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Nós, fios e padrões de Sutura Fio de Sutura – ↪Definição: Materiais sintéticos ou derivados de fibras vegetais ou estruturas orgânicas ↪Destina se à contenção ou fixação de estruturas orgânicas ou elementos usados, por meio de suturas e nós. (tanto cirúrgica como feridas) ↪Seleção tipo de fio: padrão de sutura, condições da ferida cirúrgica, conhecimento do processo cicatricial *feridas contaminadas nós não fechamos por completo (ponto de drenagem para não formar abcesso); ferida limpa = justaposição das bordas Características do fio ideal: ˃ Boa segurança no nó ˃ Fácil manuseio ˃ Força de tensão elevada em baixo calibre (força de resistência boa, porém sem ser grosseiro; fino com resistência boa) ˃ Baixa reação tecidual ˃ Não possuir ação carcinogênica ou alérgica ˃ Não provocar ou manter infecção ˃ Fácil esterilização ˃ Calibre regular ˃ Baixo custo *ainda não existe um fio ideal Características físicas do fio de sutura: FATORES A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA DE UM FIO DE SUTURA Configuração física: número de filamentos Capilaridade: capacidade de captar fluidos Força tênsil no nó (capacidade do nó de resistir, ficar “preso”) Segurança relativa no nó (memória) Flexibilidade/Elasticidade: edema na ferida Diâmetro do fio (dependendo do tecido) Coeficiente de atrito (passa com a mais facilidade pelo tecido ou não) Classificação quanto ao número de filamentos – •MONOFILAMENTAR – Difícil manipulação (fio único; menor chance de aderência de bactérias) – tem memória •MULTIFILAMENTAR – TRANÇADO OU TORCIDO = Maior possibilidade de infecção (mais fácil da bactéria de alojar; contraindicado em feridas oncológicas) Classificação dos fios de sutura: ABSORVÍVEL - Perdem a força tênsil com menos de 60 dias » Origem animal (categute) » Sintéticos - ácido poliglicólico (dexon) e poliglactina 910 (vicryl) INABSORVÍVEL » Origem animal (seda) » Origem vegetal (algodão) » Sintéticos (nylon) - perde 12% da força tênsil em 1 ano » Metálicos *multifilamentados = muito parecidos entre si Absorvível de origem animal – •Categute – fabricado a partir da serosa e submucosa de intestinos de suínos, ovinos e bovinos. Absorção – reação inflamatória – degradação Substituição por tecido fibroso USO: Ligaduras, subcutâneo NÃO: Pele, tecido nervoso, córnea Absorvível sintético – Multifilamentares: –Ácido poliglicólico (Dexon®) - APG –Poliglactina 910 (vicryl®) •Excelente força tênsil, perde 50% da resistência em 14 dias, absorvido em 60 a 90 dias •Absorção por hidrolise •Fácil manuseio •Baixa reação tecidual •Ampla aplicação: subcutâneo, sistema genito-urinárioe gastrointestinal •Alto custo Monofilamentares: Poliéster-poli-diaxone (PDS® ou PDX) –absorvido em 180 dias –60% da força tênsil em 50 dias. –Resistência tênsil e flexibilidade maior que dexone vicryl –Indicado para tecidos de longa cicatrização (tendão; fáscia muscular com tensão) –Alto custo Poliglecaprone (caprofyl® ou PGC25) –absorvido em 120 dias –60% da força tênsil em 7 dias. –Indicado para tecidos com média cicatrização –Médio custo *fio absorvível não é utilizado na pele Inabsorvíveis sintéticos – Náilon, Nylon (poliamida) –Disponível na forma mono e multifilamentar –Rígido (difícil manuseio, restrições para elaboração do nó) – tem memória –Monofilamentados – perdem 30% força tênsil em 2 anos –Os multifilamentosos podem ser trançados ou trançados revestidos –Menos dispendioso, utilizado em pele, músculo, fáscia, trato gastrintestinal VANTAGENS – ˃ Baixa reação tecidual ˃ Ampla aplicação ˃ Baixa incidência de infecção ˃ Sem capilaridade ˃ Baixo custo ˃ Alta resistência ˃ Ampla aplicação DESVANTAGENS – ˃ Não deve ser usado em articulação (pois não é absorvível) ˃ Manuseio difícil ˃ Baixa segurança do nó ˃ Memória Polipropileno (prolene ®) –Mais maleável que o nylon –Força tênsil inferior ao nylon –Segurança no nó maior que o nylon –Suturas cardiovasculares –Mais delicadeza no manuseio –Alto custo •O náilon e o polipropileno são os mais inertes de todos os fios Fios metálicos – •Aço inoxidável •Trançado ou monofilamentar •Grande resistência síntese óssea •Não há reação tecidual •Dificuldades nos nós comuns - fixado por torção com alicate ou porta agulha Fios de sutura – Calibre dos fios – Reação tecidual – ↪Todo fio é um corpo estranho ao tecido vivo ↪Quanto maior o fio, maior a reação tecidual ↪Passagem do fio - início da reação tecidual ↪Reações teciduais intensas e prolongadas provocam infecção e deiscência de sutura ↪Em fios absorvíveis a reação tecidual é mais acentuada, permanecendo até sua eliminação Consequências da reação tecidual excessiva – Processos precoces: Retardo na cicatrização da ferida Formação de aderências (intraperitoneais) Predisposição a infecção Processos tardios: Abcesso local Formação de fístulas Eliminação periódica e espontânea do fio REAÇÃO TECIDUAL – Seleção do material de sutura – Características físicas e biológicas do fio Situação clínica Pele Subcutâneo Musculatura Vísceras ocas Tendão Vasos sanguíneos Porque usar o fio correto?? SUTURAS – ↪Manobra cirúrgica que tem por finalidade manter coaptadas as bordas e superfície das feridas, permitindo a efetivação do processo de cicatrização ↪União de estruturas através de pontos ↪Fios, grampos, colas, adesivos cirúrgicos Suturas mecânicas – Colas cirúrgicas – Sutura – Princípios Fundamentais: Cicatrização adequada Assepsia rigorosa Hemostasia perfeita Abolição de espaço morto (aproximação de subcutâneo) Ausência de tecidos mortos ou necrosados Posição anatômica correta (plano a plano) Ausência de tração Escolha correta do material de sutura Redução de espaço morto – para não formar seroma Classificação das suturas – FINALIDADE Hemostática - coibir hemorragia Aproximação - restabelecer a anatomia Sustentação - Manter uma estrutura em posição Estética - principalmente plástica de pele ESPESSURA DO TECIDO Perfurante total Perfurante parcial SEQUÊNCIA DE PONTOS Pontos separados Sutura contínua POSIÇÃO DAS BORDAS De confrontamento - Justapor as bordas Invaginante - desloca as bordas para o interior dos órgãos ocos, isolando a luz (séptica) De eversão - revira as bordas para fora (suturas vasculares por justapor os endotélios) Complicações das suturas – ↪Deiscência de sutura » Sutura não capaz de manter unida as bordas da ferida » Causas atribuídas ao material de sutura: o Pouca resistência o Capilaridade do fio X local cirúrgico ↪Infecção » 2 a 5 % das feridas cirúrgicas » Fios multifilamentados » Tratamento cirúrgico de processos inflamatórios ↪Granuloma » Encistamento sólido, dolorido e palpável ao redor da ligadura » Associada a alguns tipos de fio - alta reação tecidual ↪Aderências » Aderência peritoneal pós-laparotomia – sequela importante » Fusão de planos » Pode ocorrer em todos os tipos de tecidos suturados PONTO SIMPLES SEPARADO – -Um dos pontos mais usados -Utilizada em tecido que não há muita tensão: pele, subcutâneo, musculatura, vaso sangüíneo, nervo, vísceras ocas -Sutura aposicional – uma borda encostada na outra deixando no mesmo nível Padrões de sutura – -Pontos separados/isolados VANTAGENS •Mais seguro •Melhor ajuste da tensão DESVANTAGENS •Mais tempo para atar os nós •Pouca economia de fio (usa mais fio) •Maior volume de material estranho deixado na ferida *grampeador cirúrgico Sutura em X ou Sultan – -Utilizada em regiões com resistência e submetidas a grandes tensões – absorve melhor a tensão tecidual evitandouma pressão maior no tecido que pode gerar necrose -Também utilizada para hemostasia ou aproximação Sutura em U ou Wolff ou Colchoeiro – -Eversão das bordas da ferida – fica elevada para cima -Pontos mais fortes que o simples separado, mas cicatriz maior -Simples ou contínuo Sutura Captonada ou Wolff Captonado – -Com tubos de borracha, silicone ou gaze (capton) -Igual ao Wolff, mas um pouco mais longe da borda da ferida -Utilizada para diminuir a distensão dos tecidos, evitando que o fio seccione a pele nas suturas com tensão (eversão sem causar dano) Sutura Donatti – -Bom confrontamento de pele sem inversão (eversão) -Longe/longe – perto/perto -Laceração traumática de pele e membros de eqüinos -Vantagem: Diminui risco de necrose cutânea -Desvantagem: Maior tempo para cicatrização Lembert – -Longe/perto – perto/longe -Sutura invaginante – segunda camada em vísceras ocas -Simples ou contínuo *qualquer tipo de fio pois não invade o lúmen Swift – ponto simples separado só que com o nó voltado para dentro da ferida; pouco utilizado; característica estética Jaquetão – sobrepor uma borda da ferida sobre a outra; hérnia ou imbricação de capsula articular; nunca se faz na pele; Simples contínua – Padrões de sutura – pontos contínuos – VANTAGENS •Usa menos fio •Minimiza o número de nós •Redução do tempo cirúrgico •Redução da quantidade de material deixado na ferida •Aposição tissular mais completa DESVANTAGEM •Deslizamento/afrouxamento do nó inicial/terminal pode determinar a deiscência completa da linha de sutura Festonada ou Reverdin – -Utilizada para dar firmeza a sutura, principalmente nas suturas longas -Musculatura e pele (bovinos) *bordas aposicionadas, justapostas, na mesma altura Cushing – -Sutura invaginante – utilizada em órgão ocos -Subcutâneo – intradérmica Schiemieden – -Evita inversão de mucosa -Primeira sutura de órgãos ocos -Conchectomia Bolsa de fumo – -Sutura ao redor de uma abertura – amarrada quando for concluída toda a circunferência -Fixa sondas e tubos Bailarina chinesa – Nós –
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