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Artigo - A Intervenção Psicopedagógica no Processo Ensino Aprendizagem do Autista-convertido

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Prévia do material em texto

*Acadêmica do Curso de Pós Graduação Lato Senso para a obtenção do Título de Especialista em 
Psicopedagogia Institucional pela CESAP – Centro de Estudos Avançados e em Pós Graduação e 
Pesquisa. 
MAURA HERSBACH SANT`ANNA 
A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO PROCESSO ENSINO 
APRENDIZAGEM DO AUTISTA 
 
Autora: MAURA HERSBACH SANT`ANNA 
Pós Graduação em Psicopedagogia Institucional 
Vitória – ES - 2019 
 
 
 
RESUMO 
 
O Transtorno do Espectro Autista -TEA, é um transtorno neurológico 
caracterizado por comprometimento da interação social, 
comunicação (verbal e não-verbal) e comportamento restrito e repetitivo. O 
presente artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica e vem abordar como a 
atuação do psicopedagogo pode contribuir com o processo de ensino-
aprendizagem dos educandos com autismo. Para isso, o desenvolvimento do 
trabalho apresentará os seguintes itens: conhecendo o autismo; principais 
características do transtorno; causas; diagnóstico; intervenções: abordagens 
múltiplas e intervenção psicopedagógica. Esse estudo pretende ampliar o 
conhecimento pelo assunto a fim de colaborar com profissionais que lidam em 
seu dia a dia com indivíduos autistas. 
 
Palavras-Chave: Psicopedagogo; Aprendizagem; Autismo. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O presente artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica e vem abordar como 
a atuação do psicopedagogo pode contribuir com o processo de ensino-
aprendizagem dos educandos com autismo. Para isso, o desenvolvimento do 
trabalho apresentará os seguintes itens: conhecendo o autismo; principais 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aquisi%C3%A7%C3%A3o_da_linguagem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunica%C3%A7%C3%A3o_n%C3%A3o_verbal
 
 
características do transtorno; causas; diagnóstico; intervenções: abordagens 
múltiplas e intervenção psicopedagógica.
2 
 
 
 
 
A educação inclusiva, no mundo inteiro vem permitindo que estudantes com 
e sem deficiência percorram sua trajetória escolar lado a lado, na mesma sala 
de aula. A educação inclusiva é a prática indicada e reafirmada em diversas 
declarações internacionais, leis nacionais e políticas de educação. Essas 
políticas, somadas aos esforços dos defensores dos direitos das pessoas com 
deficiência, têm levado a um aumento substancial do número de alunos com 
deficiência que recebem educação escolar em escola regular. 
A educação inclusiva traz consigo uma mudança dos valores da educação 
tradicional, o que implica desenvolver novas políticas e reestruturação da 
educação. Para isso, é necessária uma transformação do sistema educacional, 
ainda exclusivo, direcionado para receber crianças dentro de um padrão de 
normalidade estabelecido historicamente. 
A inclusão ainda é uma realidade nova para os professores. A presença de 
alunos com necessidades educacionais especiais tem provocado nos 
educadores sentimento de impotência, frustração e angústia frente as limitações 
dos alunos e das próprias limitações, por não conseguirem oferecer atendimento 
individualizado a esses alunos (MATOS; MENDES, 2014). Portanto, as 
especificidades apresentadas pelas pessoas com diferentes características, 
como as síndromes e transtornos, aliado ao desenvolvimento de uma prática 
pedagógica não específica, dificulta o trabalho de intervenção adequado para 
esses alunos, causando assim, insegurança dos professores ao trabalharem 
com estas crianças. 
Transtorno do Espectro Autista é um termo que engloba um grupo de afecções 
do neurodesenvolvimento, cujas características envolvem alterações qualitativas 
e quantitativas da comunicação, seja linguagem verbal e/ou não verbal, da 
interação social e do comportamento caracteristicamente estereotipados, 
repetitivos e com gama restrita de interesses. 
A inclusão de crianças com autismo nas escolas de ensino regular é uma 
conquista assegurada por lei, e de fundamental importância, o ingresso na 
escola é um marco importante no desenvolvimento das crianças. Não apenas 
para o aprendizado em si, mas também pelo desenvolvimento social e pela 
formação do ser humano como um todo” (SILVA, 2012). 
 
3 
 
 
 
É na escola também que são trabalhadas as questões de grupo, de 
socialização, as quais são de grande importância para uma criança com autismo, 
para aprender a conviver com outras pessoas e não apenas aquelas que fazem 
parte da sua família. 
A Psicopedagogia se estrutura em torno do processo de aprendizagem 
humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos e a influência do meio 
(família, escola, sociedade) em seu desenvolvimento. 
A Psicopedagogia tem o papel de avaliar, investigar e detectar dificuldades e 
habilidades da criança com TEA, assim, é possível realizar a intervenção para 
desenvolver tais dificuldades e aumentar o repertório do indivíduo. 
Diante do exposto, o estudo pretende ampliar o conhecimento pelo assunto a fim 
de colaborar com profissionais que lidam em seu dia a dia com indivíduos 
autistas. 
 
2 CONHECENDO O AUTISMO 
 
A primeira pessoa a usar a palavra “autismo”, deriva do grego “autos”, que 
significa “voltar-se para sí mesmo”, foi o psiquiatra austríaco Eugen Bleuler para 
se referir a um dos critérios adotados em sua época para a realização de um 
diagnóstico de Esquizofrenia, a palavra referia-se a tendência do esquizofrênico 
de “ensimesmar-se”, tornando-se alheio ao mundo social – fechando-se em seu 
mundo, como até hoje se acredita sobre o comportamento autista. 
No entanto, a denominação do autismo toma uma proporção maior em 1943, 
por meio do psiquiatra Leo Kanner, que em suas primeiras pesquisas já 
abordava características do autismo de forma relevante (CUNHA, 2015). 
Para Lüdke (2011), foi o teórico Kanner que distinguiu dois quadros em 
relação ao autismo: Autismo da Infância Primitiva e Autismo grave, este último 
teria como características atraso no desenvolvimento da linguagem, repetições 
obsessivas de certas atividades por longo tempo, extremo isolamento social, 
dificuldade em estabelecer vínculos, presença de certas habilidades exercidas 
com mais destreza. 
 
https://www.grupoconduzir.com.br/2017/08/autismo-a-avaliacao-do-repertorio-inicial/
4 
 
 
 
Dificuldade na interação social, na comunicação e comportamento repetitivo 
e restritivo. Essas são as principais características de quem convive com o 
autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA). 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70 milhões de pessoas em 
todo o mundo são autistas. 
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados 
Unidos publicou em abril (2018), um novo relatório sobre a prevalência de 
Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) a atualização dos números indica 1 
para cada 59 crianças. O número anterior era de 1 para cada 68 (referentes a 
dados 2012, divulgados em 2016) — um aumento de 15%. A proporção de 4 
meninos para cada menina é mantida, de acordo com estudos anteriores ou 
disponíveis em outros países. 
O autismo pode ser classificado em leve, moderado e severo, e é um 
transtorno ímpar onde os sintomas podem aparecer de maneira distintas nos 
indivíduos apresentando comprometimento diferente e em diversos graus. Pode 
ou não estar associado a atrasos no desenvolvimento cognitivo ou a outros 
transtornos. 
Seguindo as inovações com relação às deficiências e focando nos aspectos 
próprios do universo autista, o Manual de Saúde Mental – DSM-V, altera a 
nomenclatura dos distúrbios, dentre eles o transtorno autista, transtorno 
desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-
especificado e Síndrome de Asperger, que unidos passam em um único 
diagnóstico, a chamar-se Transtornos do Espectro Autista – TEA. 
A partir do DSM-V, todas as subdivisões deixaram de existir e passaram a 
ficar sob um mesmo diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo – TEA, 
que designa agora todas as formas de autismo (a Síndrome de Rett, contudo, foi 
separada, por já conhecermosbem a genética que a causa). 
Identificando a natureza dimensional do conjunto de condições que fazem 
parte do espectro e as controvérsias em relação ao diagnóstico diferencial entre 
elas, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) 
(American Psychiatric Association – APA) traz as manifestações 
comportamentais que definem o TEA que incluem comprometimentos 
qualitativos no desenvolvimento sócio comunicativo, como também a presença 
de comportamentos estereotipados e de um repertório restrito de interesses e 
https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/67/ss/ss6706a1.htm?s_cid=ss6706a1_w
https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/67/ss/ss6706a1.htm?s_cid=ss6706a1_w
https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/67/ss/ss6706a1.htm
https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/67/ss/ss6706a1.htm
https://www.cdc.gov/ncbddd/autism/data.html
https://www.autismspeaks.org/science/science-news/cdc-increases-estimate-autism%E2%80%99s-prevalence-15-percent-1-59-children
5 
 
 
 
atividades, sendo que os sintomas nessas áreas, quando tomados 
conjuntamente, devem limitar ou dificultar o funcionamento diário do indivíduo 
(APA, 2013). 
 
2.1 CAUSAS 
 
O Transtorno do Espectro Autista é uma condição caracterizada por um 
conjunto sintomático, isto porque não conhecemos ainda com exatidão as 
causas etiológicas que o definem. A tendência atual é admitir a existência de 
múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos, biológicos e 
ambientais. No entanto, saber como é o cérebro dessas pessoas ainda é um 
mistério para a ciência. 
 
2.2 CLASSIFICAÇÃO ESTATISTICA INTERNACIONAL DE 
DOENÇAS E PROBLEMAS RELACIONADOS À SAÚDE. 
 
O crescente corpo de trabalhos sobre o autismo influenciou a definição desta 
condição no DSM-III, em 1980, quando o autismo pela primeira vez foi 
reconhecido e colocado em uma nova classe de transtornos, a saber: os 
transtornos invasivos do desenvolvimento (TIDs). O termo TID foi escolhido para 
refletir o fato de que múltiplas áreas de funcionamento são afetadas no autismo 
e nas condições a ele relacionadas. Na época do DSM-III-R, o termo TID ganhou 
raízes, levando à sua adoção também na décima revisão da Classificação 
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-
10). 
A CID-10 (ICD-10 na sigla em inglês para International Statistical 
Classification of Diseasesand Related Health Problems)foi conceituada para 
padronizar e catalogar as doenças e problemas relacionados à saúde, tendo 
como referência a Nomenclatura Internacional de Doenças, estabelecida pela 
Organização Mundial de Saúde-OMS. No que se refere ao autismo, este é 
descrito pela CID-10 que considera como TEA os seguintes diagnósticos: 
 
 
6 
 
 
 
▪ F84. - Transtornos Globais do Desenvolvimento; 
▪ F84.0 - Autismo Infantil; 
▪ F84.1 - Autismo Atípico; 
▪ F84.5 - Síndrome de Asperger; 
▪ F84.8 - Outros Transtornos Globais do Desenvolvimento; 
▪ F84.9 - Transtornos Globais não Especificados do Desenvolvimento 
 
No dia 18 de junho de 2019, a OMS lançou a CID-11, a nova Classificação 
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. O TEA 
passou a constar na nova Classificação, a CID-11. O documento seguiu a 
alteração feita em 2013 no DSM-V, assim como no DSM, o Manual de 
Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, a nova CID une os 
transtornos do espectro num só diagnóstico 
A versão lançada agora é uma pré-visualização e permitirá aos países 
planejar seu uso, preparar traduções e treinar profissionais de saúde. A 11ª 
versão da CID reflete o progresso da medicina e os avanços na pesquisa 
científica e entrará em vigor em 1º de janeiro de 2022. 
 
Autismo na CID-11 
▪ 6A02 – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) 
▪ 6A02.0 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência 
intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da 
linguagem funcional; 
▪ 6A02.1 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência 
intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da 
linguagem funcional; 
▪ 6A02.2 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência 
intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada; 
▪ 6A02.3 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência 
intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada; 
▪ 6A02.4 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência 
intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional; 
▪ 6A02.5 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência 
intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional; 
https://icd.who.int/dev11/l-m/en
7 
 
 
 
▪ 6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado; 
▪ 6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado. 
 
Com essa nova categorização será possível estabelecer diagnóstico mais 
adequado às especificidades do transtorno, contribuindo com o desenvolvimento 
de habilidades e melhora do manejo terapêutico daqueles que estão no espectro. 
Além disso, por meio da CID é possível ter acesso a um panorama do número 
de pessoas no mundocom TEA. 
 
CRITÉRIOS NO DIAGNÓSTICO NO DSM-V 
 
O diagnóstico do transtorno mostra-se fundamental tanto para as famílias, 
quanto para as próprias pessoas com TEA, norteando tratamentos e 
intervenções, contribuindo para que todos conheçam melhor as características 
próprias do transtorno. Hoje, constata-se que, embora as características 
diagnósticas sejam estudadas há mais de seis décadas, ainda permanecem 
inúmeras divergências e questões a serem respondidas nesse campo de 
investigação (MELLO, 2010). 
O diagnóstico se faz pelo quadro clínico, conforme critérios estabelecidos pela 
CID 10 (OMS, 1993, item 4), sendo que os instrumentos de triagem, de 
diagnóstico e escalas de gravidade podem auxiliar na avaliação e em sua 
padronização. 
De acordo com o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais) para o diagnóstico do TEA o paciente deve preencher 3 critérios: 
 
1. Déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação social e nas 
interações sociais, manifestadas de todas as maneiras seguintes: 
2. Déficits expressivos na comunicação não verbal e verbal usadas para 
interação social; 
3. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. 
 
 
8 
 
 
 
O TEA apresenta uma enorme variabilidade em termos de comportamento, 
cognição e mecanismos biológicos, construindo-se a ideia de que o TEA é um 
grupo heterogêneo, com etiologias distintas. Os pacientes se beneficiam de 
avaliação individualizada para propor a melhor composição de acompanhamento 
para o caso. Uma vez identificado sinais de autismo ou mesmo estabelecido o 
diagnóstico (precoce), a intervenção é fundamental para a aquisição dos 
repertórios de comunicação, socialização, autonomia e motora, fundamentais 
para o desenvolvimento da criança. 
Condições médicas frequentemente associadas ao TEA incluem: 
• Síndrome do X frágil (8-27,9%); 
• Esclerose Tuberosa (24 -60%); 
• Encefalopatia Neonatal/ Encefalopatia Epiléptica/ Espasmo Infantil (36-79%); 
 • Paralisia Cerebral (15%); 
 • Síndrome de Down (6-15%); 
• Distrofia Muscular (3-37%); 
• Neurofibromatose (4 -8%). 
 
Em 2013, Matson e Goldin defenderam que as comorbidades mais comuns 
encontradas com o autismo são epilepsia, distúrbio do sono, transtorno de 
atenção e hiperatividade - TDAH, ansiedade, estereotipia, comportamento 
infrator e Deficiência Intelectual e também Deficiência Auditiva. Essas condições 
são comumente associadas ao autismo e são fonte de intervenção específica, já 
que podem criar condições que dificultam o desenvolvimento do sujeito. 
De acordo com Tierney, em 2015, outra comorbidade que crescentemente 
aparece juntamente com o autismo é a apraxia (cerca de 63% das pessoas com 
TEA), que é também de origem neurológica e dificulta a relação entre os 
comandos para a fala e sua execução pelo aparelho motor responsável pela fala. 
 
 
 
3 INTERVENÇÃO: ABORDAGENSMÚLTIPLAS 
 
9 
 
 
 
Em grande parte dos casos,o autismo ainda é detectado tardiamente. Porém, 
é crescente o número de estudos voltados à importância da detecção precoce. 
Ainda na primeira infância. Neste período inicial da vida, há alguns 
comportamentos que fogem ao chamado “desenvolvimento típico”, e já podem 
servir de alerta a familiares e profissionais da saúde. 
Quanto mais cedo a família e a escola forem orientadas sobre o quadro da 
criança, melhor será sua inserção social e aquisição de autonomia. A intervenção 
precoce (que pode ocorrer mesmo antes do diagnóstico conclusivo) visa 
estimular as potencialidades e auxiliar no desenvolvimento de formas 
adaptativas de comunicação e interação. 
Ao enfrentar um diagnóstico de autismo, as famílias especulam sobre qual 
tipo de intervenção é a mais efetiva. A intervenção intensiva nos primeiros anos 
de vida tem impacto significativo sobre o funcionamento de muitas crianças 
autistas. 
Os primeiros sinais do autismo geralmente são observados pelo pediatra, 
que acompanha o desenvolvimento motor e cognitivo da criança. Após tal 
identificação, os pais são orientados a procurar um médico da área psiquiátrica 
ou neurológica para fazerem o diagnóstico. A partir daí estes profissionais 
prescrevem tratamentos que abrangem especialistas que trabalham em 
conjunto e com avaliações periódicas da criança e por um longo período. Os 
profissionais que habitualmente fazem parte da equipe multidisciplinar são 
Psiquiatra/Neurologista, Psicólogo/Analista do Comportamento, Fonoaudiólogo, 
Pedagogo/Psicopedagogo, Terapeuta Ocupacional e Fisioterapeuta/Educador 
Físico, que devem avaliar e desenvolver um programa de intervenção orientado 
a satisfazer as necessidades particulares a cada indivíduo. 
Alguns autores afirmam que o planejamento do tratamento deve ser 
estruturado de acordo com as etapas de vida do paciente. Desta forma, com 
crianças pequenas, a prioridade deveria ser terapia da fala, da interação 
social/linguagem, educação especial e suporte familiar. 
Já com adolescentes, os alvos seriam os grupos de habilidades sociais, 
terapia ocupacional e sexualidade. Com adultos, questões como as opções de 
moradia e tutela deveriam ser focadas. Infelizmente, há poucas opções de 
moradia em nosso país – uma área que tem sido grandemente negligenciada, 
causando preocupações para os pais. 
10 
 
 
 
 
Esses autores também salientam quatro alvos básicos de qualquer 
tratamento: 
1) estimular o desenvolvimento social e comunicativo; 
2) aprimorar o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas; 
3) diminuir comportamentos que interferem com o aprendizado e com o acesso 
às oportunidades de experiências do cotidiano; 
4) ajudar as famílias a lidarem com o autismo, os quais serão abordados a seguir. 
 
Vale ressaltar que cada caso é único, e nem todas as crianças dentro do 
espectro necessitam de todos os profissionais. A equipe irá traçar as metas, 
definir as habilidades que são mais importantes, investigar o motivo dos 
comportamentos, buscando assim minimizar os comportamentos disruptivos e 
melhorar a qualidade de vida do indivíduo. 
Enfim, muitos outros profissionais podem acabar fazendo parte desta equipe 
de intervenção em algum momento, a depender das necessidades de cada caso. 
O importante é que esta equipe seja parceira, mantenha contato frequente e atue 
de forma coesa em direção a uma meta comum: o desenvolvimento e a melhora 
na qualidade de vida da criança com TEA e sua família. 
 
 
4 INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO PROCESSO ENSINO 
APRENDIZAGEM DO AUTISTA 
 
As intervenções são terapias que especialistas realizam com os pacientes a 
fim de promover o desenvolvimento de aspectos fundamentais para a sua 
autonomia. 
De acordo com definições acadêmicas, a Psicopedagogia é uma área 
destinada a investigar a relação do sujeito com a aprendizagem, o que inclui uma 
abordagem que transita entre aspectos psicológicos, pedagógicos, cognitivos e 
afetivos. 
Segundo a autora Bossa (2000), é função do psicopedagogo: “saber como se 
constitui o sujeito, como este se transforma em suas diversas etapas da vida, 
11 
 
 
 
quais os recursos de conhecimentos de que ele dispõe e a forma pela qual 
produz conhecimento e aprende”. 
O psicopedagogo pode atuar tanto em área clínica como institucional. 
Segundo o Código de Ética do Psicopedagogo, está expresso no artigo 1º: 
A psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e 
Educação que se ocupa do processo de aprendizagem 
considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e 
o contexto sócio histórico, utilizando procedimentos 
próprios, fundamentados em diferentes referenciais 
teóricos. Artigo 2º A psicopedagogia é de natureza inter e 
transdisciplinar, utiliza métodos, instrumentos e recursos 
próprios para compreensão do processo de 
aprendizagem, cabíveis na intervenção (BRASIL, 2011). 
 
A intervenção psicopedagógica visa identificar e tratar as dificuldades da 
aprendizagem proporcionando recursos, organizando projetos de prevenção, 
auxílio, criando estratégias para que se alcance a construção da aprendizagem. 
É fundamental o psicopedagogo trabalhar com todos os envolvidos no processo 
de aprendizagem, pais, professores, alunos, escola, atuando juntamente como 
uma equipe multidisciplinar, para que cada profissional em sua abordagem 
pesquise as informações necessárias para solucionar o problema. 
Precisa além do seu conhecimento teórico e prático, o psicopedagogo deve 
ter responsabilidade, sensibilidade em compreender que um autista aprende, 
mas também ensina, pois toda a bagagem que carrega consigo deve ser 
considerada. É responsabilidade do psicopedagogo intermediar o 
relacionamento entre o ensinante e aprendente na construção de um vínculo 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são diretrizes elaboradas pelo 
Governo Federal com o objetivo principal de orientar os educadores por meio da 
normatização de alguns fatores fundamentais concernentes a cada disciplina. 
Segundo declara o Ministro da Educação e do Desporto, no texto “Ao 
Professor”, que inicia todos os volumes da série, é um documento que foi 
elaborado “com a intenção de ampliar e aprofundar um debate educacional que 
(...) dê origem a uma transformação positiva no sistema educacional brasileiro”. 
De acordo com os PCNs, as manifestações de dificuldades de aprendizagem 
na escola apresentam-se como um contínuo, desde situações leves e 
transitórias que podem se resolver espontaneamente no curso do trabalho 
pedagógico até situações mais graves e persistentes que requerem o uso de 
recursos especiais para a sua solução. Atender as demandas de dificuldades 
12 
 
 
 
contínuas mais graves e persistentes no contexto escolar, requer respostas 
educacionais adequadas envolvendo graduais e progressivas adaptações do 
currículo. 
No Brasil, a necessidade de se pensar um currículo para a escola inclusiva 
tomou maior dimensão após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, a Lei nº 9.394/96, bem como as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, aprovada em 
setembro de 2001 e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva, aprovada em 2008, para uma análise de como contemplam 
as adaptações e adequações curriculares necessárias para oferecer um ensino 
de qualidade aos educandos com necessidades educacionais especiais 
incluídos no sistema comum de ensino. 
Relacionando, Diniz (2012) destaca que “[...] o papel do psicopedagogo dentro 
de uma instituição escolar inclusiva é analisar os fatores que favorecem, 
intervém ou prejudicam uma boa aprendizagem”. Assim seus objetivos são: 
▪ Conduzir a criança ou adolescente, o adulto ou a instituição a reinserir-
se, reciclar-se numa escolaridade normal e saudável, de acordo com as 
possibilidades e interesses dela. 
▪ Promover a aprendizagem, garantindoo bem-estar das pessoas em 
atendimento profissional, valendo-se dos recursos disponíveis, incluindo 
a relação interprofissional. 
▪ Atender indivíduos que apresentam dificuldades para aprender por 
diferentes causas, estando assim, inadaptados socialmente ou 
pedagogicamente. 
▪ Encorajar aquele que aprende a tornar-se cada vez mais autônomos em 
relação ao meio, em interagir com os colegas e resolver os conflitos entre 
eles mesmos; a ser independente e curioso; a usar iniciativa própria; ter 
confiança na habilidade de formar idéias próprias das coisas; a exprimir 
suas idéias com convicção e conviver construtivamente com os medos e 
angústias. 
 
Indivíduos com TEA possuem necessidades educacionais especiais às 
condições clinicas, comportamentais, cognitivas, de linguagem e de adaptação 
social, cabe ao psicopedagogo conhecer as características do indivíduo com 
13 
 
 
 
TEA, para que tenha condições de planejar uma intervenção que venha atingir 
as necessidades e os aspectos afetivos, cognitivos e comportamentais, 
ajudando o sujeito autista a se sentir pertencente e inserida no contexto escolar, 
integrada a família e a sociedade. 
O papel do psicopedagogo é ser o intermediário de facilitações e 
possibilidades de aprendizagens. Ao se pensar na educação de crianças com 
TEA é preciso ter conhecimentos prévios sobre o transtorno e sobre o padrão 
normal das demais crianças. Requer a primazia da observação para atingir o 
verdadeiro caminho do saber, selecionar estímulos que tornem receptiva a 
prática usada, saber enriquecer o aprendizado, abordar as características da 
ação psicopedagógica. 
Em toda intervenção é necessária a consciência das possibilidades 
educacionais da criança com TEA, sabendo nortear um currículo eficaz e de 
acordo com suas peculiaridades, pois o aluno autista é um aprendiz que a sua 
maneira elabora suas idéias, ordena suas ações, sincroniza o funcionamento 
psíquico e a capacidade motora. 
As adaptações curriculares constituem em possibilidades educacionais de 
atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõe que se 
realize a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo 
apropriado às peculiaridades dos alunos com deficiência. Não se trata de propor 
um novo currículo, mas um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação, 
para que atenda realmente a todos os educandos. 
Nessas circunstâncias, as adaptações curriculares implicam na planificação 
pedagógica e as ações docentes fundamentadas nos critérios básicos que a 
define, ou seja: o que o aluno deve aprender; como e quando aprender; que 
formas de organização do ensino são mais eficientes para o processo de 
aprendizagem e como e quando avaliar o aluno. 
Segundo Pereira e Vieira(2003) para ensinar uma criança com TEA, como 
qualquer outra criança seja ela deficiente ou não, devemos responder às 
seguintes questões: “o que vamos ensinar?”, “como vamos ensinar?” e “como 
vamos avaliar?”. Sendo papel do psicopedagogo orientar os professores e a 
equipe escolar a: usar instruções claras, diretas e simples; utilizar estímulos 
visuais para o estabelecimento da rotina e instruções; ensinar comportamentos 
de obediência a regras; ensinar comportamentos de solicitação; estimular o 
14 
 
 
 
desenvolvimento da autonomia e da independência; controlar os estímulos 
antecedentes; avaliar a funcionalidade do comportamento; utilizar o reforço 
positivo (elogios, acesso a jogos e brinquedos,...) para modificação de 
comportamento. 
O uso de estímulos visuais para o estabelecimento de rotina e instruções; 
ensino de comportamentos de obediência a regras. É um equívoco pensar que 
crianças com autismo não precisam seguir regras como as outras (KHOURY, 
2014). 
Devem-se reforçar positivamente os comportamentos adequados e 
não se devem reforçar os comportamentos inadequados. Quando 
ocorrer um comportamento inadequado, deve-se ensinar o 
comportamento adequado que é esperado. Repete-se o ensino todas 
as vezes que sejam necessárias e controla-se o ambiente para evitar 
que eventos do ambiente determinem, propiciem ou favoreçam a 
emissão de problemas de comportamento ou comportamentos 
inadequados (KHOURY, 2014). 
 
 
Direcionar uma rotina diária é importante para oferecer uma previsibilidade de 
acontecimentos permitindo situar a criança no espaço e tempo, facilitando a 
organização de todo o contexto interno, diminuindo a angústia, ansiedade e 
frustração. Segundo Bereohff (1995), devemos entender a rotina com 
planejamento e organização. 
Cunha (2015) abordou quatro critérios de mediação psicopedagógica para ser 
aplicada em crianças com TEA: A intencionalidade, reciprocidade, significado e 
transcendência. 
A intencionalidade se refere ao modo de interação entre mediador e mediado, 
para que ambos aprendam moldar e interpretar estímulos. Reciprocidade, diz 
respeito à troca, é um caminho que torna visível o retorno do aprendente ao 
processo de aprendizagem, é importante o mediador nesse processo procurar 
recompensar as respostas positivas, pois assim o aprendente percebe que está 
no caminho certo. Significado, o mediador deve dar significado as ações, o 
mediado precisa compreender a função, a utilidade de tal ato, de tal objetivo. 
Transcendência, esta tem por objetivo promover a aquisição de estratégias que 
podem servir para diversas situações. 
O trabalho psicopedagógico deve ser visto como uma ferramenta para ajudar 
na organização e estrutura cognitiva e comportamental dos indivíduos, sendo 
15 
 
 
 
necessário intervenções específicas para melhor atender as crianças autistas. 
Dentre essas intervenções destacam-se dois métodos o ABA e o TEACH. 
Segundo Tramujas (2010), a ABA (Apleid Behavioranalysis – Análise do 
Comportamento aplicada), de acordo com o manual de treinamento ABA, é um 
termo advindo do campo científico do Behaviorismo, que tem como objetivo 
avaliar, analisar, observar e explicar a associação entre o ambiente e o 
comportamento humano e a aprendizagem. Alguns dos procedimentos utilizados 
em ABA são: 
 
1 – Modelagem: tem como finalidade reforçar de forma diferencial as respostas 
que se aproximam do que está sendo pedido. É importante iniciar reforçando 
positivamente aquelas respostas próximas ao que é desejado e, assim, de forma 
gradual o psicopedagogo exigir maior refinamento da resposta até que a criança 
esteja capacitada a responder a atividade de forma correta. 
 
2 – Aprendizagem sem erro: É importante que o psicopedagogo assegure o 
sucesso do aprendizado e a motivação da criança, oferecendo as dicas 
necessárias para a aprendizagem, ou seja, ajudar a criança a concretizar o 
comportamento-alvo, levando em conta os pré-requisitos que ela possui e os que 
faltam aprender. Para que isso ocorra, o profissional deve seguir a hierarquia de 
dicas, iniciando com a dica mais intrusiva e esvanecendo até a criança realizar 
de forma independente. 
 
3 – Uso de reforçadores: É importante que o psicopedagogo utilize itens de 
preferência da criança para motivá-las a realizar as atividades desejadas. 
 
Para Tramujas, os elementos que compõem o currículo de um programa de 
ABA são: 
a) Programa de Linguagem Receptiva: Aponta para objetos quando 
solicitado; Segue instruções de um passo ; Aponta para partes do 
corpo b) Programa Habilidades de Imitação: Imita ações motoras 
amplas; Imita ações motoras finas; Imita ações com objetos c) 
Programa Habilidades de Cuidados Pessoais:Tira as roupas; Usa 
colher e garfo; Usa o toalete.(TRAMUJAS, 2010). 
 
 
https://www.grupoconduzir.com.br/2017/06/saiba-o-que-e-terapia-aba/
https://www.grupoconduzir.com.br/2017/08/tecnica-aprendizagem-sem-erro/
https://www.grupoconduzir.com.br/2017/08/mitos-e-verdades-sobre-aba-e-reforcadores/
16 
 
 
 
O Método TEACCH (Treatmentand Education of Autisticand Related 
Communication Handicapped Children), que traduzido em português significa 
Tratamentoem Educação para Autista e Crianças com Deficiências 
Relacionadas à Comunicação, é um programa de intervenção terapêutica 
educacional e clínica, conforme afirma Schwartzman (2012). 
O TEACCH é um trabalho de intervenção terapêutico baseado na 
determinação de objetivos bem definidos e direcionados aos comportamentos 
que se pretende mudar, com o propósito de extinguir ou amenizar 
comportamentos indesejáveis, reforçando positivamente. Segundo 
Schwartzman (2012), o reforço positivo dos estímulos aumenta a probabilidade 
das condutas entendidas como adequadas e negativas para serem realizadas 
na convivência social. 
O TEACCH tem como objetivo apoiar o portador de autismo em seu 
desenvolvimento para ajudá-lo a conseguir chegar à idade adulta com o máximo 
de autonomia possível. Isto inclui ajudá-lo a compreender o mundo que o cerca 
através da aquisição de habilidades de comunicação que lhe permitam 
relacionar-se com outras pessoas, oferecendo-lhes, até onde for possível, 
condições de escolher de acordo com suas próprias necessidades. Sua meta é 
o desenvolvimento da comunicação e da independência e sua proposta é 
analisar e eliminar as causas dos problemas de comportamento. 
Na terapêutica psicopedagógica, trabalha-se concomitantemente a linguagem 
receptiva e a expressiva. 
São utilizados estímulos visuais (fotos, figuras, cartões), estímulos corporais 
(apontar, gestos, movimentos corporais) e estímulos audiocinestesicovisuais 
(som, palavra, movimentos associados às fotos) para buscar a linguagem oral 
ou uma comunicação alternativa. Por meio de cartões com fotos, desenhos, 
símbolos, palavra escrita ou objetos concretos em sequência (potes, legos etc.), 
indicam-se visualmente as atividades que serão desenvolvidas naquele dia na 
escola. 
De acordo com Sianlian et al. (2009), os sistemas de trabalho são 
programados individualmente e ensinados um a um pelo professor. As crianças 
autistas são mais responsivas às situações dirigidas que às livres e também 
respondem mais consistentemente aos estímulos visuais que aos estímulos 
auditivos. 
17 
 
 
 
Contudo, os instrumentos podem colaborar com o trabalho do psicopedagogo, 
levando-o a realizar intervenções ativas e positivas, criando estratégias para que 
se alcance a construção da aprendizagem no contexto da educação inclusiva de 
crianças autistas. 
O papel do psicopedagogo vem de ser o auxiliador com um olhar sistêmico, 
para tentar enxergar ao máximo sua capacidade cognitiva de aprendizado e 
tornar o currículo funcional para que seja desenvolvida a autonomia do aluno 
com TEA. 
Por meio da intervenção psicopedagógica se fará a eliminação de barreiras e 
criação de estratégias que muitas vezes são simples, mas que fazem parte da 
estratégia de ensino utilizada pelo professor regente e que irá possibilitar um 
currículo que atenda esse aluno. 
Sua meta é o desenvolvimento da comunicação e da independência e sua 
proposta é analisar e eliminar as causas dos problemas de comportamento. É 
um instrumento de apoio para ensinar o que vem antes, o que acontece depois, 
possibilitando o planejamento de ações e seu encadeamento em uma sequência 
de trabalhos. 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012 sobre a Política Nacional de 
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista vêm 
reforçar a Lei da Inclusão e a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96 que trata a 
Educação Especial como uma modalidade de educação escolar direcionada a 
formação do indivíduo, garantindo o exercício de cidadania permeando todos os 
níveis de modalidades de ensino dentro da educação escolar. Sendo assim, a 
inclusão acaba incorporando os princípios de uma educação em que todos os 
cidadãos são participantes ativos e sujeitos da construção do conhecimento. 
A psicopedagogia é uma área relevante para o desenvolvimento de uma 
pessoa autista. No entanto, é imprescindível que os terapeutas saibam abordar 
cada caso de forma separada a fim que as intervenções promovam os pontos 
desejados para a criança e adolescente: capacidade de compreensão e 
18 
 
 
 
assimilação na interação com outras pessoas; desenvolvimento de técnicas 
comunicativas, entre outro. 
Para que haja uma superação dos problemas de aprendizagem em autistas é 
fundamental um planejamento que inclua atividades diversificadas e individuais 
propostas pelo psicopedagogo. Afinal, cada pessoa é diferente da outra, o que 
não poderia ser distinto nos autistas. Podem ser iguais em algumas 
características, mas irão aprender cada uma do seu jeito, de forma diferente. Por 
isso as atividades devem ser individuais. 
Trabalhar com autistas especificamente, exige conhecimento, auto-controle, 
disposição e amor. É preciso ter uma visão estratégica, e ter consciência da 
responsabilidade profissional e social que tem em suas mãos. 
O aluno autista é capaz de desenvolver sua aprendizagem tal como os outros, 
na sala de aula. O que ele precisa é de método e tempo diferenciado para realizar 
as atividades. 
Contudo, uma intervenção psicopedagógica só terá resultados se o sujeito for 
devidamente acompanhado pela comunidade escolar, pela família e por toda 
equipe multidisciplinar como foi citado acima, dando aos mesmos recursos para 
que seu pleno desenvolvimento seja cognitivo, afetivo e social. 
 
 
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