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Gestão em Saúde Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Andréia de Carvalho Andrade Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Estrutura Organizacional • Fundamentos de Organização; • Organograma: Estrutura Formal e Informal; • Elementos do Processo de Organização. · Possibilitar o conhecimento e a avaliação da estrutura de uma Em- presa, bem como seu funcionamento; · Identificar como ocorre o funcionamento da estrutura organizacional de uma Empresa. OBJETIVO DE APRENDIZADO Estrutura Organizacional Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Estrutura Organizacional Fundamentos de Organização Em uma Empresa, há um grupo de pessoas que trabalha com foco em um mesmo objetivo. Assim, torna-se necessário estabelecer um acordo sobre as atribuições de cada uma e definir as relações de trabalho que devem existir entre cada profissional. Para tanto, define-se a Estrutura Organizacional ou Comportamento Organizacional. Neste módulo, discutiremos todos os aspectos dessa estrutura. Figura 1 – Relações de trabalho Fonte: iStock/Getty Images A Estrutura Organizacional vem do termo “Organização”. Para Sobral e Peci (2013), Organização é uma das Funções Administrativas (Planejamento, Direção, Controle e Organização) que distribui tarefas e recursos pelos membros da Em- presa, que determina quem tem autoridade sobre quem, quando e onde se devem tomar decisões. Pode-se dizer, também, que a Organização é a etapa do Processo de Administração que agrupa e estrutura os Recursos Organizacionais e estabelece os mecanismos de comunicação e coordenação entre seus membros, de forma a permitir que se alcancem os objetivos estabelecidos, de modo eficiente. Organograma: Estrutura Formal e Informal De acordo com Massarollo (1991), normalmente, quando se pensa em Estrutura, pensa-se na Estrutura Formal da Organização, que é a estrutura planejada, formalizada oficialmente, aquela que está no papel. 8 9 Por esse motivo, faz-se uso de uma Forma Visual de Representação da Estrutura Organizacional: o Organograma. B D E C A Figura 2 – Modelo de Representação Gráfi ca – Organograma A Representação Gráfica da Estrutura Organizacional mostra as funções, os Departamentos e os Cargos da Organização, especificando também como eles se relacionam. Cada retângulo de um Organograma representa a forma de dividir o trabalho e os critérios de Departamentalização usados pela Organização. Esses retângulos são dispostos em níveis que representam a hierarquia da Organização; já as linhas que ligam os retângulos referem-se à distribuição de autoridade ou a cadeia de comando, indicando quem está subordinado a quem (SOBRAL; PECI, 2013). Os Organogramas são instrumentos úteis de comunicação da Estrutura Orga- nizacional, mas não conseguem representá-la totalmente, pois não fica evidente Estrutura Informal a, que se refere aos aspectos da Organização que não foram pla- nejados formalmente, mas que emergem espontânea e naturalmente de interações e relacionamentos sociais entre as pessoas que ocupam posições na Organização Formal (MASSAROLLO, 1991). Importante! Uma estrutura é considerada informal quando colaboradores de diferentes unidades de um hospital se encontram e trocam informações sobre assuntos da Instituição, sem passar por meio das linhas formais de comunicação ou, ainda, quando um colaborador infl ui na decisão do líder, de forma sistemática, devido ao relacionamento de amizade existente entre eles (MASSAROLLO, 1991). Você Sabia? 9 UNIDADE Estrutura Organizacional Elementos do Processo de Organização Os conceitos e princípios básicos do Processo de Organização foram formulados no início do século XX, por Fayol e Weber. Surpreendentemente, apesar de todas as mudanças nas Sociedades, muitos des- ses princípios ainda oferecem contribuições importantes para o entendimento do processo de Organização (SOBRAL; PECI, 2013; MARQUIS; HUSTON, 2015). Os elementos do Processo de Organização também podem ser chamados de aspectos relativos à Estrutura Organizacional. Para Massarollo (1991), Sobral e Peci (2013), esse conjunto compreende seis aspectos: • Definição do grau desejável de especialização do trabalho que permita ganhos de eficiência; • Definição da Cadeia de Comando, que distribui a autoridade e a responsabilidade pelos membros organizacionais; • Definição da amplitude de controle ideal, ou seja, do número de subordinados sob a responsabilidade de cada líder; • Definição dos critérios de Departamentalização para agrupar as tarefas em Unidades; • Definição do grau desejável de centralização/descentralização do processo de tomada de decisão; • Definição do grau desejável de formalização das funções e das tarefas organizacionais. Importante! Os aspectos compreendem: divisão do trabalho e especialização, hierarquia, autoridade e responsabilidade, amplitude da supervisão, centralização e descentralização, e formalização. Vamos entender melhor como identificar cada um desses aspectos? Em Síntese Especialização do trabalho As Organizações realizam um conjunto amplo de tarefas, que devem ser divididas em atividades pequenas e simples, de modo a permitir que os trabalhadores se especializem em sua execução e, assim, sejam mais produtivos. Por meio da Divisão de Trabalho, uma tarefa complexa é decomposta em partes, atribuindo a cada colaborador um conjunto de atividades limitadas e diferentes, nas quais se especializará em uma parte, e não na tarefa como um todo (SOBRAL; PECI, 2013; MARQUIS; HUSTON, 2015). 10 11 Figura 3 – Especialização na Divisão de Trabalho Fonte: iStock/Getty Images Para Massarolo (1991), ao se proceder à divisão de trabalho, primeiro se procura determinar as atividades necessárias ao alcance dos objetivos gerais, para depois dividi-las, compondo unidades distintas e completas. A especialização pode ocorrer em dois sentidos: na horizontal e na vertical. Na especialização horizontal, a especialização de atividades e de conhecimento acarreta maior número de Órgãos no mesmo nível hierárquico, conhecido como Departamentalização, que é o processo de reunir as atividades para fins administrativos, ocorre em todos os níveishierárquicos e se caracteriza pelo crescimento horizontal do Organograma (MARQUIS; HUSTON, 2015; MASSAROLO, 1991). Na especialização vertical, ocorre a necessidade de verificar se é preciso aumentar a qualidade da Supervisão, acrescentando mais níveis hierárquicos de Supervisão na Estrutura. Caracteriza-se pelo crescimento vertical do Organograma (MASSAROLO, 1991). De modo geral, as Organizações têm de tomar decisões quanto ao grau de es- pecialização horizontal e vertical das tarefas. Cadeia de Comando De acordo com Sobral e Peci (2013), em toda Organização Formal existe uma hierarquia que a divide em camadas ou em níveis de autoridade. Essa hierarquia é chamada de Cadeia de Comando, que especifica que a autoridade deve passar do topo até o último elemento da hierarquia organizacional por uma linha clara e ininterrupta, identificando quem deve responder a quem. Dessa forma, as decisões relativas à Cadeia de Comando da Estrutura Organizacional dizem respeito à distribuição da autoridade a pessoas ou unidades de trabalho na Organização. À medida que se sobe na escala hierárquica, aumenta a autoridade do ocupante do cargo, como mostra a figura a seguir. 11 UNIDADE Estrutura Organizacional Nível Estratégico DecisõesEstratégicas Planejamento Estratégico Decisões Táticas Planejamento Tático Decisões Operacionais Planejamento Operacional Nível Tático Nível Operacional Figura 4 – Autoridade na escala hierárquica O conceito de Cadeia de Comando está associado a um Princípio Clássico de Administração, o Princípio da Unidade de Comando, segundo o qual cada colabo- rador reporta-se apenas a um único superior hierárquico; mas, como ocorre nas estruturas de Organizações contemporâneas? Importante ressaltar que, na concepção clássica, autoridade é o poder de comandar colaboradores para que executem atividades visando à realização dos objetivos propostos. O poder de comandar diminui à medida que se vai do alto para baixo na estrutura hierárquica, ou seja, as posições do topo têm mais autoridade formal que as posições da base (MARQUIS; HUSTON, 2015; MASSAROLO, 1991). A autoridade pode ser representada por uma pirâmide invertida, vez que, à medida que se sobe na cadeia de comando até o topo da estrutura de Organização, a área de autoridade se expande gradativamente em cada nível hierárquico (MASSAROLO, 1991). Nível Estratégico DecisõesEstratégicas Decisões Táticas Decisões Operacionais Nível Tático Nível Operacional Figura 5 – Pirâmide hierárquica correspondente à área de autoridade 12 13 Amplitude de controle Também denominada como amplitude administrativa, extensão do controle e amplitude da supervisão. Esse conceito decorre da distribuição de autoridade e responsabilidade e mede o número de pessoas subordinadas a um Administrador, ou seja, o número de pessoas que um profissional pode supervisionar com eficiência (SOBRAL; PECI, 2013; MASSAROLO, 1991). A amplitude de controle varia de acordo com a situação, dependo de fatores como similaridade das funções, proximidade física, complexidade do trabalho, competência dos colaboradores e grau necessário de supervisão direta. Assim, pode-se identificar que nem todos os administradores têm o mesmo número de colaboradores na sua responsabilidade. Essa amplitude adotada pela Organização determina a configuração geral de sua estrutura organizacional; quanto maior a amplitude, maior o número de subordinados e, consequentemente, menor o grau de atenção e controle que o superior pode desenvolver sobre eles (SOBRAL; PECI, 2013; MASSAROLO, 1991). Para Sobral e Peci (2013), a amplitude de controle ideal depende de vários fatores, como: • Complexidade do trabalho; • Competência, experiência e motivação dos gestores e dos colaboradores; • Sofisticação do Sistema de Informação e Comunicação; • Similaridade das tarefas e das funções supervisionadas; • Disponibilidade e clareza das regras e procedimentos que definem as tarefas; • Interdependência ou interligação das tarefas; • Proximidade dos colaboradores – concentração no mesmo espaço físico; • Estabilidade ou instabilidade do ambiente externo; • Estilo pessoal dos administradores e da Cultura Organizacional. Em geral, as Organizações contemporâneas tendem a apresentar amplitude de controle maior, como forma de facilitar a delegação e, com isso, aumentar sua agilidade e rapidez na resposta às mudanças ambientais e às exigências dos clientes; Departamentalização O departamento refere-se a uma unidade de trabalho que agrega um conjunto de tarefas semelhantes ou coerentes entre si sob a direção de um líder. A departa- mentalização permite simplificar o trabalho do líder, aumentando a eficácia e a efi- ciência da administração, pois contribui para um aproveitamento mais racional dos recursos disponíveis nas organizações. Sabe-se que, os critérios usados para depar- tamentalizar devem refletir o agrupamento que melhor contribui para o alcance dos objetivos organizacionais. . (SOBRAL e PECI, 2013; MASSAROLO, 1991) 13 UNIDADE Estrutura Organizacional Centralização e Descentralização Figura 6 – Centralização e descentralização Fonte: iStock/Getty Images A que se refere? A Centralização e a Descentralização referem-se ao nível hierárquico no qual são tomadas as decisões. Centralização significa que a autoridade, para tomar decisões, está centrada no topo da Organização, enfatizando, assim, a Cadeia de Comando. Já a Descentralização significa que a autoridade, para tomar decisões, é distribuída pelos níveis inferiores da Organização (SOBRAL; PECI, 2013; MARQUIS; HUSTON, 2015) Importante! Nenhuma Organização funcionaria com eficácia se todas as decisões fossem centralizadas em poucas pessoas; da mesma forma que não funcionaria se todas as decisões fossem tomadas pelos níveis hierárquicos que executam essas decisões. Assim, cabe aos Administradores decidirem o grau de centralização adequado à sua organização (SOBRAL; PECI, 2013). E qual as vantagens? Importante! Vantagens Centralização • Decisões mais consistentes com os objetivos da Organização; • Maior uniformidade de procedimentos, políticas e decisões; • Maior facilidade na avaliação e no controle de desempenho da organização (SOBRAL; PECI, 2013). 14 15 Descentralização • Maior agilidade, rapidez, tomada decisão; • Decisões mais adaptadas às condições locais; • Maior facilidade na avaliação e no controle do desempenho de unidades e gerentes (SOBRAL; PECI, 2013); Formalização A formalização prescreve como, quando e por quem as atividades deverão ser executadas; representa o uso de normas na organização e corresponde ao grau em que normas, procedimentos (padronização de processos), instruções e comunicações estão escritos. Materializa-se, ainda, na quantidade de Manuais, pouco espaço para comunicação oral, horários fixos de trabalho, controle da hora de entrada e saída, aplicação de penalidades formais e, por último, na linha de produção em que uma peça passa na mesma direção (SOBRAL; PECI, 2013; MASSAROLO, 1991). Pode-se dizer que a formalização é uma dimensão que se refere ao grau de controle da Organização sobre o profissional. Ela reduz a capacidade de decisão e de autonomia dos membros organizacionais, especificando a forma e os limites de atuação no lugar de trabalho, definindo, em algum grau, seu comportamento. Por último, o alto grau de formalização é associado aos efeitos perversos da burocracia. 15 UNIDADE Estrutura Organizacional Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Comprometimento organizacional: reflexões sobre a produção nacional VASCONCELOS-SILVA, André. Comprometimento organizacional: reflexões sobre a produção nacional. https://goo.gl/uexdyv Vídeos Centralização e Descentralização - Processo de organização (5/6) https://youtu.be/G7SvBcLfzqg Divisão do Trabalho - Processo de organização (2/6) https://youtu.be/8wih8VrLTBI Leitura A formação de profissionais na pós-graduaçãoem saúde pública e atenção primária à saúde no município do Rio de Janeiro, Brasil ENGSTROM. Elyne Montenegro; MOTTA José Inácio VENÂNCIO; Sandra Aparecida. A formação de profissionais na pós-graduação em saúde pública e atenção primária à saúde no município do Rio de Janeiro, Brasil. https://goo.gl/xms2SR 16 17 Referências MARQUIS B. L.; HUSTON C. J. Administração e liderança em enfermagem – Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2015. MASSAROLLO, MCKB. Estrutura organizacional e os serviços de enfermagem. In: KURCGANT, P. Administração em enfermagem. São Paulo: EPU, 1991. SOBRAL F.; PECI A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2013. 17
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