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HIPERTENSÃO ARTERIAL

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CLÍNICA DO IDOSO
HIPERTENSÃO ARTERIAL
RECIFE,
2021
HIRPERTENSÃO ARTERIAL
1. O QUE É? 
Primeiramente é preciso entender que a pressão areterial é:
· É apresentada em milímetros de mercúrio (mmHg). 
· O primeiro valor é a pressão sistólica, ou máxima – o recomendável é que não passe de 120 mmHg. O segundo valor é a pressão diastólica, ou mínima. O ideal é que fique em torno de 80 mmHg. É o famoso 12 por 8. 
· Para fazer a medição, é utilizado um aparelho chamado esfigmomanômetro, posicionado em volta do braço, e um estetoscópio para ouvir o som do peito.
· Com isso:
A pressão arterial normal = a 120 x 80 mmHg
Mais do que esse valor = HIPERTENSÃO
Menos do que esse valor = HIPOTENSÃO
· Então, a hipertensão arterial é: a elevação persistente dos níveis da pressão arterial sanguínea (PA), com valores ≥ 140/90 mmHg. 
· Aumento anormal – e por longo período – da pressão que o sangue faz ao circular pelas artérias do corpo. 
· Popularmente chamada de pressão alta. 
· Estima-se que a doença atinja ~ 22% da população brasileira > 20 anos.
	Categoria
	Pressão Sistólica (mmHg)
	Pressão Diastólica (mmHg)
	Ótima 
	<120
	<80
	Normal
	<130
	<85
	Normal alta
	130-139
	85-89
	Hipertensão Estágio 1
	140-159
	90-99
	Hipertensão Estágio 2
	160-179
	100-109
	Hipertensão Estágio 3
	≥ 180
	≥ 110
2. TIPOS DE HIPERTENSÃO 
· A hipertensão arterial é primária ou essencial (sem causa aparente) na grande maioria dos casos, ~ 90-95%. 
· Tratamento: mudança de hábitos alimentares e prática de exercícios físicos, além da restrição do tabagismo e da ingestão de álcool. 
· Quando não é suficiente para o controle da doença, são empregados medicamentos anti-hipertensivos: betabloqueadores, diuréticos, bloqueadores dos canais de cálcio, bloqueadores alfa-adrenérgicos, agentes poupadores de potássio e inibidores da enzima conversora de angiotensina, geralmente empregados de forma associada.
· A hipertensão secundária representa apenas 5-10% dos casos, e é decorrente de outras patologias, como o hipertireoidismo, o feocromocitoma e enfermidades renais. 
· Tratamento: direcionado para a doença de base, causadora da hipertensão arterial.
· Muitos pacientes são hipertensos e desconhecem sua condição, pois a doença é quase sempre assintomática.
Pacientes ASA II - HIPERTENSÃO NO ESTÁGIO 1 — pressão arterial controlada ou situada nos limites de até 160/100 mmHg, assim aferida no dia da consulta:
• Procedimentos: eletivo ou de urgência.
• Avaliar existência de outras alterações sistêmicas associadas (cardiovasculares, diabetes, insuficiência renal).
• Planejar sessões curtas de atendimento, preferencialmente na segunda parte do período da manhã (entre as 10-12h). 
• Prescrever um benzodiazepínico (p. ex., midazolam 7,5 mg) como medicação pré-anestésica, para evitar o aumento da pressão arterial por condições emocionais. Ou pode ser empregada a sedação mínima pela inalação da mistura de óxido nitroso e oxigênio.
• Empregar soluções contendo felipressina 0,03 UI/mL (associada à prilocaína 3%) ou epinefrina nas concentrações 1:200.000 ou 1:100.000 (em associação à lidocaína 2% ou articaína 4%). Preferência para as soluções com menor concentração de vasoconstritor.
• Evitar injeção intravascular e para não ultrapassar o limite máximo de 2 tubetes anestésicos contendo epinefrina 1:100.000, ou 4 tubetes com epinefrina 1:200.000, por sessão de atendimento. O limite máximo para a felipressina é de 3 tubetes.
• Para o controle da dor pós-operatória, dar preferência à dipirona ou paracetamol. 
• Evitar o uso de anti- inflamatórios não esteroides.
Pacientes ASA II - HIPERTENSÃO NO ESTÁGIO 2 — pressão arterial atingindo níveis > 160/100 mmHg, mas ainda sem ultrapassar 180/110 mmHg:
• Os procedimentos odontológicos eletivos estão contraindicados. 
• Nas urgências odontológicas (p. ex., pulpites, pericementites e abscessos), casos de dor, cuja intervenção não pode ser postergada, a conduta mais importante é o pronto alívio da dor, que é conseguido por meio da anestesia local e da remoção da causa. Para isso, empregue uma solução de prilocaína 3% com felipressina (máximo de 2-3 tubetes). É importante que o procedimento seja realizado de forma rápida (máximo de 30 min) e sob sedação (pela via oral com midazolam ou pela inalação da mistura de óxido nitroso e oxigênio), para evitar a elevação ainda maior da PA pelo estresse operatório.
Pacientes ASA III - HIPERTENSÃO SEVERA, “ASSINTOMÁTICA” — pressão arterial em níveis > 180/110 mmHg, mas ainda sem apresentar sintomas:
• Todo e qualquer procedimento odontológico está contraindicado. No caso das urgências odontológicas, o atendimento deverá ser feito em ambiente hospitalar, após avaliação médica e redução da pressão arterial para níveis mais seguros.
Pacientes ASA III - HIPERTENSÃO SEVERA, “SINTOMÁTICA” — pressão arterial sistólica > 180 mmHg ou diastólica > 110 mmHg, na presença de sinais e sintomas como dor de cabeça, alterações visuais, sangramento nasal ou gengival espontâneo e dificuldade respiratória.
• Providencie serviço móvel de urgência e solicite avaliação médica imediata.
• A intervenção odontológica de urgência só poderá ser feita em ambiente hospitalar, após a redução da PA para níveis seguros, a critério médico.
3. FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM IDOSOS
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) possui vários fatores de risco associados a ela. Ex: pesquisas cientificas mostram que é mais comum a prevalência de HAS em indivíduos que moram em centros urbanos, pelo fato do estresse que as cidades metropolitanas causam com seu dia a dia mais agito. Os fatos risco para essa doença, podem ser classificados em duais categorias, são elas: riscos modificáveis e não modificáveis. 
Risco modificáveis para a HAS, vão ser: a elevada ingestão de sal e alimentação inadequada, obesidade, diabetes mellitus, dislipidemia, sedentarismo, excessivo consumo de álcool, tabagismo, fatores socioeconômicos e estresse.
O consumo em excesso de sódio, é caracterizado como um dos principais fatores para o risco de HAS. Pois ele implica em disfunções cardiovasculares e renais. Com o aumento do sódio no organismo e a incapacidade de excreção, faz com que haja uma indução da HAS, com o aumento do debito cardíaco e da volemia. 
A má alimentação, no mundo contemporâneo é evidente. Estamos sempre nos alimentando com comidas industrializadas, ricas em sódio, carboidratos, açucares e gorduras saturadas e isso agrava o risco de obtenção de HAS, como também de obesidade, dislipidemia e diabetes mellitus (DM). 
O Diabetes mellitus está associado ao risco de HAS, pois ele consiste em um distúrbio metabólico, que tem como característica a hiperglicemia persistente. Esse hisperglicemia persistente causa complicações crônicas micro e macrovasculares, o que aumentam as chances de hipertensão. 
O consumo elevado de bebidas alcoólicas aumenta a probabilidade de gênese da HAS. Podendo variar os efeitos e a magnitude de acordo com o gênero e a frequência de ingestão. Esse aumento na probabilidade de desenvolvimento de hipertensão por excesso de bebidas alcoólicas se da porque o álcool, pode causar, alterações das membranas celulares; inibem o transporte de sódio, fazendo com que haja um aumento de sua concentração no plasma sanguíneo; estimulação simpática; resistência a insulina e a hiperinsulina e aumento da excreção de cortisol, que aumentam os níveis adrenérgicos e causam vasoconstricção. 
O tabagismo favorece o aumento da pressão arterial, como também aumenta o risco de morte por doenças associadas ao sistema respiratório. Pois o consumo de tabaco causa lesões do endotélio arterial, aumento do fibrogenio; que fazem com que o pulmão perca a capacidade de dilatação; formação de placas inflamatórias e trombo e embolias. 
O nível socio econômico baixo, em levantamento se apresentam como fator disponente para a HAS. É visto que o indivíduo com nível socioeconômico menor, vai ter problemas, como: alimentação rica em sódio e com poucos nutrientes, consumo excessivo deálcool, tem um indicie de massa corporal maior, estresse psicossocial, menor acesso a cuidados de saúde e educação. Tornando-se uma população mais vulnerável aos problemas de saúde. 
O estresse, também é um dos fatores de risco. Pois o individuo quando submetido a emoções constantes, apresentam aumento nos níveis tencionais. Estudos explicam que isso acontece porque a adrenalina liberada de forma intermitente, pode gerar vasoconstricção neurogênica e PA por sua ação em receptores pré-sinápticos, liberando norepinefrina. 
Os riscos não modicáveis para HAS, são: sexo, etnia, histórico familiar da hipertensão e idade.
Quando se faz um estudo equiparando a prevalência da HAS em relação ao sexo, vemos que é maior em homens ate a faixa dos 50 anos e depois muda o quadro. Estudos apontam que isso se dá, porque durante o período em que a mulher ovula, os hormônios da ovulação mantem a pressão arterial (PA) mais baixa. Porem depois do período de menopausa, a prevalência de HAS entre homens e mulheres se aproximam. 
Em relação a cor é comum ver a prevalência de HAS em pessoas negras, Estudos simultâneos realizados no Brasil, mostraram que mulheres negras possuíam 130% mais chances de apresentar HAS, comparado com mulheres brancas. Infelizmente ainda não se tem exatidão cientifica que explicam a relação da cor com a doença. 
Não é de hoje que sabemos que existe uma relação intima entre o fator genético predisponente e a HAS. Quando se tem um histórico familiar de hipertensão, se tem uma maior probabilidade de desenvolvimento de HAS. 
Hipertensão arterial sistêmica no idoso
 Pesquisas apontam há relação direta da pressão arterial com a idade do indivíduo, foi visto que, pacientes de idade superior a 65 anos, apresentavam uma prevalência de HAS de 60%. Isso se dá também pela prevalência de outros fatores de riscos que se associam a idade do indivíduo. 
Um dos principais fatores para o aumento da PA em pacientes idosos, é o envelhecimento vascular causando alterações nas paredes dos vasos e enrijecimento arterial. Esses vasos perdem sua capacidade de dilatação, podendo ocorrer fratura por fadiga da elastina, há também um deposito de colágeno e calcificação que resulta em um aumento no diâmetro dos vasos e da espessura mediointimal. Isso se dá pelo fato de que há uma distorção da orientação das fibras murais, fragmentação da elastina e um aumento do conteúdo colágeno. Ocorrendo uma diminuição na elasticidade dos tecidos conjuntivos, quando somada a arteriosclerose, tem um aumento na resistência vascular periférica e da impedância da aorta. 
4. TRATAMENTOS: FARMACOLÓGICO X NÃO FARMACOLÓGICO 
Como já dito anteriormente, a hipertensão ocorre devido a uma maior pressão produzida pelo sangue ao percorrer as paredes das artérias, ficando acima dos limites considerados para a idade. Na população idosa torna-se um dos maiores fatores de risco para morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares. Normalmente para essa faixa etária torna-se mais eficiente o uso de medicamentos antihipertensivos para controle da pressão, associados ou não, porém há também formas de prevenir ou controlar essa afecção por meio de atividade física e controle nutricional, sendo ambos eficazes e necessários para proporcionar uma melhora na condição de saúde do idoso hipertenso.
 	O tratamento farmacológico (uso dos antihipertensivos), é uma das medidas mais efetivas para controle do índice pressórico da pessoa idosa, visto que são eficazes tanto no controle da presssão sistodiastólica (29%), quanto da sistólica isolada (34%). Mesmo com todos esses aparatos, um estudo epidemiológico feito na cidade de São Paulo com idosos, em 2007, demonstrou que essa faixa etária apresenta a pior taxa de controle da pressão arterial, só 16% seguem as recomendações de controle. 
Em relação as classes de medicamentos antihipertensivos, pode-se citar: 
Diuréticos: 
 	Os tiazídicos são a primeira escolha para os idosos, podendo ser associados ou não, por sua melhor eficácia, sinergismo com outra classe de antihipertensivos e custo-benefício. Mesmo em baixas doses mantém sua eficácia, além de apresentar baixo risco de efeitos colaterais como a hipomagnesemia, hipopotassemia e hiperuricemia, também não interferem nos indíces glicêmicos e lipídicos, por esse motivo são melhor aceitos em diabéticos. Já os poupadores de potássio devem ser utilizados em associação aos tiazídicos ou de alça, e antagonistas da aldosterona, apresentando eficácia para pacientes pós infarto ou com insuficiência cardíaca. Já os de alça são essenciais para indivíduos que possuem dificuldade no processo de filtração glomerular, devido a insuficiência renal, e naqueles com retenção líquida secundária e insuficiência cardíaca. 
Betabloqueadores:
 	O uso de betabloqueadores na pessoa idosa, segundo pesquisas, não apresenta resultados eficazes, visto que aumentam o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e só devem ser usados como primeira escolha em casos de insuficiência cardíaca ou infarto do miocárdio. Seus benefícios só foram comprovados para pessoa idosa quando associados aos diuréticos. 
Bloqueadores dos Canais de Cálcio:
 	Os diidropiridínicos são os preferidos para a terapia do idoso hipertenso, pois apresentam eficácia em casos de hipertensão arterial sistólica isolada, além de reduzir a incidência de AVC. Alguns efeitos colaterais, dependendo da dose, podem aparecer como: obstipação intestinal, edema em membros inferiores e aumento do volume urinário.
Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA):
 	São responsáveis por inibir o sistema renina angiotensina, são eficazes no controlo da pressão arterial, são úteis na prevenção secundária do AVC, bem aceito por pacientes diabéticos e pode ser usado em pacientes com insuficiência cardíaca ou disfunção no ventrículo esquerdo. Pode causar efeitos colaterais como a tosse seca e a alteração do paladar. 
Bloqueadores dos receptores de angiotensina II:
 	São semelhantes a ECA quanto a eficácia, indicações e precauções, alterando apenas a sua área de atuação que é na enzima AT1. 
 	As outras classes devem ser evitadas devido aos efeitos colaterais causados, abrindo exceção, apenas, para casos refratários ou com contra-indicação as classes de medicamentos citadas.
 	O tratamento não farmacológico pode ser usado para controle da hipertensão leve ou associado ao tratamento medicamentoso para melhorar hipertensão moderada-grave. Este visa reduzir os níveis pressóricos para valores inferiores a 140/90 mmHg, em casos de pacientes com alto risco para doença cardiovascular para níveis inferiores a 130/85 mmHg, e em pacientes diabéticos abaixo de 130/80 mmHg. Para ser executado deve-se ser levado em conta a mudança nos hábitos de vida (atividade física, alimentação...), sendo este tipo de tratamento dependente da colaboração e adesão do paciente. O indivíduo ao atingir a fase idosa tende a tornar-se inativo, devido a aposentadoria, necessidade de transporte para locomoção e menores responsabilidades domésticas, porém o sedentarismo é um importante fator para o desenvolvimento da hipertensão arterial, principalmente, na pessoa idosa.
 	Em relação aos hábitos nutricionais, é necessário que haja o controle do peso, diminuição na ingestão de sódio (2,4g de sódio ou 6g de cloreto de sódio), reduzir o consumo de bebidas alcoolicas (menores que 30 ml de etanol), além de uma dieta rica em frutas, vegetais, fibras e pobre em gordura saturada, colesterol e calorias. Pode-se escolher uma maior ingestão de alimentos ricos em potássio (feijões, ervilha, vegetais de cor verde escuro, banana, melão, cenoura, beterraba...), pois facilita o aumento da excreção renal do sódio, auxiliando na redução da pressão arterial.
 	A atividade física também apresenta papel importante para redução da pressão arterial, desde que o tipo de exercicio indicado, nesses casos, seja aeróbio (dinâmico) como: andar acelerado, correr, nadar ou pedalar. Vale salientar que o hipertenso só deve iniciar um plano de exercícios físicos ao passar pelo médico e seus níveis depressão estejam controlados, principalmente com hipertensos estágio 3, pois a prática de atividade física eleva a pressão arterial, devido ao aumento da frequência cardíca e do débito cardíaco, porém quando a carga do exercício é moderada leva a alterações hemodinâmicas, autonômicas e neuro-hormonais que reduzirão a pressão arterial, por motivos de melhora da função endotelial, redução da obesidade e melhora do perfil metabólico.
O estresse e o tabagismo, também, apresentam-se como fatores que aumentam os níveis pressóricos. O tabagismo devido a nicotina, que ao liberar as catecolaminas leva ao aumento agudo da frequência cardíaca e da pressão arterial, e em casos de estresse há um maior estímulo da atividade simpática que pode levar ao aumento da pressão, dificultando a ação dos medicamentos antihipertensivos. Por esse motivo, o paciente deve evitar hábitos como o fumo, e praticar atividades que visem reduzir situações de estresse mental ou privação do sono. 
5. ALTERAÇÕES CAUSADAS PELOS ANTIHIPERTENSIVOS NA CAVIDADE ORAL
 Como todo medicamento, os anti-hipertensivos, não só possuem seus efeitos benéficos, mas também causam ações colaterais desagradáveis. A classe dos fármacos utilizados para tratamento da hipertensão arterial, pode causar disfunção salivar, hiperplasia gengival e distúrbios no paladar.
Dentre esses efeitos estão:
· Xerostomia e Hipossalivação
A Xerostomia é a sensação de boca seca, podendo ou não se associar com a Hipossalivação que é a redução da saliva.
Os fármacos anti-hipertensivos capazes de provocar xerostomia e Hipossalivação são os diuréticos, os IECA, os BEC e os depressores da atividade adrenérgica.
· Hiperplasia Gengival
É o aumento excessivo do número de células da gengiva causando o seu crescimento. Caracterizada pela dor, sangramento gengival e dificuldade na mastigação.
Sua manifestação está associada com os BEC, os anti-convulsionantes e imunossupressores.
· Reações Liquenoides
O Líquen plano é uma inflamação que afeta o epitélio escamoso estratificado. Pode ocorrer na mucosa oral apresentando-se como finas estrias brancas. 
Os anti-hipertensivos mais associados ao seu aparecimento são os diuréticos, os Bec, os IECA e os bloqueadores beta.
· Disgeusia
É a distorção na sensação gustativa podendo manifestar-se pela presença de um sabor amargo, metálico ou salgado. 
Cerca de 20% dos distúrbios ao paladar são associados pelos fármacos anti-hipertensivos como os IECA, os diuréticos, os Bec e os bloqueadores beta.
· Síndrome da boca ardente
É uma sensação dolorosa de queimadura. A síndrome da boca ardente induzida pelos fármacos, estão em sua maioria associados a anti-hipertensivos que atuam na renina angiotensina, particularmente há mais casos associados aos IECA. 
6. CONDUTA ODONTOLÓGICA PARA PACIENTES IDOSOS HIPERTENSOS
É através da realização da anamnese que o cirurgião-dentista decide quais as soluções anestésicas, os medicamentos e os tipos de procedimentos que podem ser realizados em cada paciente, de forma individual, de acordo com sua condição sistêmica.
Faz parte do exame físico a avaliação dos sinais vitais e deve ser feita em toda consulta, antes de cada procedimento a ser realizado, principalmente em pacientes portadores de doenças cardiovasculares.
O profissional da odontologia deve sempre manter contato com os médicos responsáveis pelo tratamento da hipertensão desse paciente, para saber se os procedimentos planejados oferecem riscos aos mesmos, pois somente com um trabalho integrado pode ser alcançado um completo atendimento.
O tratamento odontológico geralmente induz um quadro de ansiedade e estresse nos pacientes, podendo ser sem uma causa aparente, ao sentarem na cadeira do dentista; ou por fatores no próprio ambiente de atendimento odontológico, podendo ser pela visualização de sangue ou do instrumental, especialmente da seringa carpúle e agulhas; os movimentos bruscos ou ríspidos do profissional e a sensação inesperada de dor. O controle dessa ansiedade durante o tratamento odontológico é de extrema importância, pois estes fatores aumentam a liberação de catecolaminas endógenas (epinefrina e norepinefrina) pelas glândulas suprarrenais, em níveis mais elevados do que a quantidade injetada via anestesia local. A quantidade liberada normalmente é de 7 µg/min de epinefrina e 1,5 µg/min de norepinefrina, todavia em virtude do estresse elevado pode ser liberado 280 µg/min de epinefrina e 56 µg/min de norepinefrina. Estes valores são 15 vezes maiores do que o conteúdo de um tubete de anestésico contendo epinefrina a 1:100.000.
Os métodos de controle da ansiedade podem ser farmacológicos ou não farmacológicos. Os não farmacológicos, a conduta básica é a verbalização, as vezes associadas à técnicas de relaxamento muscular ou de condicionamento psicológico. Quando estes métodos não são suficientes o bastante para reduzir a ansiedade e o medo, indica-se o uso de métodos farmacológicos como medida complementar.
O tratamento odontológico em pacientes com hipertenão leve pode ser realizado sem maiores problemas. Porém, esses pacientes deverão estar sob orientação médica e com a PA controlada. Nos pacientes com hipertensão moderada, durante o procedimento odontológico a PA deve ser aferida de 5 em 5 minutos após a primeira aferição. Mantendo-se elevada, a melhor conduta é o encaminhamento imediato para avaliação e cuidados médicos. Os pacientes com hipertensão grave, nos casos de urgência odontológica, devem ser enviados para tratamento em nível hospitalar podendo contar com assistência médica e odontológica adequada.O cirurgião-dentista deve estar ciente da dosagem do anestésico local a ser utilizado e os sinais e sintomas apresentados pelo paciente durante a realização da anestesia. Isso porque o grau de toxicidade do anestésico vai depender do tipo de fármaco utilizado e o estado de saúde do paciente.
O cirurgião-dentista também deve ficar atento ao prescrever anti-inflamatórios aos pacientes hipertensos, uma vez que os AINEs podem bloquear os efeitos anti-hipertensivos dos diuréticos tiazídicos e de alça, os antagonistas de receptores alfa e dos receptores beta-adrenérgicos, bem como os agentes que inibem o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Estudos clínicos demonstraram que, à semelhança dos AINEs não seletivos, os inibidores seletivos da COX-2 podem induzir ou agravar a hipertensão arterial já existente. Dessa forma, todos os AINEs podem antagonizar a terapia anti-hipertensiva, seja parcial ou total, podendo não ter efeito algum sobre a pressão arterial ou até gerar crises hipertensivas. Outros medicamentos com ação analgésica e antipirética, como a dipirona e o paracetamol, também podem interferir na ação dos anti-hipertensivos.
As substâncias vasoconstritoras são frequentemente adicionadas às soluções anestésicas, com a finalidade de prolongar a duração do efeito anestésico, aumentando o tempo de contato do fármaco com a membrana da célula nervosa. Reduzem sua toxicidade sistêmica, retardando a absorção do anestésico, além de promoverem hemostasia localizada.
A adrenalina é uma catecolamina endógena que atua predominantemente nos receptores β, mas também em receptores α. A elevação da pressão sistólica, observada após a liberação ou administração desta substância vasopressora, decorre da estimulação de receptores β1 do miocárdio, aumentando a força de contração deste músculo e a frequência cardíaca e pela constrição na musculatura lisa dos vasos da pele e mucosa (por estimulação de receptores α). Também ativa os receptores β2, provocando uma vasodilatação compensatória nos músculos esqueléticos. Por isso, a resistência periférica total pode diminuir, explicando a queda da pressão diastólica, que às vezes é observada com a injeção de pequenas doses desta substância,0,1µg/kg de adrenalina. A pressão diastólica só aumenta quando há estimulação também dos receptores α com vasoconstrição na musculatura esquelética na administração de doses maiores.
Em casos de superdosagem (acima de 0,75µg/kgde adrenalina), a pressão sistólica e frequênciacardíaca podem ser elevadas, causando desde palpitação, dor torácica até reações mais graves como arritmias cardíacas e hemorragia cerebral em casos de aumentos dramáticos da pressão arterial ou em pacientes com paredes vasculares enfraquecidas. A felipressina, um análogo sintético da vasopressina, hormônio anti-diurético, é bastante difundida na Europa, Canadá e Brasil. Em quantidades pequenas, como na anestesia local, age na circulação venosa e não tem efeitos cardiovasculares, nem potencial de provocar arritmias cardíacas, tendo ação direta na musculatura lisa vascular. Seu potencial em produzir hemostasia local, importante durante procedimentos cirúrgicos, é questionável, parecendo não ser tão efetiva como os vasoconstritores adrenérgicos, talvez pelo fato de agir, preferencialmente, em microcirculação venosa e não causar constrição das arteríolas de forma eficaz. Tem sido indicada para pacientes que não podem receber vaso constritor tipo amina simpatomimética.
Anestésicos locais associados a vasoconstritores, como a felipressina ou mesmo alguns adrenérgicos, podem ser utilizados no atendimento a pacientes com hipertensão controlada no estágio I ou II na odontologia. Dentre os vasoconstritores adrenérgicos, a preferência recai sobre a epinefrina, que parece ser a mais in dicada (concentração de 1:100.000), desde que a quantidade administrada por sessão se limite entre 18μg a 58μg o que corresponderia de um a três tubetes (1,8 a 5,4ml) de anestésico local, bem como deve ser evitada a administração intravascular da solução anestésica.
A administração de anestésicos locais associados a vasoconstritores adrenérgicos deve ser evitada em hipertensos que fazem uso de medicação antihipertensiva do tipo betabloqueadores não-seletivos ou diuréticos não caliuréticos, pois estes pacientes podem estar mais susceptíveis a possíveis precipitações de episódios hipertensivos motivados por estes vasoconstritores.
REFERÊNCIAS
Terapêutica medicamentosa em odontologia [recurso eletrônico] / Organizador, Eduardo Dias de Andrade. – Dados eletrônicos. – 3. ed. – São Paulo : Artes Médicas, 2014.
Cuidados dentais em Pacientes Idosos com Hipertensão Arterial. Artigo de Referências Bibliográficas. Cuidados dentais em Pacientes Idosos com Hipertensão Arterial. Dra. Jéssica Gazel Bonilla (odontogeriatra@clinicadentalgazel.com), Odontóloga geral, Universidad Latina de Costa Rica, 2006. Especialista en Odontogeriatría, Universidade Federal do Paraná, Brasil, 2009 (link: http://www.clinicadentalgazel.com/pt-br/artigos/cuidados-dentais-em-pacientes-idosos-com-hipertensao-arterial/#:~:text=Para%20estabelecer%20o%20diagn%C3%B3stico%20presuntivo,doen%C3%A7a%20renal%2C%20end%C3%B3crinas%20ou%20neurog%C3%AAnica)
PERROTI, Tatiana Caccese; FILHO, José Campos; UEHARA, Carlos André; FILHO, Clineu de Mello Almada; MIRANDA, Roberto Dischinger. Tratamento Farmacológico da Hipertensão no Idoso. Bras Hipertens, São Paulo, vol. 14, n.1, p. 37-41, abr. 2007. Disponível em: < https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/42181442/10-tratamento-farmacologico.pdf?1454731813=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DTratamento_farmacologico_da_hipertensao.pdf&Expires=1614463653&Signature=LkRSUExgoQWO4nP5ab~Ty5D2e4tynRWyturAu20zJvdGGvhwntnOSjQXT80ItnT600pk~N6QdHzUEAblGgZEw1UF4vxurNxNC-SsjNAdHh9yQTNUZ5ztAsfYBxj0p7cvpsfhxjhjBNeaTwoXT6GXj22xKtHKYgEA-a91S01crl8hPwRRtE0T71C-ilt6wYZX70bxYxzf4jx5GzOO6Ytz~aS2iRrQm1~yAhq1S0CXe3MfcnbeAe96PVMTAUBeMVNdxm~s6mENolSTd4ekCC-mHs24ZZpXMCSl-aCJt4KAzIqc4KqX87lU1KdQIOJHWD85Cy3Wj57eCbjBhqnGY0r7uA__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA> Acesso em: 23 de fev. 2021.
 
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