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Princípios de Sutura em Odontologia

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Princípios de Sutura em Odontologia 
Definição 
• Manobra cirúrgica de sutura. 
Objetivo 
• Evitar infecção; 
• Promover hemostasia (mantém o sangue 
no interior do vaso); 
• Menor tempo de cicatrização; 
• Favorecimento do resultado estético. 
 
Normas 
• Assepsia adequada; 
• Bordas regulares (facilita exposição das 
suturas e execução); 
• Boa captação das bordas (reduz formação 
de queloides e melhor estética); 
• Hemostasia (hematoma dificulta 
cicatrização e favorece infecções); 
• Evitar espaço morto (pode haver acúmulo 
de líquido); 
• Realizar por planos (promove bom 
confrontamento das bordas); 
• Realizar técnicas adequadamente 
(adequar sutura aos tecidos); 
• Evitar isquemia e corpos estranhos; 
• Usar material adequado. 
 
Ferimentos de baixo risco 
• Superficiais; 
• Limpos; 
• Sem corpo estranho ou tecidos 
desvitalizados. 
 
Ferimentos de alto risco 
• Profundos ou superficiais sujos; 
• Queimaduras; 
• Com corpo estranho ou tecidos 
desvitalizados. 
 
Quando não suturar 
• Lesões contaminadas; 
• Mordidas de animais; 
• Perfurações profundas; 
• Debris (células ou tecidos mortos ou 
danificados) que não podem ser 
completamente removidos; 
• Suturas que demandam muita tensão do 
tecido; 
• Feridas com sangramento não controlado. 
Tempo de cicatrização 
• 7-15 dias macroscopicamente; 
• Microscopicamente: após a formação do 
coágulo, migração de linfócitos e 
monócitos que se transformam em 
macrófagos; 
• Após essa fase, ocorre migração e 
proliferação celular e produção de 
colágeno. 
 
• Angiogênese: formação de novos vasos 
sanguíneos. 
 
Fatores que influenciam na 
cicatrização 
• Oxigenação; 
• Vitaminas; 
• Idade; 
• Vascularização; 
• Trauma cirúrgico; 
• Fio de sutura; 
• Condição cirúrgica; 
• Higienização. 
 
Reparação tecidual 
• Reposição tecidual sempre que o tecido 
for lesionado por outro tecido semelhante. 
• Consiste na capacidade que o organismo 
possui de reparar danos decorrentes de 
agentes tóxicos ou inflamatórios. 
 
Qual material usar 
• Pinças de dissecação: apreensão dos 
tecidos, atraumáticas ou traumáticas; 
• Porta agulha: condução da agulha curva; 
• Agulhas: curvas ou retas, traumáticas ou 
atraumáticas; 
• Fios: sintética ou orgânica e 
monofilamentares ou multifilamentares, 
resistência tênsil, fino, regular, flexível, 
pouca reação e baixo custo. 
 
Suturas 
• Permite aproximação das bordas; 
• Fio apresenta numeração; 
• Deve ser feito em até 6hrs após o 
ferimento em mãos e pés; 
• E 24hrs em face e escalpe (couro 
cabeludo). 
 
Características ideais do fio 
• Capacidade de resistir a torsão e atração; 
• Ligado ao calibre do fio; 
• Biocompatível; 
• Menor retenção de placa; 
• Não ser incomodo; 
• Menor custo; 
• Não provocar alergia; 
• Possível de esterilização. 
 
Plasticidade 
• Manter sob forma após tracionado; 
• Fios multifilamentados tem maior 
plasticidade; 
• Mais fino e plástico. 
 
Fios absorvíveis 
• São aqueles que perdem gradualmente 
sua resistência à tração até serem 
fagocitados ou hidrolisados. 
• Origem animal (Catgut) e sintético 
(Vycril); 
• Catgut simples: 7-10 dias, reação grande 
e maior risco de infecções, indicada para 
cirurgias gerais, Ginecologia/Obstetrícia; 
Aparelho digestivo, Urologia.; 
• Catgut cromado: 21-28 dias, reação 
grande e tratado com cromo, tendo maior 
resistência, é indicada para cirurgias, 
Ginecologia/Obstetrícia; Aparelho 
digestivo, Urologia.; 
• Vicryl: 14-60 dias, reação mínima e maior 
risco de infecções, indicada para uso em 
ligação de tecidos moles, incluindo 
procedimentos oftálmicos; 
• PDS (polidioxanona): 14-30 dias, reação 
mínima, incolor ou violeta e usado em 
aponeurose, indicadas para uso em 
aproximação de tecido mole, incluindo 
tecido cardiovascular pediátrico onde a 
ocorrência de crescimento é esperada e 
em cirurgia oftálmica. 
 
Fios não absorvíveis 
• São aqueles que se mantêm no tecido 
onde foram implantados; 
• De origem animal (seda), vegetal (algodão 
ou linho) e sintética (poliamida, poliéster, 
polipropileno); 
• Seda: reação baixa, acúmulo de placa, 
usado na mucosa oral, indicada para uso 
em processos cirúrgicos; fechamento de 
paredes teciduais; cirurgias 
gastrointestinais; gengivas utilizando a 
técnica ponto a ponto; 
• Algodão: reação baixa, usado na mucosa 
oral; 
• Nylon: reação baixa, suturas dérmicas, 
Fechamento de incisões da pele; 
Procedimentos de plásticas; Cirurgias 
Cardiovasculares e Odontológicas. 
 
Calibre dos fios 
• 2.0: mais calibroso, couro cabeludo; 
• 3.0: planta do pé e escalpo; 
• 4.0: boca, extremidades proximais e 
tronco; 
• 5.0: mãos e dedos; 
• 6.0: face e estética 
 
Sutura descontínua 
• Fixados separadamente; 
• Mais segura; 
• Menos isquemiante; 
• Mais permeável à ferida; 
• Maior força tênsil; 
• Elaboração lenta e trabalhosa; 
• Rompimento de um ponto não envolve a 
estrutura dos outros; 
• Os fios cortados após uma ou duas 
passagens através dos tecidos; 
• 1 ponto com 1 nó. 
 
Sutura descontínua relaxante 
• É semelhante ao Donatti, diferindo na 
posição horizontal das alças. É usado para 
produzir hemostasia e em suturas com 
alguma tensão (como cirurgia de hérnias, 
suturas de aponeurose), que impede a 
coaptação perfeita das bordas. 
 
Sutura descontínua simples 
• Universal para sutura em pele; 
• Rápida e fácil; 
• É importante realizar os pontos com a 
mesma distância entre uma borda e outra 
e com a mesma distância entre um ponto e 
outro. 
 
Sutura descontínua simples invertido 
• Variação do ponto simples, onde o nó fica 
oculto dentro do tecido; 
• É um ponto de sustentação permanente 
que tem a finalidade de reduzir a tensão 
na linha de sutura. 
Sutura descontínua Donati ou U vertical 
• 2 pontos simples, cada lado da borda é 
perfurado 2x; 
• 1º: até 10mm, pele e camada superior do 
subcutâneo, é profunda; 
• 2º: transepidérmica, 2mm da borda; 
• Conhecido como “longe-longe, perto-
perto”; 
• Boa hemostasia, quando há hemorragia 
subdérmica e dérmica; 
• Não é indicada para sutura de órgãos 
ocos, indicada principalmente para pele; 
• Menor tensão e boa captação das bordas, 
evita invaginação, estética inferior. 
 
Sutura descontínua em X 
• 2 alças cruzadas; 
• Aumenta a superfície de apoio para 
hemostasia ou aproximação; 
• Não é indicada para órgãos ocos, indicada 
principalmente para o fechamento de 
cavidade abdominal em grandes e 
pequenos animais; 
• Para fechamento de paredes e suturas de 
aponeurose, músculo e couro cabeludo. 
 
 
 
Sutura contínua 
• O fio é passado do início ao fim sem 
interrupções; 
• É uma sutura de execução mais rápida; 
• É mais hemostática, tendo a mesma 
tensão em todo percurso da sutura; 
• Desvantagens: pode ser apertada e 
impermeável e o rompimento de um ponto 
pode comprometer toda a sutura; 
• Reduz a microcirculação das bordas da 
ferida, prolongando a fase destrutiva da 
cicatrização e aumentando formação de 
edema. 
Sutura contínua chuleio simples 
• É o tipo de sutura de mais rápida e fácil 
execução; 
• Pode ser aplicada em qualquer tecido com 
bordas não muito espessas; 
• É muito usada em suturas de vasos, por 
que faz boa hemostasia e pode ser usada 
também em peritônio, músculos 
aponeurose e tela subcutânea. 
 
 
 
Sutura contínua chuleio ancorado 
• É uma variação do chuleio simples; 
• O fio passa externamente por dentro da 
alça anterior, fazendo uma âncora, antes 
de ser tracionado; 
• É mais hemostática e por isso mais 
isquemiante; 
• Atualmente é pouco utilizada. 
 
 
Sutura contínua chuleio ancorado 
• Tem um ótimo resultado estético; 
• Nessa técnica a agulha passa 
horizontalmente através da derme 
superficial, paralelo à superfície da pele, 
aproximando as bordas; 
• Não deixa impressões de sutura no tecido 
externo; 
• Deve ser usado em feridas com pouca 
tensão. 
 
 
Referência BibliográficaSuturas: tipos, princípios básicos, objetivos, técnicas, 
fios! - Sanar Medicina 
 
Por Ana Nascimento 
IG: @loiraodontho 
https://www.sanarmed.com/suturas-principios-basicos
https://www.sanarmed.com/suturas-principios-basicos

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