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Leticia Martinussi 
SITUAÇÃO PROBLEMA 10: TROMBOSE VENOSA 
FISIOPATOLOGIA 
• O termo trombose venosa, descreve a 
existência de trombo em uma veia e a 
resposta inflamatória que se desenvolve 
na parede do vaso. 
• Os trombos podem se desenvolver em 
veias superficiais ou profundas. 
• Trombose venosa esta associada a estase 
do sangue, aumento da coagulação 
sanguínea e da parede vascular. 
• A maioria dos pacientes com trombose 
venosa apresenta a Tríade de Virchow: 
fluxo sanguíneo anormal (estase ou 
turbulência); estado de 
hipercoagulabilidade; lesões endoteliais. 
TROMBOSE VENOSA SUPERFICIAL 
• A trombose venosa superficial consiste em 
um evento que culmina com a formação de 
um trombo no leito venoso da circulação 
superficial, acometendo, desse modo, 
veiais que se localizam acima da fáscia 
superficial. 
• Ao fatores de risco para ocorrência são 
trauma (pode causar lesão endotelial); 
presença de veias varicosas (veias 
dilatadas acometidas por insuficiência 
valvar); uso de substancias 
esteroclerosantes; permanência de cateter 
venoso periférico por longos períodos e 
desidratação. 
• O quadro clinico típico da trombose venosa 
superficial consiste na presença de 
inflamação, com a visualização de uma veia 
superficial palpável e nitidamente 
endurecida, com dor, calor, edema e rubor, 
decorrentes dos quadros inflamatórios. 
• O diagnóstico da TVS é eminentemente 
clinico, deito a partir da história clinica 
compatível juntamente com exame físico. 
• O tratamento da TVS deve ser iniciado pelo 
alívio dos sintomas inflamatórios locais, 
devendo-se lançar mão de analgésicos e 
anti-inflamatórios com uso de compressas 
quentes. É importante que seja feito a 
compressão elástica da extremidade, com 
uso de meias de compressão, afim de 
evitar a propagação da trombose 
facilitando o retorno venoso. 
• Deve-se atentar para o risco de a TVS 
evoluir para uma trombose venosa 
profunda (TVP), a qual traz sérios riscos 
para o paciente. Os pacientes que 
apresentam risco para essa evolução são 
os que possuem: 
o Trombose venosa superficial que 
acomete a junção safenofemoral 
ou safenopoplítea. 
o Trombose superficial de veias não 
varicosas do terço superior da coxa. 
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA 
• Deve-se lembrar que a TVP consiste em 
uma parte do espectro da doença 
tromboembolítica venosa, consistindo na 
TVP em si junto do tromboembolismo 
pulmonar (TEP). 
• Os principais fatores de risco para a 
ocorrência da TVP são aqueles que estão 
sujeitos a provocar um ou mais 
componentes da tríade de Virchow, sendo 
eles: 
o Imobilização acima de 3 dias, pois 
provoca estase sanguínea 
o Trombofilia 
o Politrauma 
o Hormônios (contraceptivos e 
anabolizantes) 
o Fratura de extremidades 
o Idade avançada 
o Episodio anterior de TEP ou TVP 
o Viagens longas (duração de mais de 
quatro horas) 
o Câncer 
o Cirurgias longas nas últimas quatro 
semanas 
o Gestação e puerpério 
• No caso da TVP de membros superiores, 
temos que existem fatores de risco 
específicos para sua ocorrência, que são 
adicionais aos já citados. Dentre esses, 
temos que o principal consiste na presença 
de cateter venoso central, sendo guiado 
por doenças como a Síndrome de Paget 
von Schrotter, que se caracteriza pela 
compressão venosa por alteração 
musculoesquelética na região 
costoclavicular. 
QUADRO CLÍNICO 
• A suspeita de um quadro clinico de TVP é 
dada mediante uma história clinica 
compatível com a doença, aliada aos 
fatores de risco e exposição já 
mencionados. Em geral, os pacientes se 
apresentarão com dor e edema 
assimétrico, juntamente com paresia 
ipsilateral ao membro acometido. 
• Uma manobra semiológica possível de ser 
testada é a que desencadeia o sinal de 
homens, no qual há dor na panturrilha 
quando da dorflexão do pé. 
• Os pacientes podem ainda se queixar de 
calor e hipertemia na topografia do 
trombo, ou ainda com sintomatologia 
compatível com TEP, sem indícios de TPV 
evidentes. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
• Uma vez que se tenha o diagnóstico da 
TVP, uma das primeiras coisas a se fazer é 
avaliar a probabilidade de um paciente 
com o quadro e a situação apresentada. 
Para isso é necessário estratificar o 
paciente por meio dos critérios de Wells, 
que avaliam a exposição do paciente a 
fatores de risco para desenvolver a TVP, 
sendo utilizado também para verificar a 
probabilidade pré-teste de o paciente 
desenvolver TEP. 
 
• Uma vez calculado o score, temos que se 
esse for maior ou igual a 2, a trombose 
venosa profunda é provável. Caso seja 
menor que 2, é classificado como 
improvável. 
• A partir disso, seguimos um fluxograma de 
tratamento. Para os casos TVP improvável, 
é solicitado a realização do D-dímero. Caso 
esse seja negativo é descartada a hipótese 
de TVP. Caso seja positivo, é realizado um 
USG Doppler venoso para avaliação. Na 
ausência da identificação da doença, a TVP 
é descartada, mas se for confirmada, é 
iniciada a terapia com anticoagulantes. 
• A USG Doppler consiste no atual teste de 
escolha para o diagnóstico de TVP, 
combinado com o Doppler e a imagem 
colorida de refluxo. Possui a vantagem de 
não ser invasivo, sendo abrangente e sem 
riscos para o paciente. 
• O exame se baseia no impedimento do 
sinal de fluxo acelerado pela presença do 
trombo. 
• A venografia ou flebografia consiste em um 
exame no qual é injetado contraste no 
sistema venoso a fim de conformar a TVP e 
a sua localização. 
• Quanto aos exames laboratoriais, é 
necessário a avaliação do coagulograma do 
paciente, dosando o tempo de 
protrombina, protrombina ajustado etc. 
Junto a isso, a depender da situação, pode 
ser solicitado a dosagem de fatores de 
coagulação. 
COMPLICAÇÕES 
• Insuficiência venosa crônica 
• Síndrome pós-flebítica 
• Embolia pulmonar 
REFERÊNCIAS 
Goldman-Cecil, Medicina interna – 26 edição – 
Elsevier. 
MORAES, Cláudio Antonio Ramos et al. Síndrome 
de Paget-Schroetter. Rev. Bras. Cardiol. Invasiva, 
São Paulo, v. 17, n. 1, p. 142, 2009.

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