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Política Nacional de Saúde Mental, álcool e outras drogas Reforma Psiquiátrica: Breve Histórico: Resultado de diversos movimentos em prol de uma assistência à pessoa em sofrimento psíquico que, primeiramente, resgatasse sua dignidade como sujeito de direitos. Até poucas décadas atrás, o tratamento das pessoas em sofrimento psíquico era basicamente através e hospitalização, muitas vezes, tão longa que afastava do convívio familiar e social na qual sua subjetividade havia se desenvolvido. Tratamento marcado por: aprisionamento; violência; condições precárias de higiene e alimentação; maus-tratos; Hospitais superlotados; A pessoa era observada em sua psicopatologia e quadro diagnóstico, vista como potencialmente perigosa a si mesmo e aos outros; Philipe Pinel (1745- 1826): Pioneiro na organização hospitalar e dedicou-se especialmente ao que chamou de alienação mental. Itália, Trieste (1971): Transformação do modelo assistencial ao doente mental revolucionando o paradigma psiquiátrico então vigente. Franco Basaglia- Itália: Processo transformador na Assistência Psiquiátrica, grande pioneiro no processo de desinstitucionalização. Propôs: o fechamento do hospital psiquiátrico substituindo-o por serviços territoriais, a consideração, acima de tudo do sujeito em sua totalidade e não a doença mental e extinção do isolamento e tratamento moral. Itália: Foram criadas cooperativas de trabalho para os ex-internos, residências para os que não tinham mais familiares ou com eles não poderiam mais conviver, associações, oportunidades de engajamentos em projetos culturais e de lazer e os sujeitos deixaram de ser denominados pacientes para serem usuários, cidadãos que utilizam recursos públicos. A transformação do modelo assistencial foi aprovada como Lei da Reforma Psiquiátrica Italiana em 1978, fruto do Movimento da Psiquiatria Democrática Italiana que propunha debates sobre os direitos humanos, sociais e culturais das pessoas em sofrimento psíquico. E no Brasil... Como se deu o processo de Reforma Psiquiátrica? Eclosão do movimento sanitário em 1970; Com base nas experiências exitosas de países europeus na substituição de um modelo de saúde mental baseado no hospital psiquiátrico por um modelo de serviços comunitários com forte inserção territorial, esse tema começou a ganhar grande repercussão entre os trabalhadores da saúde que atuavam nestes serviços manicomiais; Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com 1978: Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) denuncia a violência dos manicômios, a mercantilização da loucura, a hegemonia de uma rede privada de assistência e constrói coletivamente uma crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos mentais. Superação da Violência Asilar/modelo manicomial marcado na 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), na 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental (1987), na 2ª Conferência Nacional de Saúde Mental (1992), culminando na 3ª Conferência Nacional de Saúde Mental (2001). 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental (1987): Priorização de investimentos nos serviços extra- hospitalares e multiprofissionais na assistência psiquiátrica como alternativa à hospitalização. II Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (1987): Realizado em São Paulo, foi concretizado o Movimento de Luta Antimanicomial. Em 1987 surge o primeiro CAPS no Brasil, na cidade de São Paulo. (Centro de Atenção Psicossocial Luis da Rocha Cerqueira, também conhecido como CAPS Itapeva). Em 1989 tem início de um processo de intervenção da Secretaria Municipal de Saúde de Santos (SP) em um hospital psiquiátrico, local de maus-tratos e mortes de pacientes. Intervenção na Casa de Saúde Anchieta, na cidade de Santos. É iniciado então, o processo de reformulação da assistência visando a desinstitucionalização dos pacientes. 1989: Entrada no Congresso o Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado (PT/MG), que propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país. Implantação dos Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) que funcionavam 24 horas. 1990: Conferência Regional para a Reestruturação da Assistência Psiquiátrica, realizada em Caracas, em 1990. Neste encontro, foi promulgado o documento final intitulado “Declaração de Caracas”. Nele, os países da América Latina, inclusive o Brasil, comprometem-se a: - promover a reestruturação da assistência psiquiátrica; - rever criticamente o papel hegemônico e centralizador do hospital psiquiátrico; - salvaguardar os direitos civis, a dignidade pessoal, os direitos humanos dos usuários; e - propiciar a sua permanência em seu meio comunitário. 1992: 2ª Conferência Nacional de Saúde Mental. Propostas: substituição do “modelo hospitalocêntrico” por uma rede de serviços descentralizada, hierarquizada, diversificada nas práticas terapêuticas, favorecendo o acesso ao sistema de saúde, diminuindo o número de internações, reintegrando-o à família e comunidade, resultando, desta forma, na melhoria da qualidade dos serviços nesta área. 2001: Após mais de dez anos de tramitação no Congresso Nacional, é sancionada a Lei Federal nº 10.216 de 06 de abril de 2001. Linhas específicas de financiamento são criadas pelo Ministério da Saúde para os serviços abertos e substitutivos ao hospital psiquiátrico e novos mecanismos são criados para a fiscalização, gestão e redução programada de leitos psiquiátricos no país. Surge o Programa de “Volta para Casa”. Uma política de recursos humanos para a Reforma Psiquiátrica é construída, e é traçada a política para a questão do álcool e de outras drogas, incorporando a estratégia de redução de danos. Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com Vamos compreender melhor os principais marcos Históricos da Reforma Psiquiátrica no mundo e no Brasil? Fonte: Adaptado do Manual de Saúde Pública/ Sanar/2016. Lei n° 10.216 de 6 de abril de 2001 (Acesse a Lei na íntegra: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10216.htm) Também conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica, ou ainda, de forma popular, Lei Paulo Delgado. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Estabelece como direitos da pessoa portadora de transtorno mental: I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades; II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; Reforma Psiquiátrica Movimentos Reformistas no mundo (Propostas que questionavam a assistência psiquiátrica) Psiquiatria Democrática Italiana (Desinstitucionalização/foco em ações em comunidade – Franco Basaglia) Reforma Psiquiátrica Brasileira (Processo social e Político de compreensão saúde-doença mental e sua assistência) Lei 10.216 (Redireciona o modelo assistencial em saúde mental) Processo de Desinstitucionalização Avanços na Assistência (Saúde Mental na Atenção Primária/ Matriciamento em Saúde Mental) Política de Atenção Integral aos usuários de Álcool e outras drogas Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10216.htm III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas; V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária; VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis; VII - recebero maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento; VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis; IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental. É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais. A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra hospitalares se mostrarem insuficientes: O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente; O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros. É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características asilares. O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário. A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus motivos. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica: I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário; II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; e III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça. A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico assistente. A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento. Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta. O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento. A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento serão comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental aos familiares, ou ao representante legal do paciente, bem como à autoridade sanitária responsável, no prazo máximo de vinte e quatro horas da data da ocorrência. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde. O Programa de Volta para Casa (PVC) (Acesse a Lei na íntegra:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.708.htm) O Programa De Volta Para Casa (PVC) garante o auxílio-reabilitação psicossocial para a atenção e o acompanhamento de pessoas em sofrimento mental, egressas de internação em hospitais psiquiátricos, inclusive em hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, cuja duração tenha sido por um período igual ou superior a dois anos. O PVC busca a restituição do direito de morar e conviver em liberdade nos territórios e também a promoção de autonomia e protagonismo dos usuários. Valor do Benefício/auxílio-reabilitação psicossocial: R$ 412,00 (quatrocentos e doze reais) - reajustado pela Portaria nº 1511, de 24 de Julho de 2013 (Acesse: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt1511_24_07_2013.html). O benefício terá a duração de um ano, podendo ser renovado quando necessário aos propósitos da reintegração social do paciente. O pagamento do auxílio-reabilitação psicossocial será suspenso: I - quando o beneficiário for reinternado em hospital psiquiátrico; II - quando alcançados os objetivos de reintegração social e autonomia do paciente. O pagamento do auxílio-reabilitação psicossocial será interrompido, em caso de óbito, no mês seguinte ao do falecimento do beneficiado. Serviços Residenciais Terapêuticos - As Residências Terapêuticas (Acesse a Portaria na íntegra: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3090_23_12_2011.html) Os Serviços Residenciais Terapêuticos, residências terapêuticas ou simplesmente moradias, são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, egressas de hospitais psiquiátricos ou não. Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3090_23_12_2011.html Embora as residências terapêuticas se configurem como equipamentos da saúde, estas casas, devem ser capazes em primeiro lugar de garantir o direito à moradia das pessoas egressas de hospitais psiquiátricos e de auxiliar o morador em seu processo – às vezes difícil – de reintegração na comunidade. Uma Residência Terapêutica deve acolher, no máximo, dez moradores. De forma geral, um cuidador é designado para apoiar os moradores nas tarefas, dilemas e conflitos cotidianos do morar, do co-habitar e do circular na cidade, em busca da autonomia do usuário. São definidas em dois tipos: Tipo I e Tipo II. São definidos como SRTs tipo I moradias destinadas a pessoas com transtorno mental em processo de desinstitucionalização, que não possuem vínculos familiares e sociais. A lógica fundamental deste serviço é a criação de um espaço de construção de autonomia para retomada da vida cotidiana e reinserção social. Esta modalidade de moradia deve acolher no mínimo quatro (4) e no máximo 8 (oito) moradores, não podendo exceder esse número. Cada módulo residencial deverá estar vinculado a um serviço/equipe de saúde mental de referência que dará o suporte técnico profissional necessário ao serviço residencial. O acompanhamento dos moradores das residências deve estar em consonância com os respectivos projetos terapêuticos individuais. Tal suporte focaliza-se no processo de reabilitação psicossocial e inserção dos moradores na rede social existente (trabalho, lazer, educação, entre outros). Cada módulo poderá contar com um cuidador de referência. A incorporação deste profissional deve ser avaliada pela equipe técnica de acompanhamento do SRT, vinculada ao equipamento de saúde de referência e ocorrerá mediante a necessidade de cuidados de cada grupo de moradores, levando-se em consideração o número e o nível de autonomia dos moradores. O ambiente doméstico deve constituir-se conforme definido na Portaria nº- 106/GM/MS, de 2000. (Acesse: http://www.saude.gov.br/images/pdf/2015/marco/10/PORTARIA-106-11-FEVEREIRO-2000.pdf)São definidos como SRTs tipo II as modalidades de moradia destinadas àquelas pessoas com transtorno mental e acentuado nível de dependência, especialmente em função do seu comprometimento físico, que necessitam de cuidados permanentes específicos. Este tipo de SRT deve acolher no mínimo quatro (4) e no máximo 10 (dez) moradores. Rede de Atenção Psicossocial (RAPS): Portaria nº 3.088, de 23/12/2011 (Acesse a Portaria na íntegra: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_comp.html) Rede de saúde mental integrada, articulada e efetiva nos diferentes pontos de atenção para atender as pessoas em sofrimento e/ou com demandas decorrentes dos transtornos mentais e/ou do consumo de álcool, crack e outras drogas. Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_comp.html COMPONENTES DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL I - ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE, formada pelos seguintes pontos de atenção: a) Unidade Básica de Saúde: 1. Equipes de Atenção Básica; 2. Equipes de Atenção Básica para populações específicas: 2.1 Equipe de Consultório na Rua; 2.2 Equipe de apoio aos serviços do componente Atenção Residencial de Caráter Transitório. 3. Núcleos de Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica – NASF AB. II - ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ESPECIALIZADA, formada pelos seguintes pontos de atenção: a) Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), nas suas diferentes modalidades; CAPS I: atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima de quinze mil habitantes; CAPS II: atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima de setenta mil habitantes; CAPS III: atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive, CAPS AD. Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima de cento e cinquenta mil habitantes; CAPS AD: atende pessoas de todas as faixas etárias, que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima de setenta mil habitantes; A Portaria nº 3.588 de dezembro de 2017, altera as Portarias de Consolidação n° 3 e nº 6, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), delineando novas diretrizes de ações propostas de forma conjunta pela União, Estados e Municípios para fortalecimento da RAPS, que são esclarecidos pela NOTA TÉCNICA Nº 11/2019 – CGMAD/DAPES/SAS/MS. A referida Portaria amplia os pontos de atenção da RAPS. Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com CAPS AD III: atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno. Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima de cento e cinquenta mil habitantes; CAPS i: atende crianças e adolescentes que apresentam prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para municípios ou regiões com população acima de setenta mil habitantes; CAPS AD IV: atende pessoas com quadros graves e intenso sofrimento decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. (Incluída pela Portaria nº 3.588, de 21 de dezembro de 2017). Sua implantação deve ser planejada junto a cenas de uso em municípios com mais de 500.000 habitantes e capitais de Estado, de forma a maximizar a assistência a essa parcela da população. Tem como objetivos atender pessoas de todas as faixas etárias; proporcionar serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana; e ofertar assistência a urgências e emergências, contando com leitos de observação (Incluída pela Portaria nº 3.588, de 21 de dezembro de 2017). b) Equipe Multiprofissional de Atenção Especializada em Saúde Mental/Unidades Ambulatoriais Especializadas. (Incluída pela Portaria nº 3.588, de 21 de dezembro de 2017). III - ATENÇÃO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA, formada pelos seguintes pontos de atenção: a) SAMU 192; b) Sala de Estabilização; c) UPA 24 horas; d) portas hospitalares de atenção à urgência/pronto socorro em Hospital Geral; e) Unidades Básicas de Saúde, entre outros. São responsáveis, em seu âmbito de atuação, pelo acolhimento, classificação de risco e cuidado nas situações de urgência e emergência das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas; IV - ATENÇÃO RESIDENCIAL DE CARÁTER TRANSITÓRIO, formada pelos seguintes pontos de atenção: a) Unidade de Acolhimento: oferece cuidados contínuos de saúde, com funcionamento de vinte e quatro horas, em ambiente residencial, para pessoas com necessidade decorrentes do uso de crack, álcool e outras, de ambos os sexos, que apresentem acentuada vulnerabilidade social e/ou familiar e demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório cujo tempo de permanência é de até seis meses. Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com As Unidades de Acolhimento estão organizadas nas seguintes modalidades: I - Unidade de Acolhimento Adulto, destinados a pessoas que fazem uso do crack, álcool e outras drogas, maiores de dezoito anos; e II - Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil, destinadas a adolescentes e jovens (de doze até dezoito anos incompletos). b) Serviços de Atenção em Regime Residencial, entre os quais Comunidades Terapêuticas: serviço de saúde destinado a oferecer cuidados contínuos de saúde, de caráter residencial transitório por até nove meses para adultos com necessidades clínicas estáveis decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. V - ATENÇÃO HOSPITALAR, formada pelos seguintes pontos de atenção: a) Unidade de Referência Especializada em Hospital Geral; (Incluída pela Portaria nº 3.588, de 21 de dezembro de 2017). - Hospital Psiquiátrico Especializado; (Incluída pela Portaria nº 3.588, de 21 de dezembro de 2017). Equipe composta por médico psiquiatra, psicólogo e assistente social, que devem prestar atendimento integrado e multiprofissional, por meio da realização de consultas e psicoterapia. Deverá ser lotada em ambulatórios gerais e especializados, policlínicas e ambulatórios de hospitais gerais e hospitais psiquiátricos (Nota Técnica nº11/2019). - Hospital Dia. (Incluída pela Portaria nº 3.588, de 21 de dezembro de 2017). Estes pontos de atenção substituíram os anteriormente definidos na Portaria nº 3.088/2011, quais sejam: a) Leitos de Psiquiatria em Hospital Geral; e b) Serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas (Leitos de Saúde Mental em Hospital Geral). VI - ESTRATÉGIAS DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO, formada pelos seguintes pontos de atenção: a) Serviços Residenciais Terapêuticos: caracterizam-se como moradias inseridas na comunidade destinadas a pessoas com transtorno mental, egressas de hospitais psiquiátricos e/ou hospitais de custódia. O caráter fundamental do SRT é ser um espaço de moradia que garanta o convívio social, a reabilitação psicossocial e o resgate de cidadania do sujeito, promovendo os laços afetivos, a reinserção no espaço da cidade e a reconstrução das referências familiares. Os SRT estão organizados nas seguintes modalidades: Tipo I e Tipo II. VII - REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL a) Iniciativas de trabalho e geração de renda, empreendimentos solidários e cooperativas sociais. Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com A Política Nacional de Álcool e outras Drogas (Acesse na íntegra: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0816_30_04_2002.html Leia também: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/prt2197_14_10_2004.html) 2002: o Ministério da Saúde passa a implementar o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada aos Usuários de Álcool e outras Drogas, reconhecendo o problema do uso prejudicial de substâncias como importante problema da saúde pública. O Programa organiza as ações de promoção, prevenção, proteção à saúde e educação das pessoas que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas e estabelece uma rede estratégica de serviços extra hospitalares para esta clientela, articulada à rede de atenção psicossocial e fundada na abordagem de redução de danos. Os CAPS AD: dispositivos estratégicos desta rede e devem fazer uso deliberado e eficaz dos conceitos de território e rede, bem como da lógica ampliada de redução de danos, realizando uma procura ativa e sistemática das necessidades a serem atendidas de forma integrada ao meio cultural e à comunidade em que estão inseridos. A Política de Redução de Danos (Acesse a Portaria na íntegra: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt1028_01_07_2005.html) O conceito de redução de danos vem sendo consolidado como um dos eixos norteadores da política do Ministério da Saúde para o álcool e outras drogas. No campo do álcool e outras drogas, o paradigma da redução de danos se situa como estratégia de saúde pública que visa a reduzir os danos causados pelo abuso de drogas lícitas e ilícitas, resgatando o usuário em seu papel auto regulador, sem a exigência imediata e automática da abstinência, e incentivando-o à mobilização social. A estratégia de redução de danos sociais reconhece cada usuário em suas singularidades, traçando com ele estratégias que estão voltadas para a defesa de sua vida. A Portaria n° 1.028 de 1 de Julho de 2005: define que a redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, desenvolva-se por meio de ações de saúde dirigidas a usuários ou a dependentes que não podem, não conseguem ou não querem interromper o referido uso, tendo como objetivo reduzir os riscos associados sem, necessariamente, intervir na oferta ou no consumo. A Portaria n° 1.028 de 1 de Julho de 2005: define que as ações de redução de danos sociais e à saúde, decorrentes do uso de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, compreendam uma ou mais das medidas de atenção integral à saúde, listadas a seguir, praticadas respeitando as necessidades do público alvo e da comunidade: I - informação, educação e aconselhamento; II - assistência social e à saúde; e III - disponibilização de insumos de proteção à saúde e de prevenção ao HIV/Aids e Hepatites. Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0816_30_04_2002.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/prt2197_14_10_2004.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt1028_01_07_2005.html Estabelecer que as ações de informação, educação e aconselhamento tenham por objetivo o estímulo à adoção de comportamentos mais seguros no consumo de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, e nas práticas sexuais de seus consumidores e parceiros sexuais. As iniciativas relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas sejam incluídas nas estratégias de redução de danos, dados os agravos relacionados a esta substância na população geral e que devam ser articuladas intersetorialmente de forma a potencializar os efeitos de promoção à saúde. As ações de redução de danos devem ser desenvolvidas em todos os espaços de interesse público em que ocorra ou possa ocorrer o consumo de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência, ou para onde se reportem os seus usuários. O que mudou na Política Nacional sobre Drogas? (Acesse a Resolução na íntegra: https://www.justica.gov.br/news/politicas-sobre-drogas-dara-guinada-rumo-a-abstinencia/proposta-aceita-osmar-terra.pdf Leitura complementar: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9761.htm). Em 2018, ocorreram também mudanças nas diretrizes da Política Nacional sobre Drogas (Resolução CONAD 01/2018), com o objetivo de promover ações que façam frente às graves demandas sociais relacionadas ao crescente uso de álcool e outras drogas no país. Principais mudanças apresentadas pela Resolução do CONAD 01/2018: • Alinhamento entre a Política Nacional sobre Drogas e a recém-publicada Política Nacional de Saúde Mental; • Ações de Prevenção, Promoção à Saúde e Tratamento passam a ser baseadas em evidências científicas; • Posição contrária à legalização das Drogas; • Estratégias de tratamento terão como objetivo que o paciente fique e permaneça abstinente, livre das drogas. Para lograr esse objetivo, diferentes estratégias de ação podem ser utilizadas, tais como Promoção de Abstinência, Suporte Social, Promoção da Saúde e Redução de Riscos Sociais e à Saúde e Danos; • Fomento à pesquisa deve se dar de forma equânime, garantindo a participação de pesquisadores de diferentes correntes de pensamento e atuação; • Ações Intersetoriais; • Apoio aos pacientes e familiares em articulação com Grupos, Associações e Entidades da Sociedade Civil, incluindo as Comunidades Terapêuticas; • Modificação dos documentos legais de orientação sobre a Política Nacional sobre Drogas, destinados aos parceiros governamentais, profissionais da saúde e população em geral; • Atualização da posição do Governo brasileiro nos foros internacionais, seguindo a presente Resolução. Licenciado para - Aline Silva Santos - Protegido por Eduzz.com https://www.justica.gov.br/news/politicas-sobre-drogas-dara-guinada-rumo-a-abstinencia/proposta-aceita-osmar-terra.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9761.htm
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