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Fisiologia Cardíaca e Insuficiência Cardíaca

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1 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
MÓDULO III – DISPNÉIA, DOR TORÁCICA E EDEMA
PROBLEMA 2 – “Nunca mais serei o mesmo...” 
Submetido ao cateterismo cardíaco com a colocação de dois 
stents na coronária descendente anterior, JMA, permaneceu 
um total de 22 dias internado, 12 deles em Unidade de 
Terapia Intensiva. Já estava acostumado com os médicos lhe 
dizerem que “tinha nascido de novo”. 
Apesar de estar feliz em rever seus familiares, uma sombra 
o acompanhava desde a alta hospitalar, além da grande lista 
de medicamentos diários, as suas severas restrições. 
Antes do ocorrido era bastante ativo, praticava futebol duas 
vezes por semana, momento em que gostava de reunir-se 
com seus colegas para o churrasco e a cerveja. Agora até 
para tomar banho ele sentia um cansaço enorme e uma 
falta de ar que muitas vezes o impedia de continuar. 
Passados dez meses da internação hospitalar, JMA em 
seguimento ambulatorial apresentou o seguinte resultado 
de exame: 
 
Com pouco mais de um ano e meio já apresentava quadro 
de dispneia que o impedia de dormir uma noite inteira, 
apresentando edema dos membros inferiores, tosse 
noturna, distensão das veias do pescoço e taquicardia 
sustentada. 
Sua qualidade de vida estava muito ruim, pois além dos 
sintomas acima descritos ainda tinha que conviver com 
impotência sexual, diminuição da libido e ginecomastia, 
resultantes dos efeitos adversos dos fármacos que precisava 
utilizar. 
Em virtude de apresentar Fração de Ejeção de 39% ao 
Ecocardiograma foi afastado do trabalho e aposentado. 
 
Intencionalidade educacional: o estudante deverá 
reconhecer as câmaras cardíacas, focando em sua 
morfologia interna e externa, bem como na constituição de 
suas paredes a fim de compreender a fisiopatologia das 
insuficiências cardíacas 
Objetivos e Identificações: 
- Rever a posição e a morfologia externa do coração 
- Constituição macro e microscópica das paredes do coração 
- Descrever o pericárdio e sua função, conceituar 
tamponamento cardíaco 
- Descrever macroscopicamente as câmaras cardíacas, 
dando ênfase aos itens relacionados: 
 Vasos sanguíneos relacionados à cada câmara 
cardíaca 
 Valvas cardíacas e sua válvulas constituintes 
 Sistema de músculos papilares e cordas tendíneas, 
correlacionado com seu aspecto funcional 
- Caracterizar a insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e seu 
mecanismo fisiopatológico relacionando-a à dispneia e ao 
edema. 
- Diferenciar ICC diastólica, ICC sistólica e ICC de padrão 
misto. 
- Observar as alterações cardíacas em exames por imagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos da Tutoria: 
1- Caracterizar a fisiologia cardíaca, circulação, SRAA 
2- Caracterizar a ICC 
3-Propedeutica cardíaca e pulmonar 
 
2 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
Fisiologia Cardiovascular 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
O sistema cardiovascular é um tanto quanto 
complexo, cabe dividi-lo em dois componentes para ter uma 
melhor compreensão. O sistema cardiovascular é composto 
por dois circuitos, o primeiro é o circuito pulmonar, já o 
segundo é o circuito sistêmico. 
O circuito pulmonar segue a sua própria lógica, 
sendo ela: o sangue é conduzido do coração até o pulmão e, 
logo após, volta ao coração. É pertinente ressaltar o caráter 
químico desse sangue nessa etapa da circulação, sendo 
caracterizado como venoso, ou seja, um sangue pobre em 
oxigênio. Essa circulação tem início quando o sangue sai do 
VD pela artéria pulmonar em direção aos pulmões. A artéria 
pulmonar ramifica-se e segue cada uma para um pulmão. Ao 
ocorrer essa ramificação, há uma diminuição no calibre 
dessas artérias, formando-se assim em artérias de pequeno 
calibre até os capilares que irão envolver os alvéolos 
pulmonares. Nos alvéolos, ocorre um fenômeno importante 
que irá manter o sangue em uma condição propicia para o 
bom funcionamento dos sistemas, assim ocorrerá trocas 
gasosas (hematose), que se caracterizam pela passagem do 
gás carbônico do sangue para o interior dos alvéolos e do 
oxigênio presente nos alvéolos para o interior do capilar. 
Outra informação de grande relevância para a 
compreensão desse circuito, é entender o local onde começa 
essa circulação. O tronco da artéria pulmonar é a origem da 
pequena circulação ou então chamada, circulação 
pulmonar. Ela tem a sua origem no VD do coração, de quem 
recebe o sangue venoso, pobre em oxigênio, que deve ser 
dirigido até os (pulmões), onde ocorrerá a oxigenação. A 
partir daí, se divide em dois ramos, a artéria pulmonar 
esquerda e a artéria pulmonar direita. Após o processo de 
hematose, o sangue segue pelas vênulas e, posteriormente, 
para as veias pulmonares. Essas veias tem grande relevância, 
pois elas levam o sangue novamente para o coração. O 
sangue irá chegar a esse órgão pelo átrio esquerdo. 
Figura 2. Sistema circulatório. 
 
A circulação sistêmica ou grande circulação, é um 
processo em que o sangue é levado do coração até os tecidos 
e, após isso, é levado novamente para o coração. Essa 
circulação tem início quando o sangue sai do VE pela artéria 
aorta. Na grande circulação, o sangue do VE vai para todo o 
organismo, por intermédio da artéria aorta, e retorna até o 
átrio direito do coração, pelas veias cava. É uma circulação 
que se caracteriza pela seguinte dinâmica: coração-tecido-
coração, entre o VE e o átrio direito do coração. 
Da artéria aorta, partem ramos que irão irrigar o 
corpo inteiro. Nos capilares sanguíneos, irá ocorrer trocas 
gasosas com células do tecido, após isso, o sangue irá se 
tornar rico em gás carbônico. Após ocorrer essas trocas 
gasosas, o sangue é coletado pelas vênulas que levam o 
sangue até as veias cavas superior e inferior. A partir daí, as 
veias cavas levam o sangue para o coração, desembocando 
no átrio direito. 
Estrutura geral dos vasos sanguíneos 
O sistema circulatório, propriamente dito, é 
considerado o responsável por conduzir elementos 
essenciais para todos os tecidos do corpo, como por 
exemplo, oxigênio para as células, hormônios (que são 
liberados pelas glândulas endócrinas) para os tecidos, a 
condução de dióxido de carbono para sua eliminação nos 
pulmões, coleta de excretas metabólicos e celulares, e, 
posteriormente, a entrega desses rejeitos nos órgãos 
excretores, como por exemplo, os rins. Além do mais, 
apresenta um papel essencial no sistema imunológico 
contra infecções e na termorregulação. 
ARTÉRIAS VEIAS 
PAREDE ESPESSA PAREDE DELGADA 
DIÂMETRO EXTERNO 
MENOR 
DIÂMETRO EXTERNO 
MAIOR 
LUZ DO LÚMEN ESTREITA LUZ DO LÚMEN AMPLA 
A TÚNICA MÉDIA É MAIS 
ESPESSA QUE A TÚNICA 
ADVENTÍCIA 
A TÚNICA ADVENTÍCIA É 
MAIS ESPESSA QUE A 
TÚNICA MÉDIA 
PRESENÇA DE LÂMINA 
ELÁSTICA INTERNA 
AUSÊNCIA DE LÂMINA 
ELÁSTICA INTERNA 
VASO VASORUM EM 
MENOR QUANTIDADE 
VASO VASORUM EM 
MAIOR QUANTIDADE 
 
Entre os vasos sanguíneos existem algumas 
diferenças, funcionais, morfológicas e até mesmo estruturais 
que permite que possa haver a distinção entre elas. Entre os 
vasos, artérias e veias essa regra não é uma exceção, nota se 
algumas diferenças particulares das quais diferenciam as 
artérias das veias. Contudo, só consegue se observar ao 
microscópio em cortes transversais de um par formado por 
artéria e veia, a partir daí torna fácil comparar seus calibres 
e as espessuras das paredes. 
As artérias possuem paredes mais espessas, esse 
aumento na espessura é uma aplicação fisiológica, haja vista 
que o coração lança o sangue a pressões elevadas por meio 
das artérias e ele é transportado até chegar ao nível de 
capilares, onde ocorrem as trocas de substâncias, enquanto 
as veias possuem paredes mais delgadas. Além disso, a luz 
do lúmen é mais estreita, devido a espessura de suas túnicas, 
outra diferença é a presença da lâmina elástica interna nas 
artérias, enquanto que as veias não a possui. Sua função é 
separá-la da túnica média, sendo o componente mais 
externo da camada. Há outra diferença muito pertinente, 
que é a quantidadede vaso vasorum, muito maior nas veias, 
 
3 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
pois sua túnica adventícia é mais espessa que na artéria e 
isso fisiologicamente dificultaria a nutrição. 
Os vasos sanguíneos em conjunto dão origem a 
uma rede de tubos que irão realizar o transporte do sangue 
pelo corpo. Esses tubos possuem algumas especificações 
que servem como fator diferencial, como por exemplo, eles 
têm diferentes diâmetros e fazem circular o sangue arterial 
(oxigenado) e venoso (rico em gás carbônico), constituindo 
o sistema cardiovascular ou circulatório. Esses vasos 
possuem estruturas morfológicas que compõem a parede 
desses vasos, formada por três camadas ou 
comumente conhecida, como túnicas, são elas: a túnica 
íntima, a túnica média e a túnica adventícia que é a camada 
mais externa. 
Figura 3. Túnicas. 
 
As túnicas dos vasos sanguíneos 
A túnica íntima, é a camada mais interna da parede 
de um vaso, apresenta uma camada de células endoteliais 
que está apoiada em outra camada de TCF, que preenche 
espaços não ocupados por outros tecidos, apoia e nutre 
células epiteliais, envolve nervos, músculos e vasos 
sanguíneos linfáticos, localizado na túnica íntima, é 
extremamente vantajoso do ponto de vista fisiológico para 
essa túnica. É pertinente ressaltar ainda que o TC 
subendotelial só é facilmente observado em microscopia de 
luz, nos vasos mais calibrosos e é composto por fibras 
colágenas e elásticas, sintetizadas por fibroblastos. As fibras 
colágenas ou conjuntivas são constituídas por proteína 
colágeno, o que acaba proporcionando força e resistência às 
trações e flexibilidade aos tecidos. Formam-se feixes de 
fibras brancas, geralmente de contorno ondulado, que se 
cruzam e entrelaçam, podendo mesmo ramificar-se. Além 
disso, a camada subendotelial, que pode conter células 
musculares lisas, possui uma contração involuntária e lenta, 
composta por células fusiformes mononucleadas. Além 
disso, é constituída de uma única camada de células 
endoteliais, achatadas, pavimentosas, que formam um tubo 
que reveste o lúmen do vaso, e o tecido conjuntivo 
subendotelial subjacente. Por fim, a lâmina elástica interna 
da túnica íntima apresenta em sua constituição básica a 
elastina, que é considerada uma proteína cuja função é 
estrutural, formando fibras elásticas, presentes nas artérias 
elásticas. Possui também pequenas aberturas que viabilizam 
a difusão de substâncias para células mais profundas no 
vaso, possibilitando a sua nutrição, o que se configura 
extremamente vantajoso do ponto de vista fisiológico. 
O endotélio é um constituinte da túnica íntima e a 
sua presença confere algumas funções para essa camada. A 
sua composição histológica é um TE do tipo simples 
pavimentoso, com células tão achatadas que só podem ser 
reconhecidas por seus núcleos, que frequentemente fazem 
saliência para a luz do vaso. 
Uma das funções das células endoteliais é a de 
secreção de colágeno dos tipos III, IV e V, lamina, 
endotelina, óxido nítrico e o fator de von Willebrand. 
Paralelo a isso, sob condições patológicas, as células 
endoteliais fabricam fatores trombogênicos, incluindo o 
fator tecidual, o fator de von Willebrand e o fator ativador 
de plaquetas. Tal fato revela uma extrema importância 
clínica, pois o fator de Von Willebrand ajuda na mediação da 
adesão das plaquetas ao subendotélio lesado: funciona 
como uma ponte entre receptores da plaqueta 
(glicoproteína Ib e glicoproteína IIb/IIIa) e o subendotélio 
lesado. Além disso, a constituição histológica do endotélio 
proporciona a diminuição da fricção do fluxo sanguíneo, 
assim como algumas propriedades anticoagulantes e 
antitrombogênicas - secretando o fator ativador do 
plasminogênio, trombomodulina, glicosaminoglicanos, 
prostaglandinas e óxido nítrico. Estes dois últimos induzem 
uma resposta das células musculares lisa, causando o seu 
relaxamento. 
Outra função de grande relevância para a clínica é 
que o endotélio forma uma espécie de barreira semi-
impermeável que se interpõe ao plasma sanguíneo e o fluido 
intersticial. 
As células endoteliais contém algumas enzimas que 
são ligadas à membrana, tais como a enzima conversora da 
angiotensina (ECA), que funciona clivando a angiotensina I 
gerando a angiotensina II, assim como enzimas que inativam 
a bradicinina, serotonina, prostaglandinas, trombina e 
noradrenalina; ademais, elas ligam-se à lipase lipoprotéica, 
enzima que degrada lipoproteínas. 
A túnica média, como o próprio nome já revela, se 
encontra entre as demais túnicas. Possui constituição 
histológica camadas de ML com orientação helicoidal, 
sendo uma musculatura lisa ela pode ser considerada de 
contração involuntária e lenta. A camada média possui 
células concêntricas que formam a túnica média 
compreendendo principalmente células musculares do tipo 
lisas, que estão dispostas helicoidalmente. 
Entremeadas com as camadas de músculo liso, são 
encontradas lâminas elásticas (nas artérias de grande 
calibre), algumas fibras elásticas (nas artérias e veias de 
médio e pequeno calibre), colágeno do tipo III e 
proteoglicanos. É importante salientar que as lâminas 
elásticas são constituídas por proteína elastina, miofibrilas 
e fibrilina que se caracterizam por serem separadas umas 
das outras, não constituindo feixes, como é o caso das fibras 
colágenas. Além disso, estas fibras podem ser divididas em 
delgadas e longas, possuindo capacidade de estiramento 
até uma vez e meia o seu comprimento total. Estas fibras são 
encontradas em locais que requerem uma maior 
flexibilidade para realizar sua função, como por exemplo, a 
 
4 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
parede de vasos. É pertinente ressaltar, ainda, que os vasos 
capilares e vênulas pós-capilares não possuem uma túnica 
média, entrando outro tipo de camada que exercerá uma 
função semelhante. 
Figura 4. Túnicas. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; 
CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017 
 
A túnica adventícia, é a camada mais externa dos 
vasos sanguíneos, justamente por ser a mais externa, funde 
se com o TC circundante. A composição histológica dessa 
camada é formada por fibroblastos, fibras de colágeno do 
tipo I e fibras elásticas orientadas longitudinalmente. É a 
mais comum; aparece no TCF comum, no TCD (onde é 
predominante sobre os outros tipos), sempre formando 
fibras e feixes. 
A túnica adventícia é composta por um TCD não 
modelado cujas fibras são organizadas sem orientação 
definida. O tecido é classificado como conjuntivo denso não 
modelado, no qual as fibras formam uma trama que lhes 
confere certa resistência a trações exercidas em qualquer 
direção. Além disso, ele possui outro tipo de tecido, o TCF, 
que preenche espaços não ocupados por outros tecidos. 
Tem a função de apoiar e nutrir células epiteliais, 
envolve nervos, músculos e vasos sanguíneos linfáticos, faz 
parte da estrutura de muitos órgãos e desempenha 
importante papel em processos de cicatrização. 
Ainda é pertinente ressaltar a importância de outro 
componente dessa túnica, o vaso vasorum que fornece 
sangue para as paredes musculares dos vasos sanguíneos. 
 Os vasos vasorum são pequenos vasos sanguíneos 
encontrados ao redor das paredes de grandes vasos 
na camada adventícia, servindo para sua nutrição. 
A inervação dos vasos sanguíneos 
É comum os vasos sanguíneos que contêm ML em 
suas paredes serem providas por uma rede profusa de fibras 
não mielínicas da inervação simpática (nervos 
vasomotores), cujo neurotransmissor é a norepinefrina, 
responsável pelo controle da respiração e da regeneração do 
tecido epitelial e nervoso, e atua promovendo a 
vasodilatação do vaso sanguíneo. 
Geralmente as terminações nervosas eferentes não 
penetram a túnica média das artérias, e os 
neurotransmissores precisam difundir-se por uma distância 
para poderem atingir as células musculares lisas da túnica 
média. Esses neurotransmissoresagem abrindo espaços 
entre as junções intercelulares das células musculares lisas 
e, desse modo, a resposta ao neurotransmissor irá se 
propagar para as células musculares das camadas mais 
internas dessa túnica. 
Há um conjunto de nervos vasomotores do 
componente simpático do sistema nervoso autônomo que 
inerva as células musculares lisas dos vasos sanguíneos. 
Estes nervos simpáticos pós-ganglionares amielínicos são o 
motivo da vasoconstrição das paredes dos vasos. Muito 
raramente os nervos penetram a túnica média dos vasos, 
eles não realizam sinapse diretamente com as células 
musculares lisas. Em vez disso, eles liberam o 
neurotransmissor noradrenalina, que se difunde para a 
túnica média e age sobre as células musculares lisas 
próximas. Para que esses impulsos sejam propagados, é 
imprescindível a ação das junções comunicantes, células do 
tipo gap, que coordenam contrações de todas as camadas 
de células musculares lisas e reduzem, assim, o diâmetro do 
lúmen vascular. 
As artérias possuem um maior número de nervos 
vasomotores do que as veias, mas as veias também recebem 
terminações vasomotoras na túnica adventícia, além de 
contarem com um sistema mais efetivo de nutrição, o vaso 
vasorum. As artérias que irrigam os músculos esqueléticos 
também recebem nervos colinérgicos (parassimpáticos) 
para que ocorra a vasodilatação. 
Classificação das artérias 
As artérias são responsáveis por carrear o sangue a 
partir do coração, elas podem ser classificadas em 3 tipos: 
 Artérias elásticas, que são consideradas condutoras, 
 Artérias musculares, que são classificadas como 
distribuidoras, e 
 Arteríolas. 
Grandes artérias elásticas 
 
Estes vasos possuem uma coloração amarelada, 
devido a com composição ser praticamente toda de elastina, 
lembrando que a elastina tem função estrutural que forma 
fibras elásticas. As artérias elásticas possuem todas as 
túnicas com algumas características particulares, tome-se 
como exemplo, a túnica íntima que é constituída por um 
endotélio sustentado por uma estreita camada subjacente 
de TCF contendo poucos fibroblastos, células musculares 
lisas e fibras colágenas. 
A lâmina elástica interna não costuma ser nítida na 
túnica íntima das artérias elásticas, pois há muitas outras 
lâminas elásticas presentes na túnica média. Há também 
células endoteliais nessa camada, unidas por junções de 
oclusão, compostas de duas proteínas, claudina e ocludina 
 
5 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
entre as camadas mais externas de células adjacentes, que 
servem de barreira à entrada de macromoléculas (lipídios, 
proteínas) nas células. Ainda nas células endoteliais, há 
corpúsculos de Weibel-Palade, grânulos revestidos por 
membrana, que possuem uma matriz densa com elementos 
tubulares contendo alguns elementos, como por exemplo, a 
glicoproteína fator de von Willebrand. Este fator, que 
facilita a agregação e a adesão mútua das plaquetas durante 
a formação do coágulo, é produzido pela maioria das células 
endoteliais, mas é armazenado somente nas artérias. 
A próxima camada é a túnica média das artérias 
elásticas, composta por muitas lâminas fenestradas de 
elastina, conhecidas como membranas fenestradas, que 
varia com camadas circulares de células musculares lisas. 
A matriz extracelular, que é secretada pelas células 
musculares lisas, é composta principalmente por 
condroitino-sulfato colágeno do tipo III (fibras reticulares) e 
elastina. A lâmina limitante elástica externa também está 
presente na túnica média e ela marca a mudança da túnica 
media para a túnica adventícia. 
A túnica adventícia das artérias elásticas é fina e é 
constituída por tecido conjuntivo frouxo fibroelástico 
contendo alguns fibroblastos. Os vasa vasorum são 
abundantes na adventícia, pois permitem a nutrição do TC 
e das células musculares lisas com nutrientes e oxigênio. 
Leitos capilares se originam dos vasa vasorum e se estendem 
para os tecidos da túnica. 
Um exemplo de artéria elástica é a aorta e os ramos 
que se originam do arco da aorta (a artéria carótida comum 
e a artéria subclávia), as artérias ilíacas comuns e o tronco 
pulmonar. 
NA PRÁTICA! Indivíduos com a patologia de von Willebrand, 
um distúrbio hereditário que leva a um defeito nas 
plaquetas, possuem um tempo de coagulação prolongado e 
excesso de sangramento no local de uma lesão. 
 
Artérias musculares médias 
 
Tal como as artérias grandes elásticas, as artérias 
musculares médias possuem todas as camadas com algumas 
particularidades. A característica mais marcante de uma 
artéria muscular média é a espessa túnica média constituída 
principalmente por células musculares lisas. Um dos 
exemplos das artérias musculares são a maioria dos vasos 
originários da aorta, exceto os grandes troncos que se 
originam do arco da aorta e da bifurcação terminal da aorta 
abdominal, essas são identificadas como artérias elásticas. 
A túnica íntima das artérias musculares é mais fina 
do que a das artérias elásticas, contudo, a camada 
subendotelial contém poucas células musculares lisas, a 
lâmina limitante elástica interna das artérias musculares é 
notória e apresenta uma superfície ondulada ao qual o 
endotélio se molda. Uma curiosidade pertinente nesse tipo 
de artéria é que a lâmina elástica interna é dupla, 
denominado lâmina limitante elástica interna bífida. As 
células endoteliais dessa camada possuem comunicação 
com as células musculares lisas da túnica média situadas 
próximo à túnica íntima, por meio das junções 
comunicantes do tipo gap. 
Já a túnica média das artérias musculares é 
composta principalmente por células musculares lisas. A 
maioria das células musculares lisas da túnica média tem 
orientação circular; entretanto, no local onde a túnica média 
faz interface com as túnicas íntima e adventícia, alguns feixes 
de fibras musculares lisas podem estar dispostos de modo 
longitudinal. 
As artérias musculares de pequeno calibre possuem 
três a quatro camadas de células musculares lisas, enquanto 
as artérias musculares de maior calibre possuem até 40 
camadas de células musculares lisas dispostas 
circularmente. O número de camadas celulares diminui à 
medida que o diâmetro da artéria diminui. Além disso, é 
pertinente ressaltar que as túnicas musculares contam com 
várias fibras musculares que estão dispostas de forma 
concêntrica. Quando estas fibras estão relaxadas, as artérias 
dilatam-se e, quando se contraem, o diâmetro arterial 
diminui. Este mecanismo possibilita o controle, pelo sistema 
nervoso autónomo, do fluxo de sanguíneo que pode 
distribuir-se de diversos modos às diversas regiões 
anatômicas, segundo as necessidades de cada momento. 
A túnica adventícia das artérias musculares é 
composta por fibras elásticas, fibras colágenas e substância 
fundamental constituída principalmente por dermatan-
sulfato e heparan-sulfato. As fibras colágenas e elásticas 
têm uma orientação longitudinal e fundem-se com o tecido 
conjuntivo circundante. Os vasa vasorum e as terminações 
nervosas amielínicas estão localizados nas regiões mais 
externas da adventícia. 
NA PRÁTICA! O aneurisma é uma espécie de dilatação em 
formato de saco na parede de uma artéria, comumente 
relacionado à idade. Possui alguns vasos que são mais 
suscetíveis à ocorrência do aneurisma, como por exemplo, a 
aorta abdominal. Quando descoberta, a área dilatada pode 
ser reparada, mas se não for descoberta e se romper, ocorre 
uma rápida perda de sangue, podendo resultar em morte do 
indivíduo. 
 
Arteríolas 
As arteríolas são classificadas de acordo com o 
diâmetro, artérias com diâmetro menor que 0,1 mm são 
consideradas arteríolas. Os vasos em foco são os vasos 
 
6 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
terminais que regulam o fluxo sanguíneo para os leitos 
capilares. A camada subendotelial é muito fina, diferente 
das artérias de grande calibre. Nas arteríolas muito 
pequenas, a lâmina elástica interna está ausente e a 
camadamédia geralmente é formada por uma ou duas 
camadas de células musculares lisas circularmente 
organizadas; não apresentam nenhuma lâmina elástica 
externa. O endotélio da túnica íntima é apoiado por uma 
fina camada de TC subendotelial, composta por colágeno do 
tipo III e poucas fibras elásticas imersas na substância 
fundamental. 
Nas arteríolas de pequeno calibre, a túnica média é 
formada somente por uma camada de células musculares 
lisas, que engloba totalmente as células endoteliais. Nas 
arteríolas maiores, a túnica média possui duas a três 
camadas de células musculares lisas. Com uma túnica média 
muito mais desenvolvida, composta de inúmeras fibras 
musculares, é possível contrair ou relaxar, de modo a 
reduzir ou dilatar, respectivamente, a entrada, podendo 
fluir uma maior ou menor quantidade de sangue. Este 
mecanismo, igualmente controlado pelo SN autônomo, é 
essencial na modulação da pressão arterial e na regulação 
da quantidade de sangue que passa para os capilares. A 
túnica adventícia das arteríolas é escassa e é representada 
por TC fibroelástico com poucos fibroblastos. 
As arteríolas terminais que suprem de sangue os 
leitos capilares são denominadas metarteríolas. 
Estruturalmente, elas diferem das arteríolas por sua camada 
de músculo liso não ser contínua. 
Figura 7. Túnicas arteríolas. 
 
NA PRÁTICA! Quando há algum problema embrionário 
durante o processo de desenvolvimento, esse erro pode, de 
algum modo, enfraquecer as paredes dos vasos sanguíneos. 
Além disso, essas paredes podem ser lesadas por alguma 
outra patologia, como por exemplo, aterosclerose, sífilis ou 
distúrbios do TC, por exemplo, a síndrome de Marfan e a 
síndrome de Ehlers-Danlos. O local afetado pode dilatar-se, 
formando um aneurisma. Um enfraquecimento posterior 
pode causar a rotura do aneurisma, uma condição grave que 
pode levar à morte. 
Tabela 2. Artérias e suas túnicas 
ARTÉRIA TÚNICA ÍNTIMA TÚNICA MÉDIA TÚNICA ADVENTÍCIA 
Artéria 
elástica (ex: 
Aorta) 
Lâmina basal, camada subendotelial, lâmina limitante 
elástica interna incompleta pouco evidente, endotélio com 
corpúsculos de weibel-palade 
Células musculares lisas, lâmina 
elástica externa delgada e 
pouco evidente, vasa vasorum 
na metade externa 
Delgada camada de TC 
fibroelástico, vasa vasorum, 
vasos linfáticos, fibras 
nervosas 
Artéria 
muscular 
(ex: Artéria 
femoral) 
Endotélio com corpúsculos de weibel-palade, lâmina basal, 
camada subendotelial, lâmina limitante elástica interna 
espessa e bastante evidente 
Células musculares lisas, lâmina 
elástica externa espessa e 
evidente 
Delgada camada de TC 
fibroelástico, vasa vasorum, 
vasos linfáticos, fibras 
nervosas 
Arteríola 
Endotélio com corpúsculos de weibel-palade, lâmina basal, 
camada subendotelial não muito desenvolvida, lâmina 
limitante elástica interna bem definida em arteríolas 
maiores desaparecendo nas menores 
Uma ou duas camadas de 
células musculares lisas 
TCF, fibras nervosas 
Estruturas sensoriais especializadas das artérias 
As estruturas sensoriais especializadas das artérias 
possuem funções essenciais para o bom funcionamento do 
circuito sanguíneo, sendo consideradas especializações que 
monitoram a pressão e a composição sanguíneas. As 
estruturas que serão abordas nesse tópico são: os seios 
carotídeos, os corpos carotídeos e os corpos aórticos. 
O seio carotídeo é um barorreceptor que pode ser 
encontrado na região da artéria carótida interna distal à 
bifurcação da artéria carótida comum. Antes de mais nada, 
é essencial compreender a função dos barorreceptores para 
compreender o papel que o seio carotídeo desempenha. O 
barorreceptor consegue notar mudanças na pressão do 
fluxo sanguíneo e transmite esta informação ao SNC. O seio 
carotídeo está presente na parede da artéria carótida 
interna e, neste local, a túnica adventícia deste vaso é mais 
espessa e muito rica em terminações nervosas sensoriais 
originadas do nervo glossofaríngeo (nervo craniano IX). Ao 
receber os impulsos dos nervos aferentes, o SNC processa a 
informação no cérebro com a função de controlar a 
vasoconstrição e manter a pressão sanguínea normal. 
O corpo carotídeo é outra especialização das 
artérias que funciona como um quimiorreceptor, que 
monitora as mudanças dos níveis de oxigênio e dióxido de 
carbono, assim como a concentração dos íons hidrogênio. A 
sua localização é extremamente positiva do ponto de vista 
fisiológico, pois são encontrados perto da bifurcação da 
artéria carótida comum. 
 
7 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
Essa especialização é irrigada por vasos capilares 
fenestrados que envolvem as células do tipo I e as do tipo II. 
As células do tipo I são denominadas de células 
glômicas que contêm várias vesículas que armazenam 
dopamina, serotonina e epinefrina, essa última substância 
age diretamente sobre o sistema nervoso simpático. 
Já as células do tipo II, são conhecidas como células 
da bainha e são mais complexas, possuem longos 
prolongamentos que englobam quase que por completo os 
prolongamentos das células glômicas. Ao adentrarem os 
grupos de células glômicas, as terminações nervosas acabam 
perdendo suas células de Schwann e se tornam cobertas 
pelas células da bainha, de modo similar a células gliais, que 
formam bainhas em fibras no SNC. 
O corpo carotídeo é inervado por dois nervos, o 
glossofaríngeo e o vago, com fibras aferentes, que levam 
impulsos ao SNC e promovem as modulações necessárias 
para regular o pH. Em algumas sinapses, as células glômicas 
parecem funcionar como corpos celulares de neurônios pré-
sinápticos, mas as relações específicas ainda são 
desconhecidas. 
O corpo aórtico é também uma especialização das 
artérias e localiza-se no arco da aorta, entre a artéria 
subclávia direita e a artéria carótida comum direita, e entre 
a artéria carótida comum esquerda e a artéria subclávia 
esquerda. Sua estrutura e funções são similares às dos 
corpos carotídeos, ou seja, é composto por fibras aferentes 
que irão levar as alterações nos pH do sangue para o SNC, 
e a partir dessa resposta é que irá ocorrer a regulação, tendo 
em vista que o corpo aórtico é sensível à baixa tensão de 
oxigênio, à alta concentração de gás carbônico e ao baixo pH 
do sangue arterial. 
Fisiologicamente, a PA é regulada pelo centro vaso motor 
do encéfalo, por meio do reflexo barorreceptor. Ao ocorrer 
os circuitos sistêmicos e pulmonar do coração, o centro 
vasomotor do cérebro, como resposta ao monitoramento 
contínuo do coração, controla o tônus vasomotor ou estado 
de contração constante das paredes dos vasos, o qual é 
modulado através de vasoconstrição e de vasodilatação. 
Nesse sentido, com a ativação do SN simpático, os nervos 
vasomotores promovem a vasoconstrição; já a vasodilatação 
é uma função do sistema parassimpático, e ocorre da 
seguinte forma: a acetilcolina presente nas terminações 
nervosas da parede dos vasos promove a liberação de óxido 
nítrico (NO) localizado nas células endoteliais (que pode ser 
liberado também a partir da fricção que o sangue promove 
na parede do vaso), que processam a mensagem para as 
células musculares lisas. Essas ativam o sistema de 
monofosfato cíclico de guanosina (cGMP), resultando no 
relaxamento das células musculares, o que dilata, assim, o 
lúmen do vaso. Ademais, quando a pressão sanguínea está 
baixa, os rins secretam a enzima renina, que irá clivar o 
angiotensinogênio circulante no sangue, formando, dessa 
forma, a angiotensina I que irá se converter em angiotensina 
II por meio de uma enzima angiotensina, ECA. 
A angiotensina II é um potente vasoconstritor que irá iniciar 
a contração do músculo liso, reduzindo, desse modo, o 
diâmetro do lúmen vascular, o que resultará no aumento da 
pressão sanguínea, pois haverá diminuição da área do vaso 
e, com isso, aumento da pressão. Em casos mais graves, 
onde ocorre uma perda muito significativa de sangue, irá 
ocorrer uma liberação na hipófise do hormônio 
antidiurético, ADH,ou a vasopressina, que irá promover uma 
vasoconstrição. 
 
Capilares 
Os capilares são formados nas extremidades das 
arteríolas. São constituídos de uma única camada de células 
endoteliais que se enrolam em forma de tubo. O diâmetro 
dos capilares varia entre 7 a 9 mm e tem como extensão, no 
máximo, 50 mm. Esta camada dos capilares, geralmente é 
formada de 1 a 3 camadas de células. Essas células repousam 
sob uma lâmina basal cujos componentes moleculares são 
produzidos pelas próprias células endoteliais. A forma que 
as células endoteliais se prendem uma a outra é denominada 
zônula de oclusão. Além disso, é lícito ressaltar a 
importância dos pericitos que estão localizados ao longo de 
toda a superfície externa da parede dos capilares e das 
pequenas vênulas, dentre as organelas que compõem os 
pericitos destacam-se: complexo de Golgi pouco 
desenvolvido, mitocôndrias, REG, microtúbulos e 
filamentos que se estendem para os prolongamentos; além 
disso, essas células também possuem tropomiosina, 
isomiosina e proteína-quinase, todas tem relação com a 
contração que irá regular o fluxo de sangue através dos 
capilares. Os capilares ainda se subdividem em 4, são eles: 
contínuo, fenestrados, fenestrado e destituído de diafragma 
e sinusoides. 
Os capilares contínuos tem essa nomenclatura, 
pois não têm fenestras, tão pouco furos em sua parede o 
que os diferenciam dos demais no aspecto visual. Os 
capilares contínuos podem ser localizados nos tecidos 
muscular, nervoso e conjuntivo; no tecido cerebral, eles são 
classificados como capilares contínuos modificados, tendo 
em vista que aquela região precisa de diferenças 
morfológicas para suprir as necessidades fisiológicas 
daquele tecido. É pertinente ressaltar que as junções 
comunicantes que ficam entre as suas células endoteliais 
são do tipo faixas de oclusão, esse tipo de junção 
comunicante é muito importante do ponto de vista 
fisiológico, pois ela possui certa seletividade, impedindo a 
passagem de algumas moléculas, formando a BHE. 
Substâncias como aminoácidos, glicose, nucleosídeos e 
purinas passam por essas junções, mas com o auxílio de 
carreadores. 
As zônulas de oclusão têm um papel de extrema 
importância no que tange a fisiologia do sistema circulatório. 
Essas junções possuem permeabilidade variável a 
macromoléculas, consoante com o tipo de vaso sanguíneo, e 
desempenham um papel fisiológico significativo tanto em 
condições normais como patológicas. 
Os capilares fenestrados, como o próprio nome 
revela, têm fenestras e podem ser classificados com ou sem 
diafragma. Este diafragma não tem a estrutura trilaminar 
típica de uma unidade de membrana. A lâmina basal dos 
vasos capilares fenestrados é contínua. Os capilares 
fenestrados podem ser localizados em tecidos nos quais 
ocorrem trocas rápidas de substâncias entre os tecidos e o 
sangue, como o rim, o intestino e as glândulas endócrinas. 
 
8 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
Estas trocas são possíveis justamente por conta das 
fenestras e da delgada camada que compõe o diafragma. 
Uma exceção é o glomérulo renal, composto por capilares 
fenestrados sem diafragma. Neste tipo de capilar, na altura 
das fenestras, o sangue só está separado dos tecidos por 
uma lâmina basal muito espessa e contínua, 
diferentemente dos capilares fenestrados com diafragma 
que contam com mais uma camada. 
NA PRÁTICA! O edema é caracterizado pelo aumento da 
quantidade de líquido intersticial em um tecido ou então no 
interior de uma cavidade. Esse líquido acumulado no edema 
é composto por uma solução aquosa de sais e proteínas do 
plasma sanguíneo. O edema pode ter várias causas, mas a 
que é pertinente á nossa discussão é o edema provocado por 
alterações na parede de um capilar, tais como dano ao 
endotélio, em que pode haver passagem de água e íons para 
fora do vaso, ocasionando o acúmulo de líquido no 
interstício. Normalmente ocorre em casos de alergias 
agudas. 
Os capilares sinusoides têm células endoteliais e 
lâmina basal que são descontínuas e possuem muitas 
fenestras grandes sem diafragma, aumentando as trocas 
entre o sangue e o tecido. A composição histológica é 
formada por células endoteliais que juntas formam uma 
camada descontínua separadas por amplos espaços. 
Os sinusoides são revestidos por endotélio. Em 
alguns órgãos, o endotélio é muito fino e contínuo, já em 
outros, ele pode ter áreas contínuas misturadas com áreas 
fenestradas, tome-se como exemplo, as glândulas 
endócrinas. Além disso, constata-se que a lâmina basal tem 
uma descontinuidade durante o seu percurso. Há também a 
presença de macrófagos entre as células endoteliais, mesmo 
as células endoteliais não possuindo vesículas pinocíticas. 
Os capilares sinusoides estão presentes em alguns 
canais vasculares em certos órgãos do corpo, que incluem a 
medula óssea, o fígado, o baço, órgãos linfóides e algumas 
glândulas endócrinas. A estrutura da parede desses vasos 
possui uma grande vantagem fisiológica, haja vista que ela 
facilita o intercâmbio entre o sangue e os tecidos. 
 
CAPILARES CONTÍNUOS 
CAPILARES FENESTRADOS 
COM DIAFRAGMA 
CAPILARES FENESTRADOS 
SEM DIAFRAGMA 
CAPILARES SINUSOIDES 
Ausência de fenestras 
Possui fenestras nas paredes 
endoteliais obstruídas por 
diafragma 
Possui fenestras, mas não 
apresentam diafragma; 
Contêm fenestras sem 
diafragma 
Encontrado em todos os 
tipos de tecido muscular, 
tecidos conjuntivos, 
glândulas exócrinas e tecido 
nervoso 
Encontrados nos rins, 
intestinos e glândulas 
endócrinas 
Característico do glomérulo 
renal 
Encontrados no fígado e 
órgãos hemocitopoéticos. 
 
 
Classificação das veias 
As veias são vasos que transportam o sangue de 
volta para o coração. O início desse circuito inicia-se no 
retorno venoso, em que há a condução do sangue dos 
órgãos e tecidos de volta para o coração, na extremidade 
distal dos capilares, onde se iniciam pequenas vênulas. A 
partir disso, as vênulas lançam seu conteúdo em veias que 
vão aumentando o seu calibre e se tornando cada vez 
maiores. Sob um panorama histológico, as veias seguem em 
paralelo às artérias; contudo, suas paredes em geral estão 
colabadas, pois são mais delgadas e menos elásticas do que 
a parede das artérias e o RV é um sistema de baixa pressão. 
As veias são classificadas em três grupos, com base 
em seu diâmetro e espessura de sua parede: de pequeno, 
médio e grande calibres. 
 
 
 
 
Figura 11. Estrutura da veia. 
 
As vênulas e veias de pequeno calibre possuem 
esse nome, pois a classificação das veias é baseada no 
diâmetro do vaso. As vênulas possuem paredes que se 
assemelham às dos capilares, com um fino endotélio 
revestido por fibras reticulares e pericitos. Contudo, como 
diferença, os pericitos das vênulas pós capilares formam 
uma intrincada rede frouxa envolvendo o endotélio. À 
medida que o diâmetro da vênula aumenta, as células 
 
9 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
musculares lisas diminuem o espaço entre elas e acabam por 
formar uma camada contínua nas vênulas musculares e nas 
veias de pequeno calibre. É válido lembrar que as vênulas 
pós-capilares possuem uma permeabilidade maior e, com 
isso, ocorre o intercâmbio de substâncias entre os espaços 
do tecido conjuntivo e o lúmen, não apenas nas vênulas pós-
capilares que possuem uma maior permeabilidade, mas 
também nos próprios capilares. Nesse local, ocorre a 
migração dos leucócitos da corrente sanguínea para os 
espaços teciduais. Estes vasos respondem a agentes 
farmacológicos como a histamina e a serotonina. As células 
endoteliais das vênulas estão localizadas nos órgãos 
linfoides em disposição cuboide e recebem o nome de 
vênulas de endotélio alto. 
NA PRÁTICA! A histamina tem alguns efeitos, dentre eles 
está o efeito vasodilatador que predomina sobre os vasos 
sanguíneos finos, tendo como resposta o aumento da 
permeabilidade vascular, em rubor, queda da resistência 
periférica total e redução da pressãosanguínea. 
Figura 12. Vênula. 
 
As veias de médio calibre possuem menos de 1 cm 
de diâmetro e realizam a drenagem na maior parte das 
regiões do corpo. Possuem uma túnica íntima que inclui 
endotélio, lâmina basal e fibras reticulares. Não há a 
formação de uma fibra elástica interna como em alguns tipos 
de artérias, mas possuem uma rede elástica que circunda o 
endotélio. Além disso, a túnica íntima possui TCF tem função 
de preenchimento. Na túnica média, há a presença de 
células musculares lisas que se organizam em uma camada 
frouxa entremeada por fibras colágenas e elásticas. A túnica 
adventícia nesse tipo de veia costuma ser muito espessa e é 
composta por feixes de fibras colágenas e fibras elásticas 
dispostas longitudinalmente, em conjunto com poucas 
células musculares lisas dispersas. 
Figura 13. Corte histológico veia. 
 
As veias de grande calibre realizam o retorno do 
sangue venoso vindo das extremidades, da cabeça, do 
fígado, diretamente para o coração. São exemplos de veias 
de grande calibre: veias cavas, pulmonares, porta, renal, 
jugular interna, ilíaca e ázigo. A túnica íntima das veias de 
grande calibre tem algumas semelhanças com as veias de 
médio calibre, porém, as grandes veias têm uma espessa 
camada subendotelial de TC contendo fibroblastos e uma 
rede de fibras elásticas, diferente das veias médias, que são 
mais delgadas. 
As veias de grande calibre não possuem túnica 
média, com exceção de algumas das veias principais, como 
por exemplo, as veias pulmonares. A túnica adventícia 
possui muitas fibras elásticas, várias fibras colágenas e vasa 
vasorum, o que permite uma boa nutrição, enquanto que a 
VCI possui células musculares lisas dispostas 
longitudinalmente na sua túnica adventícia. É pertinente 
ressaltar, ainda, que as veias pulmonares e as veias cavas ao 
se aproximarem do coração, têm células musculares 
estriadas cardíacas na camada adventícia. 
Figura 14. Túnica das veias. 
 
As valvas venosas são compostas por dois folhetos, 
cada um constituído por uma fina prega da túnica íntima, 
que sai da parede e se projeta para o lúmen. As valvas das 
veias são muito importantes, dentre elas, se destaca as 
valvas localizadas nas veias da perna, que atuam contra a 
força da gravidade. 
NA PRÁTICA! Podemos encontrar veias dilatadas e tortuosas, as 
denominadas veias varicosas, com formato alterado, acarretando 
em uma patologia muito conhecida pelos indivíduos, as 
famigeradas varizes, que surgem devido à insuficiência das 
válvulas, que desencadeia refluxo e 
dilatação. Como resultado disso, ocorre 
distensão contínua, as veias perdem sua 
elasticidade, e, devido à falta de 
elasticidade e ao mal funcionamento das 
válvulas, o sangue passa a ficar parado 
nelas, gerando mais dilatação e mais 
refluxo. 
Figura 15. Comparação veia normal e veia 
varicosa 
O tratamento das varizes varia de acordo com o paciente, sendo 
fundamental avaliar qual veia acometida. Dentre os tratamentos, 
destacam-se o cirúrgico e a escleroterapia (aplicação de 
medicamentos denominados esclerosantes). 
Figura 16. Varizes em MMIIs. 
 
 
10 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
VEIAS GRANDE CALIBRE MÉDIO CALIBRE 
PEQUENO 
CALIBRE 
Túnica 
íntima 
A camada 
subendotelial de 
TC é 
relativamente 
espessa 
Endotélio e 
fibras reticulares 
Endotélio 
delgado e com 
fibras 
reticulares e 
pericitos 
Túnica 
média 
Pouco 
desenvolvida; 
Possui células 
musculares, 
poucas fibras 
elásticas e 
reticulares. 
Pouco 
desenvolvida ou 
praticamente 
ausente. 
Células 
musculares lisas 
entremeadas 
por fibras. 
Pouco 
desenvolvida 
Túnica 
adventícia 
Mais espessa que 
as anteriores 
Bem 
desenvolvida 
Pode conter 
feixes de 
músculo liso 
Presença de 
agentes 
farmacológicos 
como a 
histamina e a 
serotonina 
 
VEIA 
Classificação 
 
Mais Vasa 
vassorum 
 
Grande 
Calibre 
Intima  valvas 
Média  menos 
desenvolvida 
Adventícia Mais 
espessa Leva o sangue 
de volta ao ♥ 
Sangue 
venoso: pouco 
O2 e muito CO2 
 
Médio 
calibre 
Intima Endotélio 
Média Ausente 
Adventícia 
 
Vênulas 
Túnicas 
- Intima 
- Média 
- Adventícia 
 
Pequeno 
calibre 
Intima 
Média 
Adventícia 
 
ARTÉRIA 
Classificação 
 
Leva o sangue 
do ♥ para o 
resto do corpo 
 
Grandes 
elásticas 
Intima Sem lamina 
elástica interna 
Média Coloração 
Verhoeff 
Adventí
cia 
Vasa vasorum 
↓ 
Sangue arterial 
e venoso: 
Muito O2 e 
pouco CO2 
 
Musculare
s médias 
Intima Lamina elástica 
interna 
Média Vasa vasorum 
Túnicas 
- Intima 
- Média 
- Adventícia 
 
Arteríolas 
Intima Lamina elástica 
interna 
Média Sem lamina 
elástica externa 
Adventí
cia 
Mal definida 
 
CORAÇÃO 
O coração é um órgão muscular que bombeia o 
sangue através dos vasos sanguíneos do sistema circulatório. 
O sangue que flui no sistema circulatório fornece ao corpo 
oxigênio e alguns nutrientes e ajuda a eliminar resíduos 
metabólicos. 
O coração está localizado no mediastino, cerca de 
dois terços de sua massa está à esquerda da linha mediana. 
Tem a forma de um cone deitado de lado. Seu ápice é a parte 
inferior pontiaguda; sua base é a ampla parte superior. Essa 
eficaz bomba fica recoberta por uma membrana, 
denominada pericárdio, que possui a função primordial de 
proteção contra choques mecânicos. Entre uma camada e 
outra do pericárdio encontra-se um líquido lubrificante, que 
reduz o atrito pericárdico entre as duas membranas. 
Fisiologicamente e anatomicamente, o coração 
conta com 4 câmaras eficazes, duas delas são os ventrículos, 
o direito recebe sangue do átrio direito, já o ventrículo 
esquerdo bombeia o sangue oxigenado através da valva da 
aorta até a aorta. O coração conta ainda com mais duas 
câmaras, os átrios: o direito recebe sangue da VCS, VCI e seio 
coronário por meio da atrioventricular direita. O átrio 
esquerdo recebe o sangue arterial (com O2) do pulmão 
conduzido pelas veias pulmonares. 
 
Camadas da parede cardíaca 
As camadas da parede cardíaca contam com 3 tipos 
diferentes, endocárdio, miocárdio e o epicárdio. 
A primeira camada, a mais interna, é o endocárdio, 
formado por um endotélio do tipo epitélio simples 
pavimentoso e pelo tecido conjuntivo subendotelial, que 
tem como função revestir o lúmen do coração. O endocárdio 
é contínuo com a túnica íntima dos vasos sanguíneos. Mais 
internamente, encontra-se uma camada de TCD, rico em 
fibras elásticas misturadas com algumas células musculares 
lisas. Abaixo do endocárdio, situa-se uma camada 
subendocárdica, cuja constituição histológica é composta de 
TCF, que contém pequenos vasos sanguíneos, nervos e 
fibras de Purkinje do sistema de condução do coração. 
A camada subendocárdica constitui o limite do 
endocárdio, através do qual está túnica se liga ao endomísio 
do músculo cardíaco. É lícito pontuar que o endomísio é uma 
camada de tecido conjuntivo que engloba uma fibra 
muscular e é composta, principalmente, por fibras 
reticulares. Além disso, contém capilares, nervos e vasos 
linfáticos. 
 
 
 
 
11 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
Figura 19. Corte histológico do coração. 
 
A camada intermediária é o miocárdio, muito 
importante do ponto de vista fisiológico no que concerne a 
transmissão do impulso nervoso. 
O miocárdio é a mais espessa das três camadas do 
coração, formada por células musculares estriadas 
cardíacas dispostas em espirais complexas ao redor dos 
orifícios das câmaras. Tais células musculares estriadas 
cardíacas são importantes no que concerne à fixação do 
miocárdio ao esqueleto fibroso do coração. Outras células 
possuem especializações para secreções endócrinas, assim 
como para geração ou condução dos impulsos cardíacos. 
Essa camada ainda conta com um importante 
marcapasso natural, o nó sinoatrial. É pertinente ressaltar 
que o nodo sinoatrial é uma massa de células musculares 
cardíacas especializadas, formadas por células fusiformes, 
menores do que as células musculares do átrioe apresentam 
menor quantidade de miofibrilas. Algumas células 
musculares do nodo atrioventricular sofrem modificações, e 
passam a ser reguladas por impulsos provenientes do feixe 
atrioventricular (feixe de His). As fibras do feixe 
atrioventricular passam pelo septo interventricular 
conduzindo o impulso para o músculo cardíaco, produzindo 
assim uma contração rítmica. Anatomicamente falando, 
mais distalmente, essas células tornam-se maiores e 
adquirem uma forma característica. Elas são conhecidas 
como células de Purkinje e possuem um ou dois núcleos 
centrais e citoplasma rico em mitocôndrias e glicogênio. Tais 
células transmitem os impulsos para as células musculares 
estriadas cardíacas localizadas no ápice do coração. 
Células musculares cardíacas especializadas, que se 
localizam primariamente na parede atrial e no septo 
interventricular, produzem e secretam um conjunto de 
pequenos peptídeos. Tome-se como exemplo, a 
atriopeptina, polipeptídeo natriurético atrial (PNA), 
cardiodilatina e cardionatrina, que são liberados nos 
capilares circundantes. Estes hormônios auxiliam na 
manutenção de fluidos e no balanço eletrolítico e diminuem 
a pressão sanguínea. 
Figura 20. Corte histológico - disco intercalado. 
 
 
Figura 21. Miocárdio. 
 
A camada intermediária, o miocárdio, possui 
algumas especializações, dentre elas está o nó sinoatrial, 
atrioventricular e feixe de His (fibras de purkinje). Nó ou 
nodo sinoatrial é um marcapasso fisiológico natural, 
localiza-se na junção da veia cava superior com o átrio 
direito. Estas células musculares cardíacas nodais 
especializadas tendem a se despolarizar espontaneamente 
70 vezes por minuto, gerando um impulso que se espalha 
pelas paredes da câmara atrial, através de vias intermodais 
até o nó ou nodo atrioventricular, localizado na parede 
septal, logo acima da valva tricúspide. 
Além disso, há o feixe de His, situado no interior do 
músculo cardíaco do septo interventricular. A composição 
histológica desse feixe é por cardiomiócitos, ou seja, células 
musculares cardíacas especializadas, que não possuem a 
capacidade contrátil para se tornarem condutoras rápidas de 
impulsos nervosos, facilitado por meio do fluxo iônico, que 
passam através das junções comunicantes. 
Figura 22. Condução de impulsos anatomia. 
 
O epicárdio é a camada mais externa do coração, 
também é denominado camada visceral do pericárdio, 
constituído por um epitélio simples pavimentoso, 
denominado mesotélio. A camada subepicárdica é formada 
por TCF que contém vasos coronários, nervos e gânglios. 
Além disso, essa é a região em que a gordura é armazenada 
na superfície do coração. Há também as raízes dos vasos que 
entram e saem do coração, onde há a formação do 
 
12 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
pericárdio, que é dividido em fibroso e seroso. O pericárdio 
é uma espécie de saco que recobre o coração, possuindo, 
como dito anteriormente, duas estruturas: a externa que é 
fibrosa, e a interna, serosa. 
A fibrosa recobre externamente os grandes vasos, 
e a interna possui uma constituição mais serosa, o pericárdio 
seroso, constituído por duas lâminas: a lâmina parietal e a 
lâmina visceral. 
 A lâmina parietal é a mais externa e recobre a superfície 
interna do pericárdio fibroso e a lâmina visceral, ou 
epicárdio, é a reflexão ao nível dos grandes vasos da lâmina 
parietal em direção ao coração. 
O pericárdio fibroso possui uma constituição 
histológica composta por uma camada densa de faixas 
colágenas que se entrelaçam com o esqueleto de fibras 
elásticas. É importante assinalar ainda que o coração está 
preso no mediastino por ligamentos, como por exemplo a 
base do coração que está presa ao centro tendíneo do 
músculo diafragma, por meio do ligamento freno-
pericárdio. 
Figura 23. Camadas do coração. 
 
 
NA PRÁTICA! Algumas patologias são decorrentes de alguns 
distúrbios no tecido cardíaco, dentre elas doença 
coronariana e pericardite. 
Figura 24. Doença coronariana. 
 
A Cardiopatia Isquêmica é uma doença provocada pela 
obstrução nas artérias coronárias, vasos que levam sangue 
para o coração, em decorrência do acúmulo de placas de 
colesterol que pode levar ao infarto do miocárdio ou até à 
insuficiência cardíaca. Os tratamentos incluem mudanças no 
estilo de vida, medicamentos, angioplastia e cirurgia 
Figura 25. Pericardite. 
Já a pericardite é uma inflamação da membrana que recobre 
e protege o coração, podendo ser classificada como aguda 
ou crônica. O sintoma mais comum é dor aguda no peito com 
irradiação para o ombro esquerdo e pescoço. A pericardite 
geralmente tem início rápido, contudo não dura muito 
tempo. A maioria dos casos é leve e costuma melhorar por 
conta própria. O tratamento dos casos mais graves pode 
incluir medicamentos e, raramente, cirurgia. 
 
Esqueleto fibroso cardíaco 
O esqueleto cardíaco, ou ânulo (anel) fibroso do 
coração, não é uma estrutura óssea como o esqueleto do 
corpo humano, mas um suporte estrutural fibroso para as 
câmaras do coração, o órgão principal do sistema 
cardiovascular. Sua constituição histológica é de TCD não 
modelado, incluindo três componentes principais: anéis 
fibrosos, trígono fibroso e o septo membranáceo. Os anéis 
fibrosos localizam-se em torno da base da aorta, da artéria 
pulmonar e dos orifícios atrioventriculares. 
 O trígono fibroso é localizado na vizinhança da área 
da cúspide da valva aórtica. Já o septo membranáceo forma 
a porção superior do septo interventricular. De modo geral, 
o esqueleto cardíaco possui algumas funções, dentre elas a 
ancoragem das cúspides das valvas cardíacas, função muito 
importante, tendo em vista que de certo modo ela fixa as 
cúspides para que nenhum movimento brusco a desloque. 
Além disso, impede a distensão das valvas 
atrioventriculares e semilunares, haja vista que nas valvas 
atrioventriculares passam um grande fluxo de sangue, e o 
esqueleto fibroso impede que haja uma distensão excessiva. 
É importante pontuar ainda que possui duas 
funções extremamente importantes: serve como inserção 
dos feixes do músculo cardíaco e promove o isolamento 
elétrico. 
Válvulas cardíacas 
As válvulas cardíacas são estruturas fibrosas, 
posicionadas na entrada e saída dos ventrículos, cuja função 
é garantir que o sangue siga numa única direção, sempre 
dos átrios para os ventrículos, e destes para a aorta e artérias 
 
13 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
pulmonares. É importante salientar que tanto as válvulas de 
entrada como as de saída, em condições normais, se fecham 
em perfeita sincronia a cada batimento cardíaco. 
Qualquer distúrbio em umas das válvulas prejudica 
o bom funcionamento do sistema circulatório, podendo 
causar trombos, coagulação no interior do vaso sanguíneo, 
fruto da agregação plaquetária. Algumas válvulas se 
destacam, como a válvula tricúspide (VT), localizada entre o 
átrio e o VD. Ela possui três folhetos que se fecham no início 
da contração ventricular, impedindo que o sangue retorne 
do ventrículo ao átrio direito. Os folhetos são sustentados 
em forma de um guarda-chuva pelas cordoalhas tendinosas. 
Além disso, há a válvula pulmonar (VP), 
posicionada na saída do fluxo sanguíneo do VD para o tronco 
da artéria pulmonar. Seus folhetos se fecham no final da 
contração ventricular, evitando que o sangue que atingiu a 
artéria pulmonar retorne para o ventrículo direito. O 
diâmetro dessa válvula é menor do que a válvula tricúspide. 
A válvula mitral (VM), situada entre o átrio e o VE, 
tem como função evitar o refluxo de sangue do ventrículo 
para o átrio esquerdo. É importante pontuar que a VM se 
fecha no início da contração ventricular. 
APLICAÇÃO CLÍNICA: A febre reumática (FR), também 
chamada de reumatismo infeccioso, é uma doença 
inflamatória que se desenvolve após uma infecção anterior 
provocada pelo estreptococo. Um dos sintomas da FR é a 
inflamação no músculo do coração (cardite), além do sopro 
cardíaco, quandohá comprometimento das válvulas do 
coração. 
O tratamento é medicamentoso, que incluem: prescrição de 
antibióticos específicos, tendo em vista que o agente 
infeccioso é uma bactéria. Além da prescrição de 
medicamentos anti-inflamatórios e de medicamentos 
anticonvulsivos. 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 
 
 
Camadas 
Endocárdio (interna) 
Miocárdio 
(intermediária) 
Impulsos nervosos 
- Fibras de Purkinje 
- Nó SA  Nó AV 
 
Pericárdio 
(externa) 
Fibroso 
Seroso 
- Lâmina visceral 
- Lâmina parietal 
 
Válvulas 
cardíacas 
FUNÇÕES Fluxo sanguíneo 
unidirecional 
 
Exemplos 
 
Válvula tricúspide 
Válvula mitral 
Válvula pulmonar 
 
 
Esqueleto 
fibroso 
 
 
FUNÇÕES 
Ancoragem 
Impede a distensão 
Isolante elétrico 
Anéis fibrosos Aorta 
Trígono fibroso 
- Valva aórtica 
- Sépto membranáceo 
↓ 
Sépto interventricular 
Artéria Pulmonar 
SISTEMA VASCULAR LINFÁTICO 
Além dos vasos sanguíneos, o corpo humano conta 
com um sistema de canais, cujas paredes são finas e 
revestidas por endotélio que coleta o fluido dos espaços 
intersticiais e o retorna para o sangue. Este fluido é 
denominado linfa. Os vasos linfáticos possuem uma 
estrutura similar à das veias, exceto por não apresentarem 
uma separação clara entre as túnicas (íntima, média, 
adventícia) e pelas paredes mais finas. A função do sistema 
linfático é realizar o retorno do sangue ao fluido dos 
espaços intersticiais. Ao entrar nos vasos capilares linfáticos, 
esse fluido contribui para a composição da parte líquida da 
linfa. Além disso, contribui ainda para a circulação de 
linfócitos e outros fatores imunológicos que penetram os 
vasos linfáticos quando eles atravessam os órgãos linfoides. 
O sistema vascular linfático se caracteriza por ser 
um sistema aberto, em que não há bomba, diferenciado do 
sistema cardiovascular que tem o coração como uma bomba 
que realiza a circulação do sangue em um sistema fechado. 
Capilares linfáticos 
Os capilares linfáticos possuem uma única camada 
de células endoteliais extremamente achatadas e uma 
lâmina basal incompleta. É importante assinalar que eles se 
originam como vasos finos e sem aberturas terminais. As 
células endoteliais ficam em uma conformação que se 
sobrepõem umas às outras em alguns locais, mas existem 
fendas intercelulares que facilitam o acesso ao lúmen do 
vaso. 
Além do mais, os capilares linfáticos se 
caracterizam por não apresentarem fenestras e não 
estabelecerem junções de oclusão umas com as outras. Os 
feixes de filamentos de ancoragem linfáticos (5 a 10 nm de 
diâmetro) terminam na membrana plasmática luminal. 
Pesquisas ainda estão sendo feitas e acredita-se 
que estes filamentos possam desempenhar um papel 
mantendo a patência do lúmen destes vasos delicados. 
Vasos linfáticos 
Os vasos linfáticos de pequeno e médio calibres se 
caracterizam por possuírem valvas com espaçamento 
próximo. Os grandes vasos linfáticos assemelham-se 
estruturalmente às pequenas veias, exceto por seus lúmens 
serem maiores e suas paredes mais finas. Os grandes vasos 
linfáticos possuem uma fina camada de fibras elásticas e 
uma delgada camada de células musculares lisas. Esta 
camada de músculo liso é envolta por fibras elásticas e 
colágenas que se fundem com o TC circundante, 
assemelhando-se muito a uma túnica adventícia, contudo os 
estudiosos não entraram em consenso sobre os capilares 
linfáticos terem túnicas. Nas porções entre as válvulas, os 
vasos linfáticos apresentam- se mais dilatados e exibem um 
aspecto nodular ou “em colar de contas’’. Os vasos linfáticos 
possuem válvulas em forma de bolso, como as das veias, e 
elas asseguram o fluxo da linfa numa só direção. Estão 
ausentes no sistema nervoso central (SNC), na medula óssea, 
nos músculos esqueléticos (mas não no tecido conjuntivo 
que os reveste) e em estruturas avasculares. 
A anatomia dos vasos linfáticos superficiais e 
profundos atravessam os linfonodos em seu trajeto no 
sentido proximal, tornando-se maiores à medida que se 
 
14 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
englobam com os vasos que drenam em regiões adjacentes. 
Os grandes vasos linfáticos entram em grandes vasos 
coletores denominados troncos linfáticos, que se unem para 
formar o ducto linfático direito ou ducto torácico. 
CAPILARES LINFÁTICOS 
Paredes 
 
Finas  Alta 
permeabilidade 
Características 
 
Não possuem 
fenestras 
 Não possuem 
junções de oclusão 
Camadas 
 
Lâmina basal incompleta 
Única camada endotelial 
 
VASOS LINFÁTICOS 
Calibre Pequeno 
Grande 
Valvas Valvas  Fluxo unidirecional 
 
Camadas 
 
Fibras elásticas 
Tecido conjuntivo 
Células musculares lisas 
 
Ductos linfáticos 
Os ductos linfáticos são semelhantes às grandes 
veias, com algumas diferenças, pois lançam seu conteúdo 
nas grandes veias do pescoço. 
O ducto torácico e o ducto linfático direito, 
desembocam na junção das veias jugular interna esquerda 
com a veia subclávia esquerda na confluência da veia 
subclávia direita e a veia jugular direita interna. Ao longo 
de seu trajeto, os vasos linfáticos atravessam os linfonodos. 
O ducto linfático direito tem como função recolher 
a linfa do quadrante superior direito do corpo, já o ducto 
torácico recolhe a linfa do restante do corpo. Dentre todos 
os ductos o maior, o ducto torácico, tem sua origem no 
abdome como a cisterna do quilo, e ascende através do tórax 
e do pescoço para desembocar na junção das veias jugular 
interna e subclávia esquerdas. 
A túnica íntima dos ductos linfáticos tem sua 
constituição histológica formada por um endotélio e muitas 
camadas de fibras elásticas e colágenas. 
A túnica média possui uma camada condensada de 
fibras elásticas que se assemelha a uma lâmina elástica 
interna, contudo não pode ser nomeada de lâmina elástica 
interna. Além disso, encontram-se presentes na túnica 
média camadas de músculo liso em disposições longitudinal 
e circular. 
A túnica adventícia contém células musculares 
lisas com orientação longitudinal e fibras colágenas que se 
fundem com o TC circundante. Ao penetrar nas paredes do 
ducto torácico, existem pequenos vasos semelhantes aos 
vasa vasorum das artérias. 
NA PRÁTICA! Células de tumores malignos, em especial os 
carcinomas, se confluem pelo corpo por meio dos vasos linfáticos. 
Quando as células malignas chegam até um linfonodo, elas ficam 
mais lentas e multiplicam-se, surgindo, assim, a metástase, ou seja, 
um tumor em local secundário. Por isso, na remoção cirúrgica de 
um crescimento canceroso, o exame dos linfonodos e a extração 
tanto dos linfonodos aumentados como dos vasos linfáticos 
associados daquele trajeto são essenciais para a prevenção do 
crescimento secundário do tumor. 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
 
Coração 
Válvulas Febre reumática 
Camadas: 
Endocárdio  Miocárdio  Pericárdio 
Esqueleto fibroso: Anéis fibrosos  Trígono 
fibroso  Septo membranáceo 
 
 
 
Sistema 
Cardiovascular 
Veia: Grande calibre  Médio calibre 
 Pequeno calibre e vênulas 
Artéria: Elástica  Musculares médias 
 Arteríolas 
 
 
Capilares 
Contínuo 
Fenestrados 
- Com diafragma 
- Sem diafragma 
- Sinusoide 
 
 
Sistema 
Vascular 
Linfático 
 
Capilares 
linfáticos 
Camadas: 1 camada endotelial 
Paredes finas: Alta 
permeabilidade 
Ductos 
linfáticos 
Ducto direito 
Ducto torácico 
Cisterna do quilo 
Vasos 
linfáticos 
Válvulas 
Calibre Pequeno 
Grande 
 
Fisiologia cardíaca 
O ♥ é uma bomba, que contrai como um sincício 
(uma célula é capaz de despolarizar todas as outras). O 
coração é um musculo, formado por células cardíacas que 
precisa contrair de forma uniforme para o seu 
funcionamento ideal 
Função primordial: bombear o sangue pelo sistema 
circulatório. 
Sincício elétrico 
Está formado por Conexões mecânicas e elétricas 
que estão organizadas em Discos intercalares que são 
divididos em: 
 Junções mecânicas, que são as junções de 
aderência e os desmossomas; e 
- Garantem a estrutura do sincício 
 Junções comunicantes– garantem a propagação 
do estímulo elétrico 
Sincício elétrico: um estímulo do nó sinoatrial se propaga por 
todo o coração  garantindo uma contração sincrônica e 
adequada. 
Organização do sarcômero 
O sarcômero é formado por proteínas: 
 Actina: filamentos finos 
 Miosina: filamentos grosso, com cabeças e 
projeções 
 A sobreposição dos filamentos de actina e miosina é o que 
garante a contração muscular 
 
 
15 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
Sarcômero 
Linha Z Delimita o sarcômero 
Bandas I Filamentos finos  actina 
Banda A Filamentos grosso  miosina 
– sobreposição dos filamentos A e M 
Banda H Somente filamento grosso (miosina) 
Linha M Contém proteínas para o alinhamento dos 
filamentos 
 
 
Estruturas adjacentes: 
 Sarcolema: membrana plasmática que envolve o 
sarcomero/ miofibrilas 
 Retículo sarcoplasmático: regula o Ca+ intracelular 
 Túbulos T: em contato com o meio extracelular 
Proteínas que auxiliam na estruturação do sarcômero 
 Tinina: ancora os filamentos grosso às linhas Z 
 
 Tropomiosina: Cobrem o sítio de ligação da miosina com 
a actina 
 
 
 Troponina: Influencia no posicionamento da molécula de 
tropomiosina. Contém 3 subunidades: 
 Troponina T  se liga a tropomiosina 
 Troponina I  fracilita a inibição da actina com a 
miosina 
 Troponina C  se liga ao Ca+ 
- Quando o Ca+ chega, se liga na subunidade C 
movimenta a tropomiosina  expõe o sitio de 
ligação da actina, permitindo que ela se ligue com a 
cabeça miosina  interação da actina com a 
miosina = contração muscular 
 
 MEE MEC 
Retículo 
sarcoplasmático 
Mais denso e 
desenvolvido 
Menos denso e 
desenvolvido 
Túbulos T Extremidade 
das Bandas I 
Nas bandas Z, conexões 
menos desenvolvidas 
 
TC 
 Mais TC, prevenção de 
ruptura muscular e do 
estiramento excessivo 
do ♥ 
 
Contração 
A contração tem início no Nó Sinoatrial 
(automatismo do ♥) com despolarização espontânea, que 
leva a um Potencial de ação, que irá criar uma corrente de 
Ca+ que ativará canais de Ca+ do tipo L voltagem dependente 
(localizados no Sarcolema), o Ca+ servirá como gatilho para 
a liberação de mais Ca+ no retículo sarcoplasmático. Esse 
Ca+ irá atuar nos: RYRs (R de Rianodina)  Canal de Ca+- 
dependente (são canais que são ativados com Ca+ e que 
liberam ainda mais Ca+). 
Com o “plus” na liberação da Ca+, o Ca+ se liga a 
Troponina C, que sofre uma alteração conformacional do 
complexo troponina-tropomiosina – expondo o sitio de 
ligação da Actina e Miosina (ação de catraca) = contração do 
MEC 
 
16 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
Relaxamento (diástole) 
O Ca+ é liberado do complexo (com a Troponina C), 
e com a ajuda da SERCA (bomba de Ca+ do retículo 
sarcoplasmático) o Ca+ é colocado de volta para o retículo 
sarcoplasmático 
 Reacúmulo de Ca+ no retículo sarcoplasmático: SERCA 
(bomba de Ca+ do retículo sarcoplasmático) 
Mecanismos adicionais no processo de relaxamento do MEC 
 Antiporter 3Na+ Ca+  Ca+ para fora – Na+ a favor do 
gradiente (coloca o Na+ para dentro e o Ca+ para fora) 
 Sitio de atuação dos digitálicos: inibem a bomba Na – 
K – ATPase, causando o desbalance da prevalência do Na 
(extra) e K (intra), e com isso acaba com mecanismo do 
Na a favor do gradiente na bomba 3Na+ Ca+, deixando 
assim o Ca+ dentro da célula; ou seja, o Na+ não consegue 
entrar e o Ca+ não consegue sair, logo o Ca+ fica dentro da 
célula o que aumenta a sua força contrátil. 
Usados em pct com IC refratária, com o objetivo de 
aumentar a força contrátil (inotropismo +) do ♥ e 
diminuir sintomas. Não reduz a mortalidade. 
 Bomba Ca+ - sarcolêmica (dependente de ATP)  Ca+ para 
fora 
 
Regulação da contração cardíaca 
 A liberação de a será influenciada pelo SN 
simpático, através dos R β-adrenérgicos e pelo estiramento 
cardíaco (Lei de Frank-Starling) 
 Inotropismo +: ↑ da força de contração 
 Cronotropismo +: ↑ da velocidade de contração 
 O principal responsável pela regulação da contração 
cardíaca é o SN simpático (catecolaminas) 
A Ativação dos R β-adrenérgicos, vai ativar a 
adenilciclase (conversão de ATP em AMPc), o AMPc vai 
ativar o PKA, o PKA por sua vez ativa o canal de Ca+ voltagem 
dependente no sarcolema, fazendo com que mais Ca+ entre 
na célula, logo, com o aumento da entrada de Ca+ na célula 
ocorre o aumento da força contrátil (INOTROPISMO). 
A PKA, além de ativar os canal de Ca+ voltagem 
dependente, também fosforila a proteína ligada a SERCA, 
que é o fosfolambam (que vai acelerar o relaxamento), ou 
seja coloca o Ca+ de volta ao retículo sarcoplasmático, 
fazendo com que na próxima contração tenha ainda mais Ca+ 
no retículo sarcoplasmático, proporcionando uma contração 
mais efetiva, sendo assim a fosfolambam: 
 Facilita o fluxo de Ca+ para o R. sarcoplasmático, 
tendo um maior acumulo dentro do R. 
sarcoplamático, fazendo com que o próximo 
potencial de ação a contração seja mais forte. 
 Com tendência a um reacumulo mais frequente, 
com contrações encurtadas com aumento da 
velocidade. 
O SN simpático, possui efeito direto nas células 
musculares e nas do marcapasso (efeito cronotrópico). 
 Efeito final: contrações mais fortes, breves e 
frequentes – efeito cronotrópico e inotrópico 
positivo) 
A Lei de FRANK-STARLING 
Capacidade do MEC a elevar a sua força contrátil 
quando estirado. Quanto maior o volume do ♥, maior a 
força contrátil, ou seja, quanto maior a distensão das fibras, 
maior o impulso cardíaco. 
Distensão  estiramento  ↑ sensibilidade ao Ca+  ↑ 
as interações entre Actina e Miosina 
Mas, quando o coração é submetido a sobrecargas 
de volume e pressão constantes, como resposta o coração 
hipertrofia. 
Mecanismos de hipertrofia 
Concêntrica: espessamento da parede, para compensar 
a carga aumentada 
Dilatada: aumento do volume ventricular 
Prejuízo funcional: 
 Diminuição da resposta contrátil e da resposta β-
adrenérgica 
 Diminuição da resposta de Frank-Starling 
 
Visão geral do funcionamento cardíaco 
Obs. Os músculos papilares contribuem para o estiramento 
das cordas tendinhas e assim evitam o refluxo na Sístole 
 As válvulas semilunares (pulmonar e aórtica), se 
abrem devido a pressão vinda dos ventrículos e se fecham 
quando o refluxo de sangue enche seus “bolsos” na diástole, 
na aórtica inclusive ocorre a irrigação das coronárias. 
CICLO CARDÍACO 
SISTOLE - contração 
Começa com B1 (TUM) e termina com B2(TÁ) 
Dividida em 2 momentos 
Contração isovolumétrica Ejeção 
Contração sistólica, ↑ 
pressão do VE 
Rápida: 
- decréscimo abrupto do 
volume ventricular 
- Aumento do fluxo 
sanguíneo aórtico 
Abertura das semilunares 
Pico da onda R 
Fechamentos das valvas 
AV = B1 (TUM) 
↓ 
Início da sístole 
Reduzida: resquício de 
ejeção e diminuição da 
pressão aórtica 
Não temos mudança de 
volume = Volume 
diastólico final (pré-carga) 
Nem todo sangue é 
ejetado do ventrículo 
Após a ejeção parte do 
sangue reflui 
Fechamento das valvas 
semilunares (B2 – TÁ) 
 Marca o fim da sístole 
 
 
17 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
- O sangue que tinha antes da sístole = Vol. diastólico final 
- o sangue que sai durante a sístole: débito sistólico 
- O sangue que fica depois da sístole: volume sistólico final 
 O que diminui o VSF: aumento da FC ou diminuição 
da resistência vascular 
- DC: débito sistólico X FC  em torno de 5L/min 
(quantidade de sangue que é ejetada por minuto) 
- 𝑭𝒓𝒂çã𝒐 𝒅𝒆 𝒆𝒋𝒆çã𝒐 = 
𝐝é𝐛𝐢𝐭𝐨 𝐬𝐢𝐬𝐭ó𝐥𝐢𝐜𝐨
𝐕𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞 𝐝𝐢𝐚𝐬𝐭ó𝐥𝐢𝐜𝐨 𝐟𝐢𝐧𝐚𝐥
 
 % de volume que o coração consegue ejetar 
durante a sístole  Em torno de 55% 
 Medida no ECO – TT (transtorácico) 
 Importantíssimo para pacientes com 
suspeita/diagnóstico de IC 
DIÁSTOLE - relaxamento 
Começa com B2 (TÁ) e termina com B1(TUM) 
Podendo apresentar alguns sons no meio 
Dividida em 4 momentos 
1- Relaxamento isovolumétrico 
- Relaxamento das semilunares 
- Aberturadas AV 
- Redução da pressão ventricular 
2- Enchimento rápido 
Lançamento do sangue nos ventrículos relaxados 
- Podemos ter B3: 
 Principalmente em pacientes com volume 
ventricular grande, paredes ventriculares 
estiradas 
 O sangue desacelera subitamente  B3 
 Pensar em IC (presente inclusiva nos critérios 
diagnósticos de Framingham) 
3- Diástese 
Sangue que vem das VCS e VCI ou A. pulmonares 
↓ 
Desemboca nos ventrículos 
4- Contração atrial 
Contração atrial 
- Podemos ter B4: impacto do sangue da contração atrial 
sobre a coluna de sangue que já está no ventrículo 
 
 
Pré-carga Pós-carga 
É o volume que chega 
ao coração 
É a resistência que as artérias 
fazem ao ♥ 
Volume diastólico final Pressão aórtica 
Influenciada pelo RV Influenciada pela resistência 
arterial 
 
Bulhas X sopros 
Bulhas extras: sons resultantes do ciclo cardíaco 
 B1: fechamento das valvas AV 
 B2: fechamento das semilunares 
 B3: IC – distensão muscular e desaceleração do 
sangue ao entrar no ventrículo 
 B4: impacto do sangue da contração atrial sobre o 
ventrículo (patológica ou fisiológica) 
Sopro: som gerado pelo sangue passando por um espaço 
estreito ou refluindo por um lugar dilatado  Problemas 
valvares 
 Estenose: estreitamento da valva 
 Insuficiência: incapacidade de fechamento 
adequado 
Tipos de sopros 
 
Sistólico 
(Entre B1 e B2) 
Estenose das semilunares 
(Aórtica ou pulmonar) 
Insuficiência das atrioventriculares 
(mitral ou tricúspide) 
 
Diastólico 
(Entre B2 e B1) 
Estenose das atrioventriculares 
Insuficiência das semilunares 
 
 
Excitação Rítmica do Coração 
 
Sistema de Excitação-Condução 
O sistema de excitação-condução cardíaca é 
responsável por: 
 Iniciar as contrações rítmicas do miocárdio 
 Conduzir esses estímulos ao longo do miocárdio 
 Responsável pelo atraso na condução – contração 
atrial antes da contração ventricular, 
 Todo o ventrículo se contraia uniformemente, 
gerando uma contração eficiente 
 
 
18 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
Nó Sinoatrial 
 Auto excitação 
 Localizado no AD, próximo a desembocadura da 
VCS 
 Transmissão do impulso 
 Responsável por: 
- gerar o padrão rítmico 
- Controle da FC 
- Iniciar os potenciais de ação 
As membranas do nó SA possuem negatividade 
menor que o habitual, por isso os estímulos iniciam no Nó 
SA, ou seja, elas são mais facilmente despolarizadas. 
 
Potencial de ação 
A sequência de eventos: 
Dentro da célula o ambiente está super negativo (-
40mV) e fora da célula, o ambiente está positivo, e como o 
corpo tende ao equilíbrio das cargas, sendo assim as cargas 
positivas (Na+) tendem a entrar para despolarizar os 
miócitos. 
0 Abertura dos canais de Na+, que vão despolarizar a 
membrana “rápido” 
2 – 40mV  abertura dos canais de Ca+ tipo L, que vão 
gerar um platô que mantém a membrana 
despolarizada por um tempo 
3 O lado intra fica positivo  abertura dos canais de 
K+ (saída de K de dentro da cél = repolarização)  retorno à 
negatividade 
4 Estado basal até que novamente os canais de Na+ se 
abram 
 
 
Canais de Ca+ do tipo L: é o locação de ação dos fármacos 
Bloqueadores dos canais de Ca+ (BCC: alodipino), utilizados 
na hipertensão pelo seu efeito de redução da contração do 
musculo liso. Mas eles também: impedem o influxo de Ca, 
reduzindo a fase de platô e consequentemente reduz a 
contração cardíaca. 
 
Impulso elétrico 
Ao sair do Nó-SA o impulso cardíaco se liga a fibras 
atriais condutoras (fibras condutoras especializadas), essas 
fibras transmitem o impulso em até 1m/s até que o impulso 
chegue ao Nó-AV. 
 Ao chegar nó Nó-AV, o ritmo é reduzido para que 
passe ao Feixe A-V  retardo na transmissão do impulso, 
pelo motivo que as fibras do feixe A-V são mais espessas, 
pois tem um menor nº de junções comunicantes, o que 
causa a lentificação na transmissão do impulso. A 
lentificação é muito importante, faz com que o átrio se 
esvazie antes que os ventrículos se contraiam, garantindo 
um enchimento ventricular efetivo. 
 Ao sair do Nó-AV, o estimulo é conduzido pelos 
ramos direito e esquerdo até as fibras de Purkinje onde a 
velocidade é 150x maior que no feixe AV, devido a alta 
permeabilidade das junções comunicantes e ions facilmente 
transmissíveis fazendo com que o impulso chegue 
rapidamente. 
 As fibras seguem em direção ao ápice, se dirigem 
em direção à base, penetram no miocárdio e o impulso se 
propaga por toda a massa ventricular de forma homogênea. 
 Único sentido possível, pois a barreira fibrosa que 
separa os átrios dos ventrículos funciona como 
isolante do impulso elétrico, fazendo com que o 
impulso não se propague no sentido contrário. 
 
Outros pontos também possuem excitação 
intrínseca (são capazes de gerar potencial de ação de forma 
autonômica). E esses são o Nó Atrioventricular e as fibras de 
Purkinje que assumem o papel de marca-passo ectópico 
 
19 Felipe Altimari - 7ª Etapa – Dispneia, dor torácica e edema 
quando ocorrem falhas de condução, como pode ocorrer em 
condições patológicas (Bloqueio átrio-ventricular – BAV) 
como mecanismo compensatório para garantir a contração 
cardíaca efetiva. 
E a diferença desses é que o Nó Sinoatrial, possui 
um limiar mais susceptível a excitação e de forma mais 
rápida. Basicamente o Nó Sinoatrial sobrepõe aos estímulos 
advindos em outros lugares. 
Regulação da função cardíaca 
 O que influencia no débito cardíaco, podendo ser 
alterado “mexendo” na FC ou no volume sistólico 
𝐷𝐶 = 𝐹𝐶 × 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑠𝑖𝑠𝑡ó𝑙𝑖𝑐𝑜 
Regulação da FC 
A regulação da FC pode ser mediada pelo: 
 SN autônomo 
 SNC 
 Reflexo barorreceptor 
 Reflexo de Brainbridge 
 Receptores atriais e ventriculares 
 Quimiorreceptores 
SN autônomo 
Atua diretamente no Nó Sinoatrial: 
Parassimpático Simpático 
↓ FC Intensifica o automatismo 
Origem (nervo vago): 
Bulbo 
↓ 
Cél. Motoras no nervo X 
↓ 
Fibras vagais 
↓ 
Mediastino 
↓ 
Cél. Pós-ganglionares 
vagais 
↓ 
Superfície epicárdica 
↑ FC 
Origem: 
Colunas intermediolaterais 
dos 5-6 seguimentos 
inferiores da medula 
cervical 
↓ 
Sinapse no gânglio 
estrelado 
↓ 
Plexo eferente para o ♥ 
↓ 
Epicardio 
↓ 
Miocardio e coronárias 
↓ 
Nó sinoatrial 
N. X Direito 
↓ 
Nó SA 
N. X Esquerdo 
↓ 
Nó AV 
NT: acetilcolina 
- Rapidamente degradada 
pela colinesterase. 
- Efeitos decaem rápido 
quando o estimulo é 
interrompido 
NT: norepinefrina 
(liberada diretamente nas 
terminações 
- efeito prolongado  
atuação por 2ºs 
mensageiros 
 
SNC 
No SNC as regiões de controle da FC são o córtex e 
o diencéfalo, eles iniciam as reações cardíacas durante a 
excitação, ansiedade e outros estados emocionais. 
 Lado direito: potencializadora de função 
 Lado esquerdo: aceleradora de função 
Reflexos BARORRECEPTORES e de BRAINBRIDGE 
 
 
 
Reflexos 
BARORRECEPTORES 
Realizado pelos barorreceptores no 
arco aórtico e nos seios carotídeos 
Variação da pressão vão levar a FC 
para o lado oposto: 
- ↓ pressão = ↑ FC; isso ocorre como 
resposta compensatória, fazendo com 
que o ♥ bata mais rápido, ejetando o 
sangue em direção a circulação 
periférica 
 
 
 
 
Reflexos de 
BRAINBRIDGE 
 
Porém ele é 
neutralizado pelo 
reflexo 
barorreceptor 
Infusão IV 
↓ 
↑ P. atrial direita 
↓ 
Estimula R 
atriais 
↓ 
Reflexo de 
Brainbridge 
↓ 
Aumentos no DC 
↓ 
Aumentos na PA 
↓ 
Reflexo 
Baroreceptor 
+ FC − 
 
Quimiorreceptores 
São sensíveis às alterações de composição do sangue 
 Níveis de CO2 
 Níveis de O2 
 pH sanguíneo 
Quando se tem uma PO2 baixa, terá um aumento na 
descarga do quimiorreceptor, ele vai estimular o centro 
respiratório, levando a um ↑ respiratório, excitação do 
centro vagal bulbar, o que leva a ↓ da FC. 
Com o passar do tempo, ocorre o aumento do trabalho 
respiratório, levando a uma hipocapnia (devido a hipoventilação) e 
por consequência levará a inibição do centro vagal bulbar, levando 
a uma anulação do efeito sobre a FC.

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