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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 34° VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE SÃO PAULO –SP Número do processo: ... Requerente: Julia Requerido: Herdeiros de Jonas Natureza da ação: ação declaratória de união estável pós morte Júlia já devidamente qualificada nos autos em epígrafe, vem através de seu advogado..., regularmente inscrito na OAB de nº..., vem com devido respeito e acatamento, perante Vossa Excelência, apresentar IMPUGNAÇÃO Á CONTESTAÇÃO com fulcro no artigo 350 do Código de Processo Civil, apresentado pelos herdeiros de JONAS, também já qualificado nos autos em referências, expondo as razões de fato e fundamentos em direito que seguem. I-DA CONTESTAÇÃO Júlia ajuizou a presente ação com o objetivo de ver a declaração a existência de união estável que manteve entre os anos de 1989 a 2015, com Jonas, já falecido, arrolando, no polo passivo da demanda, os herdeiros de Jonas, os quais, devidamente citados, apresentaram contestação argumentando os réus, em sede de preliminares: 1. Falta de interesse de agir da Requerente: aduzem os Requerido que Jonas não deixou pesão de qualquer origem, razão pela qual seria inútil a simples declaração de que com ele manteve união estável; 2. Litispendência: alegam os Requeridos que já tramitaram na 1ª Vara de Família e Sucessões do Foro Central 29 de São Paulo-SP, ação de inventário dos bens deixados pelo falecido, devendo necessariamente ser discutido naquela sede qualquer tema relativo a interesse do espólio, visto que o juízo do inventário atrai os processos em que o espólio é os Requeridos. 3. No mérito: Os Requeridos aduziram que Jonas era homem dado a vários relacionamentos e, apesar de ter convivido com a autora sob o mesmo teto, tinha uma namorada em cidade vizinha, com a qual se encontrava, regularmente, uma vez por semana, no período da tarde. II-DAS PRELIMINARES A) Do interesse de agir: I. De antemão afasta-se a preliminares de falta de interesse de agir alegada pelos Requeridos. Isso porque, indiferentemente do que aduziram, o reconhecimento de união estável pretendida na presente ação não seria inútil a autora, pois ainda que não pode pleitear pensão de quaisquer espécies contra espólio de Jonas, poderá, posteriormente, requerê-la junta ao Instituto nacional de seguro INSS, título de pensão por morte, conforme preceitua o Decreto n° 3.048/1999: Art. 25. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, expressas em benefícios e serviços: B) Quanto ao dependente: I. pensão por morte; Consoante se extrai do exceto acima, a autora poderá pretender, junto ao INSS, em razão da morte Jonas, os benefícios de pensão mediante a simples apresentação de qualquer documento que levar a crer que entre a autoria e Jonas existia vínculo de dependência econômica. Pretende requerente, presente demanda, obter sentencia judicial declaratória do vínculo de união estável que mantinha com Jonas para fins de gozar, junto ao INSS, do benefício de pensão por morte. Preliminares da Litispendência: aduziam os réus litispendência no processo sob o argumento de que já tramitava, na 1ª Vara de Família e Sucessões do Foro Central 29 de São Paulo-SP, ação de inventário dos bens deixados pelo falecido, de acordo com artigo 337 do processo civil, parágrafos 1°, 2° e 3°, dizem claramente o que é Litispendência. Dessa forma, se faz ver que não há qualquer forma de litispendência no caso em concreto, pois ação principal tem como seu objetivo a declaração de existência de união estável entre autora e o de cujus. Com efeito, sabe-se que o procedimento especial de inventário e apto a solução tão somente as questões pertinentes ao próprio inventário ou à partilha, não sendo a via próprio para dirimir sobre qualquer outra questão relativa ao espólio, ou, sequer, relativos a própria pessoa falecida. AGRAVO DE INSTRUMENTO - INVENTÁRIO - PRELIMINAR - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - REJEIÇÃO - ARBITRAMENTO DE ALUGUÉIS - CONSERVAÇÃO DO BEM - RESSARCIMENTO POR PERDAS E DANOS - NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA - PROPOSITURA DE AÇÃO NA VIA ORDINÁRIA - ART. 984 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Não enfrentando óbice no ordenamento legal, a pretensão do recorrente revela-se juridicamente possível, de modo que deve ser rechaçada a preliminar. 2. As discussões acerca do estado de conservação do bem, arbitramento de aluguel e eventual ressarcimento por perdas e danos necessitam de dilação probatória, razão pela qual, não podem ser examinadas na estreita via do procedimento de inventário, conforme estabelece o art. 984 do CPC. 3. Preliminar rejeitada. 4. Recurso não provido. (TJ-MG - AI: 10024061314787002 MG, Relator: Raimundo Messias Júnior, Data de Julgamento: 15/03/2016, Câmaras Cíveis / 2ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 23/03/2016) Sendo assim, em paralelo com a própria jurisprudência deste egrégio Tribunal, reconhece-se no mesmo sentido a aplicação do respectivo diploma legal, de modo a decidir favorável ao que se postula em juízo. III - DO MÉRITO É de se observar que os próprios requeridos reconhecem (confissão) que a requerente residia de fato com o de cujus no período aduzido nesses autos. Não obstante que se pese de latente má-fé tentaram induzir a erro este Juízo, as alegações que o mesmo de cujus supostamente teria outro relacionamento não deve ser levado a termo, até mesmo porque são alegações infundadas, totalmente desprovida de qualquer documento comprobatório que as embasasse. Destarte, mister se faz observar os seguintes julgados, o qual corrobora todas as informações prestadas acima, confirmando o direito inerente ao requerente, que tem consigo todos os elementos qualificados do ato ilícito. Sendo assim, passamos a observar a decisão da Suprema Corte que se tratando de termos semelhantes ao caso em concreto. In verbis: RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL POST MORTEM. REQUISITOS COMPRAVADOS. A comprovação convivência pública, contínua e duradora com propósito de constituir família, autoriza o reconhecimento da existência da união estável. Desse modo, com base nas jurisprudências acima, bem como representação indistinta de todos os elementos fáticos constituintes, demonstra-se que a Requeridos de plano, utilizaram-se de meios incomprovados derivados de má-fé para prejudicar a Requerente nos autos. A requerente teve convívio com o de cujus de 1989 a 2015, ou seja, 26 anos de convivência ficando claro a aplicação do artigo 1723 do Código Civil, aonde houve uma união configurada com a convivência pública, contínua e duradoura no intuito de constituir família. IV-DOS PEDIDOS Antes o exposto, o autor ratifica os termos da petição inicial e requerer sejam desconsideradas as alegações da contestação. Nestes termos, Pede e espera deferimento. São Paulo,21 de outubro de 20XX ____________________________ Assinatura Advogado OAB nº...
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