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Resenha Cap 1 - Rouquayrol Epidemiologia e Saúde

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RESENHA CAP. 1 - EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE
 
 
Izabella Soares Gomes
Curso de Graduação em Enfermagem
Epidemiologia
Leila das Graças Siqueira
18/08/2021
 
Filho, Naomar A. Uma breve história da epidemiologia. In: Rouquayrol, M. Z.; Filho, N. A. Epidemiologia & saúde. 6 ed. Guanabara, p. 1-13.
O autor do capítulo introduz sua abordagem com os primórdios da epidemiologia, passando pelo conceito de Medicina na Grécia antiga e das crenças e práticas repassadas ao longo do tempo. O primeiro tópico discute a medicina individual e a medicina coletiva, relembrando as contribuições de Hipócrates na fundação da epidemiologia por meio de sua teoria higéica e da descrição de epidemias. Contudo, os filhos de Hipócrates não seguiram a mesma linha de pensamento, ficando conhecidos pela medicina individualista e pelo espírito mercadológico.
Na era romana, a epidemiologia consistia em censos periódicos e registros dos nascimentos e mortes. Ao longo do tempo, surgiu na Idade Média um caráter religioso na prática médica, o que vulnerabilizou ainda mais as populações pobres e popularizou a função dos boticários e dos médicos de caridade. Tão somente no apogeu da medicina árabe, no século X, os muçulmanos voltaram a adotar práticas de saúde pública e vigilância epidemiológica, pregando uma medicina do coletivo.
O segundo eixo histórico da epidemiologia foi a estatística, ciência que se tornou o alicerce epidemiológico ao permitir a quantificação de pessoas, formular estimativas de saúde e randomizar estudos. A integração entre a clínica e a estatística foi essencial para a criação de uma ciência da saúde, reafirmando o caráter social e político da prática médica. Houve também a criação do conceito de "aritmética política" e a elaboração das primeiras tabelas de mortalidade.
O papel da ciência social é essencial na epidemiologia, exercendo a função de controle de doenças e da qualidade de vida da população. As condições sociais são determinantes na qualidade de vida e nos indicadores de saúde, portanto estudá-las é fundamental na construção de uma boa investigação epidemiológica. Por esse método, cria-se a epidemiologia social, que estuda como a sociedade influencia na saúde dos indivíduos. Os estudos de John Snow foram o pilar da epidemiologia social.
Em determinado momento, com os avanços da microbiologia, a teoria "panaceia" voltou aos holofotes, mas essa teoria foi barrada pelo controle de doenças e pelo fortalecimento das pesquisas em patologia e medicina experimental. Os avanços tecnológicos tiraram um pouco do caráter social da medicina, considerando que a tecnologia aumentou os custos do atendimento médico e elitizou o acesso à saúde. O caráter social da medicina retornou somente por meio da epidemiologia, que permitiu maior valorização dos coletivos no estudo do processo saúde-doença.
Atualmente, as análises epidemiológicas estão baseadas em grandes bancos de dados e na sistematização dos processos, usando da tecnologia como meio de facilidade. Nas décadas de 70 e 80, a multicausalidade (conceito que considera diversos fatores além dos agentes etiológicos como responsáveis pelo surgimento de doenças) deu fôlego à ideia de bem-estar biopsicossocial, e vertentes como a epidemiologia clínica e a epidemiologia social ganharam maior força em razão da valorização das evidências clínicas e dos estudos sociais.

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