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Sistema Nervoso Central: Meninges e Embriologia

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Abertura: 10-08-2021 Fechamento:12-08-2021.
APG - S2P1: 
1) Estudar a formação da circulação e absorção do Líquido Cefalorraquidiano.
2) Conhecer as cavidades do Sistema Nervoso Central.
3) Estudar o plexo coróide e sua localização.
4) Entender a embriologia das meninges, plexo coróide e canal ependimário.
EMBRIOLOGIA 
4º Objetivo
A placa pré-cordal funciona como um centro sinalizador para o controle do desenvolvimento das estruturas cranianas, incluindo o prosencéfalo ( e os olhos.
EMBRIOLOGIA DAS MENINGES
O folheto embrionário ectoderma, dá origem o sistema nervoso central, sistema nervoso periférico, à hipófase, entre outras estruturas. 
As células da crista neural, derivadas da neuroectoderma, a região central do ectoderma inicial, originam ou participam da formação de muitos tipos celulares e órgãos, incluindo as células da medula espinhal, dos nervosos cranianos ( V,VII, IX e X) e dos gânglios autônomos; as células mielinizantes do sistema nervoso periférico; as células pigmentares da derme; os músculos, os tecidos conjuntivos e os ossos originados dos arcos faríngeos; a medular da suprarrenal e as meninges (membranas) do encéfalo e da medula espinhal.
MENINGES
O sistema nervoso central está contido e protegido na caixa craniana e no canal vertebral, envolvido por membranas de tecido conjuntivo chamadas de meninges.É dividida em dois folhetos, um mais externo, junto ao osso do crânio e outro interno mais colado no aracnoide. 
· Membranas conjuntivas
· Envolvem o SNC 
Dura-máter = paquimeninge=meninge grossa 
AracnóideLeptomeninges = meninge fina
Pia-máter
· Dura-máter (localizada mais externa): É a meninges mais externa, constituída de tecido conjuntivo denso aderido ao periósteo dos ossos da caixa craniana.
Envolve a medula espinal, é separada do periósteo das vértebras, formando-se entre os dois o espaço peridural, o qual contém veias de parede muito delgada, tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo. 
Em todo SNC, a superfície da dura-máter em contato com a aracnoide constitui um local de fácil clivagem, onde, muitas vezes, em situações patológicas, pode acumular-se sangue externamente à aracnoide, constituindo o chamado espaço subdural, que não existe em condições normais. 
A superfície interna da dura-máter no cérebro e a superfície externa da dura-máter do canal vertebral são revestidas por um epitélio simples pavimentoso de origem mesenquimatosa ( tecido conjuntivo embrionário que dá origem aos tecidos conjuntivos em adulto).
Conjuntivo rico em fibras colágenas, vasos e nervos ( ricamente inervada)
No crânio: 2 folhetos
- periósteo interno
- meníngeo
Artéria meníngea média
- ramo da a. maxilar
- forame espinhoso
 - ptério
Pregas (folheto interno)
- foice do cérebro
- tenda do cerebelo (tentório)
compartimentos supra e infra-tentoriais
incisura (abertura por onda passa mesencéfalo)
- foice do cerebelo
- diafragma da sela
· Aracnoide (localizada fica localizada entre a dura-máter e a pia-máter): apresenta duas partes: uma em contato com a dura-máter e sob a forma de membrana, e outra constituída por traves que ligam a aracnoide à pia-máter. 
As cavidades entre as traves conjuntivas formam o espaço subaracnóideo, que contém líquido cefalorraquidiano (LCR), e comunica-se com os ventrículos cerebrais, mas não tem comunicação com o espaço subdural. 
O espaço subaracnóideo, cheio de líquido, constitui um colchão hidráulico que protege o SNC contra traumatismos.
É formada por tecido conjuntivo sem vasos sanguíneos, e suas superfícies são todas revestidas pelo mesmo tipo de epitélio que reveste a dura-máter: simples pavimentoso e de origem mesenquimatosa. 
Em certos locais, ela forma expansões que perfuram a dura-máter e provocam saliências em seios venosos, onde terminam como dilatações fechadas: as vilosidades da aracnoide, cuja função é transferir LCR para o sangue. Assim, o líquido atravessa a parede da vilosidade e a do seio venoso até chegar ao sangue.
· Granulações aracnóideas
- digitações da aracnóide para o interior dos seios durais, levando
o prolongamento do espaço subaracnóideo
 - absorção do líquor para o sangue
· Pia-máter (localizada mais internamente): é muito vascularizada e aderente ao tecido nervoso,
embora não fique em contato direto com células ou fibras nervosas.
Entre a pia-máter e os elementos nervosos, situam-se prolongamentos dos astrócitos, que, formando uma camada muito delgada (fino), unem-se firmemente à face interna da pia-máter.
A superfície externa da pia-máter é revestida por células achatadas, originadas do mesênquima embrionário.
Os vasos sanguíneos penetram o tecido nervoso por meio de túneis revestidos por pia-máter, os espaços perivasculares. 
A pia-máter deixa de existir antes que os vasos mais calibrosos se transformem em capilares. 
Os capilares do SNC são totalmente envolvidos pelos prolongamentos dos astrócitos.
Os astrócitos com prolongamentos menos numerosos e mais longos são chamados astrócitos fibrosos e se localizam na substância branca; os astrócitos protoplasmáticos,
encontrados principalmente na substância cinzenta, apresentam maior número de prolongamentos que são curtos e muito ramificados. Os astrócitos formam a barreira hematencefálica, uma barreira
funcional que dificulta a passagem de determinadas substâncias, como alguns antibióticos, agentes
químicos e toxinas, do sangue para o tecido nervoso.
· Aderida ao tecido nervoso, acompanhando suas elevações e
Depressões.
· Dá forma e resistência ao tecido nervoso.
· Acompanha vasos (espaços perivasculares).
Existe um espaço entre cada meninge
	O ESPAÇO
	FICA ENTRE
	Epidural ou Extradural (+externo)
	O osso e a Dura-máter
	Subdural
	A Dura-máter e a Aracnoide
	SUBARACNOIDEO (*mais importante) 
	Aracnoide e a Pia-máter
PLEXOS COROIDES ( estrutura periventricular)
São compostos por pregas da pia-máter ricas em capilares fenestrados (buracos) e dilatados, situados no interior dos ventrículos cerebrais. 
Formam o teto do terceiro e do quarto ventrículos e parte das paredes dos ventrículos laterais.
 
São constituídos pelo tecido conjuntivo frouxo da pia-máter, revestido por epitélio simples, cúbico ou colunar baixo, cujas células são transportadoras de íons. 
A principal função dos plexos coroides é produzido (secretar) o LCR, que contém apenas pequena quantidade de sólidos e ocupa as cavidades dos ventrículos, o canal central da medula, o espaço subaracnóideo e os espaços perivasculares (que se situa à volta dos vasos sanguíneos).
Ele é importante para o metabolismo do SNC e o protege contra traumatismos.
O plexo corioide da parte central dos ventrículos laterais continua com o do III ventrículo através do forame interventricular e, acompanhando o trajeto curvo do fómix, atinge o como inferior do ventrículo lateral. Os cornos anterior e posterior não possuem plexos corioides.
CANAS EPENDIMÁRIO
Em cortes transversais da medula espinal, a substância branca se localiza externamente e a cinzenta internamente, com a forma da letra H. No centro do H medular há um orifício denominado canal ependimário que é o canal central da medula. Este é revestido por células ependimárias.
Nesse canal circula líquido cerebrospinal, também conhecido como cefalorraquidiano. Esse líquido atua, entre outras funções, garantindo que o sistema nervoso central receba nutrientes e que resíduos metabólicos sejam retirados.
3º Objetivo (Estudar o plexo coróide e sua localização.)
Os plexos são formados por agrupamento de nervos, nervos plurissegmentares (que ocorrem para formação dos plexos)
Obs: com exceção do nervo intercostal ( quando tem a formação dos nervos intercostais ele não se une a outra raiz espinal, outro nervo, ele já sai com seu segmento medular com correspondente)
PLEXOS COROIDES ( estrutura periventricular)
O plexo corioide da parte central dos ventrículos laterais continua com o do III ventrículo através do forame interventricular e, acompanhando o trajeto curvo do fómix, atinge o como inferior do ventrículo lateral.Os comos anterior e posterior não possuem plexos corioides.
Os plexos coroides dos ventrículos, são plexos que fornecem um tipo de barreira, a barreira hematolicorica que é barreira entre o sangue e o licor. 
Plexos do Sistema Nervoso:
1) Plexo Cervical ( C1 até C4)A partir dos nervos espinais, medulares
2) Braquial ( ocorre de C5 até T1)
3) Lombossacral ( ocorre de L2 até S4)
4) Coccígeo ( ocorre de S5 até CC1)
5) Carotídeo
6) Cardíaco
7) Celíaco ( solar) 
8) Entérico 
9) Renal Plexo Visceral ( formados a partir do nervo vago)
10) Esofágico 
11) Gástrico 
12) Frênico 
13) Pulmonar 
14) Timpânico 
15) Pré-vertebral 
2º Objetivo (Conhecer as cavidades do Sistema Nervoso Central)
O sistema ventricular é uma rede de cavidades preenchidas com líquido cefalorraquidiano (ventrículos) dentro do cérebro.
· Morfologia dos Ventrículos Laterais
Os hemisférios cerebrais possuem cavidades revestidas de epêndima e contendo líquido cerebroespinhal, os ventrículos laterais esquerdo e direito, que se comunicam com o III ventrículo pelo respectivo forame interventricular. Exceto por este forame, cada ventrículo é uma cavidade completamente fechada, cuja capacidade varia de um indivíduo para outro, e apresenta sempre uma parte central e três cornos que correspondem aos três polos do hemisfério. As partes que se projetam nos lobos frontal, occipital e temporal são, respectivamente, os cornos anterior, posterior e inferior. 
Com exceção do corno inferior, todas as partes do ventrículo lateral têm o teto formado pelo corpo caloso, cuja remoção expõe amplamente a cavidade ventricular.
· Morfologia das Paredes Ventriculares
Os elementos que fazem proeminência nas paredes dos ventrículos laterais serão descritos a seguir, con¬ siderando, respectivamente, o como anterior, a parte central e os cornos posterior e inferior. O corno anterior é a parte do ventrículo lateral que se situa adiante do forame interventricular. Sua parede medial é vertical e constituída pelo septo pelúcido, que separa o como anterior dos dois ventrículos laterais. O assoalho, inclinado, forma também a parede lateral e é constituído pela cabeça do núcleo caudado, proeminente na cavidade ventricular. 
O teto e o limite anterior do como anterior são formados pelo corpo caloso. Aparte central do ventrículo lateral estende-se dentro do lobo parietal, do nível do forame interventricular para trás, até o esplênio do corpo caloso, onde a cavidade se bifurca em cornos inferior e posterior, na região denominada trígono colateral. O teto da parte central é formado pelo corpo caloso, e a parede medial pelo septo pelúcido.
 O assoalho, inclinado, une-se ao teto no ângulo lateral, e apresenta as seguintes formações: fómix, plexo corioide, parte lateral da face dorsal do tálamo, estria terminal e núcleo caudado.
O corno posterior estende-se para dentro do lobo occipital e termina posteriormente em ponta, depois de descrever uma curva de concavidade medial. Suas paredes, em quase toda a extensão, são formadas por fibras do corpo caloso. O corno inferior curva-se inferiormente e a seguir anteriormente, em direção ao polo temporal, a partir do trígono colateral. O teto do como inferior é formado pela substância branca do hemisfério e apresenta, ao longo de sua margem medial, a cauda do núcleo caudado e a estria terminal, estruturas que acompanham a curva descrita pelo como inferior do ventrículo. Na extremidade da cauda do núcleo caudado observa-se discreta eminência arredondada, às vezes pouco nítida, formada pelo corpo amigdaloide ou amígdala cerebral, que faz saliência na parte terminal do teto do como inferior do ventrículo. A maior parte da amígdala não tem relação com a superfície ventricular e só pode ser vista em toda a sua extensão em secções do lobo temporal. Tem importante função relacionada com as emoções, em especial com o medo.
O assoalho do como inferior do ventrículo apresenta duas eminências alongadas, a eminência colateral, formada pelo sulco colateral, e o hipocampo, situado medialmente a ela. O hipocampo é uma elevação curva e muito pronunciada que se dispõe acima do giro para-hipocampal e é constituído de um tipo de córtex muito antigo (arquicórtex). Ele se liga às pernas do fórnix por um feixe de fibras nervosas que constituem a fímbria do hipocampo situada ao longo de sua borda medial. Ao longo da margem da fímbria há uma fita estreita e denteada, de substância cinzenta, o giro denteado. O hipocampo se liga lateralmente ao giro para-hipocampal através de uma porção de córtex denominada subiculum e que tem função relacionada à memória.
1º Objetivo (Estudar a formação da circulação e absorção do Líquido Cefalorraquidiano.)
O que é LIQUOR ou LÍQUIDO CEREBROESPINHAL OU CEFALORRAQUIDIANO?
· LIQUOR Líquido 
· LÍQUIDO CEREBROESPINHAL significa que ele circula no cérebro e na medula ( espinhal)
· CEFALORRAQUIDIANO Porque ele circula no encéfalo e na medula raquidiana
O liquor ou líquido cerebroespinhal é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares.
Circulação:
Ele circula nos ventrículos cerebrais. O 3 e 4 ventrículos e ventrículos laterais.
No espaço subaracnoide ( entre a aracnoide e pia-máter)
Tem em torno de 100 a 150ml de licor circulando por toda área renovando-se completamente a cada 8h.
Função:
A função primordial do liquor é de proteção mecânica do sistema nervoso central, formando um verdadeiro coxim líquido entre este e o estojo ósseo. 
Qualquer pressão ou choque que se exerça em um ponto deste coxim líquido, em virtude do princípio de Pascal, irá se distribuir igualmente a todos os pontos. Desse modo, o liquor constitui um eficiente mecanismo amortecedor dos choques que frequentemente atingem o sistema nervoso central.
Por outro lado, em virtude da disposição do espaço subaracnóideo, que envolve todo o sistema nervoso central, este fica totalmente submerso em líquido e, de acordo com o princípio de Arquimedes, toma-se muito mais leve e, de 1.500 gramas passa ao peso equivalente a 50 gramas flutuando no liquor, o que reduz o risco de traumatismos do encéfalo resultantes do contato com os ossos do crânio.
Formação:
Formação, Absorção
acreditou-se que o liquor seria formado somente pelos plexos corioides, estrutura enovelada formada por dobras de pia-máter, vasos sanguíneos e células ependimárias modificadas. Estudos mais modernos, entretanto, mostraram que o liquor é produzido mesmo na ausência de plexos corioides, sendo o epêndima das paredes ventriculares responsável por 40% do total do liquor formado.
Acreditou-se também que o liquor resultaria apenas de um processo de filtração do plasma pelos plexos corioides. Entretanto, sabe-se hoje que ele é ativamente secretado pelo epitélio ependimário, sobretudo dos plexos corioides, e sua composição é determinada por mecanismos de transporte específicos. Sua formação envolve transporte ativo de Na+CL, através das células ependimárias dos plexos corioides, acompanhado de certa quantidade de água, necessária à manutenção do equilíbrio osmótico. Entende-se, assim, porque a composição do liquor é diferente da do plasma.
Os ventrículos laterais contribuem com o maior contingente liquórico, que passa ao III ventrículo pelos forames interventriculares e daí ao IV ventrículo através do aqueduto cerebral. Por meio das aberturas mediana e laterais do IV ventrículo, o liquor formado no interior dos ventrículos ganha o espaço subaracnóideo, sendo reabsorvido, sobretudo através das granulações aracnóideas que se projetam no interior dos seios da dura-máter, pelas quais chega à circulação geral sistémica.
Como essas granulações predominam no seio sagital superior, a circulação do liquor no espaço subaracnóideo se faz de baixo para cima, devendo, pois, atravessar o espaço entre a incisura da tenda e o mesencéfalo. No espaço subaracnóideo da medula, o liquor desce em direção caudal, mas apenas uma parte volta, pois há reabsorção liquórica nas pequenas granulações aracnóideas existentes nosprolongamentos da dura-máter que acompanham as raízes dos nervos espinhais.
A circulação do liquor é extremamente lenta e são ainda discutidos os fatores que a determinam. Sem dúvida, a produção do liquor em uma extremidade e a sua absorção em outra já são suficientes para causar sua movimentação. Outro fator é a pulsação das artérias intracranianas que, a cada sístole, aumenta a pressão liquórica, possivelmente contribuindo para empurrar o liquor através das granulações aracnóideas.
Além de sua função de proteção mecânica do encéfalo, em tomo do qual forma um coxim líquido, o liquor tem as seguintes funções:
a) Manutenção de um meio químico estável no sistema ventricular, por meio de troca de componentes químicos com os espaços intersticiais, permanecendo estável a composição química do liquor, mesmo quando ocorrem grandes alterações na composição química do plasma.
b) Excreção de produtos tóxicos do metabolismo das células do tecido nervoso que passam aos espaços intersticiais de onde são lançados no liquor e deste para o sangue. Pesquisas recentes (Xie et al., 2013)2 mostraram que o volume dos espaços intersticiais aumenta 60% durante o sono facilitando a eliminação de metabólitos tóxicos acumulados durante a vigília.
c) Veículo de comunicação entre diferentes áreas do SNC. Por exemplo, hormônios produzidos no hipotálamo são liberados no sangue, mas também no liquor podendo agir sobre regiões distantes do sistema ventricular.
HIDROCEFALIA
Existem processos patológicos que interferem na produção, circulação e absorção do liquor, causando as chamadas hidrocefalias. Estas se caracterizam por aumento da quantidade e da pressão do liquor, levando à dilatação dos ventrículos e compressão do tecido nervoso de encontro ao estojo ósseo, com consequências muito graves. Por vezes, a hidrocefalia ocorre durante a vida fetal, geralmente em decorrência de anomalias congénitas do sistema ventricular. Nesses casos, assim como em lactentes jovens, já que os ossos do crânio ainda não estão soldados, há grande dilatação da cabeça da criança, o que confere alguma proteção ao encéfalo. No adulto, como o crânio não se expande, a pressão intracraniana se eleva rapidamente, com compressão das estruturas e sintomas típicos de cefaleia e vómitos, evoluindo para Herniação (ver adiante), coma e óbito, caso não ocorra tratamento de urgência.
Existem dois tipos de hidrocefalias: comunicantes e não comunicantes. As hidrocefalias comunicantes resultam do aumento na produção ou deficiência na absorção do liquor, em razão de processos patológicos dos plexos corioides ou dos seios da dura-máter e granulações aracnóideas. As hidrocefalias não comunicantes são muito mais frequentes e resultam de obstruções no trajeto do liquor, o que pode ocorrer nos seguintes locais:
a) forame interventricular, provocando dilatação do ventrículo lateral correspondente;
b) aqueduto cerebral, provocando dilatação do III ventrículo e dos ventrículos laterais, contrastando com o IV ventrículo, que permanece com dimensões normais;
c) aberturas medianas e laterais do IV ventrículo, provocando dilatação de todo o sistema ventricular.
d) incisura da tenda, impedindo a passagem do liquor do compartimento infratentorial para o supratentorial, provocando também dilatação de todo o sistema ventricular.
Existem vários procedimentos cirúrgicos visando diminuir apressão liquóricanas hidrocefalias. Pode-se, por exemplo, drenar o liquor por meio de um cateter, ligando um dos ventrículos à cavidade peritoneal, nas chamadas derivações ventrículo-peritoneais.

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