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Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem Síndrome Hipertensiva Específica da Gestação SHEG Profª. Ms. Jacira dos Santos Contino Pereira 2021 Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem INTERCORRÊNCIAS OBSTÉTRICAS As intercorrências obstétricas podem surgir tanto no início quanto no final da gestação e se caracterizam por estados mórbidos que acometem a mãe e o feto. Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem Síndrome Hipertensiva Específica da Gestação Caracteriza-se pela ocorrência ou agravamento da hipertensão a partir da 20ª semana de idade gestacional, associada a edema e/ou proteinúria. A cura para a SHEG é o parto. Por essa razão, se o parto não é aconselhado devido à imaturidade fetal, os esforços são dirigidos no sentido de controlar os sintomas, a fim de melhorar a condição materna e fetal até que o parto possa ser realizado. Os objetivos terapêuticos no tratamento da SHEG são finalizar a gestação com o mínimo de trauma materno-fetal, promover o desenvolvimento normal da criança, restaurar a saúde materna, diminuir a irritabilidade do sistema nervoso central, controlar a pressão sanguínea e promover a diurese. Classificação: 1) Hipertensão não relacionada a gestação; 2) Hipertensão relacionada a gestação = SHEG Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem CRITÉRIOS PARA SHEG GRAVE: 1. Descolamento da placenta; 2. Prematuridade; 3. Restrição do crescimento intra-uterino; 4. PA diastólica >/= 110mmHg; 5. Cefaléia associada a HAS; 6. Distúrbios visuais relacionados à HAS; 7. Dor epigástrica; 8. Dor em hipocôndrio direito; 9. Proteinúria igual/maior que 2g em 24 horas ou 2+ em fita urinária 10. Oligúria (menor que 500ml/dia, ou 25ml/hora) 11. Edema Pulmonar; 12. Plaquetopenia (<100.000/mm3); 13. Hemólise; 14. Enzimas hepáticas elevadas. Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem 1. Edema; 2. Dor de estômago; 3. Mal estar geral; 4. Náuseas; 5. Vômitos; 6. Dor na nuca; 7. Dor no abdome em faixa; 8. Tontura; 9. Escotomas cintilantes; 10. Dor em hipocôndrio direito. Sinais e sintomas Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem SINDROME HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO Classificação da SHEG: 1) Pré-eclâmpsia Leve; 2) Pré-eclâmpsia Grave; 3) Eclâmpsia; 4) Síndrome HELLP (Hemolysis; Elevated Liver enzymes; Low Platelets). H – Hemólise; EL – Enzimas Hepáticas Elevadas; LP – Baixa contagem de Plaquetas. Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem PRÉ-ECLÂMPSIA Conceitua-se como pré-eclâmpsia o aparecimento de hipertensão arterial, acompanhada de proteinúria em gestação acima da 20ª semana, podendo haver edema ou não. Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem Pré-eclâmpsia leve As gestantes com pré-eclâmpsia leve, de preferência, devem ser hospitalizadas para avaliação diagnóstica inicial e mantidas com dieta normossódica e repouso relativo. Na avaliação das condições maternas deve constar: ❑PA de 4/4h durante o dia; ❑Pesagem diária; ❑Pesquisa de sintomas de iminência de eclâmpsia: ❑Cefaleia frontal ou occipital persistente; ❑Distúrbios visuais (escotomas, diplopia, amaurose); ❑Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito, acompanhada ou não de náuseas e vômitos; ❑Hiper-reflexia; ❑Proteinúria na fita ou proteinúria de 24 horas; ❑Hematócrito e plaquetas; ❑Provas de função renal e hepática. Não há necessidade de tratamento medicamentoso. Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem Avaliação das condições fetais: ❑ Contagem de movimentos fetais diariamente; ❑ Avaliação do crescimento fetal e do líquido amniótico. Se os resultados estiverem normais, repetir o teste a cada três semanas; ❑ Cardiotocografia basal (CTGB), se disponível. Se a CTGB for reativa, repetir semanalmente; ❑ A reavaliação materna e fetal deve ser imediata se ocorrerem mudanças abruptas nas condições maternas, redirecionando a conduta. Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem A presença dos seguintes sinais e sintomas demanda retorno imediato ao hospital: ❑PA 150/100mmHg; ❑Proteinúria na fita ++ ou mais; ❑Aumento exagerado de peso; ❑Cefaléia grave e persistente. ❑Dor abdominal persistente, principalmente na região epigástrica e hipocôndrio direito; ❑Sangramento vaginal; ❑Presença de contrações uterinas regulares; ❑Presença de distúrbios visuais como diplopia, fotofobia, escotomas, amaurose; ❑Náusea ou vômitos persistentes; ❑Diminuição dos movimentos fetais. Escola de Ciências da Saúde Curso: EnfermagemAVALIAÇÃO MATERNA 1. Registro diário MAF 2. Cardiotocografia 3. USG – Biometria fetal 1. Hemograma 2. Cont. Plaquetas 3. Função renal 4. Proteína 24h 5. ECG 6. Oftalmoscopia 7. Urina I Ácido úrico Creatinina Uréia Com níveis tensionais > 100mmHg é recomendável a internação para avaliação e usar hipotensores (***) COMPROMETIDA (**) ANTECIPAÇÃO DO PARTO (*) NÃO COMPROMETIDA REAVALIAÇÕES SEMANAIS NORMAL COMPROMETIDA (**) Aguardar (*) Trabalho de parto Espontâneo/termo LEGENDA: (*) Via de parto: indicação obstétrica, não ultrapassar 40 semanas. (**)Corticóides: usar entre 28ª /34ª semana. (***) Hipotensores: 1.α metildopa - 750mg a 2,0g; 2. Hidralazina – 50 a 200mg/dia; 3. β-bloqueadores – 10 a 30mg/dia; 4. Nifedipina – 20 a 60 mg/dia NÃO USAR DIURÉTICOS: reduzem o volume intravascular e a perfusão placentária já reduzida na pré- eclâmpsia AVALIAÇÃO VITALIDADE FETAL Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem PRÉ-ECLÂMPSIA OU ECLÂMPSIA Corresponde ao quadro de pré-eclâmpsia grave, caracterizado clinicamente por sinais de encefalopatia hipertensiva, dor na região epigástrica e hipocôndrio direito. Eclâmpsia é o aparecimento de CONVULSÕES seguidas ou não de coma, em pacientes com pré- eclâmpsia. Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem IMINÊNCIA DE PRÉ-ECLÂMPSIA OU ECLÂMPSIA Tratamento das convulsões, da hipertensão, dos distúrbios metabólicos e cuidados gerais. ❑ Anti-convulsivante – sulfato de magnésio ❑ Hipotensores – Metildopa (Aldomet®) ou hidralazina (apresolina®, nepresol®). Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem ENFERMEIROS (ALERTA NA ADMINISTRAÇÃO DE SULFATO DE MAGNÉSIO ) ❑ A aplicação da dose intravenosa de deve ser efetuada lentamente (15 a 20 minutos); ❑ Na aplicação intramuscular deve-se proceder rigorosa antissepsia; ❑ A solução não deve ser aplicada no mesmo ponto; ❑ A aplicação deve ser profunda e pode-se associar lidocaína para diminuir a dor. A ADMINISTRAÇÃO DEVERÁ SER SUSPENSA CASO: ✓ Frequência respiratória tenha menos que 16 irpm; ✓ Os reflexos patelares estejam ausentes; ✓A diurese seja inferior a 100ml durante 4horas precedentes a administração do medicamento. Escola de Ciências da Saúde Curso: EnfermagemALERTA ❑ O Gluconato de Cálcio a 10% é o antagonista do Sulfato de Magnésio (atua como antídoto); ❑ É indispensável manter à mão uma ampola de 10ml para aplicação imediata no caso de eventual parada respiratória. (raramente acontecerá se for observadas as normas de aplicação e vigilância do Sulfato de Magnésio); ❑ Manter ambiente tranquilo, o mais silencioso possível; ❑ Decúbito elevado à 300; ❑ Face da cliente lateralizada; ❑ Cateter nasal com oxigênio (5L/min); ❑ Punção de veia calibrosa; ❑ Sonda vesical contínua; ❑ Ao realizar hipotensor (verificar PA de 20/20min) Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem SÍNDROME HELLP É uma das formas clínicas da pré eclâmpsia grave, sendo causa frequente de morte materna. Diagnóstico (caracteriza-se por): ❑ Hemólise (elevação de bilirrubina e da desidrogenase láctica); ❑ Elevação das Enzimas Hepáticas – transaminases hepáticas, maiores que 70UI/litros; ❑ Plaquetopenia – trombocitopenia grave e em níveis menores que 100.000 plaquetas/mm³ Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem ❑ Atentar para sangramentos em locais de punção; ❑ Petéquias; ❑ Equimoses; ❑ Punção venosa calibrosa; ❑ Instalação da pressão venosa central (PVC); ❑ Sonda vesicalde demora; ❑ Monitorização dos sinais vitais. Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE ❑ Repouso físico e mental; ❑ Dieta ❑ Exercícios coordenados. PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE ❑ Internação com dietoterapia; ❑ Monitorização materna fetal; ❑ Repouso; ❑ Terapia medicamentosa. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem ECLÂMPSIA ❑ Assistência ventilatória; ❑ Terapia anti-convulsivante (MgSO4); ❑ Cuidados intensivos. SÍNDROME HELLP ❑ Cuidados intensivos; ❑ Correção dos distúrbios de coagulação. Escola de Ciências da Saúde Curso: Enfermagem Ministério da Saúde. (BR). Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 5ª Edição – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. FREITAS, Fernando et all. Rotinas em Obstetrícia. Porto Alegre: Artmed, 2011. FERRAO, M. H. de L. et al. Efetividade do tratamento de gestantes hipertensas. Revista Associação Medica Brasileira. São Paulo, volume 52, n0. 6, 2006. MONTENEGRO,R. Obstetrícia Fundamental, 10a edição, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2006 SOARES, H. de S.; FLORIANO, N. A. R.; ROSSO, L. A enfermagem e os cuidados na pré-eclâmpsia. Curitiba, 2008. REFERÊNCIAS