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Tecido ósseo Tecido conjuntivo especializado formado por material extracelular calcificado (matriz óssea) funções gerais ▪ Suporte de tecidos moles ▪ Proteção de órgãos vitais ▪ Apoio aos músculos esqueléticos, constituindo um sistema de alavancagem que permite a execução de movimentos ▪ Armazenamento de íons (Ca+2, PO3-4) ▪ Aloja e protege a medula óssea CÉLULAS ➔ OSTEOBLASTOS – Sintetizam a parte orgânica da matriz óssea e são precursores dos osteócitos. São capazes de concentrar fosfato de cálcio, participando também da mineralização da matriz. São células cuboides e apresentam citoplasma muito basófilo. Dispõem-se sempre em fileiras (lado a lado) localizadas na superfície óssea, ou seja, na periferia das trabéculas ósseas. À medida que vão produzindo MEC, são aprisionados na própria matriz e têm sua atividade reduzida. *A matriz óssea recém-sintetizada, adjacente aos osteoblastos, recebe o nome de osteóide. ➔ OSTEÓCITOS – Atuam na manutenção da matriz óssea (RER e C. golgi menos desenvolvidos). São células achatadas e localizadas no interior da matriz, ocupando cavidades chamadas de lacunas (osteoplastos), das quais partem canalículos dentro dos quais estão os prolongamentos citoplasmáticos dos osteócitos. Em cada lacuna existe apenas um osteócito, e esta comunica-se com lacunas adjacentes através de junções comunicantes estabelecidas pelos prolongamentos, o que permite a passagem de pequenas moléculas e íons de um osteócito para outro. *Não existe nutrição de substâncias através da matriz calcificada do osso, daí a importância dos canalículos. ➔ OSTEOCLASTOS – Atuam na reabsorção óssea, sendo sua atividade controlada por citocinas (proteínas sinalizadoras), calcitonina e paratormônio. São células gigantes, multinucleadas (6-50 núcleos), móveis e ramificadas, originadas de precursores mononucleados da medula óssea. A superfície ativa dos osteoclastos fica voltada para a matriz óssea, e ao redor dela existe uma área citoplasmática denominada zona clara, a qual é pobre em organelas e constitui o local de adesão célula-matriz. Nele há secreção de H+, colagenase e enzimas que digerem a matriz orgânica e dissolvem os cristais de sais de cálcio. *As lacunas cavadas na matriz pelos osteoclastos são as lacunas de Howship MATRIZ ÓSSEA Parte inorgânica (65%) – composta principalmente pelos íons Ca+2 e PO3-4+ bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato. O cálcio e o fosfato formam cristais de hidroxiapatita, os quais possuem uma capa de hidratação (formada por íons hidratados) ao seu redor. Parte orgânica (35%) – formada em sua maioria por fibras colágenas (colágeno tipo I) e por uma pequena quantidade (5%) de proteoglicanos e glicoproteínas. REVESTIMENTO O tecido ósseo é recoberto internamente e externamente por membranas conjuntivas responsáveis por sua nutrição e pelo fornecimento de novos osteoblastos para o crescimento e recuperação do osso. ➔ PERIÓSTEO – camada de tecido conjuntivo denso que reveste o osso externamente. Sua camada mais superficial é formada por fibras colágenas e fibroblastos. Dela partem as fibras de Sharpay, feixes de fibras colágenas que penetram no tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso. Já sua camada mais profunda é composta por células osteoprogenitoras/osteogênicas, que se diferenciam em osteoblastos. ➔ ENDÓSTEO – camada de tecido conjuntivo frouxo que envolve a superfície interna do osso, revestindo o canal medular, as cavidades do osso esponjoso e os canais de Havers e Volkmann. É composto por uma camada de células osteogênicas achatadas. 1. Classificação macroscópica OSSO COMPACTO – não possui cavidades visíveis. Predomina na diáfise de ossos longos e nos ossos chatos. OSSO ESPONJOSO - apresenta cavidades várias cavidades intercomunicantes visíveis (aspecto poroso). Predomina na epífise de ossos longos e no centro dos curtos. Atenção! A associação entre os cristais de hidroxiapatita e as fibras colágenas é responsável pela dureza e resistência do tecido TIPOS DE TECIDO ÓSSEO Bruna Larissa → MED 52 2. Classificação histológica Tecido ósseo primário (imaturo) – é o primeiro tecido ósseo a se formar durante o desenvolvimento fetal e na reparação óssea, sendo gradativamente substituído pelo secundário. Apresenta fibras colágenas dispostas sem organização definida, é menos mineralizado e é rico em osteócitos. *Nos adultos persiste apenas próximo às suturas cranianas, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões Tecido ósseo secundário (maduro) – também chamado de lamelar, predomina nos adultos e é formado por fibras colágenas organizadas em lamelas, que ficam ou paralelas umas as outras ou dispõem-se em camadas concêntricas. As lacunas dos osteócitos estão geralmente situadas entre as lamelas. O tecido ósseo compacto possui quatro tipos de sistemas de lamelas: ósteons, lamelas circunferenciais externas, lamelas circunferenciais internas e lamelas intersticiais ➔ Sistema de Havers (ósteon) – cilindro longo formado por 4-20 lamelas concêntricas que se posicionam ao redor de um orifício central por onde passam vasos e nervos, o canal de Havers. ➔ Canal de Volkmann – canais transversais/oblíquos que permitem a comunicação dos canais de Havers entre si, com o canal medular e com a superfície externa do osso. Atravessam as lamelas ósseas. A formação de tecido ósseo se dá pelo processo de ossificação intramembranosa ou pela endocondral. *Em ambas, o primeiro tecido formado é o primário, que é substituído pouco a pouco pelo secundário. OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA Ocorre no interior de membranas conjuntivas. Inicia-se no centro de ossificação primária a partir da diferenciação de células mesenquimatosas em osteoblastos. Estes sintetizam o osteóide, que logo se mineraliza e engloba os osteoblastos, os quais transformam-se em osteócitos. Observações: + Forma os ossos frontal, parietal e partes do occipital, temporal e maxilares. + As fontanelas dos recém-nascidos correspondem a áreas onde as membranas conjuntivas ainda não foram substituídas por tecido ósseo + A parte da membrana que não sofre ossificação passa a constituir o periósteo e o endósteo. OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL Ocorre sobre um molde de cartilagem hialina, sendo o principal processo responsável pela formação dos ossos longos e curtos. Engloba basicamente dois processos: A. Modificação da cartilagem hialina: hipertrofia dos condrócitos → redução da MEC a finos tabiques → mineralização da MEC e morte dos condrócitos por apoptose B. Invasão das lacunas ocupadas previamente pelos condrócitos por capilares sanguíneos e células osteogênicas do tecido conjuntivo adjacente. Estas últimas diferenciam-se osteoblastos, que depositam matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem calcificada. HISTOGÊNESE Passo a passo detalhado: ▪ Ossificação intramembranosa do pericôndrio que recobre o molde cartilaginoso na parte média que corresponde à diáfise, formando um cilindro chamado de colar ósseo; ▪ Modificação da cartilagem hialina (hipertrofia dos condrócitos, mineralização da MEC e morte celular por apoptose); ▪ Invasão de vasos sanguíneos partindo do periósteo em direção à cartilagem calcificada; levam consigo células osteogênicas que diferenciam-se em osteoblastos; ▪ Formação de tecido ósseo primário sobre os restos da cartilagem calcificada pela atividade dos osteoblastos, constituindo o centro de ossificação primário. ▪ Crescimento longitudinal do centro de ossificação primárioe do colar ósseo em direção às epífises ▪ Formação do canal medular por atividade osteoclástica (absorção do tecido ósseo formado no centro da cartilagem) e migração de células sanguíneas para seu interior, formando a medula óssea ▪ Formação dos centros de ossificação secundários nas epífises (de forma não simultânea), os quais apresentam crescimento radial. ▪ Calcificação da matriz óssea e aprisionamento dos osteoblastos, que se transformam em osteócitos Observações: + Quando as epífises são ocupadas pelo tecido ósseo formado nos centros secundários, o tecido cartilaginoso fica reduzido a dois locais: a cartilagem articular e a cartilagem de conjugação (disco epifisário) + NÃO existe periósteo nas cartilagens articulares + O disco epifisário passa a ser responsável pelo crescimento longitudinal do osso. Desaparece por ossificação por volta dos 20 anos de idade + Na cartilagem de conjugação, distinguem-se 5 zonas: 1. Zona de repouso – cartilagem hialina sem alteração morfológica 2. Zona de proliferação – proliferação ativa de condrócitos enfileirados em colunas 3. Zona de cartilagem hipertrófica – condrócitos muito volumosos, redução da matriz a tabiques finos e apoptose 4. Zona de cartilagem calcificada – matriz cartilaginosa mineralizada e término da apoptose dos condrócitos 5. Zona de ossificação – invasão de células osteogênicas, diferenciação dos osteoblastos e síntese de matriz óssea
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