoca um aumento do volume e pressão dentro da veia superficial, ocorrendo o processo de dilatação e aparecimento das varizes.
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