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CENTRO UNIVERSITÁRIO DANTE CURSO DE ENGENHARIA CIVIL LETÍCIA GABRIELA DE OLIVEIRA ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ENGENHARIA CIVIL: MRV BAIA DA BABITONGA INCORPORAÇÕES LTDA E HIDROJAP SPAZIO ACABAMENTOS E SERVIÇOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL EIRELI BLUMENAU 2020 2 ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ENGENHARIA CIVIL: MRV BAIA DA BABITONGA INCORPORAÇÕES LTDA E HIDROJAP SPAZIO ACABAMENTOS E SERVIÇOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL EIRELI Relatório de estágio curricular apresentado à disciplina Estágio Supervisionado 2 do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Dante, como requisito parcial à conclusão do curso de Engenharia Civil Nome do Professor: Leandro J. Isensee BLUMENAU 2020 ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ENGENHARIA CIVIL: MRV BAIA DA BABITONGA INCORPORAÇÕES LTDA E HIDROJAP SPAZIO ACABAMENTOS E SERVIÇOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL EIRELI por LETÍCIA GABRIELA DE OLIVEIRA Relatório de estágio curricular obrigatório realizado nas empresa Mrv Baia da Babitonga Incorporações Ltda e Hidrojap Spazio Acabamentos e Serviços na Construção Civil Eireli, no período de 22 de outubro de 2019 a 21 de agosto de 2020 (MRV) e 24 de agosto de 2020 a 24 de agosto de 2021 (Hidrojap), cumprindo requisito parcial para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Dante, aprovado pelas empresas concedentes do estágio, representadas, sequencialmente, por: Anesio Augusto Favero e Samara Piaz, supervisores de estágio. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 8 1.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA .................................................................................. 10 1.1.1 Fluxograma do Processo Produtivo da Empresa .......................................................... 10 1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 12 1.2.1 Objetivo Geral............................................................................................................... 12 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 12 1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................................11 1.4 PLANO................................................................................................................................12 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................................. 16 8 1 INTRODUÇÃO O estágio é executado em uma obra de um Condomínio Residencial com 288 apartamentos, sendo cada bloco com quatro andares e cada andar com quatro apartamentos. Totalizando 18 blocos, o mesmo é localizado na rua Rudolfo Walter, na Itoupava Central. A Itoupava Central é um bairro familiar, do qual está em constante crescimento devido a quantidade de grandes terrenos disponíveis. Para execução de uma obra deste porte, teremos que fazer algumas melhorias no bairro. Teremos de fazer a construção de pontos de ônibus, reforma em creches e criação de uma praça nas proximidades. Dessa forma, tornará o local apropriado para receber uma grande quantidade de novos moradores. O estágio é uma via de mão dupla. O meu objetivo com ele é ampliar meus conhecimentos, viver o dia a dia de uma obra, participando de todas as etapas. Com isso, ter a parte prática dos conhecimentos estudados em sala de aula, vivenciando situações problemas e podendo dar sugestões de soluções. Tendo contato com os engenheiros e também o mestre de obra, que me auxilia diariamente em meus questionamentos. E, para a empresa, tem-se a confiabilidade de controles e execuções conforme projeto, tendo de forma organizada verificações de serviços de todas as etapas da obra. Com isso, posso estar em obra por seis horas de segunda a sexta-feira, totalizando trinta horas semanais. Por escolha própria, meu horário é das 08h00 as 12h00, e das 13h00 as 15h00. Meu dia a dia é muito dinâmico, geralmente difere de um dia para o outro. Costumo executar o controle tecnológico de recebimento de concreto, onde ao chegar concreto no canteiro de obras, eu preencho fichas com o destino que foi utilizado. E, após isso, passo estas informações para o Software (ConsulteGeo). Durante o processo de execução de serviços, seja de parede de concreto ou já nas fases de acabamentos, eu preencho o que chamamos de FVS. FVS é a Ficha de Verificação de Serviços, onde consta detalhamentos onde a cada etapa pode-se aprovar, reprovar ou informar que não se aplica. E, em caso de reprovação, devemos informar qual solução foi colocada para solucionar o problema e se a mesma foi aprovada. Para sabermos quando aprovar, reprovar ou informar que não se aplica, temos a PES. A PES é o Procedimentos de Execução de Serviço, onde tem-se um passo a passo de cada serviço executado no canteiro de obras. Neste documento temos as condições necessárias para o início do serviço, o que pode e o que não pode, ilustrações de situações que possam vir a ocorrer, materiais necessários e quem está apto para execução. Em relação aos materiais e armazenamentos, temos a TIA. A TIA é a Tabela de 9 Inspeção e Armazenamento. É como mais um passo a passo, porém, referente a armazenagem correta dos materiais. E neste documento também conta ilustrações de situações, o que pode e o que não pode, de cada material presente no nosso canteiro de obras. Temos diversos procedimentos de cuidados com o meio ambiente. Nas obras da MRV é exigido a criação de um poço decantador para lavação da bica do caminhão de concreto, para, desta forma, não ser direcionado ao solo o concreto. Utilizamos a decantação para ir ao solo apenas a água já limpa. Outro procedimento executado para resguardo do meio ambiente, é a área de abastecimento de máquinas, para que o combustível não ter contato ao solo. E ainda, temos um local apenas para produtos químicos, para em caso de vazamento, conseguirmos o controlar e parar o mais rápido possível. No local de químicos, temos um kit de mitigação (uma caixa com areia e pá), para, se ocorrer o vazamento, jogarmos areia e termos o controle. Temos também sacolas plásticas para então recolher esta areia com produto químico, além do extintor para situações mais graves. Temos de deixar neste local as FISPQ de cada produto que guardamos. E, ainda, garantimos a execução de serviço conforme projetos e sempre seguindo as normas vigentes. A MRV Engenharia está desde 1979 no mercado e hoje é a construtora que mais constrói apartamentos da América Latina, tendo obras no âmbito de casas e apartamentos. Ela oferece casas e apartamentos em mais de 160 cidades do Brasil, e, já consta com obras fora do país. O mercado que ela se encaixa é de condomínios residenciais destinados a classe média e média baixa. Priorizando sempre os clientes, a MRV conquistou duas certificações, sendo a que estabelece padrões rigorosos na gestão de meio ambiente e que estabelece padrões rígidos na gestão de segurança e saúde das empresas. Em 1979 a MRV Engenharia começou com o objetivo de construir empreendimentos na cidade de Belo Horizonte, MG. Ampliando seus objetivos e como tática de ficar mais conhecida, em 1994 investiu no marketing esportivo com o primeiro patrocínio a clubes de futebol. Em 1996 iniciou a ampliação das atividades para outros estados. Em 2007 a empresa fechou um contrato inédito com a Caixa Econômica Federal, em 2009 juntamente com outras empresas do setor participa da elaboração do programa Minha Casa, Minha Vida, e, em 2014 se firma como principal agente do programa. Sua missão é Concretizar o sonho da casa própriaoferecendo imóveis com a melhor relação custo/benefício para o cliente, e a visão é Ser a melhor empresa de incorporação, construção e venda de empreendimentos econômicos do Brasil. Temos como Presidente do Conselho de Administração Rubens Menin, e divide-se em 10 duas regiões, a primeira tendo como diretor Rafael Menin e a segunda Eduardo Fischer. Cada região tem seus coordenadores, e cada obra seu engenheiro que monta a equipe, com estagiários, mestres de obras, técnicos de segurança, almoxarife e auxiliar, pedreiros e serventes. Cada setor tem um coordenador para dar auxílio semanal. Como por exemplo, setor de hidráulica e elétrica (GI), setor de qualidade, setor de almoxarife, setor de segurança e o setor de meio ambiente. E, tendo a mesma como comparativo da sistemática de obra, na segunda etapa estarei executando estágio em uma reconstrutora predial, sendo ela a Hidrojap Spazio Acabamentos e Serviços na Construção Civil Eireli. A mesma encontra-se com diferenças obras em atuação, sendo a principal que estarei acompanhando a reconstrução predial de um Edifício no centro de Blumenau, sendo este o Edifício Blumenau. O Edifício Blumenau localiza-se no centro de Blumenau, na rua Nereu Ramos (número 26), foi construído em 1985 pela empresa Abreu, e, devido ao desgaste com o passar do tempo, os moradores montaram uma comissão para liderar a reforma do mesmo. Após isso, a empresa Hidrojap lhes apresentou os seus serviços de reconstrução predial, tendo como principais serviços os tratamentos de armaduras, lavação, reforma, revitalização e pintura, para entregar ao cliente um produto da melhor forma possível esteticamente e também estruturalmente, garantindo a durabilidade do mesmo. Se tratando de durabilidade e garantia, a empresa prioriza estar regida pelas normas vigentes e cumpre seu papel diante da sociedade. A Hidrojap está em atuação no mercado a mais de 30 anos, atuando principalmente na revitalização de fachadas e priorizando a qualidade e satisfação dos clientes, sempre seguidos normas, padrões de segurança e excelência. Atua desde 1988 na região de Blumenau, Vale do Itajaí e Litoral Norte de Santa Catarina. Abranje o mercado residencial multifamiliar, comercial e também industrial. Utiliza base técnica e acompanhamento das especificações de produtos de alta qualidade, além de equipamentos modernos que seguem normas da ABNT. 1.1 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA - MRV A MRV Engenharia é uma empresa de grande porte, presente em muitas cidades do Brasil e até fora do país. Nos últimos três anos, foi entregue mais de 120 mil chaves de apartamentos e foi considerada a maior construtora do país pelo quarto ano seguido, segundo 11 o ITC. É considerada também a maior parceira do Minha Casa, Minha Vida, sempre buscando técnicas inovadoras e antecipação de tendências. Os principais clientes são investidores e indivíduos classe média e média baixa. 1.2 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA - HIDROJAP A Hidrojap Spazio está presente nos a redores de Santa Catarina, se colocando a disposição para reconstruções prediais e até reformas em residências, execuções de serviços de pequeno, médio e grande porte. A mesma está presente na construção civil a mais de 30 anos, utilizando de todos os cuidados necessários para a entrega de um produto que satisfaça o cliente, agredindo o mínimo possível o meio ambiente e estando a frente de problemáticas devido ao cenário que as obras se encontram (ambiente já construído, possuindo moradores). 1.2.1 Fluxograma do processo produtivo Figura 1- Fluxograma do processo produtivo de obra predial com paredes de concreto (Conforme MRV Engenharia executa, e Hidrojap Spazio reconstrói) Fonte: o Autor (2020) 12 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Comparar o sistema de Qualidade e Meio Ambiente na obra de construtora de condomínio residencial com 288 apartamentos com a obra de uma reconstrução predial, sendo a mesma do Edifício Blumenau, condomínio residencial construído a mais de 30 anos na cidade de Blumenau. Ambos para que sua execução seja conforme projetos, normas vigentes e procedimentos da empresa, e, com isso, identificar os problemas mais frequentes e suas explicações teóricas. 1.3.1.1 Objetivos Específicos a) Elaborar Fichas de Verificação de Serviços, conforme executados; b) Comparar os projetos e execuções conforme as normas técnicas vigentes; c) Acompanhar os Procedimentos de Execução de Serviços, conforme normas; d) Controlar a rastreabilidade do concreto; e) Elaborar planos de controle de Meio Ambiente, prejudicando-o o mínimo possível; f) Comparar problemáticas encontradas em um cenário de construção e no de reconstrução; g) Identificar frequentes problemas construtivos apresentados com o passar dos anos; h) Relatar, com explicações técnicas, o motivo dos frequentes problemas construtivos. 1.4 JUSTIFICATIVA A análise e comparação de uma situação predial de construção e reforma me fez ampli- ar meus conhecimentos em diversos pontos. Os cenários envolvidos muito diferentes. Em um, a situação de construção requer atenções estruturais. Desde o estudo de solos até a reti- rada de árvores, documentações ambientais necessárias, ampliações sociais para liberação no âmbito da prefeitura, dentre outros. Muitos são os pontos necessários de análise para a execução concreta e segura de uma obra de construção, como no condomínio domiciliar ci- tado neste relatório. O Plano de Qualidade da Obra torna-se ainda mais necessário, os controles e acompa- nhamentos feitos diariamente podem ser consultados em situações problemáticas presentes 13 em uma reconstrução predial. Como por exemplo, a reconstrução do edifício também citado neste relatório. Construção do qual tem-se poucos relatos da época, quase nenhum controle. Ao nos depararmos com uma situação problema, não sabemos o que podemos esperar. Ci- tamos em campo frequentemente a seguinte frase “Apenas rompendo, para saber”. Muitas vezes nos deparamos com tubulações inesperadas, ou passagens de energia. Relatar o Plano de Qualidade da Obra trará benefícios para ambos os lados. Uma obra que segue todos as normas, projetos e ainda tem todo o controle tecnológico em dia, é uma obra organizada. O acompanhamento dos serviços faz com que problemas sejam observa- dos e resolvidos com rapidez. Em canteiro, utilizamos as Fichas de Verificação de Serviço, ferramenta que nos guia a dar sequencia as etapas. As ferramentas e controles utilizados também nos auxiliam a ter conhecimento sob as leis envolvidas, normas, procedimentos. Com a comparação de projetos e execuções conforme as normas técnicas vigen- tes, amplio meus conhecimentos projetistas e ainda trago segurança a empresa, de que não terá execuções diferentes ou futuros problemas. O acompanhamento e rastreabilidade do concreto, também conhecido como Controle Tecnológico, garante que caso tenhamos problemas futuros, saibamos rastrear a Nota Fis- cal, e, com isso, rompimentos e corpos de prova para então achar a raiz do problema. O importante é estar prevenido caso, no futuro, seja mesmo depois da entrega haja informa- ção para entender o que pode ter acontecido. E, todos esses pontos são colocados de forma que prejudique o mínimo possível o meio ambiente, tendo em canteiro sempre todas as licenças necessárias. Aqui nós reciclamos, reu- tilizamos e reduzimos sempre que possível. Elaboramos um decantador para limpeza dos caminhões de concreto, para que haja a decantação e apenas água chegue ao solo. Os produ- tos químicos são armazenados em locais isolados, para que caso aconteça vazamento, o ma- terial não se espalhe pela obra. O Plano de Qualidade da Obra é ele que planeja, acompanha e monitora as etapas da obra, sendo uma proteção para o futuro e para as manutenções. E, esta necessidade está citada na NBR 5674 (2012, p. 04) aponta a necessidade da consideraçãode projetos, rela- tórios de inspeções, rastreabilidade dos serviços, dentre outro. Ou seja, além de uma faci- lidade, é uma norma brasileira. Estas manutenções podem ser de âmbito rotineiro (fluxo constante de serviços), preventivo (cuja realização dos serviços sejam programadas com antecedências) ou até mesmo corretivo (demandam ação ou intervenção imediata a fim de permitir a continuida- de do uso). (NBR 5674 2012, p. 03). As manutenções em questão são do âmbito preventi- vo, mas que, em grande maioria, poderiam se tornar um grande problema se não viessem a ser tratados com a devida atenção. As manutenções pertinentes a parte de serviços preventivos prestados pela Hidrojap englobam o tratamento de concreto e de armaduras. No âmbito do desgaste e deterioração do concreto causados pela influência do tempo, temos: a) lixiviação: por ação de águas puras, carbônicas agressivas e ácidas que dissol- vem e carreiam os compostos hidratados da pasta de cimento. A sintomatologia básica é uma superfície arenosa ou com agregados expostos sem a pasta superfi- cial, com eflorescências de carbonato, com elevada retenção de fuligem e com risco de desenvolvimento de fungos e bactérias. Como consequência observa-se também uma redução do pH do extrato aquoso dos poros superficiais do concre- to do componente estrutural com risco de despassivação da armadura; b) expansão por ação de águas e solos que contenham ou estejam contaminados 14 com sulfatos dando origem a reações expansivas e deletérias com a pasta de ci- mento hidratado. A sintomatologia básica é uma superfície com fissuras aleató- rias, esfoliação e redução significativa da dureza e resistência superficial do con- creto, com consequente redução do pH do extrato aquoso dos poros superficiais, colocando em risco a passivação das armaduras. Do ponto de vista do concreto, os sulfatos presentes na água do mar, nas águas servidas, nas águas industriais e nos solos úmidos e gessíferos, podem, acarretar reações deletérias de expansão com formação de compostos expansivos do tipo etringita e gesso secundário12; c) expansão por ação das reações entre os álcalis do cimento e certos compostos e agregados reativos. Dentre os agregados reativos pode-se destacar a opala, a calcedônia, as sílicas amorfas e certos calcários. Além de agregados outros com- postos reativos, inclusive os próprios silicatos hidratados da pasta de cimento podem reagir com os álcalis. Para que essas reações venham a ser significativa- mente deletérias é necessário estar em presença de elevada umidade. A sintoma- tologia básica é uma expansão geral da massa de concreto com fissuras superfi- ciais, profundas e aleatórias no caso de massa contínua, e ordenadas no caso de estruturas delgadas. d) reações deletérias superficiais de certos agregados decorrentes de transforma- ções de produtos ferruginosos presentes na sua constituição mineralógica. Desta- ca-se como exemplo os problemas oriundos com agregados que contêm pirita que pode acarretar manchas de ferrugem, cavidades e protuberãncias na superfí- cie dos componentes de concreto. (HELENE, Paulo, 2003, p. 3) E no âmbito do tratamento e desgastes nas armaduras, temos: a) despassivação por carbonatação, ou seja, por ação de gás carbônico da atmosfera que penetra por difusão e reage com os hidróxidos alcalinos da solução dos poros do concreto reduzindo o pH dessa solução. A despassivação deletéria só ocorre de ma- neira significativa em ambientes de umidade relativa abaixo de 98% e acima de 60%, ou em ambientes sujeitos a ciclos de molhagem e secagem, possibilitando a instalação da corrosão. O fenômeno de carbonatação propriamente dita, não é per- ceptível a olho nu, não reduz a resistência do concreto e até aumenta sua dureza su- perficial. A identificação da frente ou profundidade de carbonatação requer ensaios específicos. Ao atingir a armadura, dependendo das condições de umidade ambiente pode promover séria corrosão com aparecimento de manchas, fissuras, destacamen- tos de pedaços de concreto e até perda da seção resistente e da aderência, promo- vendo o colapso da estrutura ou de suas partes; b) despassivação por elevado teor de íon cloro (cloreto), ou seja, por penetração do cloreto através de processos de difusão, de impregnação ou de absorção capi- lar de águas contendo teores de cloreto que ao superarem, na solução dos poros do concreto, um certo limite em relação à concentração de hidroxilas, despassi- vam a superfície do aço e instalam a corrosão. Eventualmente, esses teores ele- vados de cloreto podem ter sido introduzidos, inadvertidamente, durante o amas- samento do concreto, geralmente através do excesso de aditivos aceleradores de endurecimento. O fenômeno não é perceptível a olho nu, não reduz a resistência do concreto nem altera seu aspecto superficial. A identificação da frente ou da profundidade de penetração de certo teor crítico de cloreto requer ensaios especí- ficos. Ao atingir a armadura pode promover séria corrosão com aparecimento de manchas, fissuras, destacamentos de pedaços de concreto e até perda da secção resistente e da aderência, promovendo o colapso da estrutura ou de suas partes. (HELENE, Paulo, 2003, p. 3) 15 Dessa forma, respeitando as diretrizes das Normas Técnicas e buscando produtos fun- cionais e seguros, a Hidrojap busca recuperar e tratar problemas pertinentes ao desgaste cau- sado por influência do tempo, falhas de execução, uso de materiais de baixa qualidade e uso excessivo de aceleradores de endurecimento de concreto, seja em armaduras, lajes ou paredes. 1.5 PLANO Figura 2- Plano das etapas de desenvolvimento dos estágios Fases Data/Período ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NO LOCAL DE ESTÁGIO RESPONSÁVEL PELA INFORMAÇÃO / SETOR DE COLETA DE DADOS Etapa 1 28/10/20 – 21/08/20 Elaborar Fichas de Verificação de Serviços, conforme executa- dos Controle e execução - Anesio Etapa 2 02/01/20 – 21/08/20 Comparar os projetos e execu- ções conforme as normas técni- cas vigentes Controle e execução - Anesio Etapa 3 02/01/20 – 21/08/20 Acompanhar os Procedimentos de Execução de Serviços, con- forme normas Controle e execução - Anesio Etapa 4 02/01/20 – 21/08/20 Controlar a rastreabilidade do concreto Controle e execução - Anesio Etapa 5 02/01/20 – 21/08/20 Elaborar planos de controle de Meio Ambiente, prejudicando-o o mínimo possível Meio Ambiente - Fernanda Etapa 6 25/08/20 – 25/08/21 Comparar problemáticas encontradas em um cenário de construção e no de reconstrução; Execução – Samara Piaz Etapa 7 25/08/20 – 25/08/21 Identificar frequentes problemas construtivos apresentados com o passar dos anos Execução – Samara Piaz Etapa 8 25/08/20 – 25/08/21 Relatar, com explicações técni- cas, o motivo dos frequentes pro- blemas construtivos Execução – Samara Piaz Fonte: Autor (2020) 16 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS – COMPARATIVO CONSTRUÇÃO E RECONSTRUÇÃO Relatório voltado ao de problemáticas em cada nichos de obras, seja numa construção ou em uma reconstrução. Situações e controles que possam ser aplicados num ambiente de construção para facilitar e/ou diminuir os problemas. Iniciarei explicando um pouco do meu dia a dia em uma grande construtora do Brasil, que, prioriza o plano de qualidade da obra, mantendo um setor para o controle e execução de diversos fatores para que garanta a segurança do meio ambiente, de uma execução conforme projetado e também de futuras rastreabilidade de serviços e concretagens. Figura 3- Implantações em obra de cuidado com o meio ambiente Fonte: o Autor (2020) Tendo uma rotina dinâmica, o preenchimento de Fichas de Verificação de Serviços era frequente. Como por exemplo: 17 - A empresa utiliza do sistema de paredes de concreto. O mesmo serviço, é acompanhadopor uma Ficha de Verificação de Serviços, sendo baseada na NBR 16055 de 2012. - A conferência dos acabamentos, é feita pelo preenchimento de uma Ficha de Verificação de Serviços baseada na NBR 15575-3, de 2013. - A execução dos ensaios de corpo de prova após as concretagens e rastreabilidades, são baseados na NBR 5739 de 1994. - Devido ao tempo curto para execução e entrega de cada obra, a empresa utiliza de aceleradores de concreto, tendo Fichas de Verificação de Serviços com base na NBR 11768, de 2012. E, ainda, todos estes serviços são executados conforme a PES. A PES (Procedimento de Execução de Serviço) é um documento, explicando passo a passo a respeito da execução. E, estas, são também baseadas nas normas, com o mesmo segmento que as Fichas de Verificação. Porém, por outro lado, a empresa trabalha com curtos prazos e usa de mecanismos para aceleração de processos, como, por exemplo, uso excessivo de aceleradores de concreto. Produto do qual diminui os tempos de início e fim de pega do concreto, acelerando a liberação para continuidade dos serviços subsequentes. E, o uso do mesmo em excesso pode levar a problemáticas nas armaduras. Conforme a NBR 6118 de 2008 p.04, o uso pode causar despassivação por elevado teor de íon cloro (cloreto), sendo este um problema que observamos na reconstrução predial feita pela empresa Hidrojap e também acompanhada por mim. Os danos causados são diversos, como destacamento do cobrimento do aço, fissuração do concreto, redução da seção da armadura, perda de aderência, entre outros. E, durante a reconstrução da estrutura nós só conseguimos identificar a real situação da armadura após o rompimento. 18 Figura 4- Estrutura para tratamento de armaduras após rompimento Fonte: o Autor (2020) E, após o rompimento da estrutura e obtenção do acesso as armaduras utilizamos soluções indicadoras de PH. Essa solução, no seu natural é incolor. Ela é colocada na superfície recém rompida e assume uma cor roxa para demonstrar seu PH. Se o PH for entre 8 e 9,5 ela ficará em roxo, e se manterá incolor se o PH for inferior a 8 (ANDRADE, 1988). 19 Figura 5- Armadura após uso de solução identificadora de PH Fonte: o Autor (2020) Após rompimento suficiente de toda a parte prejudicada pelo desgaste, podemos fazer o tratamento das armaduras, e, após isso, é fechado novamente com salpico e depois reboco. Como o cenário de reconstrução difere de uma construção, sempre pode haver surpresas. Nos atentamos muito nas possíveis tubulações ao redor para não causarmos problemas maiores. Já que, também, pode se tratar de uma construção antiga que não tenha seguido as normativas e projetos. 20 Figura 6- Tratamento de armaduras Fonte: o Autor (2020) Outro problema construtivo que levará ao desgaste da armadura é a execução de uma camada muito fina de concreto entorno da ferragem, permitindo a entrada de umidade e infiltração. No sistema construtivo citado neste relatório (paredes de concreto), este é um problema frequente. Isso devido a ser um sistema que utiliza a rápida montagem de formas metálicas já com a armadura passada internamente, e, após isso, a concretagem com concreto auto adensável, havendo a possibilidade de rompimento da forma deixando a armadura exposta. Em obra, a equipe de conferência se atentava a problemas deste nicho para evitar 21 problemas futuros. Vale ressaltar que após a entrega do empreendimento a construtora terceiriza uma equipe de pós obra, que solucionará problemas como trincas, acabamentos em desacordo, hidráulicos e elétricos. Figura 7- Montagem de formas metálicas Fonte: o Autor (2020) Figura 8- Paredes após desformar Fonte: o Autor (2020) 22 Essa equipe de pós obra serve para lidar com problemas surgidos logo após a entrega da obra para manter a segurança dos moradores e do meio ambiente. Já uma reconstrutora, como a Hidrojap, serve para solucionar problemas surgidos em um longo prazo após a entrega do empreendimento, por falhas na construção e/ou interferência do clima e tempo. Notei uma grande dificuldade orçamentaria no senário de reforma, devido as problemáticas que costumam surgir. Dessa forma, se torna muito mais fácil estimar os custos de uma obra de construção em que seguiremos os projetos, do que em uma reforma que pode nos surpreender com os problemas. O mesmo cabe ao tempo de obra. Em uma construtora, conhecendo a equipe de mão de obra conseguimos facilmente estimar o tempo que levará cada serviço, mesmo sabendo que diversos imprevistos poderão surgir. Em uma construção, conseguimos estimar os materiais e quantidades que serão utilizados, ter um almoxarifado, comprando os materiais com planejamento e reduzindo custos, devido a negociação. Já em reformas este procedimento se torna difícil. 23 3 CONCLUSÃO Com isso, notamos a importância de uma boa execução de obra para minimizar o desgaste com o tempo e clima. Conheci melhor a rotina de obra e pós obra, a necessidade de manutenção das estruturas. Vi de perto a necessidade de trabalhar com bons profissionais e materiais de qualidade. Conheci os dois senários, seja o de o iniciar uma obra e sua fundação como o de recuperar um prédio com moradores residindo. Tudo isso sem esquecer da importância dos cuidados com o meio ambiente. Identifiquei com meus próprios olhos os desgastes causados pelo tempo, clima e má execução de serviços e como solucionar estes problemas. 24 REFERÊNCIAS Manutenção de edificações - Requisitos para o sistema de gestão de manutenção. ABNT NBR 5674, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <http://cyrela.artedesignpa.com.br/files/normas.pdf>. Acesso em: 10 de Fevereiro de 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA de NORMAS TÉCNICAS. Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento. NBR 6118 (NB 1/2003). Rio de Janeiro, ABNT, Março 2003. 170 p. Acesso em: 10 de Fevereiro de 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6029: Informação e documentação: Livros e folhetos. Rio de Janeiro, p. 162. 2006. Acesso em: 10 de Fevereiro de 2020. Carbonatação do concreto. Massa cinzenta, Itambé. Disponível em: <https://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/carbonatacao-do-concreto/>. Acesso em 24 de Novembro de 2020. GONÇALVES, Eduardo. ESTUDO DE PATOLOGIAS E SUAS CAUSAS NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO DE OBRAS DE EDIFICAÇÕES. Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ. Disponível em: <http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10014879.pdf>. Acesso em 20 de Novembro de 2020. ANDRADE, C. Manual de inspección de obras dañadas por corrosión de armaduras. Madrid: CSIC/IETcc, 1988. 122 p. Acesso em: 10 de Novembro de 2020. http://cyrela.artedesignpa.com.br/files/normas.pdf
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